Tuesday, December 03, 2013
A gata do Laerte
Laerte tinha uma gata que não mexia as
patas traseiras por ter sido vítima de uma espingarda de chumbinho. Ele
contou ao Fernando de Barros e Silva, na Piauí:
O problema do mau
cheiro decorre do quadro clínico de uma das duas gatas de Laerte. Cinco anos
atrás, Celina e Muriel foram alvejadas com tiros de espingarda por alguém da
vizinhança. Muriel convive até hoje, e aparentemente bem, com a bala de
chumbinho que ficou alojada em seu ombro. Mas o tiro que atingiu Celina a
deixou paraplégica. “Ela perdeu as pernas de trás. Tem cistite recorrente,
precisa tomar antibiótico de doze em doze horas, não controla o mijo, suja
tudo”, explicou Laerte.
A gata se arrasta pela
casa. Durante parte do dia, se locomove com a ajuda de uma espécie de cadeira
de rodas feita pelo cartunista. À noite, dorme na sala, trancada numa gaiola.
Muriel dorme na cama com o dono. “Quando acordo, abro a porta para a Muriel e
vou cuidar da Celina.”
Ele não quis
investigar quem foi o autor dos disparos: “Um vizinho ficou me açulando; dizia:
‘Ele tem um táxi.’ Quatro caras na minha rua têm táxi. O que vou fazer com essa
informação?”
A história de Celina motivo o grande
artista a imortalizá-la numa série de tiras tristes, que publicou diariamente
tanto na Folha de São Paulo quanto em seu blog
Manual do Minotauro. Reproduzo a história inteira abaixo: