Thursday, February 21, 2008

Autoridades chinesas limitam exibição de cartoons estrangeiros

As autoridades chineses impuseram novas restrições à exibição de cartoons estrangeiros entre as 17h e as 21h. As novas regras entram em vigor a partir de Maio e surgem na sequência de um lote de medidas postas em prática desde Agosto de 2006. Segundo a notícia da edição online do The Guardian, citando um comunicado da administração estatal de rádio, filme e televisão, as medidas visam "criar um ambiente favorável ao desenvolvimento da indústria nacional de cartoons". Nesses períodos horários, apenas cartoons chineses aprovados pelo organismo regulador poderão ser emitidos.O anúncio surge numa altura em que as autoridades chineses têm aumentado os seus esforços de controlar a cultura popular, proibindo a exibição de conteúdos de rádio ou de televisão de teor sexual, bem como filmes de horror ou com elementos do sobrenatural. Tal acontece num momento em que se aproximam os jogos Olímpicos de Pequim, programados para Agosto.

Monday, February 18, 2008

HISTÓRIA DA CARICATURA EM PORTUGAL (parte 18)

1872
Por: Osvaldo Macedo de Sousa

Só que para um espírito intrinsecamente humorístico, a mão por vezes escapa para a sátira, para um olhar em ironia, e as ilustrações acusam por essa tendência. No meio da revista "Artes e Letras" de 72 aparece uma página de narrativa humorística composta por diversas vinhetas - "O Cometa" de 12 de Agosto de 1872, onde algumas se poderiam confundir com trabalhos antigos de Nogueira da Silva.
Dentro deste estilo de 'narrativa humorística' surge então o álbum Apontamentos de Raphael Bordallo Pinheiro sobre a Picaresca Viagem do Imperador de Rasilb pela Europa", que conheceu três edições seguidas (retocadas).
Tem 15 páginas e narra a viagem do Imperador do Brasil D. Pedro II à Europa, satirizando dessa forma não só Portugal, como os diversos países da Europa de então. É uma história aos quadradinhos, onde as vinhetas se seguem ordenadamente... se não é a primeira BD portuguesa, pelo menos é o primeiro álbum de BD, é a primeira obra de referência.
Neste ano de 72 destaca-se a presença de Manuel Macedo, que continua a sua obra gráfica, deixando registado os tipos populares com a sua generosidade de traço, e o exagero satírico da observação. Magníficos são estes trabalhos que saem na já citada revista, e onde se pode observar a grande diferença em relação aos do jornal As Noticias de 1866. É um traço mais rico, mais 'duro', mais realista, só que eu talvez prefira a ligeireza dos primeiros, onde a ironia feria mais profundamente a crítica.
Surgem, e desaparecem, "O Cavaquinho" e o "Diabo Coxo", com pequenas ilustrações a darem graça ao corpo do jornal. Após alguns números do segundo, surgem meia dúzia de "Suplementos - Galeria Cómica", que poderiam ser vendidos separadamente, sendo eles da autoria de Vitor Rodrigues, mantendo o estilo do "Duende".
Este artista é assim a ponte entre dois momentos do humor gráfico nacional.
Em Outubro de 71, Fontes Pereira de Melo tinha sido convidado para constituir Ministério, data que marca o inicio da segunda Regeneração, começando então a ser o alvo da sátira gráfica, e depois de Costa Cabral, o segundo grande anti-herói da caricatura portuguesa. Nesta Galeria Cómica surge então ao lado de Rodrigues Sampaio como D. Quixote e Sancho Pança.

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