Sunday, March 07, 2021

Caricaturas Crónicas. «Carlos Resende – Um jornalista-caricaturista» por Osvaldo Macedo de Sousa in Diário de Notícias de 16/8/1990

Carlos Resende é caricaturista e jornalista não deixando nenhumas dúvidas a quem o pretenda catalogar. Tem, portanto, 75 por cento de jornalista e 25 por cento de artista gráfico.

 

Caricatura ou cartoon é sem duvida uma intervenção jornalistica na imprensa, só que tambem é uma irreverencia estética no mundo das palavras. A caricatura é uma intromissão gráfica que veio transformar a linguagem noticiosa, e como tal um «tesouro» imprenscindível à Imprensa moderna, e à analise critica do jornalista-reporter, já que o seu humor abre as portas da inteligencia, derruba as barreiras do conformismo e estupidez.

O caricaturista é um jornalista, e um artista gráfico, sem conhecimento real de quando começa a intervenção critica e acaba a jornalistica., porque tudo é uno. Como ser «hibrido» tem dificuldade de ser itequetado, exilando-os os jornalistas para o campo dos artistas gráficos, catalogando-os os gráficos como jornalistas.

Carlos Resende, é caricaturista e jornalista, não deixando nenhumas dúvidas a quem o catalogue. Tem portanto 75 % de jornalista e 25% de gráfico.

Natural de Lisboa, onde nasceu a 9 de Julho de 1928. Estudou artes  com  Domingos Rebelo e Luis Salvador Jr., na SNBA, dando ainda jovem um salto a Paris, para fazer um curso na Academia La Grande Chaumiére.

Pessoas influentes na sua vida foram ManuelCabanas (o maior xilografo português) que o «descobriu» aos 17 anos, quando um jovem irreverente lhe fazia a caricatura, para gaudio dos amigos do café. Querendo ver o desenho, descobriu-lhe qualidades e levou-o para a SNBA. Outro artista infkuente seria Mário Soares, que lhe revelaria os segredos do desenho.. Teria mais mestres, mas o lado caricatural já existia no seu temperamento.

Integrado de imediato na boémia artística, fundou em 1957 o grupo Tertúlia d’Arte, sendo posteriormente director artístico do atelier co Círculo Artístico Mário Augusto, onde se reuniam o Mário Lacerda, Leopoldo de Almeida, Bernardo Marques…

Cedo se dedicou ao jornalismo sobre temática dos espectáculos, desporto e economia (Prémio Melhor Artigo sobre TGV da Edfer), tendo exercido funções de chefe de redacção no «Correio do Algarve» e director das revistas «Foco» e »Efe».

Antes mesmo de ser jornalista, ou pintor (com diversosprémios e ainda activo) iniciou-se no humorismo / caricatura de imprensa com a ajuda de anibal Nazareth, como muitos outros, que o lançou no jornal «Os Ridículos».

Aqui conheceria o velho Stuart Carvalhais, companheiro de boémias e dos boneos. Desenhos seus podem-se encontrar também no «Norte Desportivo», «O Árbitro», «O Século», «Jornal Novo», «Tempo», «O Dia», «A Tribuna», «O Liberal», «Foco», «Efe», «Segurança», «Riso Mundial», «Eles e Elas».

Em 1987 organizou nas amoreiras-Galeria 2002 uma mostra sobre o desenho de humor portugues que intitulou «I salão de Cartoonsi««istas Portugueses» (em colaboração com Manuel Vieira…).

PS: Carlos Resende viria a falecer a 18 de Fevereiro de 2019 em Lisboa.


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