Saturday, May 16, 2009
PAPA BENTO XVl por Santiago (Antonio Santos)
Friday, May 15, 2009
Dick Cheney por Pedro Molina
Humoral da Historia - O papacificador por Rodrigo
Depois de ter condenado o anti-semitismo, o Papa Bento XVI afirmou, à chegada a Belém, na Cisjordânia, que apoia a criação de uma "pátria palestiniana soberana":
http://aeiou.expresso.pt/o-papacificador=f514392
http://aeiou.expresso.pt/o-papacificador=f514392
Thursday, May 14, 2009
FECO - Federation of Cartoonists Organization tem nova equipa dirigente
Acaba de nos chegar a notícia (http://fecoportugal.blogspot.com/) da passagem de testemunho na cúpula da FECO - Federation of Cartoonists Organization. Dos cinco membros da Direcção, dois entram de novo e um deles é português: Carlos Brito, radicado em França desde os anos sessenta (ver entrevista com ele em link mais abaixo), que assume um dos cargos de vice-Presidente. Outro nome novo é Bernard Bouton, Secretário.
A equipa completa vem identificada acima.
As palavras de Marlene Pohle "Chegando já ao final da minha presidência geral da FECO, quero deixar claro quais foram as intenções que me moveram e quais são as que creio que conseguimos atingir.
As intenções que me moveram a aceitar esta responsabilidade foram, antes de tudo - e continuam sendo - tentar dar ao desenho de humor o lugar que lhe corresponde no panorama da arte e do jornalismo. Logo dedicar o tempo que for preciso a favor da defesa da liberdade de expressão; tentar edificar uma ponte de comunicação e camaradagem entre povos.
E last but not least a ampliação de contactos com as mulheres desenhadoras que lutam por abrir um caminho nesta actividade que não queremos mais se tome por eminentemente masculina.
Estou perfeitamente consciente de que em vários sentidos conseguimos esta série de aberturas, sobretudo com a criação do nosso sitio web (www.fecocartoon.com ), que foi largamente discutido e analisado pela nossa equipa respectiva. Hoje podemos apresentar-lhes um sítio dinâmico e atractivo que permite uma maior comunicação e um trabalho interactivo entre os desenhadores de humor.Tentamos melhorar as condições dos concursos de desenhos de humor, tarefa nada fácil, mas para a qual a FECO conta com um regulamento modelo e que está à disposição de toda a instituição que o solicite. Também vemos com agradável surpresa que se está dando cada vez mais importância à qualificação que a FECO outorga aos regulamentos.
Tive a sorte de conhecer famosos desenhadores de humor do mundo inteiro, graças às minhas participações como jurado ou expositora em importantes salões de humor.
Quero exprimir o meu profundo agradecimento aos meus colaboradores em particular e a toda a gente da FECO em geral, pelo trabalho que fizemos em conjunto e em total amizade.
Ficam pendentes muitas ideias e novos desafios, como os de lograr dar um nível ainda mais alto de qualidade profissional tanto a desenhadores como a certames.Para isto me uno à ideia de Barack Obama, de que juntos podemos fazer muitas coisas".
Marlene PohleFECO Vice-presidente geral
Maio de 2009.
As intenções que me moveram a aceitar esta responsabilidade foram, antes de tudo - e continuam sendo - tentar dar ao desenho de humor o lugar que lhe corresponde no panorama da arte e do jornalismo. Logo dedicar o tempo que for preciso a favor da defesa da liberdade de expressão; tentar edificar uma ponte de comunicação e camaradagem entre povos.
E last but not least a ampliação de contactos com as mulheres desenhadoras que lutam por abrir um caminho nesta actividade que não queremos mais se tome por eminentemente masculina.
Estou perfeitamente consciente de que em vários sentidos conseguimos esta série de aberturas, sobretudo com a criação do nosso sitio web (www.fecocartoon.com ), que foi largamente discutido e analisado pela nossa equipa respectiva. Hoje podemos apresentar-lhes um sítio dinâmico e atractivo que permite uma maior comunicação e um trabalho interactivo entre os desenhadores de humor.Tentamos melhorar as condições dos concursos de desenhos de humor, tarefa nada fácil, mas para a qual a FECO conta com um regulamento modelo e que está à disposição de toda a instituição que o solicite. Também vemos com agradável surpresa que se está dando cada vez mais importância à qualificação que a FECO outorga aos regulamentos.
Tive a sorte de conhecer famosos desenhadores de humor do mundo inteiro, graças às minhas participações como jurado ou expositora em importantes salões de humor.
Quero exprimir o meu profundo agradecimento aos meus colaboradores em particular e a toda a gente da FECO em geral, pelo trabalho que fizemos em conjunto e em total amizade.
Ficam pendentes muitas ideias e novos desafios, como os de lograr dar um nível ainda mais alto de qualidade profissional tanto a desenhadores como a certames.Para isto me uno à ideia de Barack Obama, de que juntos podemos fazer muitas coisas".
Marlene PohleFECO Vice-presidente geral
Maio de 2009.
Diálogo Intercultural / Intercultural Dialogue - 19 de Maio Estação do Rossio
Wednesday, May 13, 2009
Stane Jagodic - Zeichnung, Collage, Fotomontage - 17 Mai - 28 Juni 2009 Kunstverein Oerlinghausen, Synagoge
Tuesday, May 12, 2009
Topic in "Pencil in the North" 2009: Reconsidering culture masterpieces funnily
"Pencil in the North" International Cartoon Competition 2009 - France
ARTICLE 1: Organiser, association 49+ la BD Francophone, head office 91,rue d’Austerlitz 59200 Tourcoing, France, is the organizer of a press and humorous drawing competition open to anyone, amateurs and professionals. This production must obligatorily have this topic: "Reconsidering culture masterpieces funnily"
ARTICLE 2: Competition criteria: Support: use A4 format ( 21 x 29.7 cm). The technical methods used by the cartoonist are totally free, French/English text. The original drawing must be sent in the following form: the drawing must not be folded, and a short biography must be attached to the drawing. Cartoonists who are minors must attach permission to participate and authorization for publication from parents or legal guardians in favour of Francine COPPENS, Association 49+ la B.D. Francophone, 25 rue du General Marchand F – 59200 TOURCOING - FRANCEThis authorization from parents or legal guardians must contain surname, first name, address, telephone number, and E-Mail of legal representative.
ARTICLE 3: Stages in the competition: The competition begins on 15th August 2009. Francine COPPENS, association 49+ la BD Francophone, 25 rue du General Marchand, F – 59200 TOURCOING - FRANCE, must receive drawings entered by participants no later than the 31 August 2009.
ARTICLE 4: Participants: Present: Public concerned: draughtsmen amateurs or professionals. Are not authorized to take part in the contest: members of the board of directors of association 49+ the French-speaking data base, the jury like their close relations.
ARTICLE 5: Registration: For all entrants, each entry must contain: surname, first name, address, post code, town or city, country, telephone number, E-mail, a short biography, and parental authorization for minors.
ARTICLE 6: Criteria of admissibility: The criteria of admissibility are: respecting the theme - originality of the idea submitted - the humour and quality of the drawing. Work considered outside the subject will be disqualified, as will drawings of defamatory and/or racist characters, or characters likely to damage the physical and moral integrity of others. Entrants must also be aware of all these rules, and respect all the instructions.
ARTICLE 7: Terms and Conditions: Entrants of age and legal representatives of entrants who are minors undertake to give all performance rights and rights of reproduction on all types of communication support for written or web based diffusion to the organizers of the competition. From the very fact of their participation, the authors guarantee the organizers and members of the jury against any action, petition, or appeal by third parties concerning the originality of work presented.Participation in the competition implies acceptance of the present rules. Only one entry per amateur or professional cartoonist is allowed. Drawings will not be returned.In accordance with the French Data Protection Act, entrants have right of access and amendment.The association 49+ la BD Francophone, it representatives, members, and organisers cannot be held responsible for lost, damaged, or illegal entries.
ARTICLE 8: The jury: will be composed of 7 people, professional press illustrators and humorous cartoonists, members of association 49+ la BD Francophone, journalists who write for the press, and press attaches. The jury will meet to deliberate before September 10th. There is no appeal against decisions taken by the jury.
ARTICLE 9: Competition prizes:The 50 preselected drawings will illustrate the catalogue of the international cartoonist 2009 competition.Three prizes will be awarded:1st prize: Prix de la Ville de Tourcoing (Town of Tourcoing prize), the winner will receive: Crayon en Nord trophy (Pencil in the North trophy) and the sum of Euro 750 (seven hundred and fifty Euro).2nd prize: Prix du Public; the winner will receive: Crayon en Nord trophy and the sum of Euro 500 (five hundred Euro).3rd prize: Prix de l’Association 49+ la BD Francophone; the winner will receive: Crayon en Nord trophy and the sum of Euro 350 (three hundred and fifty Euro).These people will be informed of the results by post or E-mail, and after its editing, each person will receive a catalogue.Winners will receive their catalogue at the address submitted on their entry form.The three winners will be contacted by the association 49+ la BD Francophone in order to obtain relevant bank details for the transfer of the prize monies.
ARTICLE 10: The present rules are available on the web site: http://www.bdfrancophone.fr/, as well as from the address of: Francine COPPENS, the association "49+ la BD Francophone", 25 rue du General Marchand, F – 59200 Tourcoing - FRANCEAs this is a competition, no expenses will be reimbursed.49+ la BD Francophone Maison Maria et Gustave Dron, 91 rue d'Austerlitz F 59200 TOURCOINGTel: 03.20.27.54.84. - E-mail: bdfrancophone@free.frWeb site: http://bdfrancophone.fr/
ARTICLE 1: Organiser, association 49+ la BD Francophone, head office 91,rue d’Austerlitz 59200 Tourcoing, France, is the organizer of a press and humorous drawing competition open to anyone, amateurs and professionals. This production must obligatorily have this topic: "Reconsidering culture masterpieces funnily"
ARTICLE 2: Competition criteria: Support: use A4 format ( 21 x 29.7 cm). The technical methods used by the cartoonist are totally free, French/English text. The original drawing must be sent in the following form: the drawing must not be folded, and a short biography must be attached to the drawing. Cartoonists who are minors must attach permission to participate and authorization for publication from parents or legal guardians in favour of Francine COPPENS, Association 49+ la B.D. Francophone, 25 rue du General Marchand F – 59200 TOURCOING - FRANCEThis authorization from parents or legal guardians must contain surname, first name, address, telephone number, and E-Mail of legal representative.
ARTICLE 3: Stages in the competition: The competition begins on 15th August 2009. Francine COPPENS, association 49+ la BD Francophone, 25 rue du General Marchand, F – 59200 TOURCOING - FRANCE, must receive drawings entered by participants no later than the 31 August 2009.
ARTICLE 4: Participants: Present: Public concerned: draughtsmen amateurs or professionals. Are not authorized to take part in the contest: members of the board of directors of association 49+ the French-speaking data base, the jury like their close relations.
ARTICLE 5: Registration: For all entrants, each entry must contain: surname, first name, address, post code, town or city, country, telephone number, E-mail, a short biography, and parental authorization for minors.
ARTICLE 6: Criteria of admissibility: The criteria of admissibility are: respecting the theme - originality of the idea submitted - the humour and quality of the drawing. Work considered outside the subject will be disqualified, as will drawings of defamatory and/or racist characters, or characters likely to damage the physical and moral integrity of others. Entrants must also be aware of all these rules, and respect all the instructions.
ARTICLE 7: Terms and Conditions: Entrants of age and legal representatives of entrants who are minors undertake to give all performance rights and rights of reproduction on all types of communication support for written or web based diffusion to the organizers of the competition. From the very fact of their participation, the authors guarantee the organizers and members of the jury against any action, petition, or appeal by third parties concerning the originality of work presented.Participation in the competition implies acceptance of the present rules. Only one entry per amateur or professional cartoonist is allowed. Drawings will not be returned.In accordance with the French Data Protection Act, entrants have right of access and amendment.The association 49+ la BD Francophone, it representatives, members, and organisers cannot be held responsible for lost, damaged, or illegal entries.
ARTICLE 8: The jury: will be composed of 7 people, professional press illustrators and humorous cartoonists, members of association 49+ la BD Francophone, journalists who write for the press, and press attaches. The jury will meet to deliberate before September 10th. There is no appeal against decisions taken by the jury.
ARTICLE 9: Competition prizes:The 50 preselected drawings will illustrate the catalogue of the international cartoonist 2009 competition.Three prizes will be awarded:1st prize: Prix de la Ville de Tourcoing (Town of Tourcoing prize), the winner will receive: Crayon en Nord trophy (Pencil in the North trophy) and the sum of Euro 750 (seven hundred and fifty Euro).2nd prize: Prix du Public; the winner will receive: Crayon en Nord trophy and the sum of Euro 500 (five hundred Euro).3rd prize: Prix de l’Association 49+ la BD Francophone; the winner will receive: Crayon en Nord trophy and the sum of Euro 350 (three hundred and fifty Euro).These people will be informed of the results by post or E-mail, and after its editing, each person will receive a catalogue.Winners will receive their catalogue at the address submitted on their entry form.The three winners will be contacted by the association 49+ la BD Francophone in order to obtain relevant bank details for the transfer of the prize monies.
ARTICLE 10: The present rules are available on the web site: http://www.bdfrancophone.fr/, as well as from the address of: Francine COPPENS, the association "49+ la BD Francophone", 25 rue du General Marchand, F – 59200 Tourcoing - FRANCEAs this is a competition, no expenses will be reimbursed.49+ la BD Francophone Maison Maria et Gustave Dron, 91 rue d'Austerlitz F 59200 TOURCOINGTel: 03.20.27.54.84. - E-mail: bdfrancophone@free.frWeb site: http://bdfrancophone.fr/
"Roxana Siberi" et "Remember Sichuan".... pour Rene Bouschet
CAMBIA EL FUTBOL...CAMBIA por Pedro Seoane
Humoral da Historia - A amnésia de Dias Loureiro por Rodrigo
Caso BPN: Dias Loureiro afirma que não mentiu à Comissão Parlamentar de Inquérito, apenas se esqueceu de detalhes sobre a sua alegadamente "ténue" participação num negócio ruinoso em Porto Rico:
http://clix.expresso.pt/a-amnesia-de-dias-loureiro=f513835
http://clix.expresso.pt/a-amnesia-de-dias-loureiro=f513835
Monday, May 11, 2009
The results of the 5th International cartoon contest (SYRIA) 2009
- رائد خليل : مدير معرض سورية الدولي الخامس للكاريكاتور2009
THE JURY: لجنة التحكيمProf. Atila Ozer / Turkey,Amorim /Brazil,Rahim Asgari / Iran, Bayram Hajizadeh /AzerbaijanNedal Syjari / Syria, Dr.Maher ALKhouli / SyriaHekmat Abou Hamdan / Syria
نتائج مسابقة سورية الدولية الخامسة للكاريكاتور2009
The results of the 5th International cartoon contest (SYRIA) 2009
Winners:الفائزون
THE JURY: لجنة التحكيمProf. Atila Ozer / Turkey,Amorim /Brazil,Rahim Asgari / Iran, Bayram Hajizadeh /AzerbaijanNedal Syjari / Syria, Dr.Maher ALKhouli / SyriaHekmat Abou Hamdan / Syria
نتائج مسابقة سورية الدولية الخامسة للكاريكاتور2009
The results of the 5th International cartoon contest (SYRIA) 2009
Winners:الفائزون
Golden Prize:
Ali Shahali -USAالجائزة الذهبية: علي شاه علي / الولايات المتحدة الأمريكية
Agim Sulaj - Albaniaالجائزة الفضية: آغيم سولاغ/ ألبانيا
Special Prize:الجوائز الخاصة
Jamal Rahmati - Iranالجائزة البرونزية: جمال رحمتي/ إيران
Special Prize:الجوائز الخاصة
Historia da Caricatura de Imprensa em Portugal - 1897 (Jorge Cid, Leal da Câmara...)
Por: Osvaldo Macedo de Sousa
A par da nova guerrilha satírica que se desenvolvia neste fim de século, subsistia a irónica classe de raphaelistas, engrossada cada vez mais com outros criadores, como é o caso de Jorge Cid.
Referi-me já anteriormente ao aparecimento de caricaturistas que não eram apenas 'profissionais' gráficos, conciliando esta actividade com outra mais lucrativa. Isso significa em parte a maturidade de uma arte, e ao mesmo tempo o pauperismo em que as artes subsistiam em Portugal, e como desde sempre a caricatura foi mal paga.
Desta vez é um médico (futuramente não será o único) que concilia o mundo enfermo das personagens no seu aspecto físico, com o social. Se, para o primeiro existem químicas e mezinhas que aliviam, na segunda não há tanta certeza do poder curativo na sociedade doente.
Jorge Cid é natural de Lisboa (17 de Dezembro de 1877 / 23 de Dezembro de 1935), formou-se em medicina (acabou em 1904), tendo estado integrado nos contingentes militares da I Grande Guerra como Major - Médico Miliciano (Comandante da Formação da Cruz Vermelha), especializou-se em pediatria. Foi Professor e Inspector de Sanidade Escolar da Casa Pia de Lisboa (com diversos livros publicados sobre a matéria). Foi também conservador do Museu de Arte Sacra e do tesouro da Capela de S. João Baptista na Igreja de S. Roque em Lisboa. Foi ilustrador de livros... Entre estas múltiplas actividades foi humorista com grande actividade, e algum sucesso. Iniciou a sua actividade, ainda jovem estudante de medicina sob a influência e apadrinhado por Raphael Bordallo Pinheiro, que publica trabalhos seus no "António Maria" em 97, e posteriormente em "A Paródia" de 1900 a 1903. Contudo já tinham saído alguns trabalhos em 96 em "A Rua da Barroca", e de 1898 a 1903 surgem trabalhos seus em "O Século - Supl. Humorístico", em 1905 no "Jornal do Sport", de 1909 a 1910 manteve no "Primeiro de Janeiro" os Bilhetes Postais Ilustrados", em 1910 "Serões"". Tendo assinado inclusive trabalhos sob o pseudónimo de Gustavo Doré Filho.
Integrado na escola raphaelista, o seu traço está mais próximo do estilo ligeiro de Manuel Gustavo, e mais consonante com a época. O seu humor é simples, e como médico procurará levar esse humor para o campo da medicina sendo um dos promotores do Milenário de Hipócrates, uma crítica humorística às comemorações realizadas em 1899. A sua actividade, devido aos diversos afazeres, nem sempre será contínua, havendo momentos de silêncio humorístico, e outros de maior actividade, mas de todas as formas, encontramos trabalhos seus, publicados pelo menos até ao fim da Primeira República.
Em 1897, "A Chacota", que já existia desde 1882, terá uma reestruturação, sendo o novo cabeçalho de Celso Hermínio, começando a publicar ilustrações, histórias de narrativa gráfica, sendo fundamentalmente trabalhos importados do estrangeiro, e traduzidos para o nosso público. Dessa forma foram introduzidos em Portugal trabalhos de outras paragens, e como destaca António Dias de Deus no seu livro "Os Comics em Portugal", surgiram nomes como Tom Browne em pleno sucesso, e publicação quase simultânea em Inglaterra e Portugal, o que foi raro. A particularidade deste periódico, é que apesar de publicar desenhos de humor social, era fundamentalmente um jornal erótico, ou mais concretamente brejeiro, tentando fazer concorrência ao "Pimpão". Só que hoje em dia, olhando para os seus textos e ilustrações, rimo-nos do que era então considerado licencioso.
Com Celso no Brasil, ficou a cargo de Leal da Câmara a luta de guerrilha panfletária satírica. Neste ano, após o encerramento do "D. Quixote", continuará o seu libelo nas páginas de "A Marselheza".
João Chagas, que tinha entrado na aventura de "O Berro" com Celso, tenta em 1896 lançar um jornal chamado "República", cujo nome naturalmente não foi aceite pela Censura. Lançou então “A Marselheza" cujo título mantinha a irreverência desejada. Um pouco depois do primeiro aniversário, o jornal começa a lançar um "Supl. de Caricaturas de A Marselheza", convidando Leal da Câmara como ilustrador. Este jornal, dependente, mas independente de “A Marselheza" mãe, orgulhava-se de ser desde o nº1 (28/11/97) «o jornal de maior circulação em todo o Governo Civil», incluindo esta afirmação no cabeçalho do jornal.
«Ao contrário do que sucede com a maioria das publicações periódicas, esta aparece-nos não em virtude do favor mas do desfavor público - visto estar averiguado que o público, em Portugal não é constituído das pessoas que compram os jornaes, mas das pessoas que os roubam.»
«Querendo, n' estes termos, corresponder ao desfavor com que nos tem distinguido o Governo Civil, já apprehendendo-nos, já sequestrando-nos, já apalpando-nos, já capturando-nos, resolvemos desdobrar a Marselheza n' este pequeno e módico supplemento destinado ao invez dos seus congéneres, a não ter entrada em todas as casas.»
«Programma não o temos, como não o pode ter o t1lho que sahe ao pae. O que temos é vícios - hereditários.»
«/…/ E os nossos males são: rebeldia e processos de imprensa, intransigência e custas e sellos, além de outros pequenos berbicachos de temperamento, como: espírito de indisciplina e inveterado ódio ao licor de rosa.»
«/…/ De harmonia com estes tenebrosos precedentes, o supplemento à Marselheza, propõe-se destruir, antes de mais nada - as instituições. A REDACÇÂO (28/1111897 na 1 - Ano 10)»
Logo no primeiro número caricatura e satiriza a pessoa do rei. O jornal foi apreendido, e no número seguinte surge a acusação da perseguição, vendo-se um ardina a fugir da polícia, uma visão da realidade. É que enquanto o jornal ia à Censura, os ardinas corriam o mais que podiam para distribuir, para quando viesse a polícia confiscar o jornal, já este estivesse em parte vendido. O nº 6 é de novo apreendido, o que leva Leal da Câmara a publicar a seguinte declaração: «Tendo a polícia apreendido o Supl. Nº 6 deste semanário dando como razão o ter-se publicado montado num camelo o snr D. Carlos de Bragança, o caricaturista deste jornal declara à polícia que a caricatura publicada não é a do Chefe do Estado, mas sim a do administrador deste semanário e nosso amigo Sr. Teodoro Ribeiro (que era muito parecido com D. Carlos). A caricatura pela qual Leal da Câmara representa S.M. el-rei é a que segue ... » (surgindo a caricatura de Teodoro Ribeiro).
Enquanto a crítica era ao governo. a censura foi tolerando algumas ousadias, mas este ataque sistemático à figura real é que não era tolerável, e Leal da Câmara ficou impedido judicialmente de caricaturar D. Carlos. Como Daumier, Leal da Câmara resolveu a situação com diferentes diversões. Uma vez, em elementos separados, um chapéu à Mazzantini, um bigode, um charuto, um colarinho... ; outra vez, um banco de cozinha, uma pêra, duas botas de montar, o sempre chapéu à Mazzantini... Como diria mais tarde o 'revolucionário' António Salazar «Os verdadeiros pensadores, os que pensam, transpõem, sem ninguém dar por isso /…/ todas as possíveis limitações». Ele sabia como os caricaturistas deviam fugir à opressão e Censura.
A meio da sua publicação reinicia a numeração a partir do nº 1, afirmando que esta publicação nada tinha a ver com a anterior, «essa jacobina folha que tinha por hábito atacar a polícia, as instituições, tratar menos respeitosamente S.M. El-Rei e duvidar da competência do ministro progressista». Ele apresentava-se arrependido, e vestido de guarda cívico. Naturalmente o panfletarismo manteve a sua agressividade, parodiando por vezes a sua própria prisão, colocando borrões em afirmações proibidas desafiando os leitores a imaginarem essas mesmas críticas... mas conseguindo subsistir. A partir de finais de Maio de 98 Leal da Câmara sai do jornal, subsistindo a folha com desenhos de Trindade Correia e Chico Lisboa
Como escreverá mais tarde Coelho de Carvalho, para um catálogo de Leal da Câmara, as «suas composições caricaturais d' intuito revolucionário, mas que não é, simplesmente, um caricaturista no sentido vulgar de desenhista de género, é sim uma alma de verdadeiro poeta que se objectiva em obra de pintor profissional.»
«Espírito crítico mas criador nas suas composições caricaturais; sensibilidade cerebral delicada de poeta, por quanto a impressão que recebe das coisas externas não se reflecte, para a sua expressão artística, na dura impassibilidade material que as coisas aparentam, mas a imagem recebida na sua retina de artista refracta-se-lhe na alma e, assim depurada, produz beleza, a qual não é mais que a identidade da idealização do objecto com a realidade essencial que n' ele existe.»
O estilo de Leal da Câmara é caligráfico, rude, mas com poder de traço, ou como diz o texto anterior, com poesia e alma. O seu sucesso estilístico, fez com que surgissem amadores a imitar (já que não conseguiam fazer melhor) este estilo 'infantil', 'expressionista', mas que não tinham a essência da arte. Como referia Julieta Ferrão (em texto já transcrito), não é só desejar ser caricaturista, é preciso sê-lo. Dessa forma os seus imitadores nunca conseguiram sair da mediocridade, como o Chico Lisboa, Diamantino... Álvaro d' Oliveira. Curiosamente este teve direito a edição recente de um livro, onde surge uma série de trabalhos com a designação de rejeitado em A Paródia, rejeitado em O Século... o que é natural, e pena é que se recuperem trabalhos destes, e não de outros artistas de qualidade.
Neste ano de 97 (a 4 de Novembro) o jornal "O Século", que já existia desde 1881 inicia também a edição de um "Suplemento Humorístico", que será uma referência durante mais de duas décadas (até 1921). e onde entre outros brilhará Jorge Colaço, onde colaborará Leal da Câmara, onde nascerá Francisco Valença, o Stuart …
Referi-me já anteriormente ao aparecimento de caricaturistas que não eram apenas 'profissionais' gráficos, conciliando esta actividade com outra mais lucrativa. Isso significa em parte a maturidade de uma arte, e ao mesmo tempo o pauperismo em que as artes subsistiam em Portugal, e como desde sempre a caricatura foi mal paga.
Desta vez é um médico (futuramente não será o único) que concilia o mundo enfermo das personagens no seu aspecto físico, com o social. Se, para o primeiro existem químicas e mezinhas que aliviam, na segunda não há tanta certeza do poder curativo na sociedade doente.
Jorge Cid é natural de Lisboa (17 de Dezembro de 1877 / 23 de Dezembro de 1935), formou-se em medicina (acabou em 1904), tendo estado integrado nos contingentes militares da I Grande Guerra como Major - Médico Miliciano (Comandante da Formação da Cruz Vermelha), especializou-se em pediatria. Foi Professor e Inspector de Sanidade Escolar da Casa Pia de Lisboa (com diversos livros publicados sobre a matéria). Foi também conservador do Museu de Arte Sacra e do tesouro da Capela de S. João Baptista na Igreja de S. Roque em Lisboa. Foi ilustrador de livros... Entre estas múltiplas actividades foi humorista com grande actividade, e algum sucesso. Iniciou a sua actividade, ainda jovem estudante de medicina sob a influência e apadrinhado por Raphael Bordallo Pinheiro, que publica trabalhos seus no "António Maria" em 97, e posteriormente em "A Paródia" de 1900 a 1903. Contudo já tinham saído alguns trabalhos em 96 em "A Rua da Barroca", e de 1898 a 1903 surgem trabalhos seus em "O Século - Supl. Humorístico", em 1905 no "Jornal do Sport", de 1909 a 1910 manteve no "Primeiro de Janeiro" os Bilhetes Postais Ilustrados", em 1910 "Serões"". Tendo assinado inclusive trabalhos sob o pseudónimo de Gustavo Doré Filho.
Integrado na escola raphaelista, o seu traço está mais próximo do estilo ligeiro de Manuel Gustavo, e mais consonante com a época. O seu humor é simples, e como médico procurará levar esse humor para o campo da medicina sendo um dos promotores do Milenário de Hipócrates, uma crítica humorística às comemorações realizadas em 1899. A sua actividade, devido aos diversos afazeres, nem sempre será contínua, havendo momentos de silêncio humorístico, e outros de maior actividade, mas de todas as formas, encontramos trabalhos seus, publicados pelo menos até ao fim da Primeira República.
Em 1897, "A Chacota", que já existia desde 1882, terá uma reestruturação, sendo o novo cabeçalho de Celso Hermínio, começando a publicar ilustrações, histórias de narrativa gráfica, sendo fundamentalmente trabalhos importados do estrangeiro, e traduzidos para o nosso público. Dessa forma foram introduzidos em Portugal trabalhos de outras paragens, e como destaca António Dias de Deus no seu livro "Os Comics em Portugal", surgiram nomes como Tom Browne em pleno sucesso, e publicação quase simultânea em Inglaterra e Portugal, o que foi raro. A particularidade deste periódico, é que apesar de publicar desenhos de humor social, era fundamentalmente um jornal erótico, ou mais concretamente brejeiro, tentando fazer concorrência ao "Pimpão". Só que hoje em dia, olhando para os seus textos e ilustrações, rimo-nos do que era então considerado licencioso.
Com Celso no Brasil, ficou a cargo de Leal da Câmara a luta de guerrilha panfletária satírica. Neste ano, após o encerramento do "D. Quixote", continuará o seu libelo nas páginas de "A Marselheza".
João Chagas, que tinha entrado na aventura de "O Berro" com Celso, tenta em 1896 lançar um jornal chamado "República", cujo nome naturalmente não foi aceite pela Censura. Lançou então “A Marselheza" cujo título mantinha a irreverência desejada. Um pouco depois do primeiro aniversário, o jornal começa a lançar um "Supl. de Caricaturas de A Marselheza", convidando Leal da Câmara como ilustrador. Este jornal, dependente, mas independente de “A Marselheza" mãe, orgulhava-se de ser desde o nº1 (28/11/97) «o jornal de maior circulação em todo o Governo Civil», incluindo esta afirmação no cabeçalho do jornal.
«Ao contrário do que sucede com a maioria das publicações periódicas, esta aparece-nos não em virtude do favor mas do desfavor público - visto estar averiguado que o público, em Portugal não é constituído das pessoas que compram os jornaes, mas das pessoas que os roubam.»
«Querendo, n' estes termos, corresponder ao desfavor com que nos tem distinguido o Governo Civil, já apprehendendo-nos, já sequestrando-nos, já apalpando-nos, já capturando-nos, resolvemos desdobrar a Marselheza n' este pequeno e módico supplemento destinado ao invez dos seus congéneres, a não ter entrada em todas as casas.»
«Programma não o temos, como não o pode ter o t1lho que sahe ao pae. O que temos é vícios - hereditários.»
«/…/ E os nossos males são: rebeldia e processos de imprensa, intransigência e custas e sellos, além de outros pequenos berbicachos de temperamento, como: espírito de indisciplina e inveterado ódio ao licor de rosa.»
«/…/ De harmonia com estes tenebrosos precedentes, o supplemento à Marselheza, propõe-se destruir, antes de mais nada - as instituições. A REDACÇÂO (28/1111897 na 1 - Ano 10)»
Logo no primeiro número caricatura e satiriza a pessoa do rei. O jornal foi apreendido, e no número seguinte surge a acusação da perseguição, vendo-se um ardina a fugir da polícia, uma visão da realidade. É que enquanto o jornal ia à Censura, os ardinas corriam o mais que podiam para distribuir, para quando viesse a polícia confiscar o jornal, já este estivesse em parte vendido. O nº 6 é de novo apreendido, o que leva Leal da Câmara a publicar a seguinte declaração: «Tendo a polícia apreendido o Supl. Nº 6 deste semanário dando como razão o ter-se publicado montado num camelo o snr D. Carlos de Bragança, o caricaturista deste jornal declara à polícia que a caricatura publicada não é a do Chefe do Estado, mas sim a do administrador deste semanário e nosso amigo Sr. Teodoro Ribeiro (que era muito parecido com D. Carlos). A caricatura pela qual Leal da Câmara representa S.M. el-rei é a que segue ... » (surgindo a caricatura de Teodoro Ribeiro).
Enquanto a crítica era ao governo. a censura foi tolerando algumas ousadias, mas este ataque sistemático à figura real é que não era tolerável, e Leal da Câmara ficou impedido judicialmente de caricaturar D. Carlos. Como Daumier, Leal da Câmara resolveu a situação com diferentes diversões. Uma vez, em elementos separados, um chapéu à Mazzantini, um bigode, um charuto, um colarinho... ; outra vez, um banco de cozinha, uma pêra, duas botas de montar, o sempre chapéu à Mazzantini... Como diria mais tarde o 'revolucionário' António Salazar «Os verdadeiros pensadores, os que pensam, transpõem, sem ninguém dar por isso /…/ todas as possíveis limitações». Ele sabia como os caricaturistas deviam fugir à opressão e Censura.
A meio da sua publicação reinicia a numeração a partir do nº 1, afirmando que esta publicação nada tinha a ver com a anterior, «essa jacobina folha que tinha por hábito atacar a polícia, as instituições, tratar menos respeitosamente S.M. El-Rei e duvidar da competência do ministro progressista». Ele apresentava-se arrependido, e vestido de guarda cívico. Naturalmente o panfletarismo manteve a sua agressividade, parodiando por vezes a sua própria prisão, colocando borrões em afirmações proibidas desafiando os leitores a imaginarem essas mesmas críticas... mas conseguindo subsistir. A partir de finais de Maio de 98 Leal da Câmara sai do jornal, subsistindo a folha com desenhos de Trindade Correia e Chico Lisboa
Como escreverá mais tarde Coelho de Carvalho, para um catálogo de Leal da Câmara, as «suas composições caricaturais d' intuito revolucionário, mas que não é, simplesmente, um caricaturista no sentido vulgar de desenhista de género, é sim uma alma de verdadeiro poeta que se objectiva em obra de pintor profissional.»
«Espírito crítico mas criador nas suas composições caricaturais; sensibilidade cerebral delicada de poeta, por quanto a impressão que recebe das coisas externas não se reflecte, para a sua expressão artística, na dura impassibilidade material que as coisas aparentam, mas a imagem recebida na sua retina de artista refracta-se-lhe na alma e, assim depurada, produz beleza, a qual não é mais que a identidade da idealização do objecto com a realidade essencial que n' ele existe.»
O estilo de Leal da Câmara é caligráfico, rude, mas com poder de traço, ou como diz o texto anterior, com poesia e alma. O seu sucesso estilístico, fez com que surgissem amadores a imitar (já que não conseguiam fazer melhor) este estilo 'infantil', 'expressionista', mas que não tinham a essência da arte. Como referia Julieta Ferrão (em texto já transcrito), não é só desejar ser caricaturista, é preciso sê-lo. Dessa forma os seus imitadores nunca conseguiram sair da mediocridade, como o Chico Lisboa, Diamantino... Álvaro d' Oliveira. Curiosamente este teve direito a edição recente de um livro, onde surge uma série de trabalhos com a designação de rejeitado em A Paródia, rejeitado em O Século... o que é natural, e pena é que se recuperem trabalhos destes, e não de outros artistas de qualidade.
Neste ano de 97 (a 4 de Novembro) o jornal "O Século", que já existia desde 1881 inicia também a edição de um "Suplemento Humorístico", que será uma referência durante mais de duas décadas (até 1921). e onde entre outros brilhará Jorge Colaço, onde colaborará Leal da Câmara, onde nascerá Francisco Valença, o Stuart …
Sunday, May 10, 2009
SOBRE LA GELOSLOGÍA - la perspectiva teórica de Maria Teresa Bejarano Fernandez (Conversaciones con Carlos Alberto Villegas)
Apreciados osvaldo,
Te comparto dos documentales sobre las risa, intersubjetividad,teorías de la mente y desarrollo humano, desde la perspectiva teórica de Maria Teresa Bejarano Fernandez, Doctora en Filosofía y Creatividad, Profesora Titular de la Universidad de Sevilla.
(Conversaciones sobre geloslogía,intersubjetividad, cronotopía, humor y risa, con Carlos Alberto Villegas. Fotografía de Elena Ospina.)
http://www.youtube.com/watch?v=is7kU7NufFo&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=3nIQzH97xI8
Un abrazo desde Madrid. Te recomiendo visitar los vínculos después de la firma para noticias adicionales.
-- CARLOS ALBERTO VILLEGAS URIBE