Thursday, June 10, 2021

International Cartoon Competition, Talide 2021, Germany


  Corruption is one of the major hurdles to socio-economic development worldwide. Corruption imposes huge burdens on society and on the natural world.  Private interests are prioritized to the detriment of the public at large, because corruption diverts financial resources intended for socio-economic development  Poverty and social inequalities are growing due to the distortion of income distribution, and because of spending decisions that are very much influenced by corrupt practices. Corruption has many faces and dimensions: bribery, embezzlement, the illegal financing of political parties, tax evasion, as well as many other examples.

We are therefore seeking YOU and YOUR satirical and critical insights about corruption, which use humor to increase our awareness of corruption, and educate society about its harmful effects. 

1. The title of this competition for cartoons and caricatures is:  “Corruption and Development”.

2. The call for entries is directed towards all cartoonists.

3. Closing date for submission. The work must be sent to TALIDE e.V. by 30.06.2021 by email with the subject of email “Cartoons Submission”to: competition@cartoons-talide.de 

or by post to the following address: TALIDE e.V., Waldemarstraße 33, 18057 Rostock, Germany.

The date of the postmark applies. Submissions must be labeled “Just explain it simply” on the envelope.

4. Each participant can send in up to three works, caricatures or cartoons.

5. The work must be an original. They must not have been submitted to other competitions. Any captions must be in German, Spanish or English.

6. Only the author’s own works are permitted.

7. The maximum size of the works is: A4 (210 x 297 mm).

8. The works must not be framed. The technique is freely selectable.

9. Image data are to be sent as a JPG file in 300 dpi between 1MB and a maximum of 15MB.

10. Name, address, e-mail contact and telephone number of the artist must be given in the e-mail or in the mail.

11. Include a short biography (one A4 page maximum) and a photo or a self-caricature of the author.

12. The winners will be determined by an independent jury.

13. Three prizes are awarded, which are graded as follows: 

            1st prize:   1.000 Euros. 

            2nd prize:  500 Euros. 

            3rd prize:   300 Euros.

14. The three winning artworks will become the property of the competition organizers.

15. Originals will only be sent back if indicated by the artist. In this case, enclose an envelope and sufficient postage to return your submission.

16. Selected Works are exhibited.

A competition catalog will also be published, and every artist whose work is shown in the exhibition or in the catalog will receive a free specimen copy of the catalog.

17. Participants in the competition grant permission for the use of the proposed artworks in the competition organizer’s own publications, and for publications related to the competition.

18. In submitting their work participants automatically agree to the competitions terms and conditions. 

PLEASE NOTE: This also includes permission for their work to be exhibited and printed in the competitions catalogue as well as to be used by TALIDE e.V.

19. The participants are required to ensure that the content of the submitted work does not contravene laws regarding copyright, competition regulations, child welfare, trademark law or other industrial property rights as well as personal rights of third parties.

20. The organisers reserve the right to amend the terms and conditions.

The competition organisers have the right to cancel the competition at any time as well as to modify and modify the competition or change the prize should the competition not be feasible in the intended manner.

21. The participant agrees to make no legal claims against the competition organizers.

For more information: https://www.cartoons-talide.de


«História da Arte da Caricatura de Imprensa em Portugal - 1944» Por Osvaldo Macedo de Sousa

1944 

Meditando sobra as "Necessidades dos Artistas" (in Diário Popular de 14/5/1944), Manuel Bentes "caricatura" a sobrevivência dos artistas de então: Com razão deploram os artistas portugueses a atmosfera de desconfiança espiritual e material em que têm que produzir as suas obras; e alguns atribuem a esta ou àquela entidade a responsabilidade deste estado de coisas. Talvez ! No entanto, pensando justamente, devemos reconhecer que esta insuficiência de meios e desconserto, não é mais que o reflexo da vida portuguesa, sob tantos aspectos tão pobre.

Num país que tem tão graves problemas a resolver, não admira que as Artes não prendam a curiosidade dos espíritos, e não tenham o apoio material que só do espírito culto lhe pode vir.

Os que escolheram o «ofício que empobrece» vieram a ele sem promessas, e se houve engano foi o seu próprio engano.

Se eu não estivesse também dentro de «esta coisa», diria: Bem hajam os que aceitaram a luta áspera e esgotante, porque o sacrifício não será inútil; e do seu esforço, mais cedo ou mais tarde, surgirá o triunfo da arte, que ambicionaram.

Não culpemos ninguém, não ! Todavia… que tristeza na pátria de Camilo e Soares dos Reis ! Os artistas têm que contar com eles próprios para a realização das suas aspirações artísticas, embora não desdenhando alguma colaboração que a eles venham acertadamente.

Nem só de jornais vive o caricaturista, e se já falamos das bonecas de trapos caricaturais de Júlio de Sousa, e de escultura humorística, nesta década de quarenta, surge um rapaz que deixaria escola de Caricatura em Madeira. É ele Manuel Piló, que chegaria a ter uma "barraca" na Feira Popular (por onde andava também o Stuart a trabalhar, e com negócio montado de "leitura de Sina" e outras invenções. Pouco sabemos deste artista, no percurso anterior, e após a sua partida para o Brasil em 1945. Sobre a sua obra, temos alguns recortes de jornal. Luíz de Oliveira Guimarães em a "República" (de 17/4/1941) fala de "Figuras de madeira - Pilóchio":

Quantos artistas esplêndidos há por aí que o grande público inteiramente desconhece ou que, pelo menos, não conhece tanto como era legítimo que conhecesse ! Por exemplo: este de que falo hoje.

Há tempos começaram a aparecer à venda na montra de uma papelaria da moda umas curiosas figuritas representando tipos regionais portugueses e que nos eram dadas ou por meio de aguarela ou por meio de sobreposições de papel colorido recortado; mas, de uma maneira ou de outra, caracterizadas, todas elas, por uma graça, uma intenção, um movimento, um poder de comunicação visual que não eram vulgares. assinava-as um nome que eu durante bastante tempo supus, confesso, um pseudónimo: «Piló». Há dias, ao passar pela papelaria, uma nova série de figuras expostas na monta atraiu, inesperadamente a minha atenção. Representavam cinco ou seis tipos regionais; eram recortadas ou, melhor, esculpidas em madeira; o artista que as modelou pintara-as de cores vivas; não tinham qualquer indicação que nos permitisse identificar o seu autor - mas constituíam, na sua pitoresca e colorida simplicidade, verdadeiras obras-primas. Não resisti, entrei na loja, perguntei quem fizera aquelas pequenas maravilhas. Disseram-me um nome:

- Piló

- Ah ! São do Piló ?

- São.

- Mas quem é o Piló ?

- O Piló é o Piló…

O artista chamava-se Manuel Piló. Piló era afinal o pseudónimo do seu próprio nome. Creio que poucas vezes alguém se terá tão misteriosamente dentro da sua individualidade. Não tardou muito que eu viesse a conhecer o artista e a visitar a sua própria oficina - permita-se-me a expressão - improvisada num recanto da sua casa, tão alegre e acolhedora. Ao examinar aquelas dez, quinze, vinte figuras de madeira que pousavam, à minha volta, algumas delas ainda frescas de tinta, lembrei-me da história do Pinócchio. Por um momento tive a impressão de que o velho Geppetto - o célebre fabricante de bonecos de pau - surgira diante de mim, transmudado num rapaz de trinta e tantos anos, vivo sorridente, cultíssimo, vestido num impecável jaquetão claro em cuja botoeira resplandecia uma flor vermelha.

- Como lhe passou pela cabeça fazer bonecos ? - perguntei-lhe.

Respondeu-me - Talvez questão de temperamento. Um boneco, ao sair-me das mãos, leva um pouco da alegria que eu, confesso, não soube expandir de outra forma…

- Recorda-se do seu primeiro boneco ?

- Não. Sei apenas que não era de madeira e que devia ter, feitos a lápis, muitos braços, muitas pernas e - «á tout seigneur» - um chapéu alto na cabeça … Bonecos de pau só comecei a faze-los relativamente há pouco.

- Trabalha sozinho ?

- Perto de mim trabalha quase sempre o meu filho mais velho. De quando em quando, sujeitamos à opinião um do outro os nossos trabalhos e, geralmente, se um boneco meu lhe agrada - o êxito é certo…

- Que idade tem ele ?

- Cinco anos !

Sorri :

- Esplêndida idade para a verdadeira crítica de arte…

Piló acendeu um cigarro.

- Fumo desalmadamente, embora dois terços do tabaco que fumo me seja desagradável. É um paradoxo invencível…

- Só faz bonecos ?

- Sim. Quase só bonecos. O boneco tem, sobre a caricatura pessoal, uma vantagem: não fere susceptibilidades…

- E, dentro dessa teoria, prefere…

- A figura popular… É a figura popular que me dá, sem artifício, no movimento, na cor, na expressão, no pitoresco, essa alegria e essa ingenuidade que constituem a alma - poderei dizer assim ? - dos meus pobres bonecos de pau…

- E diga-me, se não é indiscrição, vive disto ?

Franziu o nariz.

- Acha que em Portugal se pode viver exclusivamente de fazer bonecos ?

- Não é fácil, não ….

- Sou empregado numa Companhia de Seguros…

E concluiu:

- O Seguro morreu de velho !

A 31 de Maio de 44, o "Século" chama a atenção para os espirituosos bonecos de Piló que se vendem na barraca do «Pim-Pam-Pum». /…/ A barraca do «Pim-Pam-Pum» destaca-se graças à arte de Fernando Bento e Stuart Carvalhais, que a idealizaram e realizaram. Todas as noites se disputam corridas de cavalos - de inofensivos cavalinhos de madeira…

A 14/4/1944, o "Diário Popular" publica "Manuel Piló e o seu Mundo Fantástico onde os homens não batem nas mulheres e as mulheres não mentem aos homens":

Moreno, metido consigo, avesso a tertúlias e grupos de elogio-mutuo, passando na rua silencioso e distante, alheio a tudo como se a sua fosse a rua fosse um descampado ou ele próprio vogasse sobre nuvens, durante vinte anos, com persistência de ferro e esperança que nenhuma desilusão venceu, este rapaz lutou para juntar as duas metades antagónicas da sua vida satisfizesse a um tempo as necessidades e as aspirações.

Até às cinco da tarde, curvado sobre uma secretária, os números traçados pela sua mão firme alinhavam-se em colunas firmes e rectas.

Soada a quinta badalada, o pôr do chapéu na cabeça era como o destruir de uma grilheta.

Saído do mundo dos deveres estreitos, este rapaz pertencia-se a si próprio. E entrava então no seu mundo pessoal, um mundo estranhamento lírico e caricatural, poético e heróico simultaneamente. Filho nos seus mínimos pormenores da sua imaginação e da sua sensibilidade de artista materializado carinhosamente pelas suas mãos diligentes tal mundo povoado de figuras estranhas e desconexas, era o seu reino e a sua pátria. O outro, o real, um lugar desagradável onde se ganha, mediante meia dúzia de gestos desagradáveis, o pão e a água de cada dia.

Uru o mago, com seu manto recamado de estrelas; Ajaz, o engole espadas, com seu turbante garrido; o feroz bandoleiro Boca-Negra, rindo, trocista, do pavor que inspira; Alae, o corsário e Dick, o Garra-de-Ferro, eternos competidores em busca da Ilha do Tesouro; Manolo, o castiço, em cujas linhas se condensa todo o «postin» andaluz; a voluptuosa Zorina, atracção de «musiv-hall»; D. Manfredo, o brigão, alma de d'Artagnan e Cyrano misturada; Pablo, o Gaúcho, com seu laço silvante; e outros muitos, eis os súbditos deste reino cujo Rei e Criador se chama Manuel Piló.

Manuel Piló tem hoje perto de quarenta anos e desde os vinte que trabalha nos seus bonecos. Mas as artes não garantem entre nós o pão a ninguém, velha e triste verdade.

Manuel Piló trabalhou, durante todo este tempo, dividindo a sua vida em duas: de dia, o ganha-pão; nas chamadas horas vagas, o seu amor.

Primeiro recortados em papeis coloridos e colados em cartões brancos, mais tarde, num desejo de novos volumes construídos em madeira, durante muitos anos Manuel foi tudo, na sua industria gentil: criador dos modelos, marceneiro, pintor.

Cada boneco passava-lhe nas mãos horas sem fim, era uma verdadeira criação.

E os dias somavam-se aos dias, numa luta constante, infatigável, contra o meio hostil e os temerosos obstáculos de um capital para o qual o engenho e a arte sempre foram causa de medo, e não de impulso.

Finalmente, gente nova como ele, gente que compreendeu o pernicioso efeito de consagrada frase «Quando por cento rende o meu rico dinheirinho e a que prazo ?» veio ter com ele.

E hoje, no salão alegre de um grande prédio ali à Pampulha, Manuel Piló realiza diariamente o seu sonho.

Partindo do seu estúdio e ocupando todo o prédio, as várias secções coadjuvam-no. Serradores, torneiros, marceneiros, um exército de jovens rapazinhos para os acabamentos e a pintura, um pequeno exército de operários de uma industria nova, os corsários e os gaúchos, os bailarinos e palhaços, são criados em série.

A industria ensaia os seus primeiros passos e as suas possibilidades são infinitas. Desde a decoração à publicidade, desde a caricatura ao simples boneco para alegrar o dia sem sol de uma criança pobre, tudo é possível, pois se baseia na sensibilidade e na inteligência de um artista que sonha manter-se puro através as mil e uma desilusões e os mil e um obstáculos de vinte anos de esperança e de trabalho.

A 15/ de 45, o Diário de Lisboa noticia a sua partida: "A Vender bonecos Piló vai para o Brasil e é capaz de chegar ao pólo!"

/…/ - Para onde é a abalada ?

- Agora, até ao Brasil…

- Que foi que o decidiu ?

- A satisfação de ter sido bem sucedido em Espanha e o desejo de ver mais

- Foi a Espanha ?

- Eu lhe digo. Isto é assim mesmo: em Lisboa, vendi a uma fábrica os direitos de reprodução de todos os meus bonecos. com esse dinheiro, aventurei-me a Espanha.

- Bem recebido ?

- O melhor possível. A exposição que fiz, posso dize-lo, foi um verdadeiro êxito. Muito maior do que Lisboa, sem comparação. Pois também vendi para Espanha, a outro produtor, o direito de reprodução e venda. Por sinal que o trabalho de lá dá gosto, por operários especializados, material excelente e mão de obra admirável.

- Rendeu-lhe muito ?

Piló sorri:

-O bastante para comprar uma passagem de 3ª classe (as outras custam 20 contos !) que me leve daqui até ao Brasil. Conto partir daqui por uns oito dias, num barco espanhol…

- Projectos ?

- É a única riqueza que podemos ter, não é verdade ?… Sejamos, ao menos, ricos de imaginação !

- Mas que vai fazer ao Brasil ?

- Que quer que eu faça ? … Vender bonecos, c'est toute ma fortuneE, se me sair bem, faço o mesmo que tenho feito: vendo os direitos para o Brasil e vou até à Argentina…

- E depois ?

- Sei lá ! Sonhar não custa nada… talvez Nova York…

Entretanto Tom prosseguirá esta linha criativa de escultura em madeira, com figuras típicas portuguesas, e Zé Penicheiro transporá esta técnica para figuras populares e caricaturas políticas, e outros os seguirão.


Wednesday, June 09, 2021

25th international contest Fax for Peace, Italy

 


25th international contest Fax for Peace, Italy

It is open to students of all grades and types of schools and to professional artists from all over the world. They are required to submit one or more works developing the themes of peace, tollerance, fight against any form of racism and of defense of human rights.

Each competitor may take part in two ways:

1) E-MAIL, JPG FORMAT max 1,5 Mb one or more pictures or works of visual art. [e-mail: istsuperiore@faxforpeace.eu]

2) Send SHORT FILMS AND CARTOONS of maximum 5 minute length that could also be forwarded in compressed format to the following e-mail address: istsuperiore@faxforpeace.eu

or forwarded by mail to: via degli Alpini, 1 - 33097 Spilimbergo (Pn) Italia.

The videos can be shot/made in the most common formats (AVI, MPEG, Real Video, QuickTime, Video for Windows ecc.). 

WHEN - Works from each competitor (individual artist, student or class) will be accepted starting from Saturday

January 9th 2021 at 8.00 a.m. until Wednesday June 30th 2021 at 12.00 p.m. 

EXHIBITION - On each work it is necessary to indicate full name, name of school and grade/class (if students), telephone and fax number and/or e-mail, address, city, country. Single students will also have to specify their school address, their age and the class attended. Competitors

implicitly authorize the school to reproduce and use their works in the catalogue and in different media for no-profit activities.

The organization cannot be held responsible in case of theft, damage or loss of the works.

Works will not be returned or retransmitted to their authors. A catalogue will be printed, reproducing a wide selection of the works received after/ following up, which later will be sent to competitors free of charge, previous formal request. 

THE JURY - The jury of experts in communication, art critics and representatives of the school world will select 6 works among those received within the expiry date, according to their development of proposed themes and their effectiveness. 

PRIZES- The following six prizes, will be awarded according to categories:

- BEST WORK - Kindergarten and Primary Schools: € 300,00;

- BEST WORK - Lower Secondary Schools: € 300,00;

- BEST WORK - Secondary High Schools: € 300,00;

- BEST WORK - Video or cartoon: € 300,00;

- BEST WORK - Artists: € 300,00;

SPECIAL PRIZES - BEST WORK to satirical or humorous drawing on human and civil themes: € 300,00;  

INFO - Istituto d’istruzione superiore di Spilimbergo Il Tagliamento

via degli Alpini, 1 - 33097 Spilimbergo (Pordenone) Italia

tel. + 39 (0) 427 40392 - fax + 39 (0) 427 40898

e-mail: istsuperiore@faxforpeace.eu    www.faxforpeace.eu

 


«O “cousin” de António (Antunes) – Uma ironia que se virou contra o próprio ironisador» por Osvaldo Macedo de sousa in «O Dia» de 13/4/1987

   Qual será a imagem, como abstracção, que o público tem do humorista, ou do cartoonista? Um «bom vivant», sempre pronto a pregar partidas, sempre a rir, a contar anedotas… Não conheço nenhum que assim o seja e o António muito menos. Quando este entra numa sala, surge um jovem muito bem «composto», sério, calado e a única característica a denuncias a profissão, para os que têm uma aguda capacidade de observação, é a expressão dos olhos, perspicazes, analistas que tudo vêem, registam. Depois, se o conhecerem melhor, descobrem que não é tão sisudo, calado ou tímido, é um homem como muitos outros, que se dedicou à caricatura-sátira, por opção estética de intervenção.

 

            É o António Antunes publicitário, desenhador de imprensa sob a assinatura de António, nome conhecido no meio cartoonistico a partir de 1974, quando começou a trabalhar no jornal «República», passando posteriormente pela «Capital», «Diário de Noticias», «Vida Mundial», «O Jornal», «Pão com Manteiga», «Bisnau, até ao «Expresso» onde se fixou em exclusividade para a língua portuguesa, porque noutras línguas o caso é outro, para os seus desenhos mudos.

            Apesar de nunca ter vivido fora destas eiras e, consequentemente, nunca ter procurado trabalho, como sobrevivência, em jornais estrangeiros, a verdade é que neste momento é p desenhador português mais difundido além-fronteiras, representado em agência distribuidora dos seus trabalhos pelos jornais dos quatro cantos do mundo.

            Como o conseguiu? «Só através dos Salões Internacionais é que um artista consegue ultrapassar as fronteiras, e ser conhecido», afirmou o António. Por essa razão, já esteve presente nos Salões de Berlin, Piracicaba (Brasil), Madrid, Cuba, Montreal (Canadá)… ganhando neste último os Grandes Prémios do XX (1983) e XXIII (1986) Salões Internacionais. Como reconhecimento internacional, foi integrado na antologia «The 1970’s Best Political Cartoons of the Decade», tendo sido agora convidado a ser representante-editor em Portugal da «Witty World – International Cartoon Magazine».

            A todas estas distinções, somou-se mais uma agora, razão pela qual resolvemos chamar a (re)atenção do público sobre este artista, e desta forma felicitá-lo, apesar do prémio que recebeu ter sido uma ironia que se virou contra i ironizador. Mas, comecemos pelo principio.

            Existem alguns símbolos nacionais, nascidos e imortalizados na caricatura, pelo tempo, pela necessidade, gosto, identificação de um povo. Não sendo criações anónimas populares, existem pelo seu beneplácito. São o caso do Zé Povinho, John Bull, Tio Sam… Porém, nunca se tinha dado o evento de um desenhador estrangeiro, estranho à terra em convívio, criar ele sozinho um símbolo nacional e depois criar-se uma campanha para o impor. Foi o que o americano Laurie fez, ao criar o «Cousin Lee», como símbolo do povo da Formosa (Republica da China). «É um processo que aparece desligado das raízes nacionais, um processo que não tem grande seriedade».

            Para lançamento do símbolo, a «Central News Agancy» e o «China Post», o jornal mais importante da ilha, organizaram um Salão Internacional, para o qual convidaram desenhadores de todo o mundo, em variações sobre o mesmo tema. Dessa forma, o António também foi convidado. Não tinha dados, características do símbolo, do povo para fazer o desenho. Era alfo que tinha de criar em falso, algo de plástico. «Por isso, resolvi representar o China Post, como uma fábrica que expele fumo, resíduo, em forma de um símbolo, o “Cousin Lee”, que não tem consistência em seriedade». Uma sátira à própria organização, a qual resolveu agradecer com a ironia de um prémio. «O sistema dos prémios e classificações é diferente dos de cá: havia 3 prémios com viagens e estadia de uma semana na Formosa, e mais 29 prémios em placas. Eu recebi uma dessas placas e a lista dos premiados, onde vem o meu nome. Foi uma surpresa»

            Desta forma descontraída e irónica, o António vai prosseguindo uma carreira sempre presente nos jornais, ou em álbuns que vai lançando de tempos a tempos, como «Kafarnaum», «Suspensórios», «Caras»…


Tuesday, June 08, 2021

O SENHOR DAS TAÇAS... de Miguel Salazar na Casa da Memória Guimarães a partir do dia 12 de junho 2021

 


O SENHOR DAS TAÇAS... de Miguel Salazar

Depois de ter estado patente ao público no Santa Luzia Arthotel, até Janeiro passado, a exposição de "O Senhor das Taças" vai estar agora na Casa da Memória, com o apoio do Município de Guimarães.
São 39 desenhos originais que vão estar expostos a partir de sábado.
Nesse dia, entre as 11 e as 13 horas, o autor estará disponível para quem quiser comprar exemplares autografados da segunda edição do livro, uma edição revista e aumentada, com mais 6 caricaturas e mais de 100 novas iluminuras.
O livro tem o custo de 20 euros, e parte dessa venda reverte a favor da CERCIGUI, parceira desta 2ª edição... 


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