Friday, May 23, 2014
QUINO, O CRIADOR DE MAFALDA, VENCE PRÉMIO PRÍNCIPE DAS ASTÚRIAS
Mafalda ya es "princesa de
Asturias". El dibujante argentinoJoaquín
Lavados, "Quino", creador del legendario personaje,
fue galardonado con el premio Príncipe de Asturias de Comunicación y
Humanidades.
En el fallo del
galardón, el jurado destacó que "al cumplirse el 50 aniversario del
nacimiento de Mafalda, los lúcidos mensajes de Quino siguen vigentes por haber
combinado con sabiduría la simplicidad en el trazo del dibujo con la
profundidad de su pensamiento".
Mafalda tiene el
honor de haber sido leída por millones de lectores de todo el mundo a lo largo
de varias generaciones. El paso del tiempo no ha envejecido las viñetas de
Mafalda, porque, dijo alguna vez el escritor argentino Ernesto Sábato,
"tocaban temas profundos del alma humana".
Quino, de 81 años,
es hijo de una familia de españoles emigrada a Argentina. Reconocido como uno
de los más destacados humoristas gráficos del ámbito internacional, Quino
alcanzó la fama con las tiras de esta niña preguntona, inteligente, irónica,
inconformista, preocupada por la paz y los derechos humanos, que odia la sopa y
ama a los Beatles.
Mafalda nació para
una campaña publicitaria frustrada. La primera tira se publicó en el semanario
Primera Plana de Buenos Aires el 29 de septiembre de 1964. En la serie Mafalda,
Quino reflejó el mundo de los adultos visto desde los ojos de un grupo de
niños.
Desde que dejó de
dibujar a Mafalda, Quino se entregó a un humor más ácido y negro, destinado en
mayor medida a un público adulto y que ha ido recopilando en su colección de
libros de humor. Entre los más recientes se encuentran "¡Qué presente
impresentable!" (2005) y "La aventura de comer" (2007).
Quino sólo dibujó
de nuevo a Mafalda para campañas a petición de organizaciones como UNICEF o el
gobierno argentino. Así lo hizo tras el fallido golpe de Estado de 1987 contra
el presidente Raúl Alfonsín, cuando apareció una viñeta de Mafalda diciendo:
"¡Sí a la democracia! ¡Sí a la justicia! ¡Sí a la libertad! ¡Sí a la
vida!".
En 1993 se
adaptaron las tiras de Mafalda a dibujos animados y el personaje ha estado
presente en certámenes y festivales de cómic y humor de numerosos países.
En 2014, con motivo
del 50° aniversario del personaje, varias exposiciones han recordado a Mafalda
en todo el mundo.
El de Comunicación
y Humanidades es el tercero de los ocho premios Príncipe de Asturias que se
conceden este año, en su 34ta. edición. El arquitecto Frank Gehry fue
distinguido en la categoría de Arte y el hispanista francés Joseph Pérez, en
Ciencias Sociales.
En las próximas
semanas, se fallarán los correspondientes a Investigación Científica y
Técnica, Letras, Cooperación Internacional, Deportes y Concordia, los que están
dotados con 50.000 euros (69.600 dólares) y una escultura diseñada por el
artista Joan Miró.
A menina filósofa nasceu da caneta de um ilustrador que
pretendia fazer desenhos "mudos". Quino, o cartunista que recebeu
nesta quarta-feira o Prêmio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades,
adorava a arte silenciosa de Buster Keaton. Seguiu esse caminho até chegar a
uma redação em Buenos Aires onde lhe disseram que o humor precisa de palavras. Quino
aceitou o conselho (ou a exigência) e encheu os desenhos de letras. Às vezes
com diálogos socráticos, às vezes com as palavras certeiras, como quando
Mafalda, menina que transformou Quino num cartunista universal, gritava: "Parem
o mundo, que eu quero descer!"
Mafalda nasceu por duas vezes – a primeira a 15 de Março de 1962 para uma
campanha publicitária que acabou por não sair à rua, a segunda (a oficial) dois
anos depois, a 29 de Setembro de 1964, quando foi publicada a sua primeira tira
no semanário Primera Plana, em Buenos Aires. Desde então, Quino, o autor,
abandonou a sua mais conhecida personagem – deixou-a passados dez anos, em
1973. Já a personagem, como sabemos todos, é tenaz, e insiste em não o
abandonar a ele: tornou-o esta quarta-feira vencedor do Prémio Príncipe das
Astúrias na categoria de Comunicação e Humanidades.
O prémio de 50 mil
euros – e que teve ao lado de Quino, como finalistas, o jornalista mexicano
Jacobo Zabludovsky e o filósofo Emilio Lledó – coincide com o cinquentenário da
criação menina filósofa de seis anos.
Quino, de verdadeiro
nome Joaquín Salvador Lavado, filho de imigrantes andaluzes, nasceu em 1932, em
Mendoza, na Argentina. Descobriu o desenho com um tio, Joaquín Tejón, pintor e
artista gráfico, e publicou a sua primeira tira em 1954, tinha 22 anos. Hoje,
aos 81 anos, já não desenha.
Se desenhasse, no
entanto, faria uma Mafalda diferente, explicou no ano passado numa entrevista
citada pelo El País, que avançou a notícia do prémio. Segundo o diário
espanhol, Mafalda teria hoje uma nova família – a mãe, por exemplo, que se
apresenta como uma cozinheira de sopa, teria hoje um perfil diferente,
acompanhando o percurso traçado pelas mulheres na sociedade. Mafalda, porém, na
sua demanda por uma sociedade mais justa e digna, continuaria provavelmente a
dizer exactamente as mesmas coisas. Por exemplo: “Parem o mundo, quero sair!”
A viver entre Madrid
e Buenos Aires desde que adoptou nacionalidade espanhola em 1990, depois de se
exilar em Milão em 1976, após o golpe militar no seu país, Quino tem um
trabalho de “enorme valor educacional”, escreveu em acta o júri do prémio,
sublinhando a “universalidade” de uma obra traduzida em todo o mundo e
“transcendendo todos os contextos geográficos, idades e condições sociais”.