Thursday, January 08, 2009
Modern David and Goliath by *BenHeine
Day 11 of Israeli War On Gaza
Death toll 620, injured 3000 and most of them Civilians
By Sameh A. Habeeb, A
Photojournalist, Humanitarian & Peace Activist in Gaza Strip.
Via DesertPeace [link]
*Total death toll: 620 while Wounded: 3000.
*Civilians: 220 children and 130 women killed since the start of this War. Many old men and young people were killed and the number is estimated of 80 and this is all according to the Medical sources.
*Thus, we could say so far: Around 430 civilians killed and 190 are policemen and militants.
* More than 1 thousand children among the wounded!
*11 Ambulances bombed and 4 vans for civil defense hit.
*30 paramedics wounded and 7 killed.Deadly Outcomes of Israeli Ground Military Operation:
1-Bombings in Jabalia Refugee Camps, 5 killed and several wounded. Many houses were damaged in the camp while hundreds of people leave their houses into some schools and safer places.
2-Israeli F16s bombarded two adjacent houses for Al Shorafa family in Toffah area. The houses were hit without previous notification. Many people killed and several wounded.
3-A massare against house of Al Daya family southern east of Gaza City. The father was killed, the mother, his son Fayez, his daughter in law Rawans, infant 6-month-baby Muhammad, 5-year-old Sharf Al Din, Ala’ aged 8 years, Rania aged 12 and Doha 3 years. Other 5 people were killed in the same house while many still under the rubbles of the 4-floor-house.
4- Marzouq Family hit in Al Toffah area. Many wounded and no news if there are victims or not!
5-Israeli drone killed 3 young guys refugee to one of the schools in Al Shati’ Refugee Camp. They were hit by a rocket while they were drinking water inside the school.
6-Medical sources: 13 palestinian women and children arrived to Al Shifa’ hospital due to Israeli shelling in Al Toffah quarter.
7-Gaza Local Radios: Thousands of Palestinians shelter to UNRWA schools mid of Gaza as Israeli army threatened of a genocide against them. Some of theose at schools are wounded and unable to reach hospitals.
8-F16s rebombarded Al Saraya security compound last night. The place totally turned rubbles.
9-Bombings target Al Baurej centeral market. Many wounded and 2 killed.
10-Bombings targeted Abu Ghanima family in Al Zaytoun area. The house includes around 12 people. Some injured, some killed and some others under rubbles.
11-A horrendous massacare: 45 civilians! Killed due to heavy Israeli bombings targeted them at Al Fakhora school in Jabalia town. The families and victims took this school a shelter from Israeli strikes. Around 100 wounded and many in critical conditions now!
12-A house for shamalkh family bombed to rubbles due bombings targeted a mosque in the area. Two palestinains killed, 10 wounded and 5 in critical conditions.
13-A house destroyed due to air raid in Khan Yonis town of Abasan.
14-Bombings in Al Shati’ camp claimed the life of one civilian and many wounded in the place.
15-Israeli rockets hit Qlaibo area north of Gaza and no wounded to be reported in the raid.
16-A house for Isi family hit in Al Toffah area.
17-A house hit near Mus’ab Bin omair Mosque and many houses burnt due to the shelling north of Gaza.
18- One Palestinian killed and 6 wounded in the Israeli air raids in Absan town in Khan Yonis.
19-Al Samouni Family: around 20 members of our family killed and another 25 under the rubbles of the house.
20-Power Transistors destroyed in the northern area.
21-Artillary shell kills a child, Merwan Ubaid, in Abasan town east of Kgan yonis.
22-Around 25 houses damaged due to artillery shells in Rafah City.
23-A house for Al alool family destroyed at Bait Lahia twon.
24-Five wounded in a rocket hit Khoza’a family.
25-Heavy bombings in the agricultural and farms in the northern areas.
26-A woman from Ghomaida family killed and her husband wounded in the northern areas of Gaza.
27-Mass bombings in Al shijaya area and many wounded and arrived at Al Shifa’ hospital.
28-Rockets targeted a house in Al Sheikh Ridwan and 5 wounded, one in critical conditions.
29-Pycatcrics: thousands of children turned traumatized due to the ongoing bombings.
30-Palestinian militants fire 30 rockets into the Israeli settlements.
31-Rockets hit the main Market of Gaza with heavy F116s rockets.
Tuesday, January 06, 2009
Historia da Caricatura em Portugal - 1888 (Julião Felix Machado)
Por: Osvaldo Macedo de Sousa
Em 1888, no Porto vamos verificar a ressurreição de "O Sorvete", pois que Sanhudo, tal como Raphael já não conseguia estar longe do seu público, impossibilitado de dar o seu toque satírico à sociedade. Esta segunda série será mais breve e terminará no mesmo ano a 23 de Dezembro, mas ...
Encontramos também ''A Cavaqueira Política" onde Almeida e Silva deu novo ar da sua graça, assim como "O Palito" com trabalhos de um tal Menezes e A. Nunes. Em Lisboa também se faziam maus jornais como "O Nabo", e bons como a "Comédia Portuguesa", onde reencontramos Julião Machado. Um artista e um jornal que merecem referência.
Julião Felix Machado nasceu a 19 de Junho de 1863 em S. Paulo de Luanda (capital da colónia angolana), filho de abastados negociantes de origem açoriana, será enviado para a metrópole pelos seus pais com o intuito de fazer os estudos adequados. Irá primeiro para Coimbra passando depois para Lisboa, só que o seu espírito irreverente e satírico, levá-lo-à mais para a boémia que para os estudos. É colocado então à frente de negócios familiares, só que as suas irreverências, os desenhos misturados nos livros da contabilidade obrigaram a família a aceitar que ele não estava fadado para o Comércio.
Será membro activo da boémia lisboeta, frequentando o Grupo do Leão, onde confraterniza com os intelectuais, os artistas do teatro e das artes plásticas. Como recordará Armando Boaventura, alentado moço de tez morena, farta cabeleira negra, sorriso franco, gestos sacudidos e a inseparável lavalliêre, foi o novo camarada que surgiu nas tertúlias da boémia artística e literária, onde pontificavam Fialho d' Almeida e Marcelino Mesquita e o célebre "Grupo do Leão d'Ouro", como Columbano, Raphael Bordallo Pinheiro, Manuel Gustavo, António Ramalho, João Vaz e outros. Os seus desenhos começaram a ser publicados. As suas caricaturas, de traço forte, vigoroso, afirmam-no mais um caricaturista - e algumas ilustraram os jornais da época, inclusive Pontos nos ü, do grande Raphael Bordallo. Iniciar-se-ia nas artes como discípulo de José Malhoa, frequentando a sua classe de Desenho, e virá a desenvolver esses estudos em Paris no atelier de Cormon entre 92 e 95. Contudo nessa boémia artística haverá um outro mestre que o influenciará, ou seja Raphael, como seu admirador, tentará ser um seu discípulo na sátira; contudo preferia "uma visão do humorismo menos caricatural e contundente", o que o afastará do Mestre.
José Simões Coelho, num artigo na Ilustração Portuguesa de 1/9/1913, recorda-o desta forma: «J.M. tem sido, e é, dos caricaturistas portugueses, o mais filósofo e, quiçá, o mais literato de todos. É um intelectual cultíssimo; analista profundo - da sociedade em que vive.
Depois de ter estudado desenho com o extraordinário pintor que é José Malhoa, de quem adquiriu a firmeza do traço. o academismo das atitudes nobres que, por vezes, lhe saem do lápis purificador, Julião Machado abalou do Porto para Paris ... »
Neste mesmo artigo, JSC transcreve uma carta que o artista lhe endereçou, e onde se pode descobrir a sua filosofia estético-caricatural - «evito quanto possível a caricatura pessoal. Julgo-a abusiva e sem elevação. Não compreendo factos ou idéas em indivíduos que - em geral - nem as representam! Por isso procuro retirar dos assuntos o lado individual e generalisal-os tanto quanto me é possível. Mais adiante acrescenta - Se aceitarmos como clássicas as fórmulas de que se serviram os primeiros mestres, - penso que a caricatura de hoje é menos a justificação do famoso «ridendo» .. que a afirmação de uma crítica mais fria, ou menos ingénua. A caricatura contemporânea ocupa-se menos de fazer rir. Prefere fazer «sorrir». O sorriso é mais inteligente do que o riso. Só a gente sabe sorrir com ironia. A gargalhada é, decerto, mais sadia, mas é também frequentemente simplória.»
«/.../ A ideia que faço da caricatura opõe-se a que eu acredite na existência de caricaturistas políticos. Permita-me, pois, que não me detenha na classificação de «caricaturistas anti-políticos», porque a meu ver todos o são. Na sua expressão verdadeiramente nobre, a caricatura é uma arena da independência, ao serviço da Verdade contra a Mentira sempre disforme e ridícula. O político - que é o que mais ambiciona a popularidade, porque é o que mais necessita d'ela - não pode ser independente e, portanto, não pode ser verdadeiro.»
Em entrevista (perdi a indicação de onde tirei esta transcrição) a um jornal ele dirá: «Na sua expressão verdadeiramente nobre, a caricatura é um arma da independência, ao serviço da verdade contra a mentira sempre disforme e ridícula. O papel do caricaturista na política, longe de a servir, é o de a revelar, de a exibir sem mascara, de a desnudar ... Não conheço 'escolas' da caricatura. Ela é a arte dos rebeldes.»
Apesar de se considerar independente de escolas, poder-se-á inclui-lo no grupo dos raphaelistas, só que o seu traço procurava desligar-se do barroquismo, para uma síntese mais decorativa, procurava a elegância um pouco "arte nova". De desenho minucioso, explorando o decorativismo gráfico, o humor, ou o exagero caricatural, encontra-se mais na legenda que propriamente no desenho.
Os seus primeiros trabalhos surgem no jornal "O Diabo Coxo" de 1886, assim como na "Revista Ilustrada" de 1887. Em Outubro de 1888, aproveitando o súbito enriquecimento, pela herança por morte de seu pai, funda a revista "Comédia Portuguesa" (de que será Director Artístico), com Marcelino Mesquita, Silva Lisboa e Fialho de Almeida, que tem como ideal as revistas ilustradas de luxo de Paris. Aqui vão procurar desenvolver a elegância decorativa, vão procurar cativar a alta sociedade, 'afrancesando-a', educando-a com humor. Era uma experiência um pouco extravagante, neste país provinciano, onde o analfabetismo predominava, onde os mais simples periódicos tinham dificuldades de sobrevivência. Esta revista, com papel de qualidade, boas ilustrações, temas um pouco elitistas, naturalmente não pôde sobreviver muito tempo, ou seja, conseguiu-o durante um ano. Mas será uma marca, com diversas tentativas posteriores de recuperação, e modelo para uma revista que será também ela uma referência jornalística, a "Ilustração Portuguesa" (mais comedida à dimensão nacional).
Fará ilustração para livros e capas. Em 1888 publica em "O Diário Ilustrado", em 89 em “Gazeta de São Carlos", em 90 encontramos alguns trabalhos caricaturais nos "Pontos nos ii" de Raphael, e em “Baixa" (de que era Director artístico) no ano de 1891. A caricatura política é suplantada pela crónica social em Julião Machado, preferindo caricaturar os acontecimentos às pessoas, e não havia espaço em Portugal para esse género de trabalho.
Sentindo-se limitado, não conseguindo impor os seus sonhos editoriais, sentindo necessidade de desenvolver os seus campos estéticos parte para Paris à procura... Procura fixar-se aí, e ganhar a vida como caricaturista. Não o consegue, e acabando o pecúlio da herança, opta então por emigrar para a Argentina, onde lhe sorriem com um mundo por explorar, e onde se podia ganhar bom dinheiro. Mas, uma escala do navio no Rio de Janeiro alterou o rumo da sua vida. Contactado pelo meio jornalístico, foi-lhe oferecido lugar de destaque, e aí se fixou, e onde finalmente verá o seu trabalho reconhecido. No Brasil será mesmo considerado um renovador gráfico.
Muitos dos seus trabalhos do Brasil (publicados na "Gazeta de Notícias", “Bruxa", "O Jornal do Brasil", "O País", “Cigarra", "O Mercúrio".) serão editados também no "Courrier Europeen", no "Dasécho" de Berlim, assim como em jornais italianos e franceses. Como diz a História da Caricatura Brasileira, Julião trazia para a imprensa carioca, simultaneamente com os novos recursos da arte gráfica europeia, a fascinação que lhe deixara nos ateliers das margens do Sena a espiritualidade do moderno desenho humorístico, iluminado pela legenda subtil e irónica, despertando a mais fecunda emulação entre os artistas jovens do Brasil.
Numa alegoria publicada em "O Jornal do Brasil" Julião deixa-nos mais uma das suas definições sobre Caricatura - «A Caricatura, ó intolerantes, é uma válvula de segurança por onde o excesso de amargura dos homens se esgota em sorrisos. O SORRIR É DE TODOS, e quem sorri - repousa ... E eu poria de boa vontade: e quem sorri - perdoa. »
Em 1905 regressará a Portugal, mas as suas obras já se podiam encontrar desde 1903 na "Ilustração Portuguesa", e desde 1904 no "Jornal Brasil-Portugal", mas em dois anos verifica que continuava a não ter condições de trabalho aqui. Regressa ao Brasil, para só em 1920 voltar definitivamente. Entretanto envia trabalhos para "O Século" (1916), e em 1924 colabora com o "Comércio do Porto Ilustrado". Nesta última década de vida (morre a 1/9/1930) em Portugal, para além de ilustração, dedica grande parte do seu tempo a ilustrar "Os Lusíadas", cujo trabalho ficou incompleto, faltando-lhe o penúltimo canto do poema (recentemente foi editada esta obra).
Julião Machado, para além de caricaturista e ilustrador de jornais e livros, fez jornalismo escrito, ex-libris, cenografia, escreveu diversas Comédias Dramáticas
Neste ano de 88, aconteceu um caso muito interessante, ou seja o confronto entre dois satíricos: Almeida e Silva e Raphael. Tudo começou pela nova paixão de Raphael, a Cerâmica. Emídio Navarro, enquanto Ministro da Indústria apoiou a Fábrica de Cerâmica das Caldas, assim como outras indústrias portuguesas, e Raphael estava-lhe grato. Em 1888 surge a questão Hersant no porto de Lisboa e o Ministro Emídio Navarro foi o bode expiatório, 6 que não agradou a Raphael que o defendeu no seu jornal. Isso desagradou aos oposicionistas intransigentes do regime, nem a certo meio jornalístico que não gostava da forma como Rraphael atacava gregos e troianos. Por outro lado havia um mal estar em "O Charivari", que era acusado, com fundamento, de plagiar os grafismos, e por vezes as próprias sátiras; então aproveitaram este facto para atacar o Mestre, acusando-o de ter dois pesos e duas medidas, defendendo os amigos e atacando os outros. Daí resultou uma série de trocas de 'insultos', e onde Raphael naturalmente foi um diplomata, e Almeida e Silva criou as suas melhores páginas gráficas, com originalidade, mas descendo ao nível da peixeirada satírica. O próprio se arrependeria muitas vezes dessa atitude. Temos um relato de Francisco Valença, que nos descreve a postura sempre correcta de Raphael: '«A propósito da campanha contra Rafael Bordallo, lembro-me de lhe ter ouvido isto: Pouco depois da refrega veio Almeida e Silva a Lisboa e por qualquer motivo, precisou de ir à tipografia do Lallemant, na rua então chamada do Tesouro Velho. Quem havia de lá estar também? O Rafael. Dão de cara um com o outro. Almeida e Silva estaca e pensa: Bonito! É agora! O Bordalo vai increpar-me, e daqui a pouco estamos ambos engalfinhados. Mas qual história: Rafael dirige-se-Ihe, mas apenas disse: - Ah! Silva! Você moeu-me! Você moeu-me bem!»
«E nada mais acrescentou. Um tanto confundido, Almeida e Silva - muito mais novo que o antagonista, respondeu-lhe com palavras cortezes e, regressado ao Porto, publicou a página de homenagem a Bordalo intitulada ''Abaixo o ídolo! Viva o artista!" »
Na política nacional duas questões são o centro das atenções, ou seja a do deficit, e o crescente empenhamento à Banca, em que Henrique Burnay surge como símbolo desse poder oculto, o poder monetário que tudo manipula, e que monopoliza. A outra questão é a Conferência de Berlim, em que o princípio acordado de que «a ocupação efectiva substituía os direitos históricos /..../ e que /.../ o direito de soberania na África só pode ser mantido pela efectiva ocupação do território reclamado», o que punha em causa os nossos territórios coloniais.