Saturday, June 04, 2011

O ANIMAL POLITICO ou ZOOMORFISMOS POLITICOS NA SÁTIRA PORTUGUESA

Por: Osvaldo Macedo de Sousa
“Pelo Natal de 99 (1899), no café Martinho, João Chagas,
uma noite falou-me interessado num jornal de crítica, um semanário.
Marcou-se encontro para o dia seguinte. Almoçamos juntos, e,
depois do almoço ficou assente convidar o Rafael Bordalo Pinheiro.
E lá fomos os dois ao Largo da Abegoaria, a casa de Rafael Bordalo Pinheiro,
que abraçou a ideia com entusiasmo. E assim nasceu “A Paródia”,
que começou a sua publicação em meados de Janeiro de 1900.
Rafael Bordalo e Chagas aventavam ideias para a primeira página do primeiro
número, que no parecer de João Chagas deveria ser de comentário politico.
Desabafei: - Politica!... a grande porca.
Rafael Bordalo exclamou radiante: - Ai está a primeira página: Política, a grande porca…”
“Outros tempos” por Cunha Dias
in Vida Mundial Ilustrada de 30/5/1946


Com essa grande Porca, a Politica, se inicia quase tudo, seja o séc. XX, seja o último jornal satírico de Raphael Bordallo Pinheiro. Foi assim, com uma série de zoomorfismos que este grande mestre do humor, do jornalismo nacional, iniciou a sua última etapa criativa que terminaria precisamente em 1905.
Raphael Bordallo Pinheiro nasceu em Lisboa a 21 de Março de 1846, a tempo de assistir ao nascimento oficial do humor gráfico na imprensa portuguesa, que aconteceu a 12 de Agosto de 1847. Até então tinha havido jornais de humor sem gravuras, folhas volantes de cunho satírico, lithografias que eram inseridas de tempos a tempos. Só a partir dessa data encontramos gravuras satíricas publicadas no corpo do jornal, com edição regular, e assinadas por artistas nacional, três elementos que nos leva a dar aquela como a data oficial do nascimento desta arte de irreverência jornalística e estética em Portugal.
A forma mais fácil de fazer a sátira é a Alegoria, a efabulação da vida, razão pela qual nós descobrimos na génese da sátira portuguesa todo um mundo de zoomorfismos. Estes são vários exemplos de Folhas Volantes da década de quarenta de oitocentos, anteriores à data do nascimento oficial do Humor de Imprensa. Aqui se podem ver Leões, Gatos, Macacos… Cavalos, Cães…
A 12 de Agosto de 1847 surge o Suplemento Burlesco de O Patriota, um jornal semanário que incluirá pela primeira vez a gravura satírica impressa no corpo do jornal, com edição regular, e assinada por artistas lithografos nacionais.
Como se vivia o fim da Ditadura do Cabralismo, e as guerras entre Absolutistas e Liberais ainda não estavam todas resolvidas, para além de todas as quezílias entre os vários bandos de caciques ditos Liberais, a sátira teve que se refugiar no anonimato, com pseudónimos como Maria, Afonso, Cecília… A maior parte deles pertenciam ao mesmo artista do qual não sabemos o nome, mas que ficou conhecido no meio como o “Pinta Monos” e que viria a morrer de tísica em 1851.
Para melhor enquadrar as figuras, estes artistas jogaram com o nome dos Cabrais, para caricaturar todos os políticos do cabralismo com patas de cabra, esse animal que devora tudo o que lhe aparece à frente. Uma alegoria muito eficaz para caracterizar uma facção de cabralismo e uma característica que será aproveitada por todo o animal político.
Raphael Bordallo Pinheiro, apesar de ter sido apontado como o pai da caricatura de imprensa em Portugal, não o pode ter sido já que se tinha vivido a pré-história, e já se fazia história quando ele iniciou a sua actividade. Contudo, se não foi o pai, foi o reformador desta arte, conduzindo-a para uma nova forma de ironia critica, uma nova de comentário irreverente da sociedade e da política.
Raphael nasceu envolto nesse mundo de lithografias, gravuras, humor, já que seu pai, Manuel Maria, e seus amigos Manuel Macedo e Nogueira da Silva farão a transição da primeira fase panfletária, em que a sátira reflectia as tempos agressivos de luta entre o resto das hostes absolutistas e as várias facções ditas liberais, mas ainda não habituadas a aceitarem o dialogo democrático, que ainda não sabiam viver em parlamentarismo.
Após os primeiros anos de sátira agressiva, escondidos por detrás de pseudónimos. Houve um momento de transição, onde os artistas atrás referidos tiveram grande importância, porque desviando-se da política, centrando-se na crítica social, foi valorizado o lado estético através do vanguardismo, então designado por Realismo.
A sua actividade jornalística inicia-se em 1869, com a criação de um cabeçalho, seguido em 1870 por uma Lithografia teatral, e umas farpas no “Calcanhar de Aquiles” da sociedade politica intelectual. Nesse mesmo ano surgirão finalmente os seus primeiros periódicos, “A Berlinda” e “O Binóculo”, tentando um fazer politica e outro critica de espectáculos, como se toda a vida não passasse de uma representação trágico-cómica, e não pudessem os dois tratar de tudo isso no mesmo espaço. São experiências com muitas dificuldades de sobrevivência, já que a sociedade ainda não estava preparada para este novo tido de abordagem crítica, tendo assim vidas efémeras. Mas o jovem Raphael não desiste de seus intentos, e para além de almanaques, e do álbum “Apontamentos sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasib pela Europa” (o primeiro álbum de banda desenhada portuguesa) em 1875, está de novo na praça com uma nova aventura gráfica, “A Lanterna Mágica”, essa sim, um grande marco na sátira jornalística portuguesa, o qual abrirá as portas a novas formas de ironizar a política.
Já não são tempos de crueza de Realismo, antes do Naturalismo, uma visão mais matizada por uma visão irónico-romantica A sua abordagem jornalística, envolta na beleza estética do Naturalismo, que Raphael cultivava como um vanguardistas das nossas artes, surge também como uma nova forma de estar na oposição politica. Ou seja, à sátira agressiva, desenvolvia-se a ironia parlamentar, e irreverência filosófica de ser “oposição aos governos, e oposição ás oposições”.
É nesta nova forma de filosofar pelo riso, neste novo tipo de meditação dos problemas da sociedade que ele irá “cozinhar” o anti-heroi que representará o povo português. Se outros povos (artistas) inventaram um ícone satírico que os glorificasse no esplendor das suas nações, Portugal acaba por criar um símbolo que reflecte o anti-poder. É o anti-heroi, o soberano que poderia ter o voto como arma de governar, mas que prefere não se assumir, delegando nos outros a condução da manada. Não é um povo, é um povinho, é o “Zé Povinho”, saloio, sem vontade de lutar, de mãos nos bolsos….
Foi em 1875 que Raphael criou este personagem, nas Páginas da Lanterna Mágica, e se ele poderia ter desaparecido, como muitos outros personagens que ele criou, ou que ter ficado como uma simples bengala “icónica” usada apenas pelo seu criador, a verdade é que desde logo se impôs na realidade nacional, se assumiu como ícone nacional, ao ser copiado de imediato por outros artistas, ou ser usado como título de periódicos (o primeiro logo em 1880). Deixou de ser um “boneco” irónico para ser um ícone, um símbolo, e depois um Logótipo nacional ainda hoje usado pelos nossos artistas.
A política nacional cresceu com a sátira, aprendendo os políticos a aceitarem as glórias de viverem na imprensa, para o bem e para o mal. Raphael foi uma figura tão importante neste “rotativismo” parlamentar, como um Fontes, um Hintz, um Braancamp… Não zurzia das bancadas de S. Bento, mas as bancadas onde os “barrigas” se tentavam governar.
Como todo o interveniente político, houve momentos de glória, e outros de cinzentismo, e decadência, e com os tempos Raphael foi-se cansando desse mundo pantanoso, refugiando-se na sua actividade criativa de ceramista, de decorador, deixando na mão de seu filho Manuel Gustavo as partes que já não lhe apetecia fazer. A segunda série do António Maria é quase totalmente dominada pela mão de Manuel Gustavo, e após de 19 anos de presença semanal continua nas bancas de jornais, em 1898 a família Bordallo Pinheiro deixa de editar jornais. Pelo meio ficaram títulos como “António Maria” (com duas séries–1879-1885, 1891-1898), e “Pontos nos ii” (1885-1891).
Quando se pensavam que estavam reformados, já que os meses se passavam, os anos se passavam, Raphael em 1900 não resistiu ao desafio de João Chagas, e regressa cheio de energia com um novo projecto, “A Paródia”. Contudo, após os primeiros entusiasmos, veremos que de numero para numero veremos Raphael esmorecer, deixando-se ser substituído aos poucos pelo filho, e pela primeira vez, dar espaço a novos colaboradores, abrindo assim portas ao futuro de novos artistas. Raphael está a transmitir seu testemunho com este ultimo jornal, que preencherá os seus últimos anos de vida.
A importância desta “Paródia”, para além das excepcionais sátiras publicadas, para além do novo alento gráfico estético com experimentalísmos neo-goticos, neo-cllássicos, de arte nova… é o “Testamento” que Raphael nos vai deixar, como síntese filosófica de uma longa carreira de observação da política.
O seu primeiro grande jornal, “A Lanterna Mágica” foi marcada pela criação genial desse ícone nacional – Zé Povinho, e o seu ultimo jornal acabará por ser marcado por uma série de ícones, os zoomorfismos políticos.
Infelizmente, após o entusiasmo inicial, Raphael esmoreceu na sua actividade gráfica em “A Paródia”, e apenas os 3 primeiro zoomorfismos foram desenhados por ele, entregando essa tarefa a seu filho, mas certamente sob sua orientação, regressando apenas para encerrar o ciclo, desenhando o nono e última síntese iconográfica da política. Se a Porca da Politica acabou como ao metáfora mais célebre, não menos importantes são os outros. Analizando toda a obra de raphael, vemos que não foi apenas em “A Paródia” que este artista usou alegorias zoológicas, contudo é notória a proliferação deste recurso iconográfico nesta ultima fase da sua obra, dando-nos assim razão para pensarmos que “A Paródia” o fez meditar, filosofar sobre o que se passa sinteticamente na politica, e como resultado explorar esse lado animal da política.
Eles resumem uma visão satírica marcada pela experiência de três décadas de actividade crítica. Com estes ícones sintéticos da politica, Raphael deixou-nos o seu Testamento em maldição de como é a animalidade politica, quais os animais que nos governam: Mudam os interpretes, os cenários, as ideologias reinantes, mas tudo se resume a uma Porca que todos desejam mamar, a um cão esfaimado nas finanças, uma galinha choca económica, uma burra que não aprende, ao papagaios do parlamento que só se repetem… Estamos entregues aos bichos
Raphael Bordallo Pinheiro viria a morrer em 1905, o que faz com que neste ano se comemorem 100 anos da sua morte. Uma das formas de celebrar este génio das artes, do jornalismo, da irreverência é recordar a sua obra, recordar o seu legado.
Partindo pois destas metáforas animais desenhadas em “Paródia”, vamos fazer uma viagem pela sátira portuguesa destes últimos 150 anos e procurar até que ponto o animal politico foi utilizado como alegoria para a critica jornalística da nossa politica. Tudo começa pela mãe de todas as virtudes da governação, porque é por ai que a porca torce o rabo – A Política.
Mas nem só de Bordallo vive a sátira Zoopolitica, já que o próprio nascimento da caricatura de imprensa em Portugal se inicia com a alegoria das Cabras, já que vivíamos em tempo dos Cabrais. E Hoje, quem são os animais políticos?

A Porca da Politica e outros Zoomorfismos caricaturais

por Osvaldo Macedo de Sousa
A PORCA (da Política) – Este animal, por natureza não é nem sujo nem limpo, vive onde pode. Há inclusive indivíduos que tem porcos como animais de estimação, vivendo dentro de casa, mas o normal é que eles vivam em pocilgas, em charcos lamacentos, em chiqueiros. Devido a esse mundo de lavagem, de lama foi considerado por alguns povos como carne impura, imprópria para consumo. A impureza, a sujidade é também designada como porcaria, e dai vai um passo para ligar porcaria a porco. A vida, na mão dos homens também não é uma limpeza de alma, razão pela qual ser comum o desabafo de “Porca da vida”, “porca miséria”… Foi esse desabafo “A Política… a grande Porca” que nasceu inocentemente esse novo marco da iconografia satírica.
A Política é a Porca ou o Chiqueiro onde todos chafurdam? Uma dúvida que Raphael ironiza, nessa ambiguidade gráfica. Contudo todos os políticos, os partidos vivem das tetas da Grande Porca.
Curiosamente, apesar de se manter na gíria popular, e explorada no Teatro de Revista, a Porca não foi muito utilizada na iconografia satírica. Há um ou outro exemplo, assim como há utilizações diversas, pelo próprio Raphael, como em 1898, no “António Maria” onde faz a comparação entre “O Porco e o Paiz – O Porco aproveita-se post-mortem, e o paiz enquanto vivo”, desenhando o esquartejamento do porco e do “velho” país.
O CARNEIRO – Apesar de não ser um dos Zoomorfismos da série de “A Paródia”, podem reparar no desenho de 5/9/1900, em que Raphael o mistura com o Porco. É que o Carneiro foi um dos símbolos iconográficos mais usados durante a monarquia.
Este ícone satírico surge do hábito dos partidos procurarem cativar os votantes, oferecendo o almoço a seus correligionários no dia de eleições, o qual era composto por Carneiro com batatas e muito vinho. Assim carneiro passou a significar eleições, compra de votos…
O CÃO (As Finanças) – Um animal que no imaginário popular surge como dócil, companheiro fiel, o guarda da casa, mas que na iconografia satírica surge como selvagem perigoso.
Na série de fábulas do Esopo, o Cão é o terceiro animal mais usado, depois da raposa e do Leão, animais que curiosamente quase não são usados na sátira gráfica, apesar de serem estes os animais que possuem as características que Maquiavel idealiza para o animal político.
Em psiquiatria o Cão representa o pecado, a vergonha, a desonra. No desenho de Imprensa ocupa o lugar do Lobo das Fábulas, simbolizando os políticos que devoram a carne do país, seja como símbolo do Tesouro, das Finanças, como dos outros países que nos querem roubar nossas riquezas.
A GALINHA (Economia) – Um animal que no imaginário popular é estúpida, e que aqui surge como a galinha choca que vai fazer nascer algo dos ovos. O quê? Os galos que depois vão lutar pelo poleiro ? A Luta por quem canta mais alto é mais dos galos, e eles tem aparecido mais vezes na sátira gráfica, nessa luta de alternância, de rotativismo político.
Mas outros aves de capoeira tem aparecido neste zoo-politicismo, seja os Pavões (sabe-se lá porquê), os perus que se sacrificam no Natal…
O PAPAGAIO (Rethorica Parlamentar) – Para a sátira oitocentista o Parlamento era mais uma sala de tubérculos, do que um zoo, já que o símbolo mais vingente dos deputados era a sua Barriga, e o Parlamento o Solar dos Barrigas, mas devido ao “falaram, falarem e ninguém os ver a fazer nada” deu com que longe a longe também fossem iconografados como Papagaios que se repetem uns aos outros, sem grandes novidades na sua retórica.
CARANGUEJO (O Progresso nacional) – Após o entusiasmo inicial, Raphael vai entregando ao seu filho o grosso da produção, tal como já tinha feito nos anteriores jornais. Assim se inicia uma série de 4 zoomorfismos desenhados por Manuel Gustavo.
O Caranguejo simboliza na gíria comum o andar para traz, ou seja os humoristas portugueses nunca acreditaram na evolução, no progresso do nosso país à mão dos seus políticos, apesar de pouca vezes terem usado este animal para iconografar esse sentimento.
RATA (A Burocracia) – Outro zoo-politico que raramente foi utilizado. Vemos ratos como o Zé a ser caçado na ratoeira eleitoral, e um ou outro roedor das instâncias nacionais, mas de índole mais miniscula, como veremos mais adiante. Em contrapartida, o inimigo natural da Rata, o gato aparece mais vezes, seja assanhados entre eles, seja como caçador de outras liberdades… E claro que há sempre o lugar comum de Janeiro, mês de andar ás gatas…
Kagado (Beneficência) – O único zomorfismo de sátira personalizada (neste caso no Presidente da Câmara de Lisboa), e ícone que nunca mais aparece.
OS INSECTOS – Não aparecem nesta série da Paródia, mas foram os animais mais usados por raphael ao longo da sua carreira satírica. Eles são os verdadeiros roedores, ditos burocratas, são os parasitas que se infiltram na orgânica governativa, são eles que minam o regime. Tomaram vários aspectos, desde o famoso GAFANHOTO, ao mais importante PHILOXERA, passando pelas MELGAS, PIOLHOS, até à FORMIGA (a branca, que na gíria republicana significaria policia política)…
A GRANDE BURRA (A Instrução Pública) – Uma das maiores injustiças do mundo da fábulas, essa de chamarem “burro” ao Burro, em oposição ao cavalo, o equídeo nobre, superior… Mas na verdade quem lida com os Burros, sabe perfeitamente que existe muita esperteza, e mesmo inteligência naquele animal, trabalhador, e prestável ao homem. Por tudo isso o seu papel neste mundo iconográfico é muito conturbado, tanto aparecendo de forma pejorativa, como de elogio. Nas folhas volantes da década de quarenta de oitocentos, é um animal que muito ajudou nas sátiras alegóricas, simbolizando por vezes os absolutistas como incapazes de compreenderem que o país estava noutra via de evolução, ou simbolizando como o veículo de transporte das revoluções, como da Maria da Fonte… Em 1875, Raphael apresenta-nos Portugal como um animal cavalgado pelo Fontes. Não temos a certeza se é um burro, ou uma vaca, mas com o nascimento do nosso alter-ego, o Zé Povinho, o Burro vai estar sempre presente, mais não seja em espírito, porque o Zé será aparelhado com as devidas alfaias burrentas, essencialmente com muita albarda, e muito trabalho, sem poder tomar os freios nos dentes e revoltar-se… Por vezes surge o cavalo, normalmente no seu serviço nobre de alta escola política, mas também por vezes como um sorvedouro de empréstimos para suporte da vida supérflua doa altos signatários do país.
A Albarda será o mais pesado ícone das alfaias zoomórficas, porque subsistirá mesmo depois das máquinas terem tomado o lugar dos animais no transporte das mercadorias e das pessoas… E quando não á albarda, há sempre alguém para nos tosquiar o lombo.
TOUPEIRA (Reacção) – Outro roedor, que anda pelas subterrâneos da politica. Foi o regresso de Raphael à série zoo-politica. Já se tinham passado mais de ano e meio desde o início do jornal, e apenas se concretizaram nove animais, dispersos e sem a continuidade inicial. Seria o desalento que tomou o artista, seria o saber que no fundo os “Cães ladram mas a caravana passa” sempre, indiferente ás criticas, ás filosofias irreverentes…
A reacção ao longo dos tempos teve várias formas de aparecer, e apesar de a toupeira ser a mais bem fundamentada, a maioria dos humoristas preferiram apresenta-la como o morcego vampiro, ou o abutre.
O OCEANO DA POLITICA – Muitos outros animais ficaram por estudar, mas não podemos deixar em branco o Peixe Miúdo, aquele é que é devorado pelos grandes Tubarões da Politica, da Governação económica… De todos os peixes, por ser desde longa data considerado como o Fiel Amigo, o Bacalhau dará mais vezes o corpo (ou a espinha) à inspiração satírica.

Eleições - A Ratoeira Politica - O Eterno Portugal Caricatural





:) Smiling Europe - A Europa em Cartoon a partir de 7 de Junho no Insituto Politecnico de Portalegre

Exposição de cartoons que o Parlamento Europeu reuniu em álbum, com o apoio da Humorgrafe (Osvaldo Macedo de Sousa) em 2007 para comemorar os Cinquenta anos dos Tratados de Roma, e que agora são apresentados em exposição numa organização do Europ Direct do Alto Alentejo.

Este o texto do catálogo (de 2007):
Smiling Europa - A EUROPA E A SÁTIRA


Por: Osvaldo Macedo de Sousa
Diz a lenda que a “Europa” foi raptada, violada… mas não por nenhum sátiro ou sátira. Foi-o pelo senhor todo-poderoso, o Poder travestido em Touro, a imagem da força e da brutalidade viril. O poder sempre teve dificuldade em não se desviar dos caminhos da persuasão, e muitas vezes caiu na tentação de se impor pela via mais curta.
O exercício do poder pode ser encarado como um acto de gestão, de patronato, militar… mas, de todos, o que melhor lhe veste a pele é a política, a arte suprema de governo da polis. Utopicamente, tal poder deveria ser entregue aos mais sábios e competentes, uma actividade exercida democraticamente pelos “melhores” entre os melhores. Sabe-se que infelizmente isso não aconteceu e que, ao longo dos séculos, o enorme fascínio pelo poder convocou, à luta pela sua posse, mesmo quem não possuía as aptidões ideais.
Não sabemos quando surgiu a primeira gargalhada satírica no Homem, mas de certeza que foi perante o acto ridículo de algum mau chefe. No registo histórico temos testemunhos de que o seu nascimento é contemporâneo ao das primeiras civilizações, como nos hieróglifos satíricos que demonstram um pensamento irreverente na civilização do Antigo Egipto. No âmbito gráfico, de referir as cerâmicas gregas e etruscas… Assim, mal nasceu o político, surgiu o primeiro crítico, como contraponto.
Porque o governante necessita de ter os pés na terra…. As Comédias, as “Falofórias”, as festas Dionisíacas, as “Saturnais”, os “Carnavais"… são a expressão pública desse contrapoder, a consciência junto à frequente inconsciência do poder. Não sabemos qual o seu nome no Antigo Egipto, mas ele já lá andava na corte. O Rei Salomão tinha um Marcoulf para zelar pela sua saúde mental através do riso. O grande conquistador Tarmelão não prescindia da companhia de Khoja (também conhecido por Nasr-Es-Din ou Si-Djoha). Os Gregos transformaram-nos em mimos, personagens da dramaturgia… O Truão, o Bufão, o Bobo, são designações que perduraram na civilização da Europa Ocidental.
O Bobo ou o contra-político é o Sr. Sátira, o irreverente que serve de consciência ao Sr. Político através do riso, uma expressão de comunicação que é exclusiva do ser humano. O riso é a mais poderosa estrutura imunológica do corpo humano, um antibiótico de largo espectro poucas vezes devidamente explorado. Em breves palavras, ele é o mais potente exercício aeróbio, que exercita dezenas de músculos faciais, peitorais… promove o exercício cardiovascular, activa a oxigenação pulmonar e cerebral, faz despoletar uma série de endorfinas e outros químicos que desenvolvem o sistema imunológico e combatem o stress, a depressão, o pessimismo. O riso é uma arma poderosa, razão pela qual os senhores do poder sempre a temeram.
Se há um riso salutar, saudável… encontramos também o uso maléfico do cómico, transformado em chacota, grotesco. Para separar as águas, é comum dividir a comicidade como proveniente do baixo-ventre (escatológico, grosseiro, vingativo), do alto-ventre (com coração, inteligência, sentido filosófico). A fronteira entre eles é diáfana, razão pela qual a irreverência desliza por vezes para a má educação e esta ultima, em algumas circunstâncias, indevidamente defendida como irreverência.
O humor é a comicidade encarada como o riso democrático, filosófico e inteligente. O verdadeiro humor deve ser um ECO da sociedade (Elegante, Conveniente e Oportuno). Deve o humorista rir COM o seu objecto, não torná-lo numa vítima ao rir-se DELE. Mas este também deve ter a inteligência de aceitar a crítica, de saber rir-se com o humorista e, fundamentalmente, consigo próprio.
Dentro do Humor há várias formas de usar a irreverência cómica, ou seja, a visão anedótica, irónica ou satírica. Na sátira a crítica é directa, a irreverência mais acutilante, numa crítica que não se deixa subjugar à censura do politicamente correcto. Por essa razão, a sátira é o género que se identifica com a verdadeira crítica politico-humorística.
Há testemunhos de críticas políticas desde o Antigo Egipto, mas a sátira política, tal como a encaramos na contemporaneidade, nasceu na Europa, na Alemanha de 1500. A primeira guerra satírica terá sido a luta entre o Vaticano e a Reforma Luterana. O desenvolvimento da gravura, que não está desligado da revolução da tipografia, foi um forte aliado para a exploração desta arma de opinião e panfletária, propícia a uma época dominada pelo analfabetismo das massas. Foi um século de transição entre as pranchas noticiosas grotescas, para a imagética da crítica ideológica.
Com o século XVII, os italianos Anníbal e Augustin Carrache desenvolvem o jogo dos exageros (caricare) faciais, criando a arte da caricatura. A junção da sátira sócio-política à caricatura deu-se com o fim do absolutismo, com o desenvolvimento do indivíduo político.
A Revolução Francesa foi a segunda guerra da sátira política, em que tanto os franceses como os ingleses exploraram à exaustão esta arma panfletária. O liberalismo deu nova alma ao animal político, do qual, como contra-poder, nasceu uma nova profissão, a do caricaturista político, do sátiro político.
A Europa da idade contemporânea cresceu, amadureceu com o desenvolvimento da imprensa, com a sátira gráfica e, desde aí, toda a sua história está registada nas páginas dos jornais. Durante o séc. XIX houve uma sã confrontação entre políticos e jornalismo satírico. Este último esteve na vanguarda, não só do comentário político, como de uma parte da revolução tecnológica e, fundamentalmente, da ruptura do pensamento estético. Na viragem do século, o lado plástico quase se sobrepôs ao político, liderando o modernismo até à implantação do abstraccionismo numa filosofia de maior crítica social que política. Com a abstracção, o humor gráfico perdeu o seu papel de vanguarda, embora o tenha mantido na luta ideológica e, de certo modo, política.
Durante o séc. XX, a Europa exportou a sátira gráfico-política para outros continentes (para os EUA já o tinha feito durante o séc. XIX) e outras culturas. Durante este século a sátira teve momentos pungentes e gloriosos, e momentos de quebranto, subjugada por ditaduras ou pela passividade social. Lutou contra duas guerras mundiais, e contra uma miríade de guerras regionais, locais, individuais… Sobretudo, deixou o seu registo, uma crónica histórica. Viajar pelos desenhos satíricos ao longo dos anos é viver o dia a dia do riso de uma sociedade, de uma comunidade, com as suas preocupações, os seus temores e as suas vitórias.
Com o séc. XX, a sátira foi-se desvanecendo em ironia, já que os caricaturistas deixaram de ser editores dos seus próprios jornais. Ao assalariarem-se na grande imprensa, tiveram de se submeter às directivas das linhas editoriais, dos interesses próprios dos proprietários da comunicação social. O “Politicamente Correcto”, a forma mais discreta de controlo da mensagem, foi-se impondo como pensamento dominante. A sátira política transmutou-se em ilustração (por vezes) irreverente.
O humor, como crítica satírica ou crónica sorridente, nunca foi um acto de ruptura política. Nunca um governante foi derrubado por um humorista, mas muitos humoristas foram presos, torturados ou mortos por ordem de políticos, ditadores e déspotas dos inúmeros totalitarismos da História. A sátira não destrói, apenas desnuda, alerta, reclama e incomoda as más consciências. O desenhador satírico é o grilo falante da alegoria do Pinóquio, é a consciência que nos faz rir das nossas desgraças.
É um grito em gargalhada de esperança, uma mentira que contamos a nos próprios. É bom continuar a acreditar que podemos rir do poder, que podemos desmascarar com um sorriso as corrupções, as injustiças… Uma mentirita que só nos faz ser mais optimistas.
A Comunidade Europeia, como organização vital na estrutura politica da Europa, é naturalmente alvo dos desenhos satíricos de todos os países europeus, e até de outros continentes. Poder-se-ia inclusivamente fazer a sua génese, evolução e história através dos comentários dos diferentes cartoonistas, um trabalho meticuloso e longo que poderia ser interessante. Contudo não foi esse o objectivo desta iniciativa do Gabinete em Portugal do Parlamento Europeu. Não foi uma investigação exaustiva, antes um convite aos cartoonistas europeus - e de países terceiros - para enviarem trabalhos seus sobre a União Europeia. É apenas uma meditação, uma introspecção, uma paragem momentânea para reflectir como é que a sociedade vê esta Organização, na altura em que ela comemora os 50 Anos dos seus Tratados fundadores. É um convite para nos rirmos todos, em harmonia irreverente, uns COM os outros (os 27), e meditar sobre o futuro com optimismo crítico.
Nesta colectânea há hiatos, mas também há muita informação. Podemos sentir o que mais preocupa os Europeus, saber como vêem esse poder central, longínquo, mas que influencia as suas vidas. Talvez o factor dominante seja a União Europeia vista como um senhor poderoso cheio de dinheiro que os pode favorecer com um bom quinhão. Também alguma desilusão, porque ela não é a galinha de ovos de ouro, mas uma aliança político-económica entre países. Outra das críticas é precisamente a desunião de facto desse conjunto de países, aparentemente unidos.
Este álbum é um simples pulsar de pensamentos diferenciados de Europeus, mas os políticos podem daqui tirar conclusões. Eu desafiaria mesmo os parlamentos de todos os Estados-membros a estabelecerem um arquivo dos desenhos satíricos publicados no seu país, e convidaria o Parlamento Europeu a gerar e gerir um arquivo com os desenhos satíricos publicados na Europa.
Estou convencido de que o sorriso nos lábios é um bom bálsamo para o "stress", e uma injecção de endorfinas para uma democracia mais participativa.

Friday, June 03, 2011

20th INTERNATIONAL BIENNIAL OF HUMOUR AND SATIRE IN THE ARTS - 2011 - ONE-ARTIST SHOW of AGIM SULAJ (Italy) - WINNER of the GOLDEN AESOP GRAND PRIX for 2009

Reproductions of drawings and paintings
/21 May - 30 September, 2011, Room 3/
Every winner of the Golden Aesop Grand Prix - the highest and most prestigious prize awarded at the International Biennial in Gabrovo - is entitled to a solo show at the next Biennial edition. Hence, Albania-born, but living and working in Italy artist AGIM SULAJ is showing 12 reproductions of his drawings and paintings.
Sulaj's collection reveals his keen interest in the social and political issues of united Europe. Most prominent is the subject matter of immigration impelled by the physical survival of the people. Agim Sulaj paints a psychological portrait of poverty; he renders the emigrant's fate and homesickness for the motherland with the anguish and empathy of a personal experience. The artist depicts a gallery of typical images from various layers of society, offering a masterful illustration of their relations by the means of caricature and intense sarcasm.
Agim Sulaj is a world-famed artist; still, drawing and painting for him keep being fun and joy that make time pass by imperceptibly.

"Español con Humor", en Lisboa‏ no Instituto Cervantes a partir de 2 de Junho


Thursday, June 02, 2011

DE BRASIL, LUIZ CARLOS FERNANDES Una entrevista de Francisco Puñal Suárez

Luiz Carlos Fernandes nasceu na cidade de Avaré- S. Paulo, em 05 de outubro de 1959.
Mora atualmente em Santo André- SP e trabalha no jornal Diário do grande ABC. Publicou pela primeira vez em 1979, no jornal “O estábulo”, em Avaré.
Começou a participar de salões em 2001. Ilustrou vários livros infantis, entre eles a turma de Gersão ( Gerson de Abreu) e a coleção do Castelo Rá Tim Bum editado pela Editora Cia das Letrinhas.
Em 2008 foi jurado do International Nasreddin Hodja Cartoon Contest em Istambul na Turquia

¿Por qué te gusta hacer caricaturas?
Toda criança gosta de desenhar, algumas não param até na idade adulta, que é o meu caso. No colégio eu gostava de desenhar os colegas e professores, lembro de uma professora que tinha um rosto muito caricato e eu me divertia fazendo a caricatura dela, alguns gostavam outros nem tanto.

Chico Buarque
¿Cómo te iniciaste en este arte?
Ainda na adolescência, na década de 70 em Avaré, minha cidade natal, eu trabalhava em uma banca de jornais, tinha acesso fácil à várias publicações( história em quadrinhos, jornais, revistas e livros...)o Brasil vivia um período conturbado de ditadura de governo militar, tudo era proibido e os artistas se manifestavam através das charges, caricaturas, música, teatro e cinema de forma criativa atacando o regime, muitas vezes sem o sensor perceber...Lia os jornais e me encantava com as charges e caricaturas publicadas no Pasquim, principal jornal de caricatura contra o regime militar.
Publiquei pela primeira vez em 1979, em um jornal da minha cidade.
José Saramago

¿Qué estudios has realizado?
Nesse mesmo período fiz um curso por correspondência, pois morava no interior e só em 1982 mudei para a capital do estado e estudei na escola Panamericana de artes em São Paulo, mas não finalizei o curso parei no segundo ano, já trabalhava em um jornal para sobreviver na capital.
¿Cómo es un dia de trabajo para ti?
Na parte da manhã trabalho na minha empresa de ilustrações(Boitatá ilustrações), com o cartunista Gilmar, meu sócio. No periodo da tarde e noite, trabalho no jornal Diário do Grande ABC, faço charges diárias e ilustrações, além de ilustrar o suplemento infantil.
J.L.Borges

¿Qué aspectos de la realidad te gustan dibujar?
Gosto muito de política e esportes.
¿Por qué es importante el humor y la sátira en la sociedad?
Além de ilustrar a página, tornando-a mais atraente, também leva o leitor a reflexão do assunto em pauta.
Se dice que la caricatura fisonómica o personal es el género más difícil, porque ¿Cómo captar el "alma" del personaje?
Sim! É importante captar a alma do personagem de forma geral, inclusive a expressão corporal, mãos e pés.
Gosto muito de desenhar pessoas idosas que carregam traços com rugas de expressões marcadas pelo tempo, como na caricatura do Saramago e Borges.
Oscar Niemeyer

¿Cómo "captas" la expresión del caricaturizado? ¿En qué aspectos del rostro te fijas más?
Procuro captar a espressão geral do rosto, me chamam muito a atenção os olhos e a boca.

Roberto Carlos
¿Cómo usas la linea y el color en tus dibujos?
Estudo bem o esboço antes de finalizar o trabalho penso que as linhas precisam estar harmoniosas, equilibrando os traços. Acho que quando você faz um desenho, precisa ficar feliz com ele e não sofrer com o trabalho, precisa fazer com alegria, pois quem apreciar a arte também irá gostar do que está vendo. Costumo dizer que finalizar um desenho mal estudado é como pintar uma casa mal planejada, no final ela continuará desestruturada mesmo com todo o acabamento de pisos, azulejos e cores.
Talvez por eu ser daltônico, reforço bem as cores, explorando o contraste, uso Lápis de cor de boa qualidade que resiste o impacto com o papel que também precisa ser resistente. A qualidade do material é muito importante para um resultado satisfatório.
¿La prensa brasileña valora adecuadamente el humor gráfico? ¿Tiene la caricatura, el espacio que le corresponde en la prensa brasileña?
Acho que poucos jornais no Brasil usam bem o recurso gráfico que na minha opinião sempre valoriza a página do jornal ou revista, poucos editores e diagramadores sabem explorar a caricatura em uma página, com o objetivo de deixá-la mais atrativa. A grande maioria usa a ilustração como um simples acessório ao texto.

Maradona
¿Has tenido la oportunidad de exponer o mostrar tu obra en otros países?
Já tive algumas experiência fora do Brasil, geralmente com outros colegas brasileiros em exposições coletivas. Uma experiência interessante foi compor o juri internacional em Istambul na Turquia ( 28 International Nasreddin Hodja Cartoon Contest ).

Wednesday, June 01, 2011

BOSTOONS themag! No. 21 (International Humor/Humor Internacional)

Humor Internacional, en serio International Humor, seriously

Año I, No. 21, 30 mayo 2011
¡Hola fans! Hello fans!
Aquí está el No. 21 de BOSTOONS themag!, un semanario humorístico lleno de sorpresas. ¡Que lo disfruten! Hagan click en este enlace:
http://bostoonsmag.com/

BOSTOONS themag! es miembro de la FICWS (Federación Internacional de Sitios Web de Caricaturas) y también aparece en prestigiosos sitios como All Latino, La Hot Line de Kemchs y Noticias de Cartoon Colombia, entre otros.
Si les gusta, pásenselo a sus amistades Y si no, mándenselo a sus enemigos, pa que se fastidien.
If you like it, forward it to your friends. And if you don't, pass it on to your enemies, just to bug them.

Les deseamos una semana muy feliz.
We wish you a very happy week.
El equipo del Mag

Tuesday, May 31, 2011

Centurião Socrates... por Luis Veloso

http://intertoon.blogs.sapo.pt/

Portugal Socratico por Bruno Taveira

http://www.brutoon.blogspot.com/

Afinal estamos num filme da Disney... por Antero

http://antero.wordpress.com/

Luis... por Alvaro

http://revistamodafoca.blogspot.com/2011/05/luis.html

Monday, May 30, 2011

Capa de Dynamita por Gogue


Artefacto nº 42 de Omar Zevallos

Una nueva edición y esta vez con más y mejor material para los miles de lectores en todo el mundo. En este número tenemos una entrevista exclusiva con el caricaturista mexicano Víctor Velez "Chubasco" que nos habla de su trabajo y de su filosofía de vida; también una extraordinario portafolio del genialilustrador Denis Zilber y un sentido homenaje a Carlos Trillo que murió hace unas semanas.
Ya saben que pueden descargar la revista gratuitamente desde aquí: http://artefacto.deartistas.com/
http://omarzevallos.blogspot.com/

Humour de René Bouschet


 





Sunday, May 29, 2011

BOSTOONS themag! No. 20

Humor Internacional, en serio International Humor, seriously
Año I, No. 20, 23 mayo 2011



¡Hola fans!
Hello fans!
Aquí está el No. 20 de BOSTOONS themag!, siempre lleno de sorpresas. ¡Que lo disfruten!
Here is BOSTOONS themag! No. 20, always full of suprises. Enjoy!
Hagan click en el link de abajo:
Please click on the link below:
http://bostoonsmag.com/



Si les gusta, pásenselo a sus amistades. Y si no, mándenselo a sus enemigos, pa que se fastidien.
If you like it, forward it to your friends. And if you don't, pass it on to your enemies, just to bug them.
Les deseamos una semana muy feliz.
We wish you a very happy week.
El equipo del Mag
The Mag team


“O Lince Ibérico: a sua história em Portugal" álbum de José Garcês e Bruno Pinto lançado em Moura a 3 de Junho

"O lince-ibérico existe apenas na Península Ibérica. Corre perigo de extinção e, por isso, é nossa responsabilidade não deixá-lo desaparecer... Mas o que é que aconteceu para chegarmos a esta situação? Vejamos então um pouco da história do lince..."

E o Alentejo continua a dar cartas na Banda Desenhada!...
Depois do salão Moura BD e da inauguração do Festival de Beja, eis que Moura se prepara para o lançamento oficial do álbum “O Lince Ibérico: a sua história em Portugal” (com desenhos de José Garcês e texto do biólogo Bruno Pinto), no próximo dia 3 de Junho (sexta-feira), pelas 15:30 h.
Do programa faz parte, também, a inauguração de uma exposição com a capa e todas as pranchas que constituem o álbum e uma sessão de autógrafos com os autores.
A exposição e o lançamento do álbum chegaram a estar programados para o Moura BD mas, por acordo entre as entidades intervenientes no projecto, acabaram por ser adiados para a data agora anunciada.
A edição do álbum é da Liga para a Proteção da Natureza (Projecto Life Habitat Lince Abutre).

PROGRAMA:
Dia 3 de Junho (sexta-feira):
Às 15:30 h, na Adega da Mantana – apresentação pública do álbum “O Lince Ibérico: a sua história em Portugal
Às 16:15 h, no Espaço Inovinter – inauguração da exposição e sessão de autógrafos com os autores (José Garcês e Bruno Pinto)
A exposição decorrerá até 12 de Junho, entre as 09:30 e as 12:30h e as 14:00 e as 17:30 h

CARICATURISTAS PARTICIPAN EN LA FERIA DEL LIBRO DE BOGOTÁ, COLOMBIA por Arles Herrera

Entrevista de Arles Herrera (Calarcá) a Gelman Salazar, director de la Escuela Nacional de Caricatura de Bogotá, Colombia, , con motivo de la recientemente efectuada 24 edición de la Feria del Libro, donde jóvenes caricaturistas de las Escuelas de Bogotá y Medellín, tuvieron una activa participación.
La asistencia del público al Pabellón de la Caricatura, la Historieta, el Retrato y la Ilustraciòn, fue extraordinaria, y el ambiente era mágico para los centenares de personas que miraban con asombro cómo iba apareciendo la imagen de un modelo que quería verse caricaturizado. Los artistas de este género eran los estudiantes graduados de la Escuela Nacional de Caricatura que funciona en Bogotá, y otros, de la Escuela de Caricatura de Medellín. Un total 35 caricaturistas rayaban el papel para deleite del público que hacia fila para conseguir su dibujo. Hubo exposiciones, caricaturas en alambre, otras modeladas en plastilina, siluetas en papel... La Escuela de Caricatura de Bogotá comenzó a participar en la Feria del Libro, desde su primera edición. Hoy en día es uno de los actos culturales que más despierta la atención del pueblo.
¿Qué avances hubo en la presentación de la caricatura y la historieta en la Feria del Libro?
Los avances este año en el Pabellón del Diseño Gráfico y la Caricatura se dan fundamentalmente a partir de la gestión que realizó la Escuela Nacional de Caricatura para vincular a las principales facultades y escuelas Diseño Gráfico de Bogotá por medio de exposiciones y una programación de conferencias. Por parte de la Cámara del Libro y de Corferias se insistió en una fórmula que en nuestro parecer ha entrado en crisis: altas tarifas para la participación de los expositores sin hacer mayor consideración de que se trata de instituciones y colectivos de carácter eminentemente cultural y por eso su aporte fundamental es de este tipo. La Feria del Libro de Bogotá al ser un evento privado, está diseñado para generar ganancias a los grandes inversionistas de la industria editorial y no para favorecer el desarrollo de proyectos culturales. Por eso a pesar de que hubo más visitantes y más movimiento a la hora de los balances la situación no es tan favorable.
¿Cuáles fueron las inquietudes y conclusiones en las cinco conferencias relacionadas con la caricatura y la historieta?
La conclusión fundamental es que la academia puede aportar elementos sustantivos para la reestructuración del Pabellón afianzando su carácter cultural y haciendo del mismo un escenario para el impulso también del Diseño Gráfico además de la caricatura, las historietas, el humor gráfico y la ilustración. La academia a su vez gana cuando socializa los resultados de las investigaciones y los procesos creativos que tienen lugar en las aulas. Por ejemplo los maestros Juan de La Rosa, director de la Escuela de Diseño de la UN y Carlos Riaño de esa misma universidad presentaron una metodología para producir cartel social por medio de talleres que tuvieron lugar en varias ciudades latinoamericanas. De ese modo muestran como el cartel es un género gráfico que conserva toda su vigencia. El maestro Pedro Duque de la Tadeo, presentó también avances en una de las líneas de investigación que impulsa en esa universidad, con la conferencia ‘Herederos de Durero’. Así mismo Bernardo Rincón profesor de la U.N. presentó la exposición de trabajos correspondientes al Primer Salón de Historieta Universitaria. Los profesores de la Escuela presentamos las conferencia ‘Epica, tragedia y melodrama en la historieta latinoamericana’ con algunas reflexiones sobre la evolución del género en la región y otras conferencias sobre las ‘Aplicaciones pedagógicas’ de estos géneros de las artes.
¿Que perspectivas existen para las nuevas generaciones cultoras de estos géneros?
La participación de las universidades es un hecho nuevo que puede abrir una etapa de desarrollo para la historieta, el humor gráfico y la caricatura. En estas instituciones los jóvenes cultores de estos géneros pueden tener un aliado estratégico para impulsar una producción nacional de narrativa gráfica. Hay que tener en cuenta que en nuestro país la historieta puede ser más un producto de interés cultural que comercial y en las universidades puede encontrarse ese tipo de lector culto que requiere la historieta contemporánea. Sin embargo es necesario saber interpretar las condiciones en las cuales las universidades pueden hacer contribuir en este propósito. Además es preciso encontrar más aliados en diferentes sectores sociales y de la cultura. Falta mucho trabajo todavía.
¿Los contenidos de la historieta colombiana están permeados por la metafísica?
La verdad es que no puede hablarse aún de una producción significativa de historietas en Colombia. No se ha consolidado el género al punto de haber cautivado ya a un sector de lectores que permitan mayor continuidad de las publicaciones impresas o virtuales. Por otra parte siempre la historieta ha sido un medio para muchas temáticas y conceptos. Y en muchos casos autores que han cultivado géneros realistas o de denuncia también se han concedido licencia para explorar en la ciencia ficción, en la fantasía, hasta en temáticas como los western y el género policiaco. Por ejemplo Breccia realizó historietas del Ché Guevara pero igual hizo otras con temáticas de guerra o policiacas. Carlos Giménez el autor de ‘Paracuellos’ también hizo ‘Delta 66’ que sería entonces una historieta ‘metafísica’. En realidad lo triste sería que todos los autores tuvieran el mismo libreto o que renunciaran al legítimo derecho a la fantasía.
¿Qué pasó con el humor gráfico costumbrista colombiano?
Creo que ha migrado hacia la TV y la radio. Ahora, creo que igual el humor evoluciona y encuentra nuevas propuestas a tono con los cambios en la sociedad. No siempre esa evolución es buena pero tampoco todo lo costumbrista era relevante.
¿Hay decadencia en el humor gráfico colombiano?
Creo que muchos buenos humoristas gráficos desisten de trabajar el género por las escasas posibilidades de realización que ofrece este oficio. La misma escasez de espacios de opinión y el poco espacio existentes en los medios de comunicación – manipulados y monopolizados como están por los grupos económicos poderosos – no permiten que aparezcan tanto cultores como podrían existir.
¿Cómo pueden contribuir los humoristas gráficos a la paz con justicia social?
Como artistas y como voceros de la opinión, creo que en primer lugar debemos tomar una decisión: o somos voceros de los grupos que monopolizan y hegemonizan la economía y la política o más bien buscamos hacer eco de aquellos que ‘no tienen voz’, que son excluidos por la lógica de los poderes dominantes. El humor y la caricatura son magníficos medios para comunicar y creo que hoy en el mundo hay una creciente franja de la opinión que necesita decir cosas, que necesita que se le escuche: no es sino mirar lo que está pasando en Europa y en el norte de África. La gente está cansada de la lógica salvaje del capitalismo y creo entonces que la creatividad, el ingenio y el buen humor pueden hacer un gran aporte al conectarse con esas corrientes de ciudadanía que hoy buscan formular proyecto de sociedades en paz pero con justicia social .
Mayo de 2011.
Escuela Nacional de Caricatura - CEATC
http://www.escueladecaricatura.com/
escueladecaricatura@gmail.com
Carrera 20 B No 74 40
Bogotà - Colombia

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