Friday, July 06, 2007

NAJI AL-ALI, O HUMOR PELA PAZ - FAZ 20 ANOS QUE ASSASSINARAM ESTE CARTOONISTA

Por: Osvaldo Macedo de Sousa

Nunca um governante foi derrubado por um humorista, mas muitos cartoonistas foram presos, torturados ou assassinados por ordem de políticos. Um dos casos mais chocantes foi o assassinato em plena Eves Street de Londres do palestiniano Naji Al-Ali, um cartoonista que apenas lutava por um mundo de paz.

Aconteceu a 22 de Julho de 1987 quando o artista se dirigia para o seu local de trabalho. Eram 17h30, e a trinta metros da redacção da delegação em Londres do jornal “Alqabas Aldawliya”, um desconhecido cruza-se com Al-Ali e à queima roupa dispara vários tiros. Nada que o cartoonista não esperasse, pois a sede da OLP já lhe tinha enviado um ultimato para deixar de criticar Yasser Arafat e seus jogos sexuais e de desvio de dinheiros. Contudo esta era uma dos milhares de mensagens de condenação à morte que tinha recebido ao longo dos seus 30 anos de carreira. Viria a sucumbir aos ferimentos passados 38 dias, ou seja morreria a 29 de Agosto.

Quem matou este cartoonista? Será que interessa? Uns afirmam que foi a Mossad, já que não poupava o ocupante israelita nas suas sátiras; outros que foi a OLP, que ele tanto criticava; assim como havia outras facções árabes sem humor e portanto também desejosas de calar a sua voz. Na realidade todos os que queriam manter a guerra na palestina, ou controlar o médio oriente o queriam morto.
Naji Al-Ali nasceu em 1937 na aldeia de Al-shajara na Galileia. Em 1948 os israelitas ocuparam a sua aldeia, obrigando que toda a família partisse para um Campo de refugiados. Os Judeus que saíram dos Campos de Concentração Nazi, foram para a Palestina empurrar os habitantes locais para Campos de Concentração de refugiados. Foi com estas injustiças que cresceu, que desenvolveu o seu carácter de lutador. A raiva era muita, naturalmente, e como seus companheiros de exílio e prisão faz várias revoltas, vários actos de irreverência, sendo a mais frequente a pintura de desenhos satíricos nas paredes da prisão, ou das cidades do Líbano. O jornalista Ghassan Kanafani (posteriormente assassinado em 1971) ficou fascinado com os seus trabalhos, ajudando-o a publicar em jornais e incentivando-o a estudar no Art Institut do Líbano.
Após este início de carreira, mudou-se para o Kuwait onde havia maior liberdade de expressão, contudo os seus irmãos árabes não gostavam da sua acção crítica e as pressões da Arábia Saudita, da OLP, da Síria, de Israel… levaram-no a ter que regressar ao Líbano, e posteriormente refugiar-se em Londres.

Os seus trabalhos foram publicados tanto no Cairo, como em Beirute, Kuwait, Marrocos, Tunis, Abu Dhabji, Londres, Paris… no Al-Tali’a Kuwaiti magazine, Al-Safir, Al-Khalij, Al-Safir, Al-Qabas… em todos aqueles que aceitavam uma voz independente. Ela tanto criticava a esquerda como a direita, a ocupação da Palestina, os assassinatos israelitas como as lutas fratricidas entre palestinianos, entre as diferentes correntes árabes, as diferentes seitas muçulmanas, as políticas do petróleo… Ele desejava apenas ser, com suas caricaturas, «a expressão dos oprimidos que pagam caro a vida, carregando nos ombros os erros cometidos pelas autoridades.»
Para melhor enquadrar a sua mensagem criou em 1969 um símbolo, um ícone – o Hanthala. Uma criança de 10 anos (a idade dele quando foi despejado, escorraçado de sua aldeia pelos israelitas), de costas voltadas por ter vergonha do que a humanidade faz aos seres humanos desprotegidos. Prometeu nunca crescer, nunca virar-se de frente até que os políticos tomassem consciência dos seus erros, até poder regressar a “casa” em liberdade. Essa criança era também um eterno memorando do seu compromisso em ser o porta voz de uma causa, não só palestiniana, antes da humanidade.
«Quais os deveres políticos do desenho caricatural? – escreveu Al Ali - Incitar, pregar o nascimento de um nosso ser humano árabe. Incitamento é uma operação histórica, por isso não é correcto dizer o que deve é correcto perante o Sultão? A caricatura desnuda a vida, estende-a ao vento, ao olhos do publico da rua, capturando a vida em qualquer recanto onde ela exista, trazendo-a à superfície para que o mundo a veja sem que possa se esconder nos degraus, nas fendas do dia a dia. Na minha opinião, a caricatura prega esperança, revolução e o nascimento de uma nova pessoa»
Nunca se soube quem na verdade o assassinou, mas os cúmplices são todos aqueles que se calam, se submetem passivamente à tristeza despótica dos senhores do poder. Os culpados da sua morte somos todos nós os que não têm coragem de rir na cara dos usurpadores, na cara dos senhores da guerra, na cara dos terrorismos ideológicos, religiosos ou economicistas.

Thursday, July 05, 2007

007 ORDEM PARA HUMORAR

Exposição no CNBDI - Centro Nacional Banda Desenhada e Imagem - Amadora, tendo como tema James Bond, ou seja o 007 numa viagem desde o seu craidor, Ian Flemming, passando pela 9ª arte, 7ª (e seus sete interpretes), até à Paródia Politica e Paródia humoristica. São trabalhos de artistas de 7 paises, onde o humor luso predomina, como convem
Naturalmente inaugura a 7/07/2007. Não é ás 7 horas pela incoveniencia da hora, mas sim ás 17h. O CNBDI fica na Av. do Brasil nº52-A, Amadora


Wednesday, July 04, 2007

007 na Amadora a partir de 7/07/007

OO7 ORDEM PARA HUMORAR

Por: 000sva7do de Sousa

Neste novo século, que alguns filósofos consideram como a Era do Vazio, ainda há setes que interessam a alguns. As ideologias diluíram-se, o humanismo esvaneceu-se na secura dos tempos, e o novo herói da sociedade já não é um perfil de romantismo cavaleiresco, antes um yuppi de fato cinzento, com cifrões como olhos e cérebro, de nome Economia Liberal Global, liberal por parte da mãe de passado duvidoso, e Global do pai, marinheiro saqueador dos sete mares. Este super-homem da sociedade bancária contemporânea conseguiu destruir todos os outros pelo seu calcanhar de Aquiles, ou seja, o lado piegas das suas almas humanitárias, que lutam sempre pelos bons, tentando castigar os maus. Hoje os bons vão para a cama cedo, e os maus vão para todo o lado e divertem-se.
Os heróis de hoje não se medem aos palmos, mas sim pela bolsa, vivem a sua realidade e não ficções onde raramente trabalham… Os heróis do passado não passam de ficções, de criação de mentes que desperdiçam o seu tempo e produtividade laboral em sonhos fúteis de diversão e criatividade. É verdade que alguns, pela magia do mercado, conseguem transformar esse idiota em economia galopante, em dinheiro, e então de herói passa a ser produto de massas, marketing, merchandazing…
Nós, ou eu, pertencemos àquele grupo de idiotas que desperdiçamos o tempo a criar coisas que não dão dinheiro (infelizmente), sobre assuntos, temas ou criações que até deram o seu contributo para o PIB nacional ou internacional. Mas, como é necessário haver idiotas para os outros poderem brilhar, resolvemos lutar contra a morbidez dominante, contra o obscurantismo dos números para que um sorriso brilhe no céu dos portugueses, como se o optimismo ainda fosse possível nesta bruma à beira mar plantada. Que o Zé Povinho, o Quim e Manecas, o Escarra e Cospe, o Abutre, o Chico Boné, o Horus…se levantem e em nome da nossa sobrevivência mental nos façam sorrir. Que a ordem seja humorar sobre a vida.
Humorar sobre o quê? Não queremos cabalas contra ninguém, mas que há um misticismo cabalístico no ar, há. É que neste ano verifica-se uma conjugação cósmico-numerológica que só acontece de milénio em milénio. Não é um cometa, não é um avião supersónico, não é o Super-Homem de visita a Portugal… É um fenómeno raro, tão raro que em cada milénio se repete doze vezes consecutivas. Esse acontecimento especial, que agrada a todos os supersticiosos cabalísticos é a coincidência numerológica do dia com o mês e o ano. Neste segundo milénio da era de Cristo já aconteceu, e ainda vai acontecer mais vezes. Na primeira vez, ou seja a 1/01/001, estávamos ocupados no “reveillon” e passou despercebido. No 2/02/002 ainda estávamos na ressaca. No 3/03/003, 4/04/004… não sei, até que resolvemos comemorar o 7, e naturalmente vamo-nos esquecer do 8/08/008, 9/09/009… e mesmo do 12/12/12.
Porquê o sete? Porque é um número mágico? Porque a semana tem sete dias? Porque é o dia de descanso, depois de seis dias de criação? Porque são sete as colinas necessárias para dar magia a uma cidade? Ou porque este ano está na moda comemorar as maravilhas do sete?
Este ano, repito, as conjugações cósmicas colocam sete planetas (o Agostini, o Pluto, Vénus e outros) em linha no dia 7, do mês 07 do ano 007. Como uma imagem vale mais de mil palavras, esta construção gráfica leva de imediato o nosso inconsciente a identificar-se com um herói do nosso entretenimento, ressuscita na memória um ícone ficcional do séc. XX. Optamos por ser irreverentes e não comemorar as 7 virtudes, nem as 7 maravilhas, apenas um herói que tem ordem para matar em nome de Sua Majestade. Falamos naturalmente do 007, Bond, James Bond. Como somos republicanos, os nossos heróis, os criadores do traço têm ordem para humorar, ordem para nos desenharem um sorriso no rosto.
Para esta aventura policial à volta dos mundos de Bond, convidámos bandadesenhistas, caricaturistas, humoristas portugueses, para além de alguns artistas de outros seis países, o que faz com que tenhamos obras de trinta e 7 artistas de 7 países: Argentina, Brasil, Cuba, Espanha, Honduras, Peru e Portugal.

Assim teremos Ian Fleming, Sean Connery... na Amadora a partir do dia 7.

A Subida para o Poder por Raphael Bordallo Pinheiro



Eça de Queiroz em 1867 no "O Distrito de Évora"

«Normalmente todos os ministros são inteligentes, discursam com cortesia, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, de compadrio, de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades, por interesses, por especulação e corrupção, por privilégios e influências de camarilhas...»

Monday, July 02, 2007

Inauguração do XI Salão Luso-Galico de Caricatura - Vila Real 2007

Realizou-se no dia 23 de Junho a inauguração, entrega dos Prémios e a tradicional Festa da Caricatura no Teatro Municipal de Vila Real.

António Santos, Eu, Paulo Santos, Leando em representação de David Pintor, Henrique, Jorge Mateus, Vice-Presidente da Câmara e Dr. Pires cabral

Jorge Mateus recebendo a homenagem de artista convidado Antpnio, Santos, paulo santos e Leandro
Paulo Santos recebendo o seu troféu - 2º Prémio


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