Saturday, April 24, 2021
ABIERTA LA CONVOCATORIA DE LA XXVIII MUESTRA INTERNACIONAL DE LAS ARTES DEL HUMOR alcalá de Henares 2021
El Instituto Quevedo de las Artes del Humor de la Fundación General de la Universidad de Alcalá convoca la XXVIII Muestra Internacional de las Artes del Humor, en torno al tema: «La Ciencia»
Deadline: 23 DE MAYO
Para aquellos autores que lo deseen, la organización pondrá a su disposición distinta información sobre el tema a través de la página web.
1.- La participación está abierta a todas las personas mayores de 18 años que deseen participar en el certamen.
2.- Para participar en la Muestra se deberá enviar un máximo de 5 obras sobre el tema La Ciencia. Podrá ser una viñeta, una tira o una caricatura. Junto con la obra se remitirá, debidamente cumplimentada, la ficha que acompaña a estas bases. La organización se reserva el derecho de invitar a aquellos/as autores/as que estime conveniente. Ficha de Participación / Form Filler
3.- Las obras deben ir firmadas. Podrán estar realizadas en cualquier técnica y soporte, con unas dimensiones máximas de A3 (297×420 mm.).
4.- Las obras deberán enviarse convenientemente embaladas. Se recomienda protegerlas con dos cartones planos, no haciéndose responsable la organización de los posibles desperfectos ocasionados en el transporte. Los gastos de envío correrán a cargo de las personas que participen en esta convocatoria, no asumiendo la organización ningún gasto (por ejemplo los gastos de aduanas) ni tampoco ninguna responsabilidad en caso de deterioro o pérdida de la obra.
5.- Las obras realizadas mediante técnicas tradicionales, deberán enviarse antes del 23 de mayo a la siguiente dirección:
Fundación General de la Universidad de Alcalá
Muestra Internacional de las Artes del Humor
C/ Nueva, 4. 28801 Alcalá de Henares
Madrid (España)
En las efectuadas en técnica digital, se deberá remitir en formato JPG o TIFF con una resolución mínima de 300 ppp. a miah@iqh.es, y se recomienda enviar una copia impresa y firmada, con el número de copia (Ej: Copia 1 de X).
Es indispensable atenerse a las fechas indicadas para la adecuada planificación del catálogo y del diseño de la exposición.
6.- Una comisión realizará una selección entre las obras recibidas que será exhibida en la XXVIII Muestra Internacional de las Artes del Humor de la Universidad de Alcalá que se celebrará en septiembre-noviembre en Alcalá de Henares.
7.- Las obras presentadas pasarán a formar parte de los fondos del Instituto Quevedo de las Artes del Humor de la Fundación General de la Universidad de Alcalá, salvo indicación expresa en sentido contrario, para lo que habrá que escribir en el reverso de la obra la palabra «Devolución».
8.- El envío de la obra implica que la autora o el autor autoriza a la Fundación General de la Universidad de Alcalá su reproducción y difusión, siempre que figure su nombre y el objetivo sea la difusión de la Muestra y demás actividades de la FGUA en el campo del humor, sin que se genere por ello obligación de ningún tipo ante la autora o el autor.
9.- La organización comunicará, electrónicamente la recepción de los trabajos y la selección de los mismos, publicando este último listado en su web.
10.- Los autores cuya obra se haya seleccionado recibirán un ejemplar de la publicación que se editará con motivo de la celebración de la Muestra.
11.- La organización se reserva el derecho de no exhibir aquellas obras que considere que atentan contra derechos individuales o colectivos.
12.- Los participantes responderán de la originalidad de los trabajos ante cualquier reclamación, manteniendo indemne a la organización ante cualquier infracción de derechos o propiedad intelectual de las mismas.
13.- La participación en la Muestra supone la aceptación de estas bases y la renuncia a cualquier reclamación legal, recayendo así mismo la responsabilidad de las obras sobre sus autores.
«Francisco Zambujal» por Osvaldo Macedo de Sousa in «Artes Plásticas nº 5 / Novembro 1990
São conhecidas as traquinices da infância dos humoristas, quando eles começaram a sofrer as primeiras punições pelo seu espírito satírico com que viam os professores, esses seres «intocáveis» na sua cátedra.
Em contrapartida, nunca ouvi
falar nas traquinices de professores que caricaturaram os seus alunos os seus
alunos, e vários têm sido os humoristas que se dedicaram ao ensino para
sobreviver, ou como profissão. Foi o caso de Leal da Câmara, Manuel Monterroso…
é o caso de Francisco Zambujal.
Não fui aluno dele, nem conheço
ninguém que o tivesse sido mas pelo que sei de Francisco Zambujal deve ter sido
um bom professor e os alunos desejosos de ficarem registados pela sua pena
traquinas do seu humorismo. A sua «real» profissão é o professorado (1º ciclo),
porém o hobby da caricatura impôs-se
no meio jornalístico pela sua mestria,
Como alguém escreveu, «o humorista é como o diabético, tem humor,
mas não sabe como o apanhou», é como o humorista Francisco Zambujal que
nasceu «de forma espontânea e acidental,
como é hábito acontecerem as coisas em Portugal. Gostava de desenhar e fazer
caricaturas, mandei um dia algumas para um jornal, agradaram e cá fiquei… Creio
que todos nós começamos por ser – e no fundo nunca deixamos de ser –
desenhadores de bonecos. Se esses desenhos, por engenho e arte de cada um,
atingirem um nível que permitiu e justificou a sua publicação regular em
jornais, então o desenhador terá, em maior ou menor grau, alguma coisa de
artista plástico. Por outro lado, um bom cartoon ou uma boa caricatura podem,
pelo seu sentido crítico, produzir maior impacto que muitos artigos escritos.
Nessa função o “cartoonista” ou caricaturista são, sem dúvida, jornalistas.
Será por econhecimento desta verdade que o jornalismo português actual vai
dando um lugar cada vez mais destacado ao desenho humorístico. A maior parte
dos principais jornais tem já o seu “cartoonista” e aqueles que o não têm
destacam-se pela negativa, isto é, nota-se que falta ali “qualquer coisa”».
Zambujal é um destes artistas que
se impôs no jornalismo, com trabalho publicado no «Expresso», «Sete», «Pão com
manteiga» e essencialmente em «A Bola» onde há mais de duas décadas comenta ironicamente
a vida desportiva do país. Ele é um mestre do jornalismo caricatural, num mundo
difícil, com lutas fratricidas, com fanatismos religiosos, de estandartes e
símbolos sagrados e apesar disso tudo, consegue sobreviver incólume, com humor.
Isto talvez se deva ao exercício do professorado, ao poder pedagógico que a
experiencia da cátedra lhe deu.
Recentemente a doença provocou um
momentâneo afastamento dos jornais, mas felizmente parace que ele aí está de
novo com a sua arte.
Thursday, April 22, 2021
«Augusto Cid, a Sátira Humorística» por Osvaldo Macedo de sousa in «Artes Plásticas nº5 / Novembro de 1990
Simpático, irreverente,
irrequieto, satírico, sangue frio, irónico, lugar comum, original, incomodo,
humorístico, trágico-cómico, lírico, amável, crítico… são caracteristicas
fundamentais num artista gráfico que queira trabalhar no jornalismo.
Harmonizando todos estes elementos contraditórios, aliados a um domínio
técnico-estético, surge o cartoonista ideal.
O ideal é o oposto à realidade e
não referenciando a questão estética (que também é importante), o que
encontramos no dia-a-dia do cartoonismo português é o compromisso dos artistas
numa amabilidade de brandos costumes. Toda a garra e intervencionismo crítico
dos primeiros tempos tem-se desvanecido, devido à incapacidade dos políticos e
senhores da sociedade aceitarem comentários às suas actividades com «senso de
humor»; devido à falta de ousadia dos Directores e Chefes de Redacção demasiado
dependentes do sistema; devido aos artistas terem receio de conflitos com os
chefes e políticos…
Temos bons cartoonistas, bons
comentadores irónicos, humoristas com graça, mas verdadeiramente irreverente e
satírico é Augusto Cid. Não bastassem os processos judiciais, as querelas
políticas, as censuras para comprovar isso, sentimos no dia a dia a garrre
satírica com que ele olha a vida, os acontecimentos do quotidiano pobre em
factos, mas pleno de ironia, de ridículo. No fundo, os maiores humoristas deste
país são os nossos políticos (o único Bem essencial na democracia que não se
pode importar, infelizmente), tendo Cid apenas de peneirar essa profusão
humorística, sintetizar a Comédia de Costumes nacionais em paródias
trágico-cómicas e farpeá-las com o olhar realista.
A arma secreta do seu êxito é a
farpa, como marialva amante de cavalos, touros… A passo de alta escola, ele vai
farpeando o «bicho». Este estilo tem ascendência numa tradição nacional
radicada em Ramalho Ortigão, Guilherme de Azevedo / Raphael Bordallo Pinheiro
(tal como Fontes Pereira de Melo ou Hintz Ribeiro devem parte da sua
sobrevivência histórica a Raphael, também o Eanes, Balsemão, Cavaco… o deverão
um dia a Cid).
O próprio artista, numa primeira
autobiografia justifica esta atitude com as suas raízes açorianas: «nasci na Ilha do Faial numa manhã cinzenta e
fria de Novembro de 41 aos gritos de “Baleias! Baleias!. Sem esperar que me
pendurassem pelos pés e me dessem a palmada da praxe, corri para a praia e em
vão tentei deter os homens de arpão. Uma hora depois era içada de um mar de
tinta de sangue uma linda baleia e lentamente cortada às rodinhas no cais… Eis
quando subitamente se fez luz no meu espírito! – Corri para casa, voltei com
tintas e pinceis e nessa mesma manhã parti para o mar. De então para cá
tenho-me dedicado a pintar nas baleias tenebrosos monstros capazes de paralisar
de medo os mais ousados homens de arpão…»
A tradição fantástica deformou a
imagem das inofensivas baleias em monstros da mesma forma que os monstros políticos
não passam de seres inofensivos. Cid é agora o homem do arpão, só que as suas
farpas não fazem sangrar, antes desincham os monstros insuflados de ar do
poder.
O que me mete mais raiva é que
mesmo quando Cid ataca os políticos da nossa simpatia, os nossos ideais, ele
tem graça, e por vezes razão. Ele é um farpeador, um satírico mas acima de tido
um humorista.
Essa característica foi
galardoada este ano com o Grande Prémio do IV Salão Nacional de Caricatura de
Porto de Mós (de que eu sou director); com uma menção no domínio em New York… É
essa característica que se pode observar na exposição antológica que eu
organizei e que está patente na Casa do Humor – Museu Bordalo Pinheiro ao Campo
Grande.
Tuesday, April 20, 2021
15th International Exhibition of Satirical Graphics, Bukovina 2021
The National Museum of Bukovina invites you to participate at the International Exhibition of Satirical Graphics "Bukovina", the IV Edition, 2021.
The International Exhibition of Satirical Graphics theme: "Colors"
1. We address all professional and amateur cartoonists, regardless of age, from around the world.
2. You can submit a
maximum of five cartoons to the contest.
3. Please attach
the participation form in doc. format with your
name and surname, the exact address, and e-mail.
4. Exhibition awards:
- "Bukovina" Prize – 500 €
+ diploma - offered by the National Museum of Bukovina.
- First Prize - 400 € + diploma -
offered by S.C. EGGER Romania S.R.L.
- Second prize - 300 € + diploma - offered by Restaurant Padrino.
- Third prize - 100 € + diploma -
offered by S.C. EGGER Romania S.R.L.
- 10 Special Prizes - diploma.
5. The cartoons must
be sent to the e-mail address: competition@muzeulbucovinei.ro, it is necessary to have a resolution of 300
dpi, and the maximum A3 format, made in any technique: black and white or
color.
6. All events related to this exhibition will be published in the website of the National Museum of Bukovina. All artists selected for the exhibition will receive the printed catalogue of the jubilee exhibition.
7. If you want to
participate in this event, please send your cartoons by 31 May 2021.
8. The results of
the exhibition - contest will be announced at the beginning of June.
Cartoonists who win the "Bukovina" Prize, the First Prize, the Second
Prize, and the Third Prize must send the original works by 30 June 2021, the
date of postage, at the following address:
National Museum of Bukovina,
str. Stefan cel Mare, no. 33, 720003
Suceava, Romania
International Exhibition of Satirical Graphics "Bukovina"
9. The exhibition
will be open to the public at the National Museum of Bukovina in July 2021.
10. The National Museum of Bucovina – muzeulbucovinei.ro reserves the right to use the works sent to the contest to promote the contest and its results.
«João Abel Manta – Prémio Stuart 1988 » por Osvaldo Macedo de Sousa in «O Artista» nº 4 de Maio de 1989
Criado na sequência das comemorações do centenário do nascimento de Stuart Carvalhais, em Vila Real, o Prémio Stuart – Regisconta é uma iniciativa (criada por Osvaldo Macedo de Sousa e Câmara Municipal de Vila Real, com o patrocínio da Regisconta) criada para «atribuir anualmente a um artistico plástico que, pela sua carreira, tenha contribuido, fomentado e dignificado a arte humorística, a arte da caricatura, da ilustração e do cartaz».
A acta do júri refere também. É com grande satisfação que atribuimos este Prémio a João Abel Manta, um artista plástico de mérito reconhecido internacionalmente. A sua carreira, apesar de neste momento estar afastada das artes gráficas, está no âmbito da atribuição deste Prémio, pelo valor da sua obra grafica desenvolvida dos anos cinquenta até inicio dos oitenta (que incorpora a ilustração, o cartaz, a caricatura), contribuindo, como raros artistas, para a evolução das artes em Portugal».
João Abel Manta é um artista que todos conhecem, mas ao mesmo tempo é uma obra desconhecida de muitos. Artista versátil, ele tem abordado todos os géneros plásticos com exito, pois é Arquitecto por formação académica; Pintor por opção estética; assim como Artista Gráfico, Gravador, criador de trabalhos decorativos para integraçaõ na arquitectura, Cenógrafo por obra realizada. É também de destacar o seu trabalho de «design» ligado ao livro e ao jornal, desenvolvido no âmbito tipográfgico e caligráfico.
A arquitectura e urbanismo tem sido a sua fonte de subsistência, enquanto a pintura é a aposta estética mais emprenhada do artista. Ele gostaria mesmo de ficar na história essencialmente como pintor, porém a genialidade do seu trabalho gráfico, tem ao longo dos anos asombrado o pintor. Ao poder criativo e técnico de qualidade excepcional, alia-se uma popularidade, que não existe na pintura, já que esta é quase desconhecida.
João Abel Manta, como todos sabem, é filho da pintora Maria Clementina Carneiro de Moura e do Pintor Abel Manta e nasceu a 29 de janeiro de 1928. As primeiras manifestações públicas do artista, estão relacionadas com o «neo-realismo», com as Exposições Gerais de Artes Plásticas da SNBA, como uma atitude estética de intervenção, a qual marcará toda a sua obra gráfica.
A partir dos anos cinquenta, o desenho ganhou força de ilustração impressa. Podendo-se descobrir esses trabalhos como ilustrador de Boccacio, Dante, Cervantes, D. Francisco Manuel de Melo, P. António Vieira, E. Waugh, Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, José Cardoso Pires… Também nesses anos cinquenta são publicados desenhos de humor seus no «Século Ilustrado». São os primeiro trabalhos, onde já se manifesta a versatilidade estilistica do artista, continuando no «Almanaque», «Seara Nova», «Eva», «Gazeta Musical e de todas as Artes»…
Influenciado pelo modernismo, em resquicios da segunda geração que ainda dominava a arte em Portugal, enriquecido pelo espirito renascentista / humanista da sua educação cultural, numa apreensão total das correntes estéticas seculares; descobrindo as novas filosofias do pensamento artístico, que procuravam a resolução da ruptura no pós-guerra; inserindo-se no pensamento oposicionista ao regime… esta é a caracterização de João Abel Manta.
Para cada trabalho há uma linguagem mais adequada, um grafismo que se coaduna com o conteudo e estilo literário da publicação, e ele sabe escolher. Por vezes, a esses elementos «pedidos» pela obra, aliam-se as experiências estéticas que o artista investiga no momento, fundindo-se elementos arcaicos, com abstracionismos, com a ironia, a colagem,fotomonatgem… o resultado é o mais variado, sem nunca cair no banal, no já visto e pleno de notáveis matizes neo-romanticos – renascentistas – barrocos – clássicos – modernistas – realistas – abstracionistas…
Nos anos sessenta, o desenho a par da criatividade como resposta à encomenda, às regras de impressão, passa a conviver com uma criatividade levada ao prazer extremo do exércicio técnico e estético, é o surgimento dos desenhos-pintura já com uma função independente da impressão.
É dentro deste grupo de trabaljos que surgem as obras como «O processo de Koch», «O Ornitoptero» ou as muitas outras colecções de desenhos temáticos, donde se destaca a série Shakespearianna – vastos envolvimentos cenográficos onde os actores são pequenos pormenores em contenção dramaturgica, uma filigrana de traços em erotismo, tragédia e ironia. O erotismo será mesmo uma constante subrepticia nos trabalhos desta época.
Destacam-se também as séries dos «Missionários», uma imagem simbólica dos portugueses «catequisadores» dos novos mundos; «Piazza», variações sobre a obra de Piero della Francesca; «Santo Ofício», cuja ideia era pegar em seis ou sete processos da inquisição, casos de bruxaria, e ilustra-los num misto de erotismo, magia e opressão. A maior parte desses trabalhos são desconhecidos do público.
A partir de 1969. J.A.M. desenvolve a faceta mais conhecida do grande público, a do «cartoonista». O comentário gráfico é então incisivo, satírico e essencialmente irónico, surgindo numa «primavera» marcelista em que a paisagem humorística era cinzenta, em que os «clássicos» ou os jovens se reduziam, se subjugavam à simples anedota, à subserviência politica do bebado, da sogra, do fado e da bola. Ele encarnar então a oposição inteligente que recusa o anedotico ou a sátira suicida de critica aberta, suscitadora de opressão e censura. A sua linguagem é irónica, jogando com o absurdo e o surrealismo da vida que se vivia, parodiando com os bastiões da nacionalidade teatral.
O seu jornal de oposição foi o «Diário de Lisboa», onde a par de comentário à politica internacional e critica social de cunho ousado, faz desde logo o ataque serrado aos símbolos que se impunham como monumentos de estupidificação nacional, ou à história deturpada pelo sonho, como elemento aleatório.
Em 1974 o artista anti-fascista em luta contra um regime, transforma-se no revolucionário defensor das conquistas aduiridas com o 25 de Abril, aderindo como niguém ao movimento, mantendo-se na actividade intervencionista de «cartoonista», «cartazista»… São célebres os seus cartazes, como simbolos do novo poder libertador, o MFA, assim como os cartoons que testemunham a vida escaldante dos primeiros anos do novo regime. Este testemunho ficou registado sob os títulos jornalisticos do «Diário de Notícias» e «O Jornal». Em 1978, o álbum «Caricaturas Portuguesas dos Anos de Salazar», com inéditos, encerram o ciclo de cartoonista deste artista e dão à caricatura portuguesa uma das obras primas mundiais do humor-sátira.
Em 1981, ao lado de José carlos Vasconcelos está envolvido na criação do JL – Jornal de artes e Letras», onde João Abel manta dará uma nova lição de genialidade gráfica ao desenhar as capas dos cinco primeiros numeros, assim como toda a ilustração necessária dos dez primeiros numeros. Após esse numero, a sua colaboração foi desaparecendo por dificuldade de manutenção do ritmo de trabalho, por a pintura se impor cada vez mais no espirito do artista. Deu-se então o afastamento das Artes Gráfias, para grande saudade dos seus admiradores, do público.
O Prémio Stuart – Regisconta foi uma homenagem a todo esse trabalho, que é um marco na historia das artes em portugal. A acompanhar esse galardão foi publicado um pequeno álbum com um texto de análise da vida do artista (escrito por Osvaldo Macedo de Sousa) e com reprodução de uma série de trabalhos pouco conhecidos ou inéditos. O álbum chama-se «Gráfica», numa edição do próprio «Prémio Stuart».