Wednesday, October 16, 2019
“Pessoas, Pensamentos e Palavras” de Casimiro Simões é lançado na Lousã dia 26 de Outubro com apresentação de Teresa Alegre Portugal (dedicado especialmente aos ilustres cidadãos Louzã Henriques e António Arnaut, recentemente desaparecidos.)
O novo livro de Casimiro Simões, especialmente
dedicado a António Arnaut e Louzã Henriques, falecidos em 2018 e 2019, abre com
um poema do cantor José Mário Branco e tem prefácio de Teresa Alegre Portugal,
que apresenta a obra na Lousã, no dia 26.
“Pessoas, Pensamentos e Palavras”, título abreviado,
ironicamente, pelo autor para PPP, vai ser apresentado por Teresa
Portugal, no último sábado deste mês, às 15:00, durante um programa cultural na
Filarmónica Lousanense com que o jornalista assinala também o seu 60º
aniversário.
Nascido em 26 de outubro de 1959, no Casal dos Rios,
concelho da Lousã, Casimiro Simões está a completar igualmente 30 anos ao
serviço da Agência Lusa na Região Centro.
A socialista Teresa Portugal, que foi deputada e
vereadora da Cultura na Câmara de Coimbra, usa da palavra numa sessão em que
intervêm ainda o autor e o bibliotecário Carlos Marta Ferreira, de Miranda do
Corvo, seu antigo companheiro no Liceu da Lousã.
A iniciativa compreende um momento musical com Manuel
Rocha e Luís Garção, membros da Brigada Victor Jara, além de João Queirós e
Ramiro Simões.
Com esta PPP, que inclui 70 textos, entre
crónicas, contos, sátiras, outras ficções e ainda um poema alusivo aos 45 anos
do 25 de Abril, o antigo diretor do jornal “Trevim”evoca dezenas de
figuras, públicas e menos conhecidas, maioritariamente ligadas a Coimbra,
Lousã, Penela, Miranda do Corvo e Castanheira de Pera.
As personagens centrais da coletânea são o advogado e
escritor António Arnaut, oriundo de Penela, que há 40 anos foi o principal
obreiro do Serviço Nacional de Saúde, e o médico e etnólogo Manuel Louzã
Henriques, natural da Serra da Lousã, impulsionador do Museu Etnográfico da
Lousã.
Contudo, Casimiro Simões rende homenagem a um conjunto
mais vasto e diversificado de pessoas, como o ensaiador de ranchos João
Arranca, os jornalistas João Mesquita (antigo presidente do Sindicato dos
Jornalistas) e Américo Mascarenhas Estrelinha, os antigos provedor
do INATEL e delegado desta instituição em Coimbra, Kalidás Barreto e João
Fernandes, o bancário Fernando Velez, o eurodeputado do PS Fausto Correia, o
antigo diretor do jornal Mirante Augusto Paulo, os advogados
Alberto Vilaça e Luís Carlos Silva, o catedrático de Direito Orlando de
Carvalho e o cantor José Afonso.
Amigo do autor de “Grândola, Vila Morena”,
que teria feito 90 anos em 2 de agosto, José Mário Branco, com o poema “Mudar
de vida”, associa-se à iniciativa de distinguir, entre outros, dois
companheiros seus da cadeia.
O compositor conheceu Louzã Henriques e o arquiteto
Carlos de Almeida há mais de 50 anos, quando os três estavam presos por
atividades contra a ditadura de Salazar.
São ainda recordados, alguns a título póstumo, os
tocadores de concertina e gaita-de-beiços Manuel Serra e Joaquim
Henriques Amante, o estivador Adriano Nunes, o sapateiro Juvenal
Pinto, os luso-brasileiros Ti Zé Joana, padre Miguel Lencastre, António César
Fernandes, Miguel dos Pregos e os sobrinhos deste empresário,
Nelson e Teresinha, o antigo emigrante nos Estados Unidos Américo Carapinha,
o antifascista Manuel Ramalho Gantes, a professora Palmira Sales e seu irmão, o
carteiro e músico José Adelino, além dos pais e dois irmãos mais velhos do
jornalista da Lusa: Joaquim e Maria da Conceição, José Augusto e Augusto
Simões.
Na juventude, Manuel Gantes, Miguel Lencastre e José
Mário Branco viveram na República dos Kágados, a mais antiga casa comunitária
de estudantes de Coimbra, onde também Casimiro morou nos anos 80 do século XX,
enquanto aluno da Faculdade de Direito.
O livro abrange histórias com o docente universitário
José Luís Câmara Alves e outros kagadais, designadamente José
Lestra (advogado), Custódio Pinto Montes (juiz-conselheiro jubilado), Manuel
Gaspar (professor), Carlos Santarém (ex-diretor da Biblioteca Municipal de
Coimbra), Lusitano dos Santos (urbanista e catedrático jubilado da Universidade
de Coimbra), José Maria Cruz Santos (professor e antigo comandante dos
Bombeiros Sapadores da cidade), Humberto Rocha (médico) e José Lages (jurista),
personagens reais em diversas prosas.
“Pessoas, Pensamentos e Palavras” é uma seleção de
histórias verdadeiras e várias de ficção, entre inéditas ou já editadas em
livros e outras publicações, com destaque para os jornais Campeão das
Províncias, Diário As Beiras, Notícias de Coimbra, Trevim e
o extinto Jornal de Coimbra.
Há também textos sobre política internacional, com os
quais Casimiro Simões satiriza, por exemplo, a relação do Reino Unido com Portugal
e a União Europeia, a situação no Brasil e nos Estados Unidos da América, com a
ascensão de Bolsonaro e Trump ao poder.
Concebida pela jovem artista gráfica Mariana Domingos,
da Lousã, a capa conta com contributos na fotografia da grega Georgia Bounia,
bem como de Luís Garção Nunes e Fernando Moura.
A Companhia Marimbondo e Maria Estátua promovem a
animação no exterior da sala de ensaios da Filarmónica Lousanense.
O programa inclui uma breve leitura de textos, por
Francisco Paz e Zé Nobre Quaresma, e encerra com um “Beirão de Honra”.
Nota biográfica: Casimiro
Simões nasceu no Casal dos Rios, Lousã, distrito de Coimbra, em 1959, tendo publicado
três livros, todos na área da sátira social e política, de 2009 a 2013.
Exerce a
profissão de jornalista na Lusa – Agência de Notícias de Portugal, desde 1989, após
ter trabalhado em vários meios de comunicação social. Em 1999, foi destacado
para Macau, a fim de reforçar a delegação local da agência, nos trinta dias que
antecederam a transferência da administração do território para a República
Popular da China. Desempenhou as funções de delegado da Lusa para a Região
Centro, em Coimbra, entre 2005 e 2009.
De 1990 a
2002, Casimiro Soares Simões foi diretor do jornal Trevim, da Lousã, fazendo
ainda parte dos corpos gerentes da Trevim – Cooperativa Editora e de Promoção
Cultural, entidade proprietária do periódico, com publicação ininterrupta há
mais de meio século, desde a sua criação, em 1967.
Em Coimbra, escreveu
no Jornal de Coimbra, Gazeta Académica e As Beiras – este
nas sucessivas fases de mensário, semanário e diário – e integrou também, em
1989, a redação da Rádio Jornal do Centro (RJC), associada da TSF. Nos últimos
anos, tem publicado crónicas e contos no semanário Campeão das Províncias.
Mantém a colaboração com o Trevim, sendo membro do seu conselho
editorial.
Tem textos diversos
nas revistas Munda, do Grupo de Arqueologia e Arte do Centro (GAAC), Ruralidades,
da Aliança para a Defesa do Mundo Rural Português (ARP), e Gastronomias,
da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas, além do extinto semanário
Em Marcha e do Mirante, que se publica em Miranda do Corvo,
Em 2009,
enquanto escritor, publicou a sátira “Com as botas do meu pai – Pegadas do
poder autárquico na vila de Vale Tudo”, seu primeiro livro.
Seguiu-se, em
2010, “Campanha bufa – Porco no espeto na safra de Vale Tudo”, segundo
volume de uma coleção para assinalar o centenário da República Portuguesa.
“Cornos ao sol
– Agonia do carneiro velho na troika de Vale Tudo” encerrou a
trilogia, em 2013. As incursões de Casimiro Simões na literatura incluem também
dezenas de crónicas e contos publicados em diferentes títulos da imprensa.
Sunday, October 13, 2019
15ª Festa da Caricatura - Lousã 2019 (5 de Outubro de 2019)
15º Festa da Caricatura da Lousã – Exposição “HUMOR AQUOSO”
Olhando-nos no espelho aquoso do fontanário, vemos
Narciso contemplando-nos como reflexo ancestral da vaidade e de amantes das
selfies. Subitamente uma gota deforma o reflexo, cria imagens grotescas da
realidade, alterando a visão do mundo. Abre-se então o caminho «pela sala de espelhos deformantes, umas
vezes para nosso próprio gaudio, outras para nosso desepero», abrindo-se a
porta dos humores.
Quais? Sobre a visão, da vida, ou sobre a água? Neste
caso são humores aquosos.
Setenta por cento do corpo humano é água e para uma
boa saúde, pelo menos os outros trinta por cento deveriam ser de humor. A água
é vital para tudo neste planeta que ainda á azul, tal como o é para a nossa
visão, o Humor Aquoso.
Cientificamente «Humor Aquoso» é o fluido responsável
pela nutrição da córnea e cristalino assim como manter o equilíbrio da pressão
hidrostática ocular, ou seja, manter uma visão transparente sem neblinas nem
nebulosas deformantes que nos podem levar à cegueira. Se temos necessidade do
humor aquoso para termos capacidade de ver, de olhar, o humor filosófico dá-nos
a capacidade de saber ver para além das deformações da realidade, dos reflexos
enganosos das encenações políticas e sociais. Dá-nos a capacidade de reflectir sobre
tudo da vida e naturalmente sobre a água e sua importância no planeta, na nossa
vida presente e futura.
Infelizmente, os interesses economicistas que nos
regem, com a sua cegueira e maus humores têm delapidado, envenenado a riqueza
hidrográfica do planeta com os fogos, as contaminações, a poluição ambiental,
têm alterado o equilíbrio climático da mãe terra, o equilíbrio dos seus
humores.
É urgente olharmos a água, o planeta azul com outra
atenção, reeducando os políticos, os empresários, os consumidores para a
realidade, deixando de só pensarem nos lucros de hoje para pensarem no futuro
do amanhã, para a necessidade da verdadeiramente correcta política da água.
Rir, por vezes pode ser um gesto de desdenhe, fazer
humor sobre, é um alerta, um desejo optimista que a sua mensagem possa ser um
despertar para o que distraidamente não reparamos, para o que por vezes não
queremos ver.
Esta exposição de Humor Aquoso é o contributo para
esta causa dos artistas presentes na Lousã nesta 15.ª Festa da Caricatura do Trevim.
Desenvolvida no âmbito de uma «Residência Artistica» apoiada pelo Portugal
2020, com a participação dos artistas Belisário, Kap, Luis Costa, Malagon,
Mário Teixeira, Santiagu, Varela, Carlos Sêco e Zé Oliveira.
Para criar alguma dinâmica
criativa, resolveu a organização despoletar um pequeno concurso entre as obras
apresentadas, das quais (com exclusão dos dois artistas da casa Carlos Sêco e
Zé Oliveira) o júri resolveu outorgar o
1º Prémio a Omar Perez,
2º Prémio a Kap
3º Prémio a Pedro Ribeiro Ferreira.
OMS