Friday, June 24, 2011
XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura -- Douro 2011 inaugura dia 25 de Junho em Vila Real
ACTA DA REUNIÃO DO JÚRI do XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura - Douro 2011 (Uma organização DouroAlliance)
Aos seis dias do mês de Maio de dois mil e onze, pelas dezoito horas e trints minutos reuniu nas instalações do Grémio Literário Vila-Realense o Júri do XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura, constituido pelo senhores António Manuel Pires Cabral e Elisio Amaral Neves, assessores da Câmara Municipal de Vila Real para a área da Cultura; Maria Conceição Pinheiro Silva e Jorge Alberto Alves dos Santos representantes da Associação Douro Alliance Eixo Urbano do Douro ; Xosé Lois Gonzalez “Carrabouxo”, artista convidado; e Osvaldo Macedo de Sousa, pela Humorgrafe.
Após cuidadosa ponderação dos setenta e oito trabalhos apresentados a concurso por trinta e sete artistas, o Júri deliberou atribuir os prémios previstos no Regulamento do salão aos seguintes artistas:
1º Prémio - "Turista" de Zé Manel
2º Prémio - "Barão de Forrester" de Santiagu
3º Prémio - "Turismo Pé-descalço" de Artur Ferreira
O Júri decidiu outorgar três prémios honoríficos homenageando grandes figuras do humor gráfico.
Prémio Especial Benito Losada - "Turismo de Portugal" de Michel
Prémio Especial Aureliano Barrigas - “Made in China” de Mat
Prémio Especial Correia Dias - "Pés" de José Santos
Nada mais havendo a tratar, foi a reunião encerrada e dela se lavrou a presente acta, que, depois de lida e achada conforme, foi assinada por todos os membros do Júri.
Vila Real, 6 de Maio de 2011
O XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura inaugura dia 25 de Junho pelas 21h na Gal. de Arte do Teatro Municipal de Vila Real
Texto de Apresentação do XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura - Douro 2011 pelo Presidente da Douro Alliance
Após um ano de interregno, determinado por circunstâncias várias, retoma-se este ano um acontecimento que é já uma tradição na vida cultural da Região: Salão Luso-Galaico de Caricatura. Com efeito, realizou-se consecutivamente ao longo de treze edições, sempre com êxito assinalável, grande afluência de artistas a concurso e agrado geral do público.
Este ano de interregno serviu para repensar e redimensionar o Salão. Na verdade, se até aqui a sua organização foi da responsabilidade única da Câmara Municipal de Vila Real, passa agora a ver o seu âmbito alargado a uma instituição que engloba, além do Município de Vila Real, os Municípios de Peso da Régua e Lamego: a Douro Alliance.
Esperamos que este alargamento de âmbito, passando a cobrir uma área geográfica mais vasta, contribua para enriquecer de forma importante a oferta cultural da Região, tornando-a cada vez mais apetecível como destino de Turismo Cultural.
Por coincidência, é justamente o Turismo o mote do Salão deste ano. O lápis mordaz dos caricaturistas encontrou no tema potencialidades humorísticas que foram exploradas nos mais variados aspectos ― positivos e negativos, naturalmente, porque a vocação do humor gráfico é justamente ajudar a corrigir o que está mal.
Que este recomeço do Salão Luso-Galaico de Caricatura seja auspicioso, são os nossos mais veementes votos.
Este ano de interregno serviu para repensar e redimensionar o Salão. Na verdade, se até aqui a sua organização foi da responsabilidade única da Câmara Municipal de Vila Real, passa agora a ver o seu âmbito alargado a uma instituição que engloba, além do Município de Vila Real, os Municípios de Peso da Régua e Lamego: a Douro Alliance.
Esperamos que este alargamento de âmbito, passando a cobrir uma área geográfica mais vasta, contribua para enriquecer de forma importante a oferta cultural da Região, tornando-a cada vez mais apetecível como destino de Turismo Cultural.
Por coincidência, é justamente o Turismo o mote do Salão deste ano. O lápis mordaz dos caricaturistas encontrou no tema potencialidades humorísticas que foram exploradas nos mais variados aspectos ― positivos e negativos, naturalmente, porque a vocação do humor gráfico é justamente ajudar a corrigir o que está mal.
Que este recomeço do Salão Luso-Galaico de Caricatura seja auspicioso, são os nossos mais veementes votos.
Vila Real, Maio de 2011
Manuel N. Martins
Presidente da Câmara Municipal de Vila Real
e da Douro Alliance
Centenário do Turismo de Portugal Por: Osvaldo Macedo de Sousa
(Texto do catalogo do XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura Douro 2011 - Uma organização Dopuro Alliance)
O paradoxo é um velho companheiro de viagem do quotidiano e, é nessas curvas do pensamento que se encontram as pontes das invocações, comemorações e memorandos.
Na sua essência, o Homem é um viajante, um nómada de geografias e culturas, um internauta na conquista de impérios. Portugal é um país de caminhantes, primeiro como beco sem saída de migrantes, depois como porto de partida de sonhadores, aventureiros que redescobriram rotas, reencontraram continentes, conquistaram mercados. Viajamos na vida como se o mundo fosse uma eterna incógnita, nostálgicos com oetéreo passado (para o qual criámos o conceito: saudade) e temerosos com o futuro, na eterna esperança de que das brumas matinais nos venha o alento de sermos Sebastiões.
Comemorar cem anos de turismo em Portugal, país com mais de oitocentos anos de diásporas várias, pode parecer um paradoxo mas, se referirmos que viajante e turista são conceitos díspares, a questão já se apresenta noutra perspectiva. Viajantes sempre houve, mesmo depois da sedentarização das sociedades, já que o prazer da aventura, a necessidade de vencer na vida levam às migrações individuais ou de grupos. A história é um relato de movimentações militares, de trocas comerciais, não esquecendo as peregrinações e evangelizações religiosas.
Os Gregos e Romanos foram os primeiros a publicar Guias para os viajantes, com as indicações dos melhores caminhos, hospedarias, termas e um ou outro edifício curioso. Dinamizaram, para além das movimentações politico-económicas (mercadores, militares, cobradores de impostos, burocratas), as viagens de prazer religioso (onde as Olimpíadas e outras manifestações desportivas estavam incluídas), assim como as terapêuticas com o desfrute do termalismo.
Na Idade Média e Idades posteriores há muito mais transumância do que se pensa, já que a vida assim o exigia, sem contudo haver uma verdadeira arte de viajantes pelo prazer. Seria apenas no séc. XVIII que os ingleses recriariam o culto do termalismo e inventaram o “Tour”, como ponto final na educação dos jovens aristocratas. Este “Tour” consistia na viagem de “fim de curso”, cerca de um ano em digressão por vários países, para, dessa forma, aprenderem a dimensão da geografia humana, da história e do futuro, como herdeiros do Império Britânico que eles eram.
É com este “Tour” que nasce o conceito de Turista - o viajante que vai a certos locais predefinidos para visitar os pontos turísticos. Estes monumentos e locais já existiam e viviam para além dos visitantes mas, ao ser-lhe adoçado um “significante” cultural, histórico, paisagístico, ao serem destacados por especialistas em Guias, como pontos referentes, passaram a viver como “lugares turísticos”.
A arte de ser turista é seguir as rotas recomendadas, cumprir as etapas obrigatórias, mais que não seja para as fotografar rapidamente, para desfrute posterior no calor do lar. Claro que há vários tipos de turistas e alguns deles preferem manter-se viajantes e entranharem-se na vida que espreita para alem da esquina monumental.
Foram pois os ingleses que, no seu conceito imperialista, se transformaram em “Tour-ristas” do mundo, e o primeiro Guia sobre Portugal é o “Murray’s Hand Book for Travellers in Portugal”, de 1855.
No nosso país, as viagens eram difíceis, visto não haver uma rede de caminhos organizados a nível nacional, preferindo-se usar a navegação por cabotagem ou fluvial. Com a implementação da via ferroviária, as deslocações simplificaram-se e deram impulso a toda uma transumância comercial e de lazer. As viagens quebraram as fronteiras e tornou-se mais frequente a visita de cidades, países estrangeiros, principalmente, no sector cultural. Por serem especiais, muitas dessas partidas mereciam comentários na imprensa. A seguir, veio um trabalho hercúleo de criar também estradas para as novas máquinas que revolucionariam o transporte pessoal, o automóvel (a partir do final do séc. XIX).
Com a revolução liberal, a burguesia ganha o seu estatuto dominante de poder económico, o que lhe permite poder imitar o ócio aristocrático em pequenas doses e, assim a par do “tempo de trabalho”, inventa o conceito de “tempo de lazer”. Essa conquista no mundo laboral levará depois à luta pelas 8 horas de trabalho diário, e ao descanso semanal. O conceito de “férias” para todos os trabalhadores só surgirá muito mais tarde em Portugal. Esse tempo de lazer da restrita sociedade dominante coincide com a redescoberta do termalismo e das suas qualidades terapêuticas, virtudes essas que se alargaram para os banhos de mar. O tempo de prazer, de ócio, passa a ter uma “saison” especial para banhos (em Portugal, normalmente, no mês de Setembro). Aconteceu a partir do momento em que a família real passou a Veranear em Cascais (a partir de 1871). Em 1876, Ramalho Ortigão publica “As Praias de Portugal, Guia do Banhista e do Viajante”. Não era um qualquer recanto de areia junto ao mar que se tornava local de banhos, mas apenas 17 em todo o país, recomendados pelos peritos e que, rapidamente, se escalonaram em sectores sociais de frequentadores.
A caricatura portuguesa, ao longo de toda a sua história, não deu muita importância ao Turismo, talvez por ser algo pouco acessível à grande maioria da população (até à revolução de Abril) e, consequentemente, de pouco interesse para os leitores. O único “turismo” que triunfou foi o dos “Banhos de Mar”. Primeiro como “moda” das classes dominantes, moda essa que se transformou num acto social. Depois, foi-se democratizando com a conquista do descanso semanal, e com apoios como a criação dos “Bilhetes de Banhos” (tarifa reduzida de ida e volta), pelos Caminhos de Ferro, a criação de Colónias Balneares para crianças desfavorecidas... Outro turismo interno que se desenvolveu foi a proliferação do culto dos piqueniques e de excursionismo das Associações Operárias, principalmente, depois da implantação da República.
As primeiras caricaturas dos banhos de mar realizadas por Raphael Bordallo Pinheiro foram paródias políticas, seguidas por sátiras sociais. Só depois se transformariam em anedotas gráficas que, tempos a tempos, um ou outro caricaturista, iam criando no vazio politico-social do verão.
As Termas também se transformaram num momento social, simultaneamente com os aspectos terapêuticos. Contudo, os humoristas quase ignoraram o tema, talvez por não serem frequentadores, ou por não necessitarem. Apenas Raphael Bordallo Pinheiro os aborda, mas como crónicas das suas idas a águas, para se recompor de várias mazelas.
O turismo já estava espalhado na Europa entre as camadas intelectuais e ociosas da burguesia endinheirada. Portugal, não tendo ainda “lugares Turísticos” de referência, era visitado por figuras como Lord Byron ou como por exemplo, a Princesa Rattazzi que, com o seu livro “Portugal à Vol d’Oiseau”, criou alguma celeuma, porque tendo sido recebida com todas as honras na casa da nobreza e alta burguesia, acabou por escrever um livro sobre os horrores de Portugal. Horrores esses que se prolongariam na reportagem que a “National Geographic Magazine” publicou em Outubro de 1910, ou mesmo noutros escritos de alguns portugueses. O português sempre foi um crítico pessimista do seu país não admitindo, no entanto, que venham estrangeiros dizer o que eles já sabem. Até o ícone satírico do nosso povo é um humilde Zé Povinho, saloio, agrícola, atrasado, preguiçoso.
Foi para tentar contrariar esta imagem, tentando promover o “desenvolvimento intelectual, moral e material do país e principalmente esforçar-se por que ele seja visitado e amado por nacionais e estrangeiros”, que um grupo de empresários e intelectuais criou, em 1906, a Sociedade Propaganda de Portugal.
Ao longo do séc. XIX, já se tinham desenvolvido os primeiros passos da dinâmica turística. Para além da lista de praias e termas recomendadas, havia 17 lugares classificados como pontos que mereciam ser visitados, O triângulo Alcobaça, Batalha e Tomar eram os mais recomendados a nível Monumental, mas a existência de Guias “do Viajante no Bussaco”, “Viagem à Serra da Estrela”, “Évora e seus arredores”… dá-nos a entender que a procura desses locais, numa perspectiva turística, já era corrente.
Foi para dinamizar esse mercado que foi criada a Sociedade Propaganda de Portugal liderada, inicialmente por Leonilde de Mendonça e Costa e só depois por Sebastião Magalhães de Lima, deputado republicano, Grão-Mestre da Maçonaria que, daria uma maior dinâmica à Sociedade e que pela sua posição no Partido Republicano, pelo seu trabalho impulsionador de um novo país, logo após a implantação da República consegue captar para Lisboa a realização do IV Congresso Internacional de Turismo que seria o primeiro sobre esta matéria em Portugal. Os anteriores Congressos tinham-se realizado em Saragoça, San Sebastian e Toulouse.
Assim aconteceu, de 12 a 16 de Maio de 1911 na Sociedade Geografia de Lisboa, mas que, na pratica se prolongou depois por mais dias, nas visitas ao resto do país. A organização foi activa, tendo conquistado a mobilização da população para várias acções “espontâneas”, com destaque para o concurso de decoração de montras e fachadas em Lisboa, visita a Vila Franca de Xira com desfiles de carros alegóricos das nossas potencialidades agrícolas e folclóricas, passeios a Cascais e Sintra. Posteriormente, em Junho ainda houve visitas a Viana do Castelo e a terras do Douro, em que a revista “Ilustração Portuguesa” destacou a visita a Vila Real e Vidago. O comboio parou, obrigatoriamente, no Peso da Régua, mas curiosamente não há reportagem sobre essa estadia, nem visita das vinhas e lagares.
Os comentários humorísticos ao Congresso são peças interessantes das quais só transcrevo o «Guia para uso dos “touristes” congressistas” (no Supl. Humorístico do Século de Maio 1911):
1- Levantar às sete da manhã, lavar a cara, querendo, e sahir à rua. N’esse momento estão os caixotes do lixo à porta e podem dosar-se aromas que deixam a perder de olfato os perfumes de Lubín ou de Delettréz. Pena é que não se Vanda ainda para este Congresso extracto de caixote incarnat para deitar no lanço. Lá virá o tempo.
II Ir à Praça do Peixe do Cães do Sodré Halle au Possons. Admirar o asseio das nossas ovarinas, o bom aspecto do peixe congelado e o pittoresco de mercado. Sem ser por mal, levar na cara com o rabo de uma pescada ou de um peixe espada, escorregar, cahir n’uma poça d’agua suja e entornar uma canastra de peixe. Levar uma descompostura d’ uma jovem habitante do Bairro da Esperança.
III – Vir almoçar a um restaurante da Baixa. Aturar os creados malcreados, os garotos de cautelas, os pedintes, comer um bife de sola, um peixe queimado, pagar caríssimo e ainda em cima de ser disfructado pelos indígenas que, em vendo um estrangeiro, o melhor que fazem é rir-lhe descaradamente na cara.
IV – Sahir e ir ver monumentos. Recomenda-se o de Pinheiro Chagas e o que está ao pé da praça de touros e que representa o Morgado de Covas a agradecer uma ovação em Celorico de Baixo.
V – Ver museus por fora. Não vale a pena entrar.
VI – Admirar hábitos da cidade: marafonas passeando à luz do dia no Rocio, saloias com trouxas à cabeça, por cima dos passeios, fadistões encostados a todas as montras, jovens conquistadores no exercício do livre direito de attracção, automóveis a toda a pressa, etc, etc.
VII De tarde jantar (vide almoço).
VIII – Á noite perguntar onde é que há música, music halls, espectáculos que interessem estrangeiros. Não haver. Ir ao animatographo do Borralho, levar uma facada e ir a compor na Misericórdia.
IX – Morrer de aborrecimento.
X- Ser enterrado por conta do Cônsul ,o que sae baratíssimo.
XI – Ir dizer para a sua terra que se divertiu loucamente.
XII – Nunca mais cá volta.»
Foi um momento histórico porque, desse modo, introduzia Portugal na rota de uma indústria emergente. Contudo, toda esta acção, a mais importante foi sem duvida a resposta do Governo Provisório ao desafio lançado pela Sociedade Propaganda de Portugal, ou seja, oficializar esta actividade, o que veio a acontecer rapidamente, pois no dia 16 de Maio de 1911, no acto de encerramento do Congresso, o Governo apresenta a criação da Repartição de Turismo, integrada no Ministério do Fomento. É um acto pioneiro na Europa, já que até aquele momento só a Áustria e a França tinham organismos oficiais de Turismo e a Espanha que tendo sido a impulsionadora dos Congressos, só, passados meses, oficializará o seu Departamento de Turismo.
No Diário do Governo, esta Repartição tem por fim: «a) Estudar o objecto e a conveniência de novas ligações internacionais e marítimas, propor o seu estabelecimento e o melhoramento das actuaes no que respeita a commodidade, rapidez, facilidades aduaneiras, sanitárias, postaes, telegraphicas ou outras, tendo em vista o desenvolvimento do turismo; b) Estudar e propor os meios de melhorar as condições de transporte, circulação e hospedagem dos turistas no país; c) Fazer com oportunidade no país e principalmente no estrangeiro a propaganda necessária para o conhecimento perfeito de Portugal como país de turismo; d) Manter relações, úteis ao turismo de estrangeiros no país, com repartições, associações e syndicatos similares nacionaes e estrangeiros; e) Estudar os motivos de turismo existentes no país e criação de novos motivos como base de serviços designados nas alíneas a), b) e c) do presente artigo.»
Assim, começava um longo caminho, cheio de dificuldades económicas, politicas e temporais. Para os humoristas, um dos elementos urgentes é a criação de boas estradas, e o ataque à praga dos buracos, maldição essa que nos persegue até aos dias de hoje.
Depois, o eclodir da Primeira Grande Guerra trouxe todos os impedimentos de deslocações e um agravamento da crise económica. A crise política foi uma constante da República, o que não impediu o Turismo de ir dando os seus pequenos passos que o Estado Novo reformulou com a “Politica de Espírito”, uma intervenção sócio-estética liderada por António Ferro, com a sua Secretaria de Propaganda Nacional (depois rebaptizada Secretariado Nacional de Informação e Turismo) que deu alguns frutos na imagem de Portugal nesses anos 30/40 antes do Salazarismo se enclausurar mais no seu conventualismo trapista. Esta política aliava o nacionalismo ao modernismo, estilizando o genuíno artesanato e folclorismo em fórmulas mais estético-comerciais como os Bailados do Verde Gaio, as Aldeias mais portuguesas de Portugal, concursos das Estações floridas, o Portugal Colonial, o Mundo Português… Como defende Ferro: «O turismo perde assim o seu carácter de pequena e frívola industria, para desempenhar o altíssimo papel de encenador e decorador da própria nação». Em 1936 realizou-se o I Congresso Nacional de Turismo.
A par de uma dinâmica publicitária rica no cartazismo, nas decorações de Pavilhões nas Feiras Nacionais e Internacionais, houve uma política educacional que, se por um lado era uma politica hipócrita para esconder a miséria, por outro era civilizacional contra o culto da mendicidade, do desmazelo dos trajes, do pé descalço, da limpeza corporal e das ruas com as suas campanhas de bom gosto. Carlos Botelho, nos seus “Ecos da Semana” no “Sempre Fixe” satirizava esses maus hábitos ao criar personagens como “Escarra e Cospe”, “Parece Mal”, “D. Encrenca”…
Com o afastamento de António Ferro, a Segunda Grande Guerra e o acinzentamento do país, o Turismo tem de novo uma grande quebra e não acompanhará o Boom que se registará a nível internacional após o fim da contenda mundial, na década de cinquenta e sessenta. Receberemos apenas uma ínfima parte desse movimento, principalmente através dos ingleses. Estes, já no séc. XIX, foram os grandes dinamizadores da Ilha da Madeira, pelos seus interesses no seu vinho e no seu clima. Agora, serão eles que vão descobrir e colonizar o Algarve, uma região praticamente ignorada até à década de sessenta pelos portugueses.
As praias, a par do Fado e de Fátima, são os pólos dinamizadores do nosso Turismo.
Com a Primavera Marcelista, o humor gráfico recuperou um novo fulgor e João Abel Manta, na sua sátira pedagógica, comenta o Turismo existente, enquanto José de Lemos com o seu “Riso Amarelo” indignar-se-à com a forma pouco educada, bacoca e ladra com que recebíamos os turistas.
Com a Revolução de Abril, a conquista do direito às férias para todos, o Turismo transformou-se numa verdadeira indústria para consumo interno e externo, por vezes, com graves consequências patrimoniais, paisagísticas e ambientais. Os humoristas, dominados pela política e pelo desporto, continuam de costas viradas para estes universos de menor cunho de crítica social. Isso não nos impede de os desafiar para esta temática e assim o Douro comemora o Centenário desta criação oficial do Turismo em Portugal com estas páginas de humor.
O paradoxo é um velho companheiro de viagem do quotidiano e, é nessas curvas do pensamento que se encontram as pontes das invocações, comemorações e memorandos.
Na sua essência, o Homem é um viajante, um nómada de geografias e culturas, um internauta na conquista de impérios. Portugal é um país de caminhantes, primeiro como beco sem saída de migrantes, depois como porto de partida de sonhadores, aventureiros que redescobriram rotas, reencontraram continentes, conquistaram mercados. Viajamos na vida como se o mundo fosse uma eterna incógnita, nostálgicos com oetéreo passado (para o qual criámos o conceito: saudade) e temerosos com o futuro, na eterna esperança de que das brumas matinais nos venha o alento de sermos Sebastiões.
Comemorar cem anos de turismo em Portugal, país com mais de oitocentos anos de diásporas várias, pode parecer um paradoxo mas, se referirmos que viajante e turista são conceitos díspares, a questão já se apresenta noutra perspectiva. Viajantes sempre houve, mesmo depois da sedentarização das sociedades, já que o prazer da aventura, a necessidade de vencer na vida levam às migrações individuais ou de grupos. A história é um relato de movimentações militares, de trocas comerciais, não esquecendo as peregrinações e evangelizações religiosas.
Os Gregos e Romanos foram os primeiros a publicar Guias para os viajantes, com as indicações dos melhores caminhos, hospedarias, termas e um ou outro edifício curioso. Dinamizaram, para além das movimentações politico-económicas (mercadores, militares, cobradores de impostos, burocratas), as viagens de prazer religioso (onde as Olimpíadas e outras manifestações desportivas estavam incluídas), assim como as terapêuticas com o desfrute do termalismo.
Na Idade Média e Idades posteriores há muito mais transumância do que se pensa, já que a vida assim o exigia, sem contudo haver uma verdadeira arte de viajantes pelo prazer. Seria apenas no séc. XVIII que os ingleses recriariam o culto do termalismo e inventaram o “Tour”, como ponto final na educação dos jovens aristocratas. Este “Tour” consistia na viagem de “fim de curso”, cerca de um ano em digressão por vários países, para, dessa forma, aprenderem a dimensão da geografia humana, da história e do futuro, como herdeiros do Império Britânico que eles eram.
É com este “Tour” que nasce o conceito de Turista - o viajante que vai a certos locais predefinidos para visitar os pontos turísticos. Estes monumentos e locais já existiam e viviam para além dos visitantes mas, ao ser-lhe adoçado um “significante” cultural, histórico, paisagístico, ao serem destacados por especialistas em Guias, como pontos referentes, passaram a viver como “lugares turísticos”.
A arte de ser turista é seguir as rotas recomendadas, cumprir as etapas obrigatórias, mais que não seja para as fotografar rapidamente, para desfrute posterior no calor do lar. Claro que há vários tipos de turistas e alguns deles preferem manter-se viajantes e entranharem-se na vida que espreita para alem da esquina monumental.
Foram pois os ingleses que, no seu conceito imperialista, se transformaram em “Tour-ristas” do mundo, e o primeiro Guia sobre Portugal é o “Murray’s Hand Book for Travellers in Portugal”, de 1855.
No nosso país, as viagens eram difíceis, visto não haver uma rede de caminhos organizados a nível nacional, preferindo-se usar a navegação por cabotagem ou fluvial. Com a implementação da via ferroviária, as deslocações simplificaram-se e deram impulso a toda uma transumância comercial e de lazer. As viagens quebraram as fronteiras e tornou-se mais frequente a visita de cidades, países estrangeiros, principalmente, no sector cultural. Por serem especiais, muitas dessas partidas mereciam comentários na imprensa. A seguir, veio um trabalho hercúleo de criar também estradas para as novas máquinas que revolucionariam o transporte pessoal, o automóvel (a partir do final do séc. XIX).
Com a revolução liberal, a burguesia ganha o seu estatuto dominante de poder económico, o que lhe permite poder imitar o ócio aristocrático em pequenas doses e, assim a par do “tempo de trabalho”, inventa o conceito de “tempo de lazer”. Essa conquista no mundo laboral levará depois à luta pelas 8 horas de trabalho diário, e ao descanso semanal. O conceito de “férias” para todos os trabalhadores só surgirá muito mais tarde em Portugal. Esse tempo de lazer da restrita sociedade dominante coincide com a redescoberta do termalismo e das suas qualidades terapêuticas, virtudes essas que se alargaram para os banhos de mar. O tempo de prazer, de ócio, passa a ter uma “saison” especial para banhos (em Portugal, normalmente, no mês de Setembro). Aconteceu a partir do momento em que a família real passou a Veranear em Cascais (a partir de 1871). Em 1876, Ramalho Ortigão publica “As Praias de Portugal, Guia do Banhista e do Viajante”. Não era um qualquer recanto de areia junto ao mar que se tornava local de banhos, mas apenas 17 em todo o país, recomendados pelos peritos e que, rapidamente, se escalonaram em sectores sociais de frequentadores.
A caricatura portuguesa, ao longo de toda a sua história, não deu muita importância ao Turismo, talvez por ser algo pouco acessível à grande maioria da população (até à revolução de Abril) e, consequentemente, de pouco interesse para os leitores. O único “turismo” que triunfou foi o dos “Banhos de Mar”. Primeiro como “moda” das classes dominantes, moda essa que se transformou num acto social. Depois, foi-se democratizando com a conquista do descanso semanal, e com apoios como a criação dos “Bilhetes de Banhos” (tarifa reduzida de ida e volta), pelos Caminhos de Ferro, a criação de Colónias Balneares para crianças desfavorecidas... Outro turismo interno que se desenvolveu foi a proliferação do culto dos piqueniques e de excursionismo das Associações Operárias, principalmente, depois da implantação da República.
As primeiras caricaturas dos banhos de mar realizadas por Raphael Bordallo Pinheiro foram paródias políticas, seguidas por sátiras sociais. Só depois se transformariam em anedotas gráficas que, tempos a tempos, um ou outro caricaturista, iam criando no vazio politico-social do verão.
As Termas também se transformaram num momento social, simultaneamente com os aspectos terapêuticos. Contudo, os humoristas quase ignoraram o tema, talvez por não serem frequentadores, ou por não necessitarem. Apenas Raphael Bordallo Pinheiro os aborda, mas como crónicas das suas idas a águas, para se recompor de várias mazelas.
O turismo já estava espalhado na Europa entre as camadas intelectuais e ociosas da burguesia endinheirada. Portugal, não tendo ainda “lugares Turísticos” de referência, era visitado por figuras como Lord Byron ou como por exemplo, a Princesa Rattazzi que, com o seu livro “Portugal à Vol d’Oiseau”, criou alguma celeuma, porque tendo sido recebida com todas as honras na casa da nobreza e alta burguesia, acabou por escrever um livro sobre os horrores de Portugal. Horrores esses que se prolongariam na reportagem que a “National Geographic Magazine” publicou em Outubro de 1910, ou mesmo noutros escritos de alguns portugueses. O português sempre foi um crítico pessimista do seu país não admitindo, no entanto, que venham estrangeiros dizer o que eles já sabem. Até o ícone satírico do nosso povo é um humilde Zé Povinho, saloio, agrícola, atrasado, preguiçoso.
Foi para tentar contrariar esta imagem, tentando promover o “desenvolvimento intelectual, moral e material do país e principalmente esforçar-se por que ele seja visitado e amado por nacionais e estrangeiros”, que um grupo de empresários e intelectuais criou, em 1906, a Sociedade Propaganda de Portugal.
Ao longo do séc. XIX, já se tinham desenvolvido os primeiros passos da dinâmica turística. Para além da lista de praias e termas recomendadas, havia 17 lugares classificados como pontos que mereciam ser visitados, O triângulo Alcobaça, Batalha e Tomar eram os mais recomendados a nível Monumental, mas a existência de Guias “do Viajante no Bussaco”, “Viagem à Serra da Estrela”, “Évora e seus arredores”… dá-nos a entender que a procura desses locais, numa perspectiva turística, já era corrente.
Foi para dinamizar esse mercado que foi criada a Sociedade Propaganda de Portugal liderada, inicialmente por Leonilde de Mendonça e Costa e só depois por Sebastião Magalhães de Lima, deputado republicano, Grão-Mestre da Maçonaria que, daria uma maior dinâmica à Sociedade e que pela sua posição no Partido Republicano, pelo seu trabalho impulsionador de um novo país, logo após a implantação da República consegue captar para Lisboa a realização do IV Congresso Internacional de Turismo que seria o primeiro sobre esta matéria em Portugal. Os anteriores Congressos tinham-se realizado em Saragoça, San Sebastian e Toulouse.
Assim aconteceu, de 12 a 16 de Maio de 1911 na Sociedade Geografia de Lisboa, mas que, na pratica se prolongou depois por mais dias, nas visitas ao resto do país. A organização foi activa, tendo conquistado a mobilização da população para várias acções “espontâneas”, com destaque para o concurso de decoração de montras e fachadas em Lisboa, visita a Vila Franca de Xira com desfiles de carros alegóricos das nossas potencialidades agrícolas e folclóricas, passeios a Cascais e Sintra. Posteriormente, em Junho ainda houve visitas a Viana do Castelo e a terras do Douro, em que a revista “Ilustração Portuguesa” destacou a visita a Vila Real e Vidago. O comboio parou, obrigatoriamente, no Peso da Régua, mas curiosamente não há reportagem sobre essa estadia, nem visita das vinhas e lagares.
Os comentários humorísticos ao Congresso são peças interessantes das quais só transcrevo o «Guia para uso dos “touristes” congressistas” (no Supl. Humorístico do Século de Maio 1911):
1- Levantar às sete da manhã, lavar a cara, querendo, e sahir à rua. N’esse momento estão os caixotes do lixo à porta e podem dosar-se aromas que deixam a perder de olfato os perfumes de Lubín ou de Delettréz. Pena é que não se Vanda ainda para este Congresso extracto de caixote incarnat para deitar no lanço. Lá virá o tempo.
II Ir à Praça do Peixe do Cães do Sodré Halle au Possons. Admirar o asseio das nossas ovarinas, o bom aspecto do peixe congelado e o pittoresco de mercado. Sem ser por mal, levar na cara com o rabo de uma pescada ou de um peixe espada, escorregar, cahir n’uma poça d’agua suja e entornar uma canastra de peixe. Levar uma descompostura d’ uma jovem habitante do Bairro da Esperança.
III – Vir almoçar a um restaurante da Baixa. Aturar os creados malcreados, os garotos de cautelas, os pedintes, comer um bife de sola, um peixe queimado, pagar caríssimo e ainda em cima de ser disfructado pelos indígenas que, em vendo um estrangeiro, o melhor que fazem é rir-lhe descaradamente na cara.
IV – Sahir e ir ver monumentos. Recomenda-se o de Pinheiro Chagas e o que está ao pé da praça de touros e que representa o Morgado de Covas a agradecer uma ovação em Celorico de Baixo.
V – Ver museus por fora. Não vale a pena entrar.
VI – Admirar hábitos da cidade: marafonas passeando à luz do dia no Rocio, saloias com trouxas à cabeça, por cima dos passeios, fadistões encostados a todas as montras, jovens conquistadores no exercício do livre direito de attracção, automóveis a toda a pressa, etc, etc.
VII De tarde jantar (vide almoço).
VIII – Á noite perguntar onde é que há música, music halls, espectáculos que interessem estrangeiros. Não haver. Ir ao animatographo do Borralho, levar uma facada e ir a compor na Misericórdia.
IX – Morrer de aborrecimento.
X- Ser enterrado por conta do Cônsul ,o que sae baratíssimo.
XI – Ir dizer para a sua terra que se divertiu loucamente.
XII – Nunca mais cá volta.»
Foi um momento histórico porque, desse modo, introduzia Portugal na rota de uma indústria emergente. Contudo, toda esta acção, a mais importante foi sem duvida a resposta do Governo Provisório ao desafio lançado pela Sociedade Propaganda de Portugal, ou seja, oficializar esta actividade, o que veio a acontecer rapidamente, pois no dia 16 de Maio de 1911, no acto de encerramento do Congresso, o Governo apresenta a criação da Repartição de Turismo, integrada no Ministério do Fomento. É um acto pioneiro na Europa, já que até aquele momento só a Áustria e a França tinham organismos oficiais de Turismo e a Espanha que tendo sido a impulsionadora dos Congressos, só, passados meses, oficializará o seu Departamento de Turismo.
No Diário do Governo, esta Repartição tem por fim: «a) Estudar o objecto e a conveniência de novas ligações internacionais e marítimas, propor o seu estabelecimento e o melhoramento das actuaes no que respeita a commodidade, rapidez, facilidades aduaneiras, sanitárias, postaes, telegraphicas ou outras, tendo em vista o desenvolvimento do turismo; b) Estudar e propor os meios de melhorar as condições de transporte, circulação e hospedagem dos turistas no país; c) Fazer com oportunidade no país e principalmente no estrangeiro a propaganda necessária para o conhecimento perfeito de Portugal como país de turismo; d) Manter relações, úteis ao turismo de estrangeiros no país, com repartições, associações e syndicatos similares nacionaes e estrangeiros; e) Estudar os motivos de turismo existentes no país e criação de novos motivos como base de serviços designados nas alíneas a), b) e c) do presente artigo.»
Assim, começava um longo caminho, cheio de dificuldades económicas, politicas e temporais. Para os humoristas, um dos elementos urgentes é a criação de boas estradas, e o ataque à praga dos buracos, maldição essa que nos persegue até aos dias de hoje.
Depois, o eclodir da Primeira Grande Guerra trouxe todos os impedimentos de deslocações e um agravamento da crise económica. A crise política foi uma constante da República, o que não impediu o Turismo de ir dando os seus pequenos passos que o Estado Novo reformulou com a “Politica de Espírito”, uma intervenção sócio-estética liderada por António Ferro, com a sua Secretaria de Propaganda Nacional (depois rebaptizada Secretariado Nacional de Informação e Turismo) que deu alguns frutos na imagem de Portugal nesses anos 30/40 antes do Salazarismo se enclausurar mais no seu conventualismo trapista. Esta política aliava o nacionalismo ao modernismo, estilizando o genuíno artesanato e folclorismo em fórmulas mais estético-comerciais como os Bailados do Verde Gaio, as Aldeias mais portuguesas de Portugal, concursos das Estações floridas, o Portugal Colonial, o Mundo Português… Como defende Ferro: «O turismo perde assim o seu carácter de pequena e frívola industria, para desempenhar o altíssimo papel de encenador e decorador da própria nação». Em 1936 realizou-se o I Congresso Nacional de Turismo.
A par de uma dinâmica publicitária rica no cartazismo, nas decorações de Pavilhões nas Feiras Nacionais e Internacionais, houve uma política educacional que, se por um lado era uma politica hipócrita para esconder a miséria, por outro era civilizacional contra o culto da mendicidade, do desmazelo dos trajes, do pé descalço, da limpeza corporal e das ruas com as suas campanhas de bom gosto. Carlos Botelho, nos seus “Ecos da Semana” no “Sempre Fixe” satirizava esses maus hábitos ao criar personagens como “Escarra e Cospe”, “Parece Mal”, “D. Encrenca”…
Com o afastamento de António Ferro, a Segunda Grande Guerra e o acinzentamento do país, o Turismo tem de novo uma grande quebra e não acompanhará o Boom que se registará a nível internacional após o fim da contenda mundial, na década de cinquenta e sessenta. Receberemos apenas uma ínfima parte desse movimento, principalmente através dos ingleses. Estes, já no séc. XIX, foram os grandes dinamizadores da Ilha da Madeira, pelos seus interesses no seu vinho e no seu clima. Agora, serão eles que vão descobrir e colonizar o Algarve, uma região praticamente ignorada até à década de sessenta pelos portugueses.
As praias, a par do Fado e de Fátima, são os pólos dinamizadores do nosso Turismo.
Com a Primavera Marcelista, o humor gráfico recuperou um novo fulgor e João Abel Manta, na sua sátira pedagógica, comenta o Turismo existente, enquanto José de Lemos com o seu “Riso Amarelo” indignar-se-à com a forma pouco educada, bacoca e ladra com que recebíamos os turistas.
Com a Revolução de Abril, a conquista do direito às férias para todos, o Turismo transformou-se numa verdadeira indústria para consumo interno e externo, por vezes, com graves consequências patrimoniais, paisagísticas e ambientais. Os humoristas, dominados pela política e pelo desporto, continuam de costas viradas para estes universos de menor cunho de crítica social. Isso não nos impede de os desafiar para esta temática e assim o Douro comemora o Centenário desta criação oficial do Turismo em Portugal com estas páginas de humor.
AGIM SULAJ ,ESPOSIZIONE A VIANDEN, 09 LUGLIO- 28 AGOSTO .LUSSEMBURGO
MUSEUM OF CARICATURE AND CARTOON VIANDEN
Ouvert du 01.06 au 28.08.2011 tous les jours de 13h00 à 17h00 sauf les lundis.
Du 30.08 au 30.12.2011 le musée est ouvert pour des évènements spéciaux, pour des groupes et pour des classes d'école sur rendez-vous.
Coordonnées: 48, Grande Rue L-9419 Vianden Luxembourg tel 0032621283790
e-mail: balaban@pt.lu
Le Canard Libéré N° 209 (Humour Marrocain)
Pour s'informer vrai et drôle, le bon réflexe c'est Le Canard Libéré
Les délices du Canard : enquêtes poussées, caricatures politiques, indiscrétions croustillantes et bien d'autres révélations...
Surtout, ne manquez pas le rendez-vous avec votre hebdomadaire satirique du vendredi.
Bonne dégustation !Surtout, ne manquez pas le rendez-vous avec votre hebdomadaire satirique du vendredi.
Thursday, June 23, 2011
LOS CARICATURISTAS Y BORGES Por Francisco Puñal Suárez
El sábado 18 de junio El Instituto Cervantes, del Ministerio de Cultura de España, celebró la tercera edición del Día E, la fiesta universal de todos los que hablamos español, en sus 78 sedes distribuidas en 44 países de los cinco continentes. Es una festividad que sirve para reconocer el valor de un idioma que ya hablan 500 millones de personas.
Ese día se supo cuál de las palabras propuestas por más de treinta personalidades de habla hispana, en esta edición, era la favorita del español: “Querétaro”, propuesta del actor mexicano Gael García Bernal. Le sigueron “sueño” “gracias” y “libertad”, palabras elegidas por Luis Rojas Marcos, Raphael y Mario Vargas Llosa, respectivamente.
Dibujo de David Pugliese - Argentina
Días antes, el 14 de junio, se cumplían 25 años del fallecimiento del argentino Jorge Luis Borges, uno de los escritores en español más importantes del siglo XX, quien supo mezclar de manera brillante, el uso del lenguaje, la utilización precisa de las palabras y su desbordante imaginación e inventiva.La obra literaria de Borges, que incluye ensayos, cuentos y poemas, constituye un legado de múltiples análisis, un monumento a la lengua española y al pensamiento universal. Era un lector incansable, un autor enciclopédico que se quedó ciego a los 55 años.
Escribir mucho, Corregir mucho. Romper casi todo. Y no apresurarse en publicar.
Borges no ganó el Premio Nobel de Literatura probablemente por algunas poses políticas difíciles de comprender, como apoyar los golpes militares de Rafael Videla, en Argentina, y de Pinochet, en Chile.
Su compatriota, el escritor Julio Cortázar, autor de “Rayuela” decía que había que mantener separados al genial escritor y al a veces insensato hombre que habitaba en Borges.
Es preferible que quede el recuerdo de su escritura.
La figura de Borges ha inspirado a muchos caricaturistas. Es muy curioso observar las distintas interpretaciones que los dibujantes hacen de esta personalidad. Aquí les muestro algunos ejemplos. El arte siempre es polisémico.
Firmas de El Circo Lorza en Compostela
Los artistas del Circo pantagruélico, fondón y superlativo pasean sus cuerpos ternescos en Compostela. El próximo viernes 24 de Junio, a las 18 h, sesión de firmas en Komic, c/ San Pedro de Mezonzo 38. ¿Se van a quedar sin su ejemplar del libro primorosamente tuneado?. Corran, que se agota. http://albertoguitian.blogspot.com/2011/06/firmas-de-el-circo-lorza-en-compostela.html
Wednesday, June 22, 2011
Interview: Gogue, The International Caricaturist by Emma Alvarez
Gogue is a Spanish caricaturist. Many of you may already know him, as he's the creator of Carlotta Cohen, from New York Movies Magazine. He also makes the banner of The Blush Blade, newspaper that is published in Alaska.
He has collaborated with a long list of publications in USA, like Clever Magazine, American Politics Journal...
He has also done many works related with cinema, for example the logo of Hollywood Shorts Film Festival,caricatures for the worldwide presentation of Terminator 3 in Internet, and different works for American actors and movies.
One of his latests works has been creating all the illustrations, caricatures and Flash animations for Jim Warddubbing actor, and radio presenter of one of the most important radio stations of Hollywood (http://www.apocryphalbuttrue.com/).
As a curiosity, the creator of this page is Lisa Coburn, daughter of the legendary actor James Coburn.
It's an honor for me to interview Gogue.
- Gogue, how did you become a caricaturist?
- Since I was a child, it has been easy for me to draw, and since then, I was always doing caricatures.
- When you make a caricature, what do you value most: the facial features, or the personality of the character?
- Both things are important, but when you don't know that person, you must work on the facial features. Because of this, it is always easier to draw someone famous, because you're always seeing them on TV and in the press.
- Did someone enrage against you because he didn't like his caricature? Tell us some anecdote.
- Oh yes, it was a woman. It was exactly this week. It was a work for a business present, and~like always, they send you photos that are a little older and without good resolution. I did it with all my good intention, but this lady and her friends said that she looked too ugly, that she had not such a big double chin... and as you may suppose, I just lose my money but preferred to stop worrying.
- Don't you think that it is harder to make laugh compared to make cry? Why do you think that, in some way, humor is undervalued?
- Sure, it's much harder to make laugh, and imagining myself during 20 years trying to make the readers of my comic strip laugh... I think that we are not valued as much as we're worth; for many people, the creators of humor, comic, cartoons, and caricatures are like daubers, as I am called since some time ago by a publisher of some media. How hard is to make a caricature (Artwork), deform it and make it carry the implicit personality of the person, and that at the same time it matches their appearance perfectly!
- Do you have some favorite character?
- Groucho Marx, Alfred Hitchcock, my grandfather Emiliano, etc. etc. I think it is unjust to name someone as favorite, because many people are left without mention. And if we speak of fiction, Batman, of course. I have a Batman figure in my bookcase, that was a present from my son Anxo 2 years ago
- What is your main source of inspiration?
- The atmosphere that you can breath in my study, surrounded by my creations, my books, my caricatures, my characters in paper, etc, etc.
- What's the best thing of working for Hollywood projects?
- That they value what you do, and your country they DON'T. It's hard to believe, but I am more known and more awarded in USA than here.
- What other drawers inspired you to create your own style?
- You can learn things, tricks, from everyone, but my style is my own and I created it at my will. I just have a doubt: WHY DO THEY CHOOSE ME TO MAKE THE COVER OF ONE OF THE BEST BASEBALL PLAYERS OF AMERICA: "RYAN HOWARD THE KING OF THE SWING" in 2007, when there are thousands and thousands of caricaturists in the world?
- What caricatures do you prefer to do: your own characters, politicians, actors...? And why?
- I have to adapt myself to what the different media in which I work ask me to do, but I'm a fanatic of cinema. I prefer the world of cin- Finally, thank you for giving me this interview, and a final question... what other projects do you have for the future?
- I have many projects, but my dream is to take my characters to animation movies. It seems that it will be the way to go... and in some days I'll be publishing my second cover for the Eastside Sun Magazine, whose head offices in Seattle and is published in all the West Coast of the United States.
XIV SALÃO LUSO-GALAICO DE CARICATURA – DOURO 2011, inaugura dia 25 no Teatro Municipal de Vila Real
Uma Organização. Douro Alliance
Uma Produção: Humorgrafe
Após breve pausa para reestruturação, o Salão Luso-Galaico de Caricatura reaparece como mais um contributo para vencer a crise que domina o país. Conscientes de que não é na estagnação, na apatia que se avança para o futuro, a organização deste Salão não deixou morrer este projecto de sucesso com 15 anos de existência, adaptando-se apenas às dificuldades dos tempos actuais.
As principais alterações foram: a organização passou a ser da responsabilidade da Associação Douro Alliance; de Anual passou a Bienal; o catálogo passou a ter uma edição de bolso; os Prémios sofreram uma leve redução. Contudo alargou-se a malha de impacto sócio-cultural já que, se no passado a exposição se restringia a Vila Real e Ourense, agora também contempla os municípios de Lamego e Peso da Régua. A produção continua a cargo da Humorgrafe com Osvaldo Macedo de Sousa como Director Artístico.
Um factor económico importante do Douro é o Turismo. Em 2011 comemora-se o Centenário da criação do primeiro organismo oficial de Turismo em Portugal, assim como do IV Congresso Internacional de Turismo (1º em Portugal) cujos congressistas visitaram esta região. Por tudo isto, o tema deste ano do Salão não podia deixar de ser o Turismo, ou seja o “Turista”.
Todos os anos este evento aproveita a ocasião para homenagear um artista que se tenha destacado na sua carreira de humorista gráfico. Alternando entre os artistas portugueses e galegos, este ano a organização resolveu homenagear o conceituado artista de Ourense Xosé Lóis González Vasquez que se tem celebrizado com o seu alter-ego “Carrabouxo”, um marco do humor ibérico, um ícone caricatural galego, que tendo começado no Boletin da Agrupación Cultural Auriense, profissionalizou-se em “A Nosa Terra” e desde 82 publica em “La Región” e Atlântico Diário.
O humor é uma arte de estéticas, de pensamento critico-filosófico e de diversão, mas o lado pedagógico é uma presença constante e nessa perspectiva de ser uma expressão de construção do futuro baseado na historia, nas estruturas culturais que nos legaram o presente, a organização resolveu criar três Prémios Especiais (apenas honoríficos) numa singela homenagem a figuras icónicas do humor gráfico das terras Durienses e Galegas. Desse modo surge o “Prémio Especial Benito Losada” recordando essa figura incontornável da dinamização e divulgação cultural de Ourense, principalmente no campo da caricatura, da BD e da Fotografia que desapareceu do nosso convívio este ano; “Prémio Especial Aureliano Barrigas” em homenagem ao artista vilarealense que não só cultivou a caricatura assim como foi um dos motores do celebre Circuito Automobilístico de Vila Real; “Prémio Especial Correia Dias” recuperando do esquecimento o artista de Lamego que foi um dos pioneiros do modernismo em Portugal, um dos revolucionários dos novos ventos estéticos no Brasil onde viria a morrer.
Este Salão terá a sua inauguração a 25 de Junho, pelas 21h na Galeria de Arte do Teatro Municipal de Vila Real, onde serão entregues os Prémios ao mesmo tempo que se realizará a Festa da Caricatura. Em Agosto será apresentada em Lamego e Ourenso para em Setembro finalizar em terras do Peso da Régua.
Tuesday, June 21, 2011
Dia 25 Inaugura o XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura - Douro 2011 pelas 21h na Gal. de Arte do Teatro Municipal de Vila Real
TEMA: O TURISTA
Uma organização: Douro Alliance
Uma produção Humorgrafe
Festa da Caricatura na noite de 25 de Junho no Teatro Municipal de Vila Real
Porto Cartoon / Inauguração de Exposição de Santiagu dia 25 no CCDolceVita de Gaia
New adress / Novo endereço da Humorgrafe - Osvaldo Macedo de Sousa
Exposição, Clovis e outros traços e troços.
Monday, June 20, 2011
Humour e Cartoon by René Bouschet
“The Joy and Cartoon Museum” - Izmir
As the Municipality of Konak, in Izmir (Turkey), one of the Mediterranean’s oldest cities, we are establishing a museum named "The Joy and Cartoon Museum". The Municipality of Konak, has been working on making the pearl of the Mediterranean, Izmir, the city of museums. After "The Game and Toy Museum", Turkey's first "Mask Museum" has opened in recent months. The work for “The Joy and Cartoon Museum”, which is the third museum that the Municipality of Konak is going to bring in Izmir has been continuing for one year. We would be pleased to see you in the opening exhibition of our museum that will be opened on November 15th, 2011. It would also embolden us on behalf of the cartoon world.
Best regards,
Mayor of Konak, Dr. Hakan Tartan
ekBoard of The Museum of Joy and Cartoon: Dilek Maktal Canko, Tan Oral, Turgut Çeviker, Eray Özbek
A 18ª Laica começa mais cedo! Dia 24 de Junho, Sexta-Feira, inaugura na Matéria Prima uma exposição de serigrafia do colectivo suiço Hecatombe.
É certo que Mata o teu boi ficará até 7 de Julho mas apareçam às 18h para conhecer 4 autores deste colectivo e para beber um copito… nada de excessos! Que no dia seguinte trabalha-se!!!
http://www.feiralaica.wordpress.com/
http://www.feiralaica.wordpress.com/
Sunday, June 19, 2011
The portrait revolution in Russia Vladimir Georgievich Mochalov (1948), born in Moscow in interview with Peter Závacký
Vladimir Georgievich, is a great Master and the most famous contemporary Russian caricaturist aportraitist. Today belongs Mochalov, born in Moscow, alongs with famous Ilya Glazunov and Aleksander Shilov among to the most famous and popular creative artists in Moscow. The worlwide famous cartooniBoris Efimov (1900-2008) told always - Vladimir is my old well gofriend...
Mochalov is only one living russian cartoonist who is an upright academician of the Russian Academy Art (created by Czar Peter the Great’... today in company with followed t he russian ikons of famous art master names as: I. Repin, V Surikov; V.Polenov, sculptors M. Artokolski, I.Martos, V.De-mut-Malinovski, S.Pimenov, I. Prokofiev, architects N.Benois , I. Fomin, A.Voronikhin, K. Ton, V.Shuko and manyothers). He is a great Master and the most famous cartoonist of political caricature and friendly jests not only in Sowiet Union, Russian but in over the world too. For nearly 20 years he has been a chief artist of the famous Soviet cartoon magazine Krokodil (The Crocodile) - published in 1922-2000 and Editor of Novoy Krokodil (The New Crocodile) - published in 2000-2004. Vladimir is one of the most talented successors of traditions of such distinguished masters as Kukryniksy, Boris Efimov, V. Rotov, etc. Vladi-mir Mochalov is an author of many hundreds of masterly made cartoons, drawings and illustration award by prestigious awards at Russian and international exhibitions, contents and biennale. Last time his reputation presented through exibitions in the art halls in many exibizions in russian capital Moscow and in the hotel Ritz (2010) in old town near Red Square... Today, Mochalov’s portrait gallery contains well-known historical and contemporary politi-cians, figures of arts and sport depicted in the light of irony and grotesque.Visitors, his fans and fans of great poitrait rcartoons could enjoy famous and favourite well-know faces, figures and shapes - Ch. Chaplin, S. Dali, P. Picasso, L. Tolstoy, M. Gorkiy, Pele, Lev Jashin, V.Tikhonov, V. Jakushev, Ovechkin, J. Weissmueller,Tyson, Castro, Belmondo, S.Loren, Madona, Alla Pugacheva. Maya Pliseckaya, Natálka Žembová, J.V. Stalin, V.I. Brezhnev, V. Putin, V. Medvedev, J.Nikulin, A. Born, K.Gott, V. Burian...E.Ryazanov, F.Ranevskaya, Gretzky...
His portrait paintings are perfect depictions of face at the best artistic interpretation, be it black&white, on paper or canvas. These masterpieces are also ver psychological expression portraits, nice observed with deep insight into spirit of portrayed person. He ussually portraits the pesons that he has in love, or are interesting to him either their positive or negative work in their life or history of the mankind. The exhibition also presented the pictures of the people that already passed away, but their faces have remained with us.
And here are curious questions from Peter Závacký to Vladimir Motchalov :
P.Z. : What means for you cartoon?
M: Caricature is an ideal and versatile artistic genre. Caricature can say everything.
P.Z. : Twenty years have been major artists magazine KROKODIL (Crocodile) and then editor in chief and publisher of the NOVOJ KROKODIL (New Crocodile). Popular "old" magazine KROKODIL finally survived the year 2000? Why?
P.Z. : Twenty years have been major artists magazine KROKODIL (Crocodile) and then editor in chief and publisher of the NOVOJ KROKODIL (New Crocodile). Popular "old" magazine KROKODIL finally survived the year 2000? Why?
M: Those who were interested in it they used for it economic omnipotent hand. Unfortunately, there were among us ordinarypeople from line of "krokodil-art" people who would be able to pull him out of the mud then the economic abyss. KROKODIL Sale of share to bank was his demise. In KROKODIL´s editor´s office did not find in decent, strong, energy-tion of personality responsible for the fate of their magazine. There has been our primitiveness, misery, and small-tion.
H: Krokodíl, it was all history of Soviet Union and Russian pictorial chronicle. He brought to his satire knowledgeable reader who always knew to distinguish art from propaganda. He educated a whole generation of artists and creators of their writers. Publish in the magazine was a tribute to each of them. It was like all the then Soviet press. He had the strong base of artists and art writers, and its external. In addition to "obligations" for the state (for a change as today's newspaper "obligejšn" to its owner), is devoted to high quality artistic and literary works. Had their permanent readers from worker, peasant, to engineers and scientists ... Published every ten days. I read it from 25 to 30,000,000 readers. Laughing and enjoying the paradox of his "dark" period. Valve was for people. Caricature of the Soviet Union was very popular. Mostly without words. Due to censorship, we have learned to draw it between the lines. All of them could read. Therefore the authors gained awards and abroad. For me almost all the crocodile. Even artists I was only because of him. Krokodile magazine lost a new company and new-generation opportunity to look at the world around them with emotion, ironic, critical, with good humor and artistic talent by thinking of its authors, whether artist or satirist, columnist, poet. Topics glossed life and the world is still up-up. Good humorist and cartoonists as well. Just the drawer was always more than two hundred. Disrupted long-standing tradition "art of Krokodil" tradition unrepeatable and no longer unthinkable
P.Z. :What do you think is a Russian cartoon today? Cultivated, or rather cheap?
M: In today's Russian newspapers and is also a caricature. Well, it's totally different. My other thought and philosophy. It is not always bad, sometimes it is sharp and original. Lacks a tradition and it's very feel. It is as an idea or phrase out of context. Culture cartoons? What it means? Cartoon, as well as culture and art is changing. This does not mean that it has become better or worse, it just was another. The predominance is intellectually primitive and tasteless. Does any other reader, the viewer, another consumer. We have what we have. We lost a great school krokodílovskej schools, which certainly has affected our ochudobnilo and caricature. I do not want to be a prophet, but I think that we came not only in our great school of caricature, but culturally we have becomemore miserable.
H: In Germany, in Berlin, just recently I bought cartoon magazine Eulenspiegel, which we are familiar in our country, sold the newspaper in sowiet street shops "kijoskach '(stalls). German-vorím him, I can not assess the texts. A drawing? It seems to me that their quality is today (first time I was in East Germany in 1980) below - artistically and intellectually. Are today I have 17 pictures on sexual topics. Worse, however, that the quality of drawings is weak and primitive. Seeing that the author draws only accidentally, do not even have basic drawing. But the same is also with us, sit in newsrooms, people who fail to draw. The fact that they have no idea what a humorous drawing strikes the eye immediately. Today is such a time, people thought that football humor and understands each of them. The result is that most of the pictures "has" no idea what a cartoon humor. Secrets of a good comic is in the picture drawn by a well-thought and refined sound all their own cartoon. Also there is nothing like the magazine, however, found ...
P.Z. : There is a Russian school of cartoon portraits? If so what is different from foreign?
M: I am not a theorist of art. A professional look is very different from a man who is not associated with a caricature of a professional. But I think there is any difference. In "krokodílskej" cartoon was more good. Even so it is now called - "družeskij Lot" (friendly cartoon, the lot - according to French. Charger, note. The author). We never want to offend those portrayed. This cartoon in foreign absent. It was such a time - a political and historical. There were always political parties and private equity. This was the basis and reason for the very beginning of the subject of ridicule from the other party of the enemy camp. Therefore, the cartoon was a bad, sharp, devastating and deadly. Similar cartoon was the then our governments not only to amicably inclined Soviet power.
P.Z. : What should be a good cartoonist,
M: Must think, to draw people and not just for myself. Learn to draw so it was interesting not a minority, but most ... And especially must be able to draw.
P.Z. : And a cartoon?
M: In my opinion, absolutely perfectly drawn exactly the idea. maximum quality and professional design - it is true then krokodílsky style! For an idea of its expression and bringing in image form makes drawing and memorable as a result of all this ridiculous, and to understand what it is essential and unforgettable memorial for a long time.
M: It is essential to find a character portrayed a man and options for appealing to recreate it in a ridiculous shape. And above all to uncover hidden and concealed. All very simple, because of the large to the ridiculous there is only one step. The portrait is a more explosive team is better ... But the caricature apply basic rules of art - drawing and image composition. Just one look at the picture to find out whether their creator controls ... Proportional relationships can be broken, but not hlavanehlava only to the extent that not contradict the principles of art. To fully nenabúrali image composition, its overall outline ... Also must be maintained between the ratio of "bad taste" and "aesthetic". Against gusta no dispute - but the law must be adhered to taste. If the rate exceeded taste when art ceases to be art and becomes a vulgarity and profanity. Like, in my opinion, non-fiction colloquial expressions and profanity, not exactly the picture to break the law tastes. Now is to know what the relationship to art is its author. They're all hidden details, and for true artist is not easily discernible, but they simply must feel in the tips of their fingers ... Have it in your hands, just know it ... As an example, I will argue that the "balalaika" and "cello" are stringed musical instruments - and yet so different instruments ...
P.Z. : .What do you see prospects for the future cartoon portrait? Remains the only space for exhibitions, or just online?
H: Portrait always asks the right lakonikum. The team will lakonickejší is better ... Brilliant and original author's manuscript hand never can handle and no substitute kompjuter. Cari will let even the most sophisticated technology, anyway artist must create something with her hands. And paradoxically, what will more not perfect cartoon, the more original will be more attractive - it becomes a real art. You can just look at crocodiles kariportréty from Igor Lososinov and Konstantin Kukso in New Izvestia. Pencil, hand and brain will always be the largest capital artist.
P.Z. So what is a satirical portrait?
H: Opposite side of a beautiful face ... The role of the popular man is to show what is beautiful. A role of the cartoonist is just the opposite. A man always has two faces - true - true and nice decorated. Artist's responsibility is not only reflect its external appearance but mainly to reveal his true face and the hidden nature. In the political satirical portrait overlooked and are reflected in his biography, his deeds, conduct, responsibility to their actions, identify and uncover all crooked nature, which does not mask its policy and decent citizen.
Your gallery of satirical portraits - now counts more than three hundred well-known face of political, social and cultural life, but also so-called industrial culture. šovbiznisu. Living but also faces many already deceased. Who came and gets into this category, as you choose its members, what criteria you set for membership in it? Artist is also just a man does not live in a vacuum, is a victim of this world. Life experience formulated his vision of the world, views on life and the people it affects - both positive and negative - he reflected on his plate film seen optics. Such is his opinion and wants to share with the rest of the world like a film director. A "human" a satirical cartoon is just the user-friendly language and ideas for dialogue with people who live in the world, rejoice in the life, but especially also true - a dialogue about life and the world today. Knowing the past, the presence, let them to guarantee their life in the future. Duty of the cartoonist is right for people to imagine their faces, not their human masks blameless citizens. In order to understand mankind, what man can do to human beings. It is not only a gallery of evil geniuses of the 20th century. I'm interested in all the historical figures that one way or another written history of my country, but also our world.
P.Z. : There is censorship in Russia to publish kariportrétov for Putin?
M: I myself have published dozens of them ... If yourcartoon just not published in a newspaper - I do not know whether this is censorship ....
P.Z. : At your shows never there lacked even then "Methuselah" Soviet and Russian cartoons Boris Yefimov (1900-2008). There is also an as well-wisher in your temple , of Russian Academy of Arts where you inaugorovali a full member of Russian Academy of Arts. You turn on never missing from his actions, or celebrating his birthday, as I see the more photos that I have in its archives. When is this your friendship was born, two living cartoonists(Efimov dead in 2008, note of P.Z.) and academics of Russian Academy of Arts?
M: Friendship I would not let call. Although today many people called friends. The "Master" Boris Jefimovičom I met even in the newsroom crocodile. Anyone who understands the cartoon, it must weigh not only for his art, but also as a person. Jefimových nine decades-long professional internship in the cartoon world has obdobu.Vo Fine trenches survived revolution, civil and world war. Since 2002 led the department in cartoons and r. 2006 he became artistic director of the newspaper Izvestia. I admired his drawings was a boy. I find it, that I could be more years in its vicinity. The editors Crocodile, his Moscow apartment, podmoskovskej dacha "in the premises of Russian Academy of Arts, and on my shows, listen to his own ears the stories about the people of the twentieth century and caricature of his life ....
Curriculum vitae :
Vladimir Mochalov: Born in 1948, in Moscow, artist poitrait car-toonist, catoonist, illustrator, painter, artist of poststamps, named. V.Surikov (1966) and University - Institut of Polygraphy-Book grafic - in Moscow (1976). His first cartoon was published in Krokodil in 1973. His political and portrait cartoons were published in over 30 countries e.g. Pozitívní noviny, INFOFILA (Czek), Pan (Belgia), Cannard Enchaine (France), Roháč, Kocúrkovo (Slovakia), MAV (USA), and in Russia - Novoye vremya,Politicheskij journal, Izvestiya, Junost, Selskaja molodezh,Krokodil (edition 1922), Novy Krokodil (edition2000), Krokodil (last edition published since 2006), Spartak, TV Park, ... Vladimir Illustrated more than 30 books. He prepared and published three own books of cartoons. He won many home and foreign awards and prizes - Kuba, Yugoslavia, France, Japan, Bulgaria/Gabrovo/, Russia. He is also the participant of many exhibitions and International Cartoons Exibitions in his country and abroad . He prepared many personal exibitions and cartoon lecture (Japan,Slova-kia,etc). Many of his cartoons are in private collections in Russia, Germany, Belgia, Litva, Latvia, Schweiz, USA, Slovakia........At present time, Vladimir Mochalov is free artist... Many ofhis cartoons are in private collections in Russia, Belgia, France, Germany, Litva, Latvia, Switzerland, USA (ex-presidentClinton), Slovak republik, Czek republik...,they are the Russian, Swiss reach businessmen...
Dia 25 Inaugura o XIV Salão Luso-Galaico de Caricatura - Douro 2011 pelas 21h na Gal. de Arte do Teatro Municipal de Vila Real
Uma organização Douro Alliance
Uma Produção - Humorgrafe
Noesse dia haverá tambem a Festa da Caricatura de Vila Real
Noesse dia haverá tambem a Festa da Caricatura de Vila Real
Museo Caraguatá , Invitacion a la exposición de chistes del libro DIOS NOS PERDONE por CORNE
El Museo de Humor Gráfico “Diogenes Taborda”presenta en el Museo Caraguatá la exposición de chistes del libro:DIOS NOS PERDONE (por CORNE) Museo Caraguata:
Dirección: Arroyo Caraguatá 797 , Delta Tigre - Primera Sección Islas-Tigre.
Fecha y hora de inicio: sabado 25 de junio 2011 a las 12.00 hs. donde la directora Analia Rosenblit a partir de las 11,30 los espera puntualmente en la rampa Nº2. Líneas Delta - Estación Fluvial de Tigre.Rogamos puntualidad ya que de otra manera y en otro horario será imposible llegar al museo.
CORNE. Humorista gráfico argentino
• Santiago Cornejo es su nombre real. Empezó su carrera de humorista realizando una tira diaria con tema libre para diversos diarios del interior de Argentina titulada “Nuestro humor de cada día”
• Como muchos argentinos actualmente trabaja casi exclusivamente para el extranjero. Publica sus páginas de humor (en general sin palabras) en diarios y revistas de distintos países : Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Alemania, Suiza, China, Austria, Italia, etc.,
• Desde hace casi una decada pública en la reconocida revista “MAD” (Alemanía), además de trabajar para otras importantes revistas de humor como “Cracked” (donde realizó el humor de la contratapa), “Nebelspater”(la revista de humor más antigua del mundo con más de 130 años), “MAD Kids”, etc.
• Tiene3 libros publicados con recopilación de sus chistes en China, España y próximas en otros países europeos. Ilustró también más de 30 libros infantiles.
• Ha ganado más de 30 Premios en Concursos Internacionales de Humor, destacando el "GRAN PREMIO INTERNAZIONALE SCACCHIERA" en Marostica, Italia 2007(Concurso ganado en 1981 por Quino), el 1er Premio en el Concurso Universitario de Humor Piracicaba dos veces (Brasil 1999 y 2000). Y otros diversos premios en Concursos de Cuba, Italia, Bélgica, Eslovenia, Colombia, Korea.
Museo Caraguata:
Dirección: Arroyo Caraguatá 797 , Delta Tigre - Primera Sección Islas-Tigre.
Transporte: Lineas Deltas Argentina SA: rampa Nº2. - Estación Fluvial de Tigre.
Duración de la Exposición: desde el 25 de Junio hasta el 25 de Julio.
Inauguración: sábado 25 de junio a las 12 hs.
Días y horarios de visita y talleres:miércoles y sábados de 10 a 17 hs.
Para más información: comunitariocaraguata@yahoo.com.ar
Curador: Analia Rosenblit
Asistencia: Rein Remaut
Director ONG CCCC: Peter De Bruyne
Dirección: Arroyo Caraguatá 797 , Delta Tigre - Primera Sección Islas-Tigre.
Fecha y hora de inicio: sabado 25 de junio 2011 a las 12.00 hs. donde la directora Analia Rosenblit a partir de las 11,30 los espera puntualmente en la rampa Nº2. Líneas Delta - Estación Fluvial de Tigre.Rogamos puntualidad ya que de otra manera y en otro horario será imposible llegar al museo.
CORNE. Humorista gráfico argentino
• Santiago Cornejo es su nombre real. Empezó su carrera de humorista realizando una tira diaria con tema libre para diversos diarios del interior de Argentina titulada “Nuestro humor de cada día”
• Como muchos argentinos actualmente trabaja casi exclusivamente para el extranjero. Publica sus páginas de humor (en general sin palabras) en diarios y revistas de distintos países : Estados Unidos, Inglaterra, Chile, Alemania, Suiza, China, Austria, Italia, etc.,
• Desde hace casi una decada pública en la reconocida revista “MAD” (Alemanía), además de trabajar para otras importantes revistas de humor como “Cracked” (donde realizó el humor de la contratapa), “Nebelspater”(la revista de humor más antigua del mundo con más de 130 años), “MAD Kids”, etc.
• Tiene3 libros publicados con recopilación de sus chistes en China, España y próximas en otros países europeos. Ilustró también más de 30 libros infantiles.
• Ha ganado más de 30 Premios en Concursos Internacionales de Humor, destacando el "GRAN PREMIO INTERNAZIONALE SCACCHIERA" en Marostica, Italia 2007(Concurso ganado en 1981 por Quino), el 1er Premio en el Concurso Universitario de Humor Piracicaba dos veces (Brasil 1999 y 2000). Y otros diversos premios en Concursos de Cuba, Italia, Bélgica, Eslovenia, Colombia, Korea.
Museo Caraguata:
Dirección: Arroyo Caraguatá 797 , Delta Tigre - Primera Sección Islas-Tigre.
Transporte: Lineas Deltas Argentina SA: rampa Nº2. - Estación Fluvial de Tigre.
Duración de la Exposición: desde el 25 de Junio hasta el 25 de Julio.
Inauguración: sábado 25 de junio a las 12 hs.
Días y horarios de visita y talleres:miércoles y sábados de 10 a 17 hs.
Para más información: comunitariocaraguata@yahoo.com.ar
Curador: Analia Rosenblit
Asistencia: Rein Remaut
Director ONG CCCC: Peter De Bruyne