Saturday, May 24, 2008

FECO-Portugal tem BLOG


A FECO-Portugal, cujo movimento de criação se iniciou aqui no Buraco a Fechadura, já tem blog em http://fecoportugal.blogspot.com/O projecto FECO-Portugal conta já com mais de uma vintena de pré-associados e prepara-se para- dentro em breve, formalizar a sua existência.Ao mesmo tempo, decorre neste momento a votação para o seu logotipo. O conjunto dos logos sujeitos a votação pode ser apreciado acima (clicando sobre a imagem é mais fácil apreciá-los).
Todas estas propostas são de autoria de pré-associados da FECO e são também eles quem vota.
Z. O.
http://chavedoburaco.blogspot.com/

Thursday, May 22, 2008

Historia da Caricatura de Imprensa em Portugal (Parte 27)

1883

Os anos de 83 e 84, no campo da evolução caricatural são a estagnação, aparecendo apenas no Porto ''A Parra" e na mesma cidade Sebastião Sanhudo publica o "Almanach d'O Sorvete - Procissão de Celebridades Portuenses".
De 1883 é o jornal "Zum-Zum", onde desenha um tal Réné que na primeira página do nº 1 faz a seguinte saudação “A Raphael Bordallo" - «O teu lápis, conforme queres brandi-lo, retalha como um chicote, fura como um estoque, rasga como um punhal e esbofeteia como a mão vingadora d' um forte. D' uma sociedade a decompor-se e a putrificar-se, tens mostrado como um médico as chagas e as pustulas. Como da operação cirúrgica resultaria a morte rápida, tu observador e artista, achaste que era mais útil, apontar-lhe constantemente e heroicamente as origens da gangrena e os pontos invadidos pela corrupção fatal. Para os que te teem comprehendido, tens sido mais do que mais que o artista, tens sido o benemérito. A esses tem evitado o contágio e com o teu lápis tens-lhe insuflado no sangue a vacina do bom senso e da dignidade altiva. De cegos tens feito rebeldes e tens ensinado por meio da troça sagrada onde está o Ridículo e onde está o Justo. Para triumpho e prémio basta-te o teres visto invertidas as scenas com a tua propaganda tenaz. Pelo teu processo claro e impresionativo, não só tens revolucionado as intelligencias, como tens alterado o valor que se ligava aos antigos e deturpados vocabulos da língua. A Honra o Bom-senso, a Justiça e a Moralidade, cujas definições appreendidas nos Diccionários se applicavam aos vultos célebres, vasios e hirtos, passaram, pela influencia do teu lápis mágico, para os mais obscuros, para os mais humildes, para os mais uteis d' entre nós e elles, ao contrario, ficaram figurando como espantalhos, proprios para excitar a nossa piedade e quasi todos o nosso despreso. A tua obra de valor e de utilidade, e ainda vae em princípio, pode egualar-se á d'esses artistas superiores, que como Cham, como Gill, como Punch, como Gavarni abalavam tanto como os grandes escriptores, ou mais do que elles as sociedades gastas, o preconceito estuito e as estafadas noções da Justiça.»
«Por esse serviço que tens feito, por esse combate intransigente que tens sustentado, vem hoje um companheiro obscuro, buscar ao teu nome, que honra a primeira página d'este jornal humilde, a fortaleza de que precisa armar-se para entrar na grande lucta.»
Dois artistas estão impostos: Raphael e Sanhudo. «Aprendizes de feiticeiro» têm aparecido de vez em quando, que assinam sob pseudónimo como o Zirra, Yves, Samuel, Rene ... depois há os casos do Jacinto Navarro (de O Penacho) o Joaquim Costa (de O Alfacinha), dos irmãos Cabral (Augusto e João no Binóculo de Ponta Delgada) ... até que em 1884 surge Manuel Gustavo Bordallo Pinheiro (sobre quem falaremos mais tarde, já que ele é «o herdeiro presuntivo da nossa glória e dos nossos bonecos, a carne da nossa carne, o lápis do nosso lápis») nas páginas do ''António Maria" em Lisboa.
Foi um início muito tímido com cópias "d'aprés Busch", com histórias narrativas, e desenhos incipientes do jovem de 17 anos, ainda sem ousadias satírico-políticas. Nasce assim o primeiro, entre os primeiros de uma escola dita raphaelista .
A caricatura, em Portugal nasceu com o liberalismo, mas cresceu pelo republicanismo, ou talvez se possa dizer que o Republicanismo desenvolveu-se pela caricatura. Assim a primeira caricatura conhecida, como já vimos refere-se de forma pouco elogios a para o Rei que foge para o Brasil. Em 48 no Patriota já se defende que «a única resposta contra a monarquia é a liberdade». (30/5/1848).
A liberdade tem como símbolo o chapéu frigio da Mariana, e como à liberdade se vai aliar o sonho republicano. 5eri também este o símbolo do movimento nascente, da resposta contra um regime decadente há vários séculos. Nesta luta pela liberdade, ou pelo republicanismo, a sátira do século XIX foi a "água mole em pedra dura" (em o Sorvete de 25/5/1881); foi o trabalho de paciência, desmascarando a fraqueza do regime, a fraqueza dos partidos monárquicos que no seu rotativismo enganavam alternadamente o povo. Se o nome do partido mudava, o mesmo não acontecia com a filosofia política, as directrizes governamentais, e por vezes nem os políticos mudavam.
Perante esta inoperância governativa, a não concretização do desenvolvimento que o liberalismo deveria conduzir, certos sectores da sociedade e da monarquia começaram a pôr em causa do regime. É que nem sempre a caricatura teve como fim a implantação da república, antes a caricatura acompanhou a insatisfação, acompanhou a transformação do pensamento da oposição, lutando paralelamente pela liberdade ...
«O estado das coisas actualmente é este; quando pensarem que (o palanque do trono) realmente está seguro - desabará. O bicho (republicano) roí-lhe o miolo, e as luminárias estão quase no fim. Os naturalistas chamam a este bicho a phyloxera do throno, nós chamaremos ao trono a phyloxera do povo» (Sanhudo in O Sorvete de 28/3/1880). Esse trabalho, no qual a caricatura foi crucial, foi um trabalho de opinião: «O resultado das últimas eleições republicanas em Lisboa, estabelece a medida do movimento progressivo com que se vai apertando sobre os factos a grande prensa chamada... opinião» (RBP in António Maria 10/11/1881)
Magalhães Lima (in "A Revolta" 1886) afirmará que de «todos os jornais, de todas as publicações, de todas as manifestações feitas, promovidas e organizadas pelo Partido Repúblicano em Portugal, nenhuma conseguiu ainda exceder o efeito produzido por uma só página d'António Maria».
A opinião é símbolo de liberdade de pensamento - é satirizar a politica; é criticar a sociedade e o governo; é aquilo que o governo não gosta, e por isso este trabalho contra a phyloxera do povo nunca é pacifico. Contra estes desparasitadores o governo tem à mão a polícia, a lei, a justiça, e o juiz Veiga será a mão ditatorial mais famosa contra o republicanismo.
«Enquanto a polícia se entretêm a fechar as portas dos botequins republicanos, divertem-se os gatunos a abrir as portas aos cidadãos constitucionais» (RBP, in Ant. Maria 25/5/1882). Um entretenimento que fechou vários periódicos, que impôs muitas multas, apreensões de edições, emigrações como fuga à prisão...
Não foi fácil esta luta, como não o é qualquer luta por um ideal, e se João Cabral se queixava da corda que prendia o "Balão Cativo" («O Zé é um balão aquecido pelo oxigénio republicano, mas a corda do governo monárquico é muito forte», in O Binóculo 27/1/1884), com persistência, ela haveria de ceder...

Tuesday, May 20, 2008

Morreu o grande mestre Will Elder. A BD e o humor estão de luto


Morreu no dia 14 de maio Will Elder Will Elder (1921-2008), um dos "desenhadores-monstros" da EC Comics, a "editora-choque" dos anos 50 e mais tarde conhecida por ter criado a revista "Mad".Elder trabalhou na Época de Ouro da EC Comics até ao final das linhas editoriais de Horror, Crime e Ficção Científica suspensas com o aparecimento do código de pré-censura - o famoso selo "Approved by Comics Code" que aparece nos cantos dos Comics. Entre os feitos de Elder conta-se também a sua contribuição para os primeiros números da "Mad" que ajudou a criar o típico humor da revista. Claro, que Harvey Kurtzman (1924-1993) foi o parceiro principal nesta aventura, e juntos também criaram a personagem "Little Annie Fanny" para a revista "Playboy" em 1962.O trabalho de Will Elder (e Kurtzman, a EC Comics e a "Mad") foram uma forte influência para autores como Robert Crumb e Art Spiegelman.Na Bedeteca de Lisboa existe o livro "Horror comic of the 1950's" (uma antologia da EC Comics e com uma bd desenhada por Elder) e vários números da revista "Mad" entre 1967 e 1979.

Fonte: http://www.bedeteca.com/

SALIO ARTEFACTO NRO. 7 de Omar Zevallos

Esta é uma das melhores revista virtuais sobre humor que há neste momento. Coordenada por Omar Zevallos, é fundamental visita-la. Nuevamente con ustedes y con las mismas ganas de llevar un buen material sobre el arte del humor, la caricatura y las diversas manifestacionbes artísticas; les ofrecemos esta vez una entrevista exclusiva con la notable ilustradora y humorista gráfica colombiana, Elena Ospina, con quien hablamos desde Madrid.
Además, hay un homenaje al viejo Bugs Bunny que cumplió 70 años, una nota con el sorprendente Julian Beever, la segunda parte del análisis sobre la risa y una graciosa galería de los Mickey feos. No se la pierdan, pueden bajarda desde aquí:
http://www.deartistas.com/artefacto/Artefacto7.pdf
http://www.deartistas.com/artefacto/Artefacto7.pdf
http://omarzevallos.blogspot.com/search/label/Artefacto
O también desde aquí: http://www.filesend.net/download.php?f=2248b14b2d70737d84f7a51ee148a5ea

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