Thursday, July 08, 2021
«História da Arte da Caricatura de Imprensa em Portugal - 1946 » Por Osvaldo Macedo de Sousa
1946
A Propósito de Imprensa Livre (in "Os Ridículos de 23/3/1946)
Porque fazemos um jornal humorístico,
porque passamos a vida a larachar procurando levar o leitor a encontrar num
comentário alegre o esquecimento de muita coisa triste que lhe ensombra a
existência, porque as nossas responsabilidades parecem diferentes das que pesam
sobre os nossos camaradas da imprensa «séria», pode pensar-se que somos menos
jornalistas e que prestamos menos culto à nossa dignidade profissional.
Puro engano !
Nem somos menos jornalistas porque é esta
efectivamente a nossa ÚNICA enxada e procuramos servir-nos dela com o maior
aprumo; nem prestamos menor culto à nossa dignidade profissional porque
aprendemos por uma velha cartilha e sabemos muito bem onde começam e onde
terminam os direitos que nos concede o exercício da nossa profissão.
Nunca por nunca ser utilizámos a nossa pena
como instrumento ao sabor de interesses que não possam ser legitimamente
confessados ! Nichos conchas, benesses, favoritismos, toda a escala das
conveniências extra-profissionais que infelizmente existem por detrás do nosso
ofício, pomo-las de parte total e completamente. Apenas temos querido ser - e
somos - profissionais da Imprensa, embora de uma Imprensa que na sua modéstia,
ao lado da de carácter sério, pouca ou nenhuma projecção tem no rodar dos
acontecimentos.
A rir, a brincar, a chalacear, não perdemos
nunca a noção do respeito que devamos aos outros para que não se perca, também,
aquele que devemos a nós próprios. E cá vamos vivendo, de consciência bem
tranquila, sem ter que pedir licença a quem quer que seja para trilhar o
caminho por onde seguimos.
Algures na imprensa diária podiam ler-se há
dias estes bocadinhos que a seguir se transcrevem:
Iludem-se ingenuamente os que supõem que a
diminuição das limitações que, aliás, se exercem por forma tão atenuada,
concorreria para a valorização da Imprensa, permitindo-lhe contribuir mais
utilmente para a formação da opinião pública.
…………………………………………………
…………… ……………………….
Nem
por isso podemos abstrair de que, como os povos, a Imprensa deve ter a
liberdade que mereça e não aquela que aspira, mas para cujo exercício se mostre
inadaptável.
……………..
…………………….. ………………… …………… …………………
Chega
e sobra a liberdade que se consente aos exercícios dessa imprensa que
compromete a Imprensa.
Claro - e nem era preciso acrescentar,
porque fazemos justiça à inteligência do leitor - que as palavras transcritas
são influenciadas por ressentimentos de ordem política.
Mas seja como for, seja por «fas» ou por
«nefas». o que brada aos céus é que um jornal venha procurar estabelecer tal
doutrina acerca da concepção da liberdade de imprensa, combatendo a diminuição
das limitações a que essa liberdade está sujeita! O que nunca nos passou pela
ideia foi que jornalistas pudessem um dia vir a escrever o que acima se lê !
Que os poderes públicos entendam por
conveniente a limitação dessa liberdade, compreende-se e aceita-se ! Os
governantes sabem melhor do que nós como devem agir e em que circunstancias o
podem fazer !
Que os particulares temerosos do uso da
liberdade de imprensa - que nenhum jornalista digno desse nome deseja dilatado
ao ponto de não se lhe poderem pedir responsabilidades do que escreve - a
combatam também se compreende e se aceita, porque eles lá sabem onde lhes pode
doer !
Mas que um jornal e os jornalistas que o
servem tenham a má inspiração de vir dizer em público que se iludem os que
supõem que uma diminuição das limitações feitas à imprensa concorreria para a
sua valorização, essa é que não nos entra cá dentro de maneira nenhuma, nem
mesmo dourada com a argumentação, pouco convincente, aliás, que a acompanha,
sabido como é que à Imprensa da nossa terra - a mais honesta e desinteressada de
todo o mundo - deve o país os mais belos serviços que uma entidade particular
pode produzir em favor dele !
Agora voltando ao princípio faça-nos o
leitor a justiça de acreditar que nunca em «Os Ridículos», mesmo a brincar,
seriamos capazes de escrever tamanha barbaridade !
Aqui está porque temos a dignidade
profissional, o conceito superior que acima expomos.
Em 1946 comemorou-se o Centenário de Raphael Bordallo Pinheiro com uma série de palestra, e uma exposição de trabalhos dos artistas do Grupo de Humoristas Rafael Bordallo, liderado por Arnaldo Ressano. Esta foi a última iniciativa do Grupo, que mais não passou de um "Grupo de amigos", em vez de uma associação profissional. Surge como sucessora do Grupo dos Humoristas, após o abandono de Leal da Câmara da liderança daquele Grupo (nominalmente também pertence a este último), porém nunca conseguirá sucede-lo na actividades de divulgação e dinamização do Humor.
Segundo a
"República" (18/3/46), estas comemorações foram organizadas pelo grupo dos Amigos-Defensores do Museu «Raphael Bordallo
Pinheiro», de colaboração com o Grupo de Humoristas que tem o admirável artista
como patrono, vão iniciar-se depois de amanha, dia 20. As conferências
realizadas foram «Raphael Bordallo em
três traços» por Francisco Valença; Varela Aldemira, Luíz de Oliveira
Guimarães, Arnaldo Ressano, Luíz Chaves, Julieta Ferrão e Oldemiro César
fizeram palestras sem título especificado, enquanto que João Valério falou
sobre «Ramalho, Eça e Raphael Bordallo Pinheiro; Cardoso Martha sobre «Raphael
e a sua obra»; Manuel Monterroso sobre «Bordallo no Porto»; Ary dos Santos
(Filho) sobre «Raphael e a Caricatura»; Adriano Santos sobre «O Espírito de
Bordallo», e Alfredo Cândido sobre «Raphael Bordallo e o seu tempo»
A imprensa também comemorou este centenário com diversos artigos, nomeadamente o Sempre Fixe, que a 28/3 lhe dedica a primeira página, e textos de Carlos Simões (Filho) e de Gilvaz de Santana.
Rafael
Bordallo Pinheiro e o "Zé Povinho", por Carlos Simões (Filho) : Com excepção dos mudos de nascença, que não
abriram o bico e a boca… de moscas, toda a imprensa se refere, largamente, ao
centenário do nascimento do imortal artista e jornalista que foi, e que é,
Rafael Bordallo Pinheiro.
Por seu lado, o povo, ingrato, que ao
genial artista deve, em grande parte, a liberdade que tanto aprecia, pouco se
tem associado às diferentes manifestações comemorativas. Achando mais leve a
«albarda» quando corre, quase em massa, aos campos de futebol. Dêem-lhe campos
relvados e dar-lhe-ão «pasto» para engordar a pasta compacta da mioleira, que é
o espírito obscuro, mais oculto do que culto da época. Época de progresso
material e de retrocesso intelectual.
Interessa, ao respeitável público, hoje,
muito mais o cultivo das batatas e do «bacalhau» do que a cultura da Arte. Bem
se sabe que sem farta «mangedoura» o «burro» não pode viver.
Porém, pensar só em comer, pular e… morder,
é mais vida de cão do que de gente que usa «coleira» e paga imposto. Bem diz a
minha sogra: «Que porcaria d'homem !»
O pouco que de Rafael Bordallo se fala é,
contudo, muito quando se pensa em focar a sua vasta biografia. assim entendemos
que não se ofenderão as camadas sociais e as castas opiniões das «cambadas
insociais», pondo em relevo o saldo devedor que, o nosso «Zé» tem em aberto
fechando-se em copas… mas comemorações para com o seu leal amigo e defensor.
Sabemos que classificar Rafael Bordallo de
génio, não contenta as pessoas de mau génio… bem intencionadas. Ignorantes ou
querendo parecer, o que é pior; mais vale sê-lo do que parecê-lo.
Aqui fica a sê-lo… e para selo. Não será um
génio, o artista, que deixou uma obra que ninguém conseguiu ultrapassar ?
Bordallo é grande no desenho, na pintura, na caricatura e na escultura. Nesta
última faceta se poderá incluir a cerâmica onde, o mestre, deixou obras,
verdadeiramente, esculturais. Fazendo em cacos as «obras e feitos grosseiros da
primitiva fábrica das Caldas. É certo que nem este remédio das Caldas…
convenceu os absolutistas.
É tão difícil conseguir uma homenagem justa
a um artista de valor a valer… como é, nesta desgraça em que a guerra nos
deixou, conseguir um almoço, diário, de bifes com batatas fritas…
Em Arte, aprecia-se muito os «ceguinhos» a
tocar guitarra.
/…/ Pôr em destaque as inegáveis e
inigualáveis qualidades do mestre, é tarefa dos ilustres biógrafos.
Interessa-nos, somente, focar a ingratidão do nosso amigo «Zé Povinho».
Chamando para o facto a atenção a quem de direito, mesmo que seja torto,
compete a limpeza… de consciências.
«Zé Povinho» foi injusto para quem entrando
com o «Calcanhar de Achiles» pós pé em cheio na vazio… da «grande porca» da
política, que tanto mal lhe causou. Comendo, como um «Sebastião» deixando o
pobre «Zé» a roer na ponta… do lenço de Alcobaça.
Bordallo atacando a política e os
políticos, não deve ser tomado como tal. Não defendeu os pregoeiros do bacalhau
a pataco… De géneros alimentícios só lhe interessou, para agradar à família, um
negócio de chouriços…
Ridicularizando Fontes, pondo-o a tocar
sete instrumentos, mostrou que não gostava de políticos e da sua música de
câmara… de deputados..
O mesmo aconteceu a Fagundes «di lá»…
Se Rafael assentou os políticos na
«Berlinda», para «descansarem, foi para lhes assentar com mais «gana» e gama
artística o seu terrível lápis, metamorfoseado em moca de respeitável peso e
medida.
Com o «Binóculo», onde colaborou o actor
Leoni, o Leoni da Trindade e um leão de binóculo… passou a vida em revista às
trincheiras da praça de touros… parlamentar.
Criando o «António Maria» criou com
desvelos de mamã o seu querido «Zé Povinho». Rude, bonacheirão e de grandes
matações. Deixando-se embriagar com o cheiro do carneirinho guisado. Nunca,
Bordallo, tentando trazê-lo pela rédea da justiça e da verdade, conseguiu
trazê-lo a bom caminho.
Se o «Zé Povinho» se sente ofendido com a
albarda, não foi Bordallo que lhe a assentou. Foi a péssima dona da nossa casa
e a numerosa prole que mamava, à boca cheia, nas inesgotáveis urdes «da grande
porca».
O grande mestre Bordallo, que com as suas
formidáveis «charges» e desconcertantes críticas, ajudou o «Zé» a atirar com a
albarda ao ar, foi afinal ao cabo de 40 anos quem levou a parelha de coices…
Amigo inseparável e companheiro na desgraça
do «sôr Zé Povinho» e da «Maria da Paciência» desde o «António Maria»,
trabalhou por eles, enquanto dormiam, impávidos e serenos. Durante muitos anos,
velou à luz do gás e de uma garrafa de «cognac» pela sua vida. Mostrou-se os
pontos fracos com os fortes…
«Pontos nos ii»
Franco e leal. Dotado dum belo coração.
Isento de vaidade, aliás justíssima, viveu e conviveu com o humilde «Zé
Povinho» não desdenhando andar, com este, na «Paródia» até ao último dia da sua
gloriosa vida.
«Zé Povinho» ! É's mais velho do que eu !…
Tens, agora, os «matacões» ainda maiores… Não te zangues se te chamar ingrato e
«burrinho» de carga ?!…
Zangares-te !?… Porquê ? Já te têm feito
coisas piores !?…
Prestando homenagem ao homem dos mais
ilustres do nosso tenpo, não enalteces, «Zé Povinho», o político, o demolidor e
o «pedreiro livre».
Darás uma prova de inteligência, de justiça
e de muito bom gosto… artístico. Como não desdenharam os próprios reis: D. Luíz
e D. Carlos.
Na Figura da
Semana - Rafael Bordallo, Gilvaz de Santana escreve : Rafael Bordallo Pinheiro, o maior dos caricaturistas portugueses,
aquele que com o lápis na mão foi rival de Eça de Queiroz, Ramalho, Junqueiro e
Chagas, foi muito lembrado a semana passada por todos os jornais portugueses.
Se ele fosse vivo, teria na sociedade de
hoje, muito mais do que na de ontem, motivos extraordinários para a sua grande
veia cómica.
E se actuasse hoje, todos os conselheiros
que agora verteram lágrimas no seu tumulo, o havia de apedrejar sem dó nem
piedade na praça pública.
É deveras curioso, em boa verdade, ver toda
uma sociedade de caricaturas, vivas a entoar lôas ao génio do maior
caricaturista nacional, aquele que precisamente haviam de odiar se ele pudesse
comentar-lhes os ridículos nas famosas páginas dos seus famosos jornais.
Que seria Bordallo se tem vivido na
sociedade de hoje, nesta sociedade. Tabu, que para aí vive impunemente,
estoirando de ridículo, sem o policiamento dos humoristas ? Não é verdade que o
seu génio sublime seria amordaçado ?
Para que é que então esta sociedade de
caricaturas grotescas se apresenta de lágrimas no olho a lembrar o grande e
excelso mestre da caricatura nacional ? Não seria melhor celebrar antes o juiz
Veiga que tanto perseguiu o caricaturista ?
Grande farçada foi a celebração do
centenário do Mestre Caricaturista nesta hora !
Lembrá-lo (só lembrá-lo!) reporta-nos a
tempos que já não voltam, que não voltarão mais.
Coloca-nos em plena monarquia, primeiro com
D. Luís, depois com D. Carlos - em tão democrático tempo que nem os reis se
importavam de ser caricaturados !
Que Têm o génio e a acção de Rafael
Bordallo que ver com os tempos de hoje ? Que têm as caricaturas que ver com os
caricaturistas ?
Assim, uma sociedade que estoira de
ridículo, que é ridícula por si mesmo, dá-se ares de panfletária e irreverente,
e entoa hossanas ao maior caricaturista português !!!
Bordallo, se fosse vivo e aqui viesse ao
Porto comer o seu bacalhauzinho assado no Túnel, diria com certa tristeza, a
propósito do seu próprio centenário:
- Mas que mal fiz eu para ter agradado a
esta gentinha ?!
Bordallo ! Bordallo ! Bordallo !
Mas é precisamente o que nos falta hoje,
senhores !
É um grande caricaturista, um grande
comentador da vida de hoje, da hora que passa !
Fosse ele vivo e vocês veriam como os que
agora o louvam se lha atirariam às canelas como perros !
Fez agora cem anos que Bordallo nasceu ?
E que grande alívio saberem vocês todos que
Bordallo, nascido há cem anos, está já morto, bem morto.
E com ele, morto para sempre a boa chalaça
portuguesa; aquele bálsamo que o Povo tinha para as suas próprias dores, e lhe
dava animo para suportar a albarda, todas as albardas de vários feitios que lhe
têm posto ao ombro !
E as banzas a carpir saudades !
São de topete não há dúvida.
Este texto é injusto para alguns caricaturistas que entretanto, entre as dificuldades de expressão, e de opressão, vão fazendo o seu melhor. Na realidade, Raphael foi um artista genial muito importante na História desta arte, já que logo na tenra idade deste género criativo, o lançou para a sua maioridade, a impôs como uma das Artes Maiores da criação portuguesa, mas ao mesmo tempo fez-lhe muito mal, já que colocou a barra muito alta na exigência satírica, colocando mesmo os grandes humoristas posteriores em dificuldade de satisfazer o público com a comparação ingrata.
Entretanto a doença ia minando os mais velhos, fazendo desaparecer uma geração insigne de humoristas que marcaram a primeira metade deste século. Este ano é a vez de Amarelhe, que morre a 3 de Abril.
Desaparece
assim o grande mestre do retrato charge, que para além de uma poucas piadas
anedóticas, ou de crítica política, encheu os jornais e os cartazes teatrais
com as caricaturas das figuras importantes de cada meio, fundamentalmente do
teatro. Como escreveu Carlos Simões (Filho, no Sempre Fixe de 2/1/1947), trabalhador incansável, vivendo para a
arte e dela vivendo, Amarelhe deve ter sido, entre nós, o 'recordman' da
caricatura pessoal, quer focando individualidades de destaque intelectual e
científico, como caricaturando quase todos os artistas teatrais, ainda, em
desenhos de conjunto, compondo cenas de várias peças que, publicados na
Imprensa, constituiam os mais sugestivos reclames, levando o público às
plateias…
O seu estilo jogava entre o caricatural raphaelista, e académico, com algumas ousadias modernistas, como se poderão encontrar raras obras de uma originalidade estética excelente, só que como ele próprio se queixou: é que não posso desenhá-las ao sabor da minha visão e sensibilidade, senão perco a freguesia…
A sobrevivência mata a irreverência, ou pelo menos envelhece-a.
Mas nada envelhece, ou morre, tudo se transforma, e apesar de a originalidade ser algo que não passa do repetir de algo do passado, os jovens têm sempre a ilusão pueril de serem os inventores do sublime. Acontece em todas os actos, e aconteceu este ano com Mário Ceia (Director), Mário Menezes dos Santos (Chefe de Redacção) e Manuel Costa Rodrigues (Editor), que lançam o jornal Humorístico "A Bomba" a 19/2/1946. apresenta editorial de intenções
Não apresenta no primeiro número editorial de intenções, mas como me referiram, a ideia era fazer algo inovador no campo do humor de imprensa, primando o texto sobre o desenho, desenvolvendo a escrita humorística somo folhetim popular, entre a ironia e a anedota, apimentada com a picada social. Os dois primeiros eram escritores humorísticos, o terceiro um curioso, que tinha a curiosidade de ser filho de um capitalista que poderia apoiar economicamente o projecto, e assim aconteceu.
Segundo
testemunho directo de Mário Menezes dos Santos, a censura nunca gostou deste
projecto. No nº 15 estivemos todos para
ser presos e o processo do jornal (menos de 4 meses) sera já superior ao do
Fixe, que tinha trinta e tal anos de existência…
Um dos colaboradores de "A Bomba"
assinava Ssizudo, com dois ss… A Censura engalinhava com ele porque não
percebia o que ele escrevia. E como não percebia… cortava ! Pois esse Ssizudo
era nem mais nem menos o Sam ! Só que nunca percebi que jamais tivesse dito que
o seu início humorístico (ainda que só escrevendo) fora ali, na Bomba… Mas isso
é com ele…
Observando os
diversos números, e principalmente o nº 15 não se percebe porque é que a
censura tinha a tal sanha contra este jornal. Era fundamentalmente de textos
anedóticos, em fait-divers humorísticos sem grande profundidade satírica, ou de
intervenção. Em relação aos artistas gráficos, apesar de publicar trabalhos de
alguns que já publicavam no Sempre Fixe, ou
A consequência deste jornal, foi a criação de um programa radiofónico humorístico, as "Emissões Bomba", que começam a ir para o ar a 1 de Outubro, na Rádio Peninsular. O jornal dá notícia desse complemento e escreverá o lema de ambos : «A Bomba» fala, e o Mundo ri !» Não se pretende mais do que, «graça». Pode correr tudo mal, desde que faça rir. Poderão achar aquilo uma maluqueira, como as muitas que temos escrito, mas, desde que divirta e faça rir, nos daremos por satisfeitos.