Friday, April 13, 2007

Conceitos de Humor 4 - A SÁTIRA

Por: Osvaldo Macedo de Sousa

A Comicidade tem muitos rebentos que, por serem tão diferenciados, são por vezes considerados de pais diversos apesar da maternidade nunca ser contestada. Uma interpretação conveniente às mentes sérias, de uma certa intelectualidade retrógrada, considerar a Comicidade como uma rameira social.
Os Homens sempre tiveram dificuldade em olharem-se ao espelho e aceitarem-se como são, animais eternamente selvagens que nem os figurinos civilizacionais conseguem maquilhar totalmente. Esse lado selvático sobrevive de muitas formas, principalmente na dificuldade de se rirem de si próprios e dos seus defeitos e, na actualidade, esse substrato desumano tem o nome pomposo de Economia Liberal, Economia Global…
A Comicidade é um desmaquilhante que tem a virtude de nos fazer ver mais alem do vidro do espelho, para além da mascara das aparências. De todos os seus filhos, a Sátira é a que se insere mais a fundo na alma humana, na alma da sociedade, porque é a que tem o olhar mais descarnado da realidade.
De todas as irmãs, a Sátira é a que se diz mais descarada, mais irreverente, por vezes raiando a má educação. O Grotesco tem um génio muito parecido com o seu, contudo falta-lhe um pouco da sua inteligência, o que acontece também com o Burlesco. A Ironia é aquela que prima pela esperteza do jogo dúbio, enquanto que o Humor se define pela subtileza da inteligência pura. A Paródia é a intelectual da família, e a Caricatura a obcecada pela fácies dos seres…
Regressando à Sátira. Dizem os estudiosos que a sua origem etimológica deriva das Saturas pequenas dramaturgias de cunho licencioso e sarcástico da cultura etrusca, que se diferenciavam das Fesceninias pelo uso dominante do canto e da dança, mantendo assim as suas raízes com as festas campestres desmascaradoras das falsas tragédias construídas pela sociedade humana. Era uma nova via de desenvolvimento das Comédias criadas pelo mundo grego, e que nesta nova Idade do mundo romano terá cultores como Lívio, Andréonico, Névio…
Entretanto o género Satírico desaparecerá, para só renascer na decadência da Idade Média, ou seja quando se verifica um renascer do equilíbrio do Homem como ser social, não subjugado pela mente guerreira dos feudos, mas como individuo integrado num vasto grupo de seres humanos. A Sátira não gosta nem da anarquia, nem da ditadura opressiva, antes prefere um ambiente de democracia para melhor fazer valer seus argumentos críticos.
É uma forma que procura preferencialmente nos governantes as suas vítimas. Quando nos finais do séc. XVIII, principio do séc. XIX se desenvolveu a critica politica de cunho humorístico na imprensa, de imediato se baptizou essa criticas politicas como desenho de sátira politica, o que é em parte um exagero, já que nem todos os desenhos políticos são sátiras. É a mesma questão da Caricatura, termo que se usava como englobador de todo o desenho de imprensa com cunho cómico, e que hoje em dia muita gente substitui por Cartoon. Sim, é a eterna confusão de Conceitos, de designações.
Esta nova comicidade, a “Sátira” nunca é totalmente nova, porque nada se cria, antes tudo se transforma, e como seu antepassado podemos falar das “Diatribas” gregas, ou seja a estrutura critico-cómica dos Cínicos, uma visão agressiva e amarga da critica social, onde a comicidade tempera-a como uma pitada de sal.
A máxima típica do satírico é “Ri melhor, quem Ri por último”, como se o jogo critico fosse uma competição de agressividade, de insolência, contudo a inteligência mais uma vez procura impor na comicidade a sua marca humana, e afastar o Homem da animalidade selvática. Por isso a verdadeira Sátira não joga com a mesma arrogância, a mesma irreverência ofensiva que o Grotesco.
A Sátira, como género próprio de Comicidade ou de Humor usa a inteligência da crítica com um fim moralista. É como as Fábulas, que têm uma base de moral, mas que no caso da sátira não anda pelo mundo da fantasia, mas antes pelas entrelinhas humorísticas da agressividade directa. Ataca os vícios do mundo, os vícios dos políticos, os pontos fracos do individuo para o alertar para a sua má conduta, dando-lhe hipótese de remediar a questão, de se corrigir.
Quase se pode afirmar que a Sátira é uma das formas criticas mais conservadoras, porque tem sempre uma moral mais rígida que a ironia ou que o humor, já que estas são mais irreverentes e mais progressistas. A Sátira critica com o peso de uma ética que o satirizador defende, uma moral consolidada já na sociedade em que o critico se insere.
A Sátira ridiculariza como um purgante, por que não quer provocar a indignação, antes a tolerância já que a sua critica não joga nas ambiguidades, antes vai directa ao assunto, apontando todos os elementos críticos numa tentativa de consciencialização pelo riso.
O riso, neste jogo crítico, não é um achincalhar, antes um piscar do olho à legítima indignação do criticado. Este deve ficar indignado pelos seus defeitos, pelos seus erros terem sido postos a nu, mas deve saber rir-se com o crítico, com a sociedade e ter a inteligência de apreciar até que ponto é certa a critica.
Claro que nos dias de hoje, com a falta de tempo, com o stress do dia a dia se vai ver se uma critica de humor político tem ou não moral, até mesmo se os políticos têm moral, porque o importante é fazer rir os leitores dos jornais, é apontar as opiniões de cada um e seguir para a frente, já que o desenho que hoje se publica na manhã, já está ultrapassado pelo jornal da tarde e do dia seguinte.
Contudo para cada palavra ainda existe uma definição, um conceito, e segundo os meus estudos, este seria o correcto para a palavra Sátira, uma critica com comicidade feita de uma forma agressiva e directa, com uma opinião moralista para obrigar a pensar os leitores e o visado.
Se resulta ??? …. Palavras atrás de palavras, é o que parece esta Paródia de mundos.

Wednesday, April 11, 2007

Muere caricaturista Johnny Hart


lunes, 9 de abril , 2007 - 04:20:59

Johnny Hart (RPP) Para millones de lectores de tiras cómicas, la edad prehistórica es para desternillarse de la risa con cavernícolas jugando baloncesto, hormigas yendo a la escuela, pájaros viajando sobre el caparazón de tortugas y serpientes jugando bromas.
Todo esto gracias al caricaturista Johnny Hart, quien murió el sábado a los 76 años mientras trabajaba en su casa en el cercano poblado de Nineveh. "Tuvo un ataque de apoplejía", dijo el domingo su esposa Bobby.
Hart lanzó su tira "B.C." en 1958 y la misma llegó a aparecer en más de 1,300 periódicos, llegando a unos 100 millones de lectores, según la distribuidora Creators Syndicate Inc.
"A menudo se le refería como uno de los mejores caricaturistas que hayamos tenido", dijo su amigo Mell Lazarus, creador de las tiras cómicas "Momma" y "Miss Peach", desde su casa en California. "Era totalmente original. 'B.C.' fue algo innovador y muchos lo imitaron, pero ninguno se acercó".
Hart, quien también participó en la creación de "The Wizard of Id", obtuvo numerosos reconocimientos por su trabajo, incluyendo el prestigioso premio Reuben al dibujante del año de la Sociedad Nacional de Caricaturistas y un premio del Congreso Internacional de Tiras Cómicas.

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