Thursday, March 25, 2021
«História da Arte da Caricatura de Imprensa em Portugal - 1940» Por Osvaldo Macedo de Sousa
1940
A 2ª exposição
do Grupo dos Humoristas Portugueses, realizar-se-à de
O Diário de
Lisboa (de 2/3/40), pela pena de Amália Medeiros, descreve-nos assim a
exposição: O humorismo em Portugal, tem
os seus direitos e os seus estatutos, pelo menos, espirituais. Os seus melhores
cultores das letras e das artes reuniram-se em tão aguerrida, quanto incruenta
falange, sob o rotulo universal - pela extensão, claro - de «Grupo dos
Humoristas Portugueses». De vez em quando produz uma conferência; outras vezes,
janta ou almoça, com belo apetite, embora dentro daquela sobriedade económica
que as circunstâncias exigem; outras vezes, ainda, realiza uma exposição, nas vetustas
muralhas da Sociedade Nacional de Belas Artes que, por sinal, tem como
presidente um dos mais cotados mestres do riso, na pessoa do engenheiro Ressano
Garcia.
Agora o acontecimento solene e oficial, é
um certame curioso, pitoresco, sorridente, até mesmo divergente, para o qual
concorreram velhos lápis de prata, de meio século e incipientes «minas» de três
e cinco anos e outros com mais alguns degraus de idade, na escala da
adolescência. Nas três salas da Sociedade Nacional de Belas artes, os
humoristas reuniram os consagrados e os discípulos anónimos. Dum lado temos
Francisco Valença, magnífico caricaturista político, sempre às voltas com D.
Anastácia; Leal da Câmara, com um retrato de Esculápio; Ressano Garcia,
homenageando Teixeira Lopes; Alfredo Morais, com uma aguarela bem feita que
parece óleo, e um óleo de estreia que parece das suas melhores aguarelas;
Leonel, um nadinha pecaminoso; Pargana a erguer-se da sombra; Emmérico, com
apontamentos de Nova York; o dr. João Valério, que é o seu melhor caricaturista
e, muitos outros cujos nomes, desoladamente, não podemos escrever, porque o
catálogo da exposição fez a pirraça de não chegar a tempo à Sociedade Nacional
de Belas Artes, embora lhe tenham posto um automóvel à disposição.
Do outro lado reuniram os mestres do
humorismo desenhos infantis, alguns dos quais em certas exposições
ultra-dadaistas seriam considerados obras de génio. Aqui, uma observação séria:
a criança, na sua alegria vê a vida a rir. A sua ingenuidade encontra
surpreendentes maravilhas cómicas duma frescura e duma intenção que vale um
Poulbot, ou um Faivre, de carvões duros e sangrentos. Entre estes dois extremos
de idade - há uma sala que é uma deliciosa evocação da caricatura através da
história. Começa no séc. XII, com a batalha da… salada e vai até ao séc. XVIII,
com a última mesura, de espadachim doirado e punhos de renda. A ideia é
curiosa. É mesmo a «trouvaille» desta engraçada exposição que esta tarde foi
inaugurada pelo Chefe de Estado, num ambiente de simpatia e de alegria.
O Diabo de
16/3/40 é mais contundente: Uma
exposição dum grupo de humoristas da velha guarda que esqueceu outros
desenhadores humoristas, portugueses também pelo nascimento… A esta reunião
pacata faltou dinamismo. Uma exibição desta ordem não deveria ser apenas para
nos fazer sorrir - e alguns trabalhos, aos quais já faremos referência,
conseguem-no. Seria uma contribuição interessante para a revelação de valores,
e o desenvolvimento da imaginação dos desenhadores humoristas, proporcionar
como que um concurso entre todos eles, parq ue as melhores e mais originais criações
de caricatura pessoal ou de composição fantasista tivessem o estímulo
compensador dum prémio… Uma crítica injusta em relação à falta de presença
de artistas que não quiseram estar presentes. Em relação ao concurso, seria em
breve resolvida entre os jovens com a criação do Prémio Leal da Câmara, mas
isso será mais tarde.
Sobre a actividade posterior do grupo, ainda há referências de uma conferência em Julho, e depois é um silêncio. Leal da Câmara não tem mais actas de reuniões, nem se encontra na imprensa sinais de actividade. Parece não haver uma posição oficial sobre o fim do Grupo, antes um abaixar dos braços, o lançar a toalha para a arena, e cada um prosseguir a sua vida.
Este foi sem dúvida o mais organizado Grupo de Humoristas Portugueses, já que se manteve em constante actividade durante pelo menos três anos. Certamente porque tinha à frente um Leal da Câmara, super organizado, que planeava tudo ao rigor, e acompanhado por um pequeno grupo de intelectuais amantes do humor e artistas que lhe davam suporte ás iniciativas. Contudo, e comparando este grupo com o de 11/13 podemos dizer que o primeiro foi mais uma Sociedade de Humoristas que este.
É que em 11/13 estavam lá praticamente todos (os que viviam em Lisboa) os artistas activos do humor gráfico (e alguns escritores), que não participaram nas actividades paralelas, mas que estiveram presente nos Salões, e que reivindicaram um lugar na sociedade portuguesa, impondo alguns deles uma revolução estética.
Em 1937/40 essa reivindicação estética perdeu-se. Tentou-se vagamente uma reivindicação de impor o humorismo como uma das Artes Sérias, de reconhecimento entre os seus pares das Artes Plásticas. O que se fez foi essencialmente uma série de introspecções históricas e filosóficas, e esse o seu valor. Como Grupo de Humoristas falha, já que só conseguiu agrupar os que não eram totalmente profissionais da imprensa, aqueles que faziam humor como segunda profissão, como hobby. Os boémios, os ‘miseráveis’ artistas que viviam do dia a dia na tarimba jornalística estavam ausentes, como o Stuart, Teixeira Cabral, Albuquerque, Amarelhe, Pacheco, Eduardo Faria... Alguns deles ainda apareceram em reuniões (temos as assinaturas nas actas), outros apareceram na primeira exposição, mas nunca foram totalmente sócios.
Era um Grupo de Humoristas aburguesados, com família bem instalada, que encontrava no Grupo um convívio importante, de Clube. Isto sem desprimor para os artistas que souberam encontrar na vida o equilíbrio económico, profissional e familiar.
E a falha mais
importante foi esta dicotomia, entre um Grupo cada vez mais ‘dominado’ pelos
simpatizantes do Humor, e a ausência cada vez maior dos camaradas de trabalho.
Além disso, cada cabeça sua sentença, e se Leal da Câmara conseguiu impor algum
dinamismo pelo seu carisma, e respeito que lhe era devido como grande mestre,
com o passar dos tempos, as vozes caladas do descontentamento foram-se abrindo.
Uma carta de Hugo Sarmento, o Engenheiro Humorista que partiu em 1940 para o
Brasil, refere “as divergências de
opiniões não devem por forma alguma influir na estima e no apreço do valor dos
homens e mal do sentimento que deixa influenciar-se pelas pugnas do espírito. A
sua carta veio confortar-me com a ideia de que não deixo em si senão um
adversário de orientação porque a amizade...”
Se diversas
são as razões destas divergências, o que veio agudizar esta quezília entre Hugo
Sarmento e o resto do grupo foi uma sua exposição na SNBA, que não foi tão bem
recebida como desejava. Sobre ela, Adriano Gusmão escreveu em "O
Diabo" (de 2/3/40): A SNBA patenteava
ao mesmo tempo uma «grande exposição de almas e seus respectivos invólucros
analisados por Hugo», como dizia o catálogo, o qual tem uma apresentação
pesada; o seu humorismo é forçado. E «grande exposição» é expressão irónica,
bem entendido, ainda que a quantidade de desenhos, projectos, esbocetos, e até
estandartes carnavalescos (!), postos à vista seja considerável e de molde a
cansar-nos.
Por isso, faremos uma referência genérica,
- confessando desde já que alguns dos seus desenhos, como o «Chiado», «Os
Bernardinos», o «Campeonato do batuque» e algumas aguarelas, como «A Janela de
grades» e «Galanteria», fizeram-nos sorrir francamente. O humorismo de Hugo é
espontâneo e fácil, sobretudo nas ideias animadas pelo seu lápis ou pena.
Descobre sem dificuldade o cómico das situações e tem imaginação viva.
Transparece da inúmera figuração, que Hugo
é grande trabalhador, desenhando aqui, apontando acolá, ora a uma mesa de café,
ora numa conferência. Trabalho profissional tem bastante. A sua página «A
crítica» para a »Risota» é cheia de espírito e o desenho largo e apropriado.
A capa do álbum «The Remainder» é
interessante, e os seus «Menus» têm graça.
Hugo moldou em barro um encosta-livros em que figuram D. Quixote e Sancho Pança, que já viramos na exposição anual da SNBA. Não tínhamos esquecido este trabalho. e deu-nos prazer tornar a vê-lo. Gabamo-lo como do melhor no género. Nunca vimos um encosta-livros mais literário, decorativo e cheio de permanente humorismo. É felicíssima a concepção do desastrado D. Quixote sobre o anémico Rocinante, atravessado, com a sua generosa lança, os livro e o chapéu do pançudo Sancho atrapalhado com o seu burro. É uma grande composição caricatural.
No fundo a 2ª exposição dos Humoristas Portugueses foi um triunfo do Grupo, porque mais uma vez conseguiu realizar algo magnânimo, com grande adesão do público. Só que tem o amargo de boca da falta de participação de alguns artistas importantes, e fundamentalmente deve ter dado uma grande sensação de cansaço. É um pequeno grupo a fazer tanto do nada, ou seja sem apoios económicos, sem apoios dos colegas... e certamente foi essa sensação que precipitou o Grupo para o desmembramento lento. Leal da Câmara refugia-se cada vez mais na Rinchoa...
Os tempos também não estavam de feição para a actividade humorística. Se na época 11/13 vivia-se um momento revolucionário, em que toda a sociedade se re-equacionava, o sentido crítico era uma necessidade política, a revolução estética era uma exigência, na década de 37/40 estamos numa posição oposta. Não se podia viver atitudes revolucionárias, estando sob a mira da Polícia de Estado. A crítica era indesejada e censurada... O papel do humorista, mesmo que quisesse ser irreverente, satírico, panfletário tinha a vigiá-lo a censura, e o patronato da imprensa. Disto nos dá conta Diogo de Macedo, em Notas de Arte no “Ocidente” de Março de 1940:
“Críticos censores de costumes, ou
cronistas bem dispostos da política e dos factos sociais e intelectuais de
qualquer época, os caricaturistas tiveram proveitosa missão de, pelo riso, pelo
ridículo ou pela simples graça, comentar e corrigir determinados pecados dos
seus contemporâneos. Há épocas, porém em que o seu espírito se vê forçado a
retratar, sem exagero ou com estilizamentos, os homens e as coisas, que, sem
palavras, têm de falar pela expressão aparente. Estas épocas são amargas e a
graça dos caricaturistas é seu reflexo. Nem vale a pena existirem. Mas, o
caricaturista, no geral, é um habilidoso refugiado no jeito duma arte popular,
que tem o direito à vida e a fazer quanto lhe apetece, brincando. O público
goza com ele e as personalidades importantes, por medo ou por vaidade,
estimulam-lhe os predicados de gracioso. Os Daumier e os Gavarni, os Forain e
os Bordalo, ficaram na História da Arte e na das nações. Grande é o respeito
que lhe devemos. Um Celso Hermínio e um Leal da Câmara, contorcionistas das
celebridades com físico propício, também nos obrigam a respeitá-los, tendo para
mais uma personalidade de humoristas e de desenhadores, que os impuseram.
Modernamente inventou-se um género de caricaturistas, que à força de estilismo
no traço e nas deturpações charadísticas da sua visão, não podendo ir muito
além do decorativismo convencional, floriram os indivíduos da sua sarcástica
predilecção. Criou-se a moda e desapareceu o sentido profundo da missão da
classe. Deformam carnavalescamente, mas com catilezas lirós de aguarelas e de
fios de nankim. Chegam a ser elegantes quando põem um rabo num comendador, um
nariz de cêra num intelectual e uns caracóis retorcidos num general. Les humouristes n’ont qu’une ambition:
amuser en s’amusant. Contudo o gôzo anda pela hora da morte. Caricatura e
Carnaval, atingidos pelas leis da reforma, caíram em desgraça, e não há graça
nem chalaça que os salve. A taciturnidade moral não tolera desvairos de troça.
O espírito crítico ou simplesmente folgazão
para fazer rir, interprete das paixões colectivas com que sempre a canalha
mostrou aos idólatras os defeitos da sociedade, anda muito apupado pelos
conselheiros da prudência - «o rei vai nu!» - gritava-se. - «É falso! Vai
vestido de Apolo!» - emenda-se. E com folha de parra ou cadeado no cinto de
castidade, há que o representar solenemente, sem desrespeito subversivo.”
Voltando aos Humoristas Portugueses, como referiu Leal da Câmara numa das suas intervenções, um grande espírito de amizade desenvolveu-se entre alguns dos associados. Foi não só uma camaradagem profissional, como familiar, em que as esposas intervieram, trocaram receitas, se visitaram e tomaram chá, trocaram presentes... O desaparecimento desse convívio deixou um vazio, que nem as cartas trocadas o preenchia.
Se para os
humoristas esta exposição foi o momento fundamental do ano, para o país todas
as atenções se concentraram na grande exposição "Mundo Português", o
auto-elogio do regime e do país no meio do absurdo e da anarquia que o mundo
vivia. Naturalmente toda a imprensa fez eco desse grande acontecimento, e a
própria imprensa humorística não podia ficar alheia. Eis parte de um texto publicado
no "Sempre Fixe" de 1/8/1940: Uma
noite da Exposição
Vamos dar uma volta pela Exposição.
Vamos ver e ouvir o que se passa.
Vamos a pé, que o comboio automóvel é tão
caro que quem anda nele até anda de carrinho.
-
Senhor Manuel José Cogominho, sr. Manuel José Cogominho; Sua família espera-o,
muito chateada, ao pé do Paredão das Descobertas.
Como faz um bocadinho de vento e os
vestidos da moda, além de curtos, são leves e finos, a Exposição é completa.
Entremos no Palácio da Fundação para fazer
horas, a ver se se desbobre aberta a porta da Esfera dos descobrimentos que também levaram muito tempo a fazer ao
Senhor Infante de Sagres e seus navegadores, - uns homens de grande coragem que
não tinham medo do mar e do vento, porque nunca tinham estado na Exposição de
Belém.
-
Senhor José Caetano. Deve dirigir-se, sem a sua esposa dar por isso, à Casa de
Santo António, onde a Mercedotas espera por si.
Atravessamos a Ponte da Fundação e entramos
no Pavilhão da Formação e Conquista.
- D.
Lucília Tranca: Queira aparecer no Espelho de Água, onde seu marido está
jantando em companhia duma sua amiga, e veja se se naquele espelho…
-
Senhor Paulo Tranca. Pode continuar tranquilamente o seu repasto. A senhora D.
Lucília foi aos pretos… É preciso prestigiar a família…
Prossigamos na nossa digressão, entrando no
Pavilhão de Lisboa.
-
Senhor Carlos Salame Leque da Silva: Sua esposa, que se perdeu nas aldeias
indígenas, pede para a procurar
Mas voltemos atrás só para ter o prazer de
passar pelas ogivas que foram feitas apenas para se poder dizer que se entra ou
se sai, mas por onde realmente se não sai nem entra em parte alguma, porque
aquilo são portas 100%, portas sintéticas, portas de coisa alguma, portas de si
mesmas, portas que se abrem e fecham sem cordão, portas, portas que não servem
para nada, portas com que ninguém se importa, portas estúpidas como uma porta e
que só servem para se poder dizer pelo alto-falante:
-
Senhor Malaquis Costa Valadas: Queira dirigir-se às três Portas das ogivas,
onde ninguém o espera, só para verificar que, entrando ou saindo, fica sempre
igualmente na rua…
Em seguida dirigimo-nos à Casa de Santo
António; esperemos duas horas na bicha da escada que nos deixem entrar e
vejamos a casa em dois minutos. Saber esperar é uma das grandes virtudes
apreciadas pelo taumaturgo.
-
Senhora D. Maria José Travão: As suas amigas pedem-lhe que apareça urgentemente
junto da cabine do som, mas não diga nada a ninguém, que é para fazer uma
surpresa à Alice, que acaba de chegar e não sabe que você está cá.
Já que estamos perto duma cabine de
informação, façamos uma pergunta qualquer, como por exemplo:
- A que horas há comboio para o Estoril?
E a resposta não se fará esperar:
- Não sabemos. Aqui não sabemos disso.
- Então de que é que sabem?
- Sabemos que não sabemos aquilo que os
senhores querem saber.
-
Senhor Hipólito Matias, senhor Hipólito Matias: sua filha Micas, que ainda é
mais Matias do que o seu próprio apelido, ficou de boca aberta a olhar para os
pretos da Guiné, enquanto o senhor seguia para a Rua de Macau. É favor aparecer
para fechar a boca do anjinho.
Depois podemos ir ver a Nau Portugal à
Gafanha, se houver maré cheia…
Vamos agora à Secção Etnográfica Colonial.
Para não nos cansarmos, vamos no teleférico,
que é uma espécie de casa de Santo António, onde é preciso esperar duas horas
para apanhar um lugar. Depois é muito bonito. Vai uma pessoa fazer de pardal
sem asas na ponta dum bambú durante três ou quatro horas, porque houve uma
avaria no aparelho e pardal sem asas não desce de bambú.
-
Senhor Melicio Mela. Sua família está em cuidado porque há quatro horas que foi
ver as fontes luminosas e não aparece. Receia que tenha sido levado pelo
repuxo. Se, porém, ainda estiver enxuto, é favor ir aos pasteis de Belém pagar
quatro dúzias de pasteis que os pequenos, com o apetite aguçado pelo desgosto,
já comeram. Se estiver no fundo do lago é escusado incomodar-se. Pode lá ficar.
O comissário que lhe faça o enterro, que os pasteis cá se pagarão.
Em seguida, como ainda é cedo para ir para
o comboio, que não se sabe quando passa porque as informações não gostam de se
meter na vida alheia, vamos dar uma volta pelas aldeias portuguesas, para
verificar se as portas têm a mesma altura da do Pavilhão de Lisboa. Entretanto,
ouve-se uma gaita de foles que nunca mais se cala e que, por isso mesmo, é que
se chama gaita.
-
Senhor Endireita da Esperança: É favor comparecer em certos pavilhões, para
endireitar pés, braços, cabeças, olhos e mãos de alguns bonecos decorativos…
Na volta passa-se pelas fontes luminosas,
que são assim uma espécie de farófias de claras de ovos batidos em castelo e
tingidas com anilina. se fizer vento até a poeira é de água ou até a água é
poeira.
Quem não levar impermeável deve ver as
fontes de binóculo, porque o sítio não é próprio para banhos de chuva.
- Senhor Joaquim Nabos e Silva Saco: os
seus amigos pedem-lhe que compareça junto do Restaurante da Secção Colonial
para pagar uma cerveja.
Em seguida passemos uma vista de olhos pelo
Pavilhão dos Caminhos de Ferro, onde Branco é e Cabral o põe todo catita…
Este acontecimento político, que também o foi arquitectónico para a Lisboa ocidental, resultou de uma necessidade governamental de legitimar o seu império, de se impor no Mundo. Nesse sentido, Salazar consegue o apoio do Vaticano ao seu regime assinando com a Santa Sé (7/5) a Concordata e o Acordo Missionário (este num abençoar à sua política colonial), ao mesmo tempo que consegue manter-se distanciado e respeitado pelas duas vertentes da guerra, ao Declarar a Neutralidade de Portugal (a 12 de Junho) no conflito. Dessa forma conseguia servir os dois senhores, ganhando economicamente com as duas partes.