Wednesday, March 17, 2010
Exposição Internacional de Cartoon - Exploração e Direitos dos Trabalhadores - 18 de Março a 9 de Abril (Lisboa)
Av da Liberdade - Edificio Vitória (Lisboa)
Cartaz exterior
Hall de entrada
Hall de entrada
Hall de entrada
Aspectos da Sala depois da montagem
Num momento em que, a pretexto da actual crise, se intensifica a exploração e o ataque aos direitos dos trabalhadores para prosseguir com a acumulação de lucros escandalosos por parte dos grupos económicos, o PCP desafiou a Humorgrafe a colaborar numas jornadas de reflexão com a colaboração cartoonistas e caricaturistas de vários pontos do globo e de diferentes opções políticas e ideológicas para que, a partir da sua própria reflexão filosófico-humoristica, possam participar nesta iniciativa - Exploração e direitos dos trabalhadores pelo traço do humor - com o seu trabalho artístico sobre as grandes questões que hoje atingem milhões de trabalhadores em Portugal e no mundo: o desemprego, os baixos salários e o trabalho precário.
Cada artista pode participar até 4 trabalhos a preto e branco (uma cor) enviados por e-mail (300 dpis - jpeg) para humorgrafe_oms@yahoo.com. O envio de trabalhos para a exposição pressupõe a dispensa dos direitos de autor para as publicações (sem fins lucrativos) destas jornadas. Devem enviar também endereço para posterior envio do catalogo
O prazo limite é o dia 26 de Fevereiro de 2010, sendo a exposição inaugurada na quinta-feira, dia 18 de Março, em Lisboa. Eventualmente a exposição poderá ser exibida noutras localidades
Os trabalhos serão seleccionados (200) por um júri para a exposição, catálogo e demais publicações envolvidas neste evento - Exploração e direitos dos trabalhadores a traço do humor. Esta campanha realizar-se-á durante os anos de 2010 / 2011 podendo os trabalhos seleccionados serem usados nesse período pelos promotores desta iniciativa. Todos os artistas seleccionados serão notificados e receberão dois exemplares de todas as publicações (em papel) onde forem usados os seus trabalhos.
É um projecto com organização do partido Comunista Português, produção da Humorgrafe (humorgrafe.blogspot.com), tendo como director artístico Osvaldo Macedo de Sousa.
Artistas que Colaboraram
Argentina - Daniel Eduardo Varela; Ermengol; Luis Ligarribay; Omar Perez / Armenia -
Arsen Gevorgyan / Brasil - Amorim; Cival Einstein; Clayton Rabelo; Elcio Prado; Eric Ricardo da Silva; Erico Junqueira Ayres; Jair Deivison Santana Lima; Lex Franco; Neltair Abreu / Bulgaria - Bozhkov Miroslav; Valentin Georgiev; Yonko Bonov / China - Zhang Wei; Xin Xin Vip; Zhao Yunsheng Hi / Chipre - Huseyin Cakmak / Colombia - Fernando Pica / Croácia - Emil Strniša / Cuba - Cesar Castillo Barrera; Fredy Martinez Hernández Villamil; Martirena / Egipto - Wesam Khalil / Eslováquia - Lubomir Kotrha / Espanha : Alejandro Barba Lobato; Kap; Leandro Barea; Martin Favelis; Nico Saraintaris, Sex / França - René Bouschet / Grécia - Athanassios Efthimiadis; Demetrios Coutarelli; Grigoris Georgiou; John G. Xagoraris / Honduras - Allan Mcdonald / India - Goopal Sarkar; Malatesh M. Garadimani; Vasantha Hosabettu; Yathi Siddakatte / Indonésia - Markhaban Mursyid / Irão - Ahmad Hajibabaei; Arsalan Ahmadi Nejad; Asad Salamati; Behrooz Firoozi; Fakhredin Dost Mohamad; Hamed Mortazavi Alavi; Kasra Abasabadi; Mahmood Nazari; Mohammad Shoji Hidari; Mostafas Hosseinnia; Reza Bagheri Sharaf; Shahin Kalantary; Shirin Gholipoor; Sohrab Kheiri / Itália - Andrea Bersani; Renato Ciavola / Kazakhstan - Sergey Birkle / Macedonia - Jordan Pop-Iliev / Moçambique - Neivaldo Nhatugueja / Mongólia - Tsogtbayar Samandari / Nigéria - Azuka Nwokocha / Noruega - Firuz Kutal / Peru - Karry / Portugal - Alvaro; Antonio Lopes, Bruno Taveira; Carlos Rico; Carlos Laranjeira; Cesar Évora; Nuno Pardal, Onofre Varella, Romeu Cruz; Santiagu; Zé Oliveira; Zé Manel / Rép. Checa - Ivan Hanousek / Roménia - Alin-Cantemir Toader; Constantin Pavel; Julian PENA-PAI / Russia - Aleksei Kivokourtsev; Anchoukov Ivan; Larichev Mikhail; Mikhail Zlatkovsky; Oleg Goutsol, Sergei Tunin; Vasiliy Alexandrov, Zhigadlo Andrej / Servia - Aleksandar Blatnik; Milenko Kosanovic; Mileta Miloradopvic; Toso Borkovic-Toshow / Siria - Morhaf Youssef / Suíça - Yves Giroud / Tailandia - Tawan Chuntra / Turquia - Askin Ayrancioglu; Emre Yilmaz; Erdogan Basol; Hicabi Demirci; Kemal Ozyurt/ Ucrania - Alexander Dubovsky ; Sergii Fedko; Valera Momot / Uruguay - Raquel Orzuj / Uzbekistão - Makhmud Eshonkulov . (360 trabalhos de 112 artistas de 37 paises)
Uma exposição sobre a luta de todos os dias
Por: Jerónimo de Sousa (Secretário-geral do PCP)
Foi com muita satisfação que verificámos que mais de 110 artistas dos quatro cantos do mundo responderam ao desafio lançado pelo PCP para esta exposição internacional de cartoon sobre a exploração, os direitos e a luta dos trabalhadores.
O olhar crítico, a criatividade, o traço artístico e o sentido de humor que encontrámos nas muitas centenas de trabalhos enviados revelam um ideal do nosso tempo, e o quanto universal é a luta da classe operária e de todos os trabalhadores, contra a exploração, as injustiças, por mais direitos e melhores salários.
É para nós um privilégio poder contar com a colaboração de tantos artistas e integrá-la na luta mais geral que o Partido Comunista Português trava no nosso país. Uma situação que aliás não é nova. Quem conheça a história deste Partido sabe o quanto importante tem sido ao longo destes 89 anos de vida, a presença e intervenção de destacados artistas e intelectuais do nosso país e do mundo, na luta que abraçamos pelas causas da liberdade, da democracia, do socialismo.
Uma luta que, na actualidade, enfrenta um poderoso arsenal político e ideológico que procura justificar a exploração e as injustiças, impor mais sacrifícios aos trabalhadores, como se de uma inevitabilidade se tratasse e limitar as aspirações de ruptura e mudança, de uma política alternativa de esquerda. Tudo isto, ao mesmo tempo que os grandes senhores do dinheiro acumulam fortunas e fazem planos para ir mais longe na exploração e no lucro.
Uma luta que, tendo no centro da sua acção os trabalhadores e as suas organizações de classe, não prescinde da solidariedade e intervenção activa de todos quantos com audácia, generosidade e diversidade não aceitam este caminho para a humanidade e que, justamente, aspiram à justiça social, ao progresso e à paz.
É um sinal de confiança para o PCP poder realizar esta exposição, integrada, aliás, numa grande campanha nacional que está em curso dedicada aos problemas do desemprego, dos salários, do trabalho precário e dos direitos dos trabalhadores, que tem como lema essa ideia tão necessária e possível: lutar contra as injustiças, exigir uma vida melhor!
À Humorgrafe que connosco colaborou, aos 112 artistas que quiseram participar as nossas saudações, o nosso obrigado.
Trabalho e Humor
Por: Osvaldo Macedo de Sousa (Humorgrafe)
Rir dá trabalho e o trabalho deveria dar alegria. Dá trabalho porque movimenta só na cara 18 músculos, para além dos abdominais, peitorais, dá trabalho porque sempre houve comediantes profissionais e porque, apesar, de ser natural e único do Homem, exige cultura, desenvolvimento de um raciocínio filosófico-humorístico, ou seja, faz pensar.
Deveria ser alegre porque para além do prazer de contribuir para a sociedade, deveria ser reconhecido, ser recompensado justamente. Mas de injustos está o Paraíso e as chefias cheio.
Para haver a cumplicidade humorística, tanto o criador como o receptor tem de comungar da mesma cultura, da mesma informação, para haver comunicação, reconhecimento dos códigos cómicos, incongruentes que exageram a realidade para se tornar satírica, humorística. O criador têm de "exagerar", dar uma perspectiva desmascarada, um reflexo cru para poder destruir as hipocrisias, as demagogias que procuram embelezar as realidades politicamente correctas. O criador tem de ter a arte de passar para além do espelho e desse lado nos fazer rir daquilo que, por vezes, preferíamos não nos rirmos.
O ser humano trabalha para viver e vive para trabalhar, mesmo quando essa vivência pode parecer de lazer, porque este é uma continuidade do mesmo gesto. Trabalho não falta, o que falha são os empregos e isso não é mesma coisa É aqui que, nem sempre, a alegria entra porque para trabalho igual nem sempre há recompensa igual, nem sempre a obra é reconhecida, prevalecendo valores estranhos ao trabalho - favoritismos, partidarismos, clubismos, sexismos, racismos, desequilíbrio na divisão de lucros, incompetência de avaliações… e, nestes campos, o riso, o humor é sempre mal visto, já que é um desmascarador de realidades.
Dá trabalho saber rir, porque nos obriga a olharmo-nos no espelho e aceitar as realidades nuas; obriga-nos a ouvir a opinião dos outros, mesmo quando não concordam connosco, quando não são elogios; obriga-nos a rever se a nossa visão é mesmo a correcta. Aceitar que estamos certos ou que estamos errados é um acto de inteligência e por isso um acto de humorismo.
Neste tempo de crise aceitamos este desafio do PCP porque não nos deixamos levar pelo cinzentismo. Encaramos a realidade com humor, encaramos as hipocrisias dos empregadores, dos governos com a irreverência de quem sabe que a luta continua, porque a crise é de quem estrutura os empregos, os jogos económicos, não de quem trabalha com um sorriso para o futuro.
Num momento em que, a pretexto da actual crise, se intensifica a exploração e o ataque aos direitos dos trabalhadores para prosseguir com a acumulação de lucros escandalosos por parte dos grupos económicos, o PCP desafiou a Humorgrafe a colaborar numas jornadas de reflexão com a colaboração cartoonistas e caricaturistas de vários pontos do globo e de diferentes opções políticas e ideológicas para que, a partir da sua própria reflexão filosófico-humoristica, possam participar nesta iniciativa - Exploração e direitos dos trabalhadores pelo traço do humor - com o seu trabalho artístico sobre as grandes questões que hoje atingem milhões de trabalhadores em Portugal e no mundo: o desemprego, os baixos salários e o trabalho precário.
Cada artista pode participar até 4 trabalhos a preto e branco (uma cor) enviados por e-mail (300 dpis - jpeg) para humorgrafe_oms@yahoo.com. O envio de trabalhos para a exposição pressupõe a dispensa dos direitos de autor para as publicações (sem fins lucrativos) destas jornadas. Devem enviar também endereço para posterior envio do catalogo
O prazo limite é o dia 26 de Fevereiro de 2010, sendo a exposição inaugurada na quinta-feira, dia 18 de Março, em Lisboa. Eventualmente a exposição poderá ser exibida noutras localidades
Os trabalhos serão seleccionados (200) por um júri para a exposição, catálogo e demais publicações envolvidas neste evento - Exploração e direitos dos trabalhadores a traço do humor. Esta campanha realizar-se-á durante os anos de 2010 / 2011 podendo os trabalhos seleccionados serem usados nesse período pelos promotores desta iniciativa. Todos os artistas seleccionados serão notificados e receberão dois exemplares de todas as publicações (em papel) onde forem usados os seus trabalhos.
É um projecto com organização do partido Comunista Português, produção da Humorgrafe (humorgrafe.blogspot.com), tendo como director artístico Osvaldo Macedo de Sousa.
Artistas que Colaboraram
Argentina - Daniel Eduardo Varela; Ermengol; Luis Ligarribay; Omar Perez / Armenia -
Arsen Gevorgyan / Brasil - Amorim; Cival Einstein; Clayton Rabelo; Elcio Prado; Eric Ricardo da Silva; Erico Junqueira Ayres; Jair Deivison Santana Lima; Lex Franco; Neltair Abreu / Bulgaria - Bozhkov Miroslav; Valentin Georgiev; Yonko Bonov / China - Zhang Wei; Xin Xin Vip; Zhao Yunsheng Hi / Chipre - Huseyin Cakmak / Colombia - Fernando Pica / Croácia - Emil Strniša / Cuba - Cesar Castillo Barrera; Fredy Martinez Hernández Villamil; Martirena / Egipto - Wesam Khalil / Eslováquia - Lubomir Kotrha / Espanha : Alejandro Barba Lobato; Kap; Leandro Barea; Martin Favelis; Nico Saraintaris, Sex / França - René Bouschet / Grécia - Athanassios Efthimiadis; Demetrios Coutarelli; Grigoris Georgiou; John G. Xagoraris / Honduras - Allan Mcdonald / India - Goopal Sarkar; Malatesh M. Garadimani; Vasantha Hosabettu; Yathi Siddakatte / Indonésia - Markhaban Mursyid / Irão - Ahmad Hajibabaei; Arsalan Ahmadi Nejad; Asad Salamati; Behrooz Firoozi; Fakhredin Dost Mohamad; Hamed Mortazavi Alavi; Kasra Abasabadi; Mahmood Nazari; Mohammad Shoji Hidari; Mostafas Hosseinnia; Reza Bagheri Sharaf; Shahin Kalantary; Shirin Gholipoor; Sohrab Kheiri / Itália - Andrea Bersani; Renato Ciavola / Kazakhstan - Sergey Birkle / Macedonia - Jordan Pop-Iliev / Moçambique - Neivaldo Nhatugueja / Mongólia - Tsogtbayar Samandari / Nigéria - Azuka Nwokocha / Noruega - Firuz Kutal / Peru - Karry / Portugal - Alvaro; Antonio Lopes, Bruno Taveira; Carlos Rico; Carlos Laranjeira; Cesar Évora; Nuno Pardal, Onofre Varella, Romeu Cruz; Santiagu; Zé Oliveira; Zé Manel / Rép. Checa - Ivan Hanousek / Roménia - Alin-Cantemir Toader; Constantin Pavel; Julian PENA-PAI / Russia - Aleksei Kivokourtsev; Anchoukov Ivan; Larichev Mikhail; Mikhail Zlatkovsky; Oleg Goutsol, Sergei Tunin; Vasiliy Alexandrov, Zhigadlo Andrej / Servia - Aleksandar Blatnik; Milenko Kosanovic; Mileta Miloradopvic; Toso Borkovic-Toshow / Siria - Morhaf Youssef / Suíça - Yves Giroud / Tailandia - Tawan Chuntra / Turquia - Askin Ayrancioglu; Emre Yilmaz; Erdogan Basol; Hicabi Demirci; Kemal Ozyurt/ Ucrania - Alexander Dubovsky ; Sergii Fedko; Valera Momot / Uruguay - Raquel Orzuj / Uzbekistão - Makhmud Eshonkulov . (360 trabalhos de 112 artistas de 37 paises)
Uma exposição sobre a luta de todos os dias
Por: Jerónimo de Sousa (Secretário-geral do PCP)
Foi com muita satisfação que verificámos que mais de 110 artistas dos quatro cantos do mundo responderam ao desafio lançado pelo PCP para esta exposição internacional de cartoon sobre a exploração, os direitos e a luta dos trabalhadores.
O olhar crítico, a criatividade, o traço artístico e o sentido de humor que encontrámos nas muitas centenas de trabalhos enviados revelam um ideal do nosso tempo, e o quanto universal é a luta da classe operária e de todos os trabalhadores, contra a exploração, as injustiças, por mais direitos e melhores salários.
É para nós um privilégio poder contar com a colaboração de tantos artistas e integrá-la na luta mais geral que o Partido Comunista Português trava no nosso país. Uma situação que aliás não é nova. Quem conheça a história deste Partido sabe o quanto importante tem sido ao longo destes 89 anos de vida, a presença e intervenção de destacados artistas e intelectuais do nosso país e do mundo, na luta que abraçamos pelas causas da liberdade, da democracia, do socialismo.
Uma luta que, na actualidade, enfrenta um poderoso arsenal político e ideológico que procura justificar a exploração e as injustiças, impor mais sacrifícios aos trabalhadores, como se de uma inevitabilidade se tratasse e limitar as aspirações de ruptura e mudança, de uma política alternativa de esquerda. Tudo isto, ao mesmo tempo que os grandes senhores do dinheiro acumulam fortunas e fazem planos para ir mais longe na exploração e no lucro.
Uma luta que, tendo no centro da sua acção os trabalhadores e as suas organizações de classe, não prescinde da solidariedade e intervenção activa de todos quantos com audácia, generosidade e diversidade não aceitam este caminho para a humanidade e que, justamente, aspiram à justiça social, ao progresso e à paz.
É um sinal de confiança para o PCP poder realizar esta exposição, integrada, aliás, numa grande campanha nacional que está em curso dedicada aos problemas do desemprego, dos salários, do trabalho precário e dos direitos dos trabalhadores, que tem como lema essa ideia tão necessária e possível: lutar contra as injustiças, exigir uma vida melhor!
À Humorgrafe que connosco colaborou, aos 112 artistas que quiseram participar as nossas saudações, o nosso obrigado.
Trabalho e Humor
Por: Osvaldo Macedo de Sousa (Humorgrafe)
Rir dá trabalho e o trabalho deveria dar alegria. Dá trabalho porque movimenta só na cara 18 músculos, para além dos abdominais, peitorais, dá trabalho porque sempre houve comediantes profissionais e porque, apesar, de ser natural e único do Homem, exige cultura, desenvolvimento de um raciocínio filosófico-humorístico, ou seja, faz pensar.
Deveria ser alegre porque para além do prazer de contribuir para a sociedade, deveria ser reconhecido, ser recompensado justamente. Mas de injustos está o Paraíso e as chefias cheio.
Para haver a cumplicidade humorística, tanto o criador como o receptor tem de comungar da mesma cultura, da mesma informação, para haver comunicação, reconhecimento dos códigos cómicos, incongruentes que exageram a realidade para se tornar satírica, humorística. O criador têm de "exagerar", dar uma perspectiva desmascarada, um reflexo cru para poder destruir as hipocrisias, as demagogias que procuram embelezar as realidades politicamente correctas. O criador tem de ter a arte de passar para além do espelho e desse lado nos fazer rir daquilo que, por vezes, preferíamos não nos rirmos.
O ser humano trabalha para viver e vive para trabalhar, mesmo quando essa vivência pode parecer de lazer, porque este é uma continuidade do mesmo gesto. Trabalho não falta, o que falha são os empregos e isso não é mesma coisa É aqui que, nem sempre, a alegria entra porque para trabalho igual nem sempre há recompensa igual, nem sempre a obra é reconhecida, prevalecendo valores estranhos ao trabalho - favoritismos, partidarismos, clubismos, sexismos, racismos, desequilíbrio na divisão de lucros, incompetência de avaliações… e, nestes campos, o riso, o humor é sempre mal visto, já que é um desmascarador de realidades.
Dá trabalho saber rir, porque nos obriga a olharmo-nos no espelho e aceitar as realidades nuas; obriga-nos a ouvir a opinião dos outros, mesmo quando não concordam connosco, quando não são elogios; obriga-nos a rever se a nossa visão é mesmo a correcta. Aceitar que estamos certos ou que estamos errados é um acto de inteligência e por isso um acto de humorismo.
Neste tempo de crise aceitamos este desafio do PCP porque não nos deixamos levar pelo cinzentismo. Encaramos a realidade com humor, encaramos as hipocrisias dos empregadores, dos governos com a irreverência de quem sabe que a luta continua, porque a crise é de quem estrutura os empregos, os jogos económicos, não de quem trabalha com um sorriso para o futuro.