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Esta ilustradora e cartunista colombiana se torna a primeira cartunista latino-americana a mostrar seu trabalho premiado nessa prestigiosa instituição belga. Ela fala exclusivamente para MUNDIARIO.

 HUMOR GRÁFICO COLÔMBIA EUROPEAN CARTOON CENTER, DA BÉLGICA ELENA OSPINA

Cerca de cento e trinta desenhos de Elena Ospina (Colômbia, 1963) , com temas variados nos quais expressou sua preocupação pelos direitos da criança, igualdade de gênero, liberdade de expressão, ecologia, paz no mundo, entre outros, e também uma série de caricaturas de pintores, escritores e cientistas como Fridha Kalo, Salvador Dali, Shakespeare e Einstein, compõem sua exposição no European Cartoon Center, na cidade belga de Kruishouten, que abre neste dia 27 de junho e ficará aberta até 12 de setembro deste ano.

Junto com a obra de Elena, outra exposição da cartunista belga Lise Vanlerberghe (Izegem, Bélgica, 1985) também será inaugurada simultaneamente.

“Como há menos cartunistas em geral - diz Saskia Gheysens, chefe de Relações Públicas e Comunicação do ECC - nosso museu dá atenção ao trabalho das mulheres, porque elas o merecem como cartunistas de qualidade. Também temos artistas mulheres em cada júri do nosso Concurso Internacional, o Euro-kartoenale que celebramos a cada dois anos ”. 

Mensagens / Elena Ospina.

“Pode-se dizer - acrescenta Saskia - que Elena usa o humor para nos fazer pensar e Lise o usa para nos deixar escapar do estresse do dia a dia. É ótimo ver que ambos podem coexistir como duas disciplinas iguais da arte dos desenhos animados. "

Na história do European Cartoon Center, já expuseram anteriormente os seguintes artistas: a iraniana Farzane Vaziritabar, e a portuguesa Cristina Sampaio, em 2019; as belgas Griet Blockx e Cécile Bertrand, em 2012 e 2018, respectivamente, e a egípcia Doaa Eladl, em 2015. 

Olhos que não vêem. / Elena Ospina

ELENA OSPINA FALA POR MUNDIARIO

Elena Ospina começou seu trabalho no jornal colombiano El Espectador. Trabalhou na criação e ilustração de inúmeros projetos editoriais e publicitários na Europa e América Latina, e recebeu mais de 60 prêmios em concursos internacionais de humor gráfico, na Itália, França, Alemanha, Colômbia, Cuba, China, México, Irã, Estados Unidos, Estados Unidos, Israel, Bélgica e outros países.

Seus desenhos e ilustrações são publicados em livros, jornais e revistas. Em 2017 o seu cartoon foi capa do catálogo do XXI Euro-kartoenale 'The Soul', e este ano foi membro do júri do concurso 'Chances and Opportunities'. Em 2019 recebeu o prêmio "Notário de humor", concedido pela Universidade de Alicante, na Espanha. É membro do Cartooning for Peace, Cartoon Movement, da Federação dos Cartunistas da FECO e da Associação Profissional de Ilustradores de Madrid APIM. Ele atualmente reside na Colômbia. Devido às medidas sanitárias impostas na Bélgica, por conta do coronavírus, e ao confinamento de quem chega ao país, Elena não poderá comparecer à abertura de sua feira, mas visitará o ECC em outro horário. Ela concordou de bom grado em falar pelos leitores do MUNDIARIO. 

Equilibrista. / Elena Ospina

- Como você avalia esta sua exposição no ECC, a primeira de uma cartunista latino-americana daquele centro?

“Es una gran alegría exponer en el European Cartoon Center en Bélgica, un país que tiene mucha tradición en historietas y humor, así que como colombiana me siento muy honrada por esta invitación para mostrar mi obra en este lugar dedicado a la difusión del humor gráfico na Europa".

- Por que você gosta de fazer desenhos animados? Há quanto tempo você está nesta atividade?

“Cartoon é a forma divertida de expressar opiniões e comunicar, por isso gosto. Quando ilustro livros escolares também procuro fazer com que tenham humor ”.

"Publico profissionalmente desde o início dos anos 90, tive a sorte de conseguir trabalhar em um jornal e essa foi uma ótima escola, como uma segunda universidade." 

- Quais são as suas principais motivações ao desenhar?

“Minha principal motivação é comunicar uma ideia e gerar um diálogo pessoal ou com o leitor em torno de cada imagem. Acho que devemos "repensar".

“Procuro por meio da síntese contar o máximo possível, refletir nossas inconsistências e as de nossa sociedade, ou simplesmente brincar com o absurdo. É um trabalho que gosto muito ”.

-  A imprensa colombiana dedica o espaço que merece ao humor gráfico?

“Não há espaço suficiente, nem na mídia, nem nas páginas. Todos nós que publicamos na imprensa sentimos que o texto é prioritário ”. 

“Cartoons e ilustrações contribuem muito para uma publicação, não só no plano estético, mas também contam outras histórias que o texto não aborda, é outra metalinguagem”.

- Como você avalia a atual crise política e social na Colômbia, os protestos populares e a repressão policial desencadeada pelo governo de Iván Duque?

“Valorizo ​​o despertar político da sociedade e espero que esses protestos não sejam em vão e tragam mudanças”.

“Isso é algo inédito em nosso país, nunca antes houve marchas massivas que duraram mais de um mês e também em meio a uma pandemia. A crise é muito complexa e um governo que não escuta fecha-se ao diálogo e tem como única opção a força. Estou muito preocupado com a violação dos direitos humanos pelas forças do Estado ... É muito grave, inadmissível em uma democracia ”. @worldly

// posted by humorgrafe @ 5:23 PM