Thursday, June 05, 2008
Luíz de Oliveira Guimarães, o Espírito de uma Época
Por: Osvaldo Macedo de Sousa
19 de Abril de 1900 - Nasce na Quinta do Castelo em Espinhal (Penela) Luíz de Abreu Alarcão de Oliveira Guimarães, filho de António Alves de Oliveira Guimarães e Maria da Glória Alarcão Vellasques Sarmento A 16 de Julho de 1900 - Baptizado na Igreja Matriz do Espinhal pelo vigário Manuel Parada d’Eça.
Os primeiros passos e as primeiras letras aprendeu-as no Espinhal, onde o seu primeiro mestre escola lhe ensinou que “a instrução serve, principalmente, para avaliar, não o que sabemos, mas o que ignoramos!”. E toda a sua vida será uma eterna pesquisa sobre o que ele ignora, e mais ainda o que todos nós ignoramos.
Ainda criança foi viver para Lisboa, onde acabou seus estudos primários. O primeiro ano Liceal fê-lo no Liceu da Lapa (1910-11), passando depois para o Pedro Nunes (1911-1915) acabando no Liceu Camões.
1917 - Está na Universidade de em Coimbra a cursar Direito, tranferindo-se em 1918 para Lisboa onde terminaria o curso a 4 de Dezembro de 1922. A tradição familiar, ligada à Jurisprudência levou-o ao curso de direito, mais não seja por uma questão civilizacional: “/…/ uma civilização só merecerá o nome de civilização quando a luta pela vida se travar no campo do direito. O ideal seria que todas as manifestações da actividade humana coubessem dentro duma fórmula jurídica. Mas se ainda não foi possível atingir esse ideal, se essa possibilidade pode muito bem-estar até, cada vez menos, ao alcance da nossa mão, nada nos aconselha a renunciar á glória suprema de procurar atingi-lo: pelo contrário o nosso esforço deverá redobrar dia a dia, no convívio desse misterioso capricho humano que nos faz desejar mais ardentemente os frutos que não podemos colher. A mais nobre missão do homem e, sobretudo, do homem de leis é a de concorrer, de algum modo, para efectivação desse ideal.” (O Direito ao Riso pág. 11).
1918 - Jornalismo - Inicia-se no jornalismo como corresponde do jornal portuense “Vida-Moça”, um periódico cultural que como ele próprio se definia semanário de teatros, arte, literatura, sport e nas páginas de “A Capital”. Depois nos inícios da década de vinte colaborará com “A Manhã”, “O Mundo”… abrindo assim um caminho de experiências e contactos.
“Ninguém ignora que o verdadeiro escritor, como o verdadeiro artista, não se faz: nasce. O estudo e a prática podem dar, e dão sem dúvida, a cultura e a experiência, - mas não dão a vocação, que constitui uma bênção dos Deuses. O que sucede, frequentemente, é a vocação do escritor e do artista conservar-se adormecida até que uma causa a desperte, em regra uma causa literária ou artística” (O Espírito e a Graça de Fialho pág. 21)
“Há quem se queixe da impertinente curiosidade dos jornalistas. Não é justo. O dever do jornalista é informar. Para informar necessita, previamente, de se informar. A curiosidade constitui parte do seu ofício.
- O que fazia Deus Nosso Senhor antes de criar o Mundo? - Perguntava, uma vez, na catequese, um garoto de dez anos ao padre-mestre.
O padre ficou uns momentos, perplexo e, depois, explicou:
- Preparava o Inferno para os curiosos.
Se assim foi, enganou-se, salvo o devido respeito. Os curiosos não estão no Inferno: estão no jornalismo ou, como agora se diz, na Comunicação Social. A menos que a Comunicação Social não seja o tal Inferno preparado por Deus Nosso Senhor para os curiosos.” (Segredos a Toda a Gente – 7/3/1982).
1923/1932 - O Escritor– Data das suas primeiras publicações bibliográficas:
“Bonecas que amam” (Poesia)
“Arte de conhecer mulheres” (crónicas)
“O Direito ao Riso” (Monografia)
“As Blagues do Dr. Bonifrates” (blagues)
1924 – “O Chiado” (c/ João Ameal) (fait-divers)
“Loló, Biri, Záza” (Novela) (Capa de Fernando Santos)
1925 – “As Criminosas do Chiado” (c/ João Ameal) (novela)
“Saias Curtas” (capa de Cunha Barros) (crónicas)
1926 – “Caixa de Amêndoas” (Poesia) (capa de Ramalho Pedro)
1927 – “Cabelos Cortados” Diálogos)
1928 – “O Diabo , mestre de Dança” (crónicas)
1929 – “O Rei Maganão” (Subsídios para a História)
1931 – “Os Santos Populares” (Monografia)
“O Direito no Teatro de Gil Vicente” (Estudo)
1932 - “O Problema Jurídico do Transito” (comentários juridícos)
…..
1923 - CARREIRA JURÍDICA – Inicia-se a sua carreira profissional no universo do Direito a 8 de Agosto, primeiro como Ajudante da 2ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e a partir 8 de Dezembro como Subdelegado do 3º Juízo das Transgressões de Lisboa.
A sua carreira profissional desenvolver-se-á sempre no Ministério Público ao longo de década e meia:
27/4/1925 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Resende
30/6/1925 - Nomeado Delegado Auxiliar do Procurador da República na Comarca de Lisboa (Boa-Hora)
10/12/1925 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Lisboa 4ª Vara Cível
17/12/1925 – Nomeado Secretário do Ministro da Justiça
23/12/1925 – Nomeado Delegado em Comissão da 5ª Vara de Lisboa
26/3/1926 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Grândola
31/5/1929 – Nomeado Delegado do Procurador da República de 3º Classe na Comarca de Alcácer do Sal
9/8/1930 – Promovido a Delegado do Procurador da República de 2ª Classe e Nomeado para a Comarca da Sertã
13/10/1930 - Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Sintra
29/10/ 1933 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Vila Verde
5/5/1934 - Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca Beja
14/12/1934 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Tomar
9/12/1936 - Promovido a Delegado do Procurador da República de 1ª Classe e colocado na 6ª Vara da Comarca de Lisboa.
“O número de folhas de um processo ultrapassa sempre o número de ideias que esse processo contém. Um processo impressiona, em regra, pelo seu volume. O seu peso constitui, com frequência, o índice do seu valor. Mais do que uma nobre luta de direito, uma acção é, geralmente, uma discutível luta de papel.”( Arte de Julgar pág. 16)
1925 – É criada a Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a cuja Associação L.O.G. está ligado como um dos fundadores e como colaborador na redacção dos seus estatutos. Esta sociedade é hoje designada como SPA – Sociedade Portuguesa de Autores.
1927 - O Dramaturgo - A sua ligação ao teatro é fruto da sua participação em tertúlias literárias e “dramáticas”, com um cheirinho de boémia e jornalismo. Assim surge o crítico, e só depois o dramaturgo. Esta a lista de Peças escritas por L.O.G que conseguimos referenciar através dos manuscritos, ou através de registos de peças representadas:
“Sete e Meio” (Revista em 2 Actos e 13 Quadros) (Assinado por dois Velhos e dois Novos que eram para além de Luís d’Oliveira Guimarães, eram Pereira Coelho, Gustavo e Vasco de Matos Sequeira ) (música de Calderon Dinis Raul Ferrão e Isidro Aranha) (1927)
“Charleston” (Sátira em 3 Actos) (c/ parceria de João Correia d’Oliveira e Carlos Selvagem) (Foi representada no teatro Politeama de Lisboa) (1929)
“Balancé” (c/ parceria de Aníbal Nazaré) (Revista-Fantasia) (manuscrito) (apresentado no Teatro do Ginásio) (música de Correia Leite, Armando Rodrigues, e João Nobre) (1937)
“Salão Cor-de-Rosa” (Fantasia em 1 Acto) (c/ parceria de Ramada Curto) (Manuscrito) (1939)
“Dá Cá o Pé” (c/ parceria de Mário Marques e Santos Braga” (1938) (Revista) (manuscrito) (apresentada a público no Teatro Avenida em Fevereiro de 1940)
“Auto da Tentação” (c/ parceria de Augusto Santa Rita) (1940) (teatro Infantil) (manuscrito)
“Arte de Reconquistar Maridos” (1941) (manuscrito)
“O Retiro dos Pacatos” (Revista) (c/ parceria de Aníbal Nazaré e Amadeu do Vale) (música de M.de R. Portela, J. Mendes, e F. De Carvalho) (apresentada no Teatro Maria Vitória 1941) (não tem manuscrito nem texto publicado)
“Minha Mulher é Um Homem” (adaptação do romance de Mary Love de colaboração com José Ribeiro dos Santos no Teatro Politeama) (1942) (manuscrito)
“Campo de Flores” (Evocação em 1 Acto) (c/ parceria de Silva Bastos) (manuscrito) (1942)
“Romaria” (Episódio Musical) (c/ parceria de Silva Bastos) (Música de Manuela Bonito) (manuscrito) (1943)
“Auto do Boticário” (c/ Silva Bastos) (1943)
“O Jogo do Diabo” (c/ parceria de Ramada Curto, Amadeu do Vale e Lourenço Rodrigues) (música de Raul Ferrão, F. Valério e J. Mendes ) (estreou no Teatro Avenida) (1944) (n/ tem manuscrito)
“Farsa da Velha Ferrunfunfelha” (assinada com o Pseudónimo Uma mais um – dois) (1945)
“O Enganador Enganado” (c/ parceria de José da Silva Bastos) (1947) (apresentada pelo Teatro do Povo, encenação de Paiva Raposo e Cenários e figurinos de Eduardo Anahory)
“Princesa Lisboa” (manuscrito) (teve encenação de Carlos Sousa)(1947) (Peça Infantil)
“Arcanjo Negro”, adaptação do romance de Aquilino Ribeiro que se representou no Trindade (1948)
“A Feira Nova” (c/ parceria de Rui Correia Leite) (1948) (apresentada pelo Teatro do Povo, encenação de Paiva Raposo e Cenários e figurinos de Eduardo Anahory)
“Três num Automóvel” (Um Prólogo) (manuscrito) (1952)
“Sangue na Guelra” (c/ parceria de Rodrigues Melo) (Revista-Fantasia) (manuscrito) (s/d)
“Corridinho” (c/ parceria de Aníbal Nazaré) (revista) (Manuscrito) (música de D. Georgina Ribas, D. Maria Irene Pereira, Camilo Rebocho e Reis Saraiva Filho) (s/d)
“Cartas na Mesa” (Revista em 1 Prologo e 4 Actos) (c/ parceria de Schiappa Roby) (Música de Camilo Rebocho) (manuscrito) (s/d)
“O Enganador Enganado” (Farsa em 1 Acto) (c/ parceria de Silva Bastos) (manuscrito) (s/d)
“Siga a Roda” (Revista) (manuscrito) (com música de Aquiles Lima)(s/d)
“Mulheres Novas, Maridos Velhos” de Vicente Gil (Pseudónimo) (Manuscrito)
“Letras e Tretas” (manuscrito) (s/d)
“Farsa do Juíz Direito” (manuscrito) (s/d)
“A noite de uma primeira representação é sempre uma coisa séria, não apenas para os autores, mas, mais ainda, para os artistas. Os autores ainda estão recolhidos nos bastidores: os artistas, esses porém, enfrentam o público. Se a peça constitui um êxito ou, pelo menos, conquista agrado, tudo corre pelo melhor. Mas, se assim não acontece? Se a peça não agrada, quer pela peça em si, quer pela interpretação que lhe é dada? Eduardo Garrido confidenciara, uma vez, aos seus íntimos que, em noite de estreia de peça sua, sentia um desejo de fugir para a Lua. E Eduardo Brasão não hesitava em contar que nunca, na sua longa vida de artista, ouvira o contra-regra dizer, em noite de premier, ‘Senhores artistas, vamos começar!’, que não lhe tremessem as pernas e não lhe corresse um arrepio pela espinha abaixo. Na verdade, uma estreia é uma coisa séria, - evidentemente para os autores e para os actores cônscios das suas responsabilidades. Hoje especialmente, entre nós, o público, quando não gosta, já não se manifesta como se manifestava dantes, pateando, barafustando, quase ameaçando autores e interpretes. Mas, nem por isso, o ambiente de uma premiere, quer para quem escreve, quer para quem representa, deixa de ser motivo de alvoroço e de preocupação – conforme os temperamentos. Uns não sossegam um momento, fumando cigarros sobre cigarros; outros passam o dia a água de flor de laranjeira.” (Enquanto o Pano não sobe – Noites de Estreia, in República de 17/3/1955)
1932/8/17 - Casa-se com Maria Adelaide Matos Seuqeira na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa e a 21 do mesmo mês na capela da família Matos Sequeira
1935/12/21 – Nasce o seu filho único, António Luís de Sequeira Oliveira Guimarães. Este também seguirá a tradição familiar ao cursar Direito, seguindo a Magistratura até ao posto mais alto da hierarquia, ou seja Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. António Luís desposará a também jurista Maria Leonor Loureiro Gonçalves, de cujo matrimónio nascerá uma filha que será registada como Paula. A mesma cursará Direito e desposará Renato Amorim Damas Barroso, hoje Juiz na Boa Hora.
1937/40 - Fim da Carreira Jurídica – Resolve abandonar a Magistratura, para se dedicar a tempo inteira às letras
“A carreira do Ministério Público exige requisitos especiais: iniciativa, desassombro e golpe de vista. Sem estes três requisitos, além dos outros necessários a todos os magistrados, o representante do Ministério Público não passará de uma sombra que, escondendo-o a ele próprio, poderá esconder ainda quem afinal devia ser descoberto”. (Arte de Julgar pág. 55).
Durante algum tempo dedicou-se à advocacia, mas também esta será abandonada.
“O advogado é antigo como a sociedade, ou mais ainda, como o homem. Todo o homem é, no fundo, um advogado - pelo menos quando fala. A vida é uma tribuna. Em cada momento há sempre uma causa a defender - e uma opinião contrária a contestar. E quando alguém diz ‘Vou consultar o meu advogado’ já antes se consultou a si próprio: só lhe faltou encontrar o texto legal em que fundamente a sua razão.” (Arte de Julgar pág. 67).
1938 - O Conferencista – Apesar das suas primeiras conferências datarem de 1924, é a partir de 1938 que L.O.G. se torna verdadeiramente um conferencista reconhecido e requesitado.
“Há uma coisa ainda mais grave do que representar para o público - dizia um ilustre actor - é representar sem público. O mesmo se poderia afirmar em relação ao advogado. De facto, na maioria das vezes quando ele ergue a sua voz em plena audiência, fá-lo mais para o público do que para os juízes. Na verdade se o tribunal julga o réu, o público julga - o advogado.” (Arte de Julgar pág. 67).
Conferências Referenciadas:
26/1/1924 – “A Vida nos Castelos” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
26/6/1926 – “Os Leques” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
13/6/1931 – “Santo António e o Povo” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
Julho 1933 – “As Mulheres na Política” na Assembleia de Sintra.
15/1/1938 – “O Humorismo e o Direito” na Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa (há texto)
5/2/1938 – “Serão Humorístico” no Grémio Alentejano – Lisboa
24/2/1938 – “Gil Vicente Revisteiro” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
25/11/1939 – “A Feira das Mercês e o Muro do Derrete” in Casa Entre Douro e Minho (foi editado em livro)
10/5/1940 – “O Teatro de Revista” in Sociedade Propaganda de Portugal – Lisboa (há manuscrito) (editado em livro)
25/8/1945 – “Eça de Queiroz na Intimidade” na Estação Emissora “Voz de Lisboa” (publicado in A Republica a 17/9/1940)
2/5/1941 – “André Brun – Perfil dum Humorista” in Casa de Alentejo e Ateneu Comercial de Lisboa (creio ter sido publicado na revista “Ver e Crer” pois temos provas de impressão)
28/1/1943 – “Rosa Araújo e a Vida Lisboeta” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa (Editado em livro)
25/11/1944 – “Eça de Queiroz e o Conselheiro Acácio” in Casa de Entre-Douro e Minho (há manuscrito e foi publicada em livro)
Janeiro 1945 – “O Humorismo de Eça de Queiroz” in Casa de Entre-Douro e Minho (Editado em Livro)
10/6/1945 – “Camões Humorista” na SNBA (Sessão inaugural do Grupo Rafael Bordalo Pinheiro)
30/5/1946 – “Palavras de Apresentação de Dulce de Oliveira” na Sociedade Nacional de Belas Artes (há manuscrito)
28/6/1947 – “4 Originais Portugueses” no Teatro-Estúdio do Salitre – Lisboa
7/11/1947 – “Henrique Botelho de Andrade” in Casa do Alentejo (há manuscrito)
3/12/1947 – “Zeco e Domingos Saraiva” (na inauguração da exposição no Grupo de Amigos de Lisboa)
24/3/1948 – “Rafael Bordalo e o seu tempo” in Grupo dos Amigos de Lisboa (texto foi publicado em livro)
17/5/1949 – “O Filme ‘Quimera do Oiro’” in Cinema Tivoli (há manuscrito)
Nov. 1951 – “A Marinha Mercante e os Livros” – I Congresso Nac. Marinha Mercante de Lisboa
23/1/1953 – “Homenagem a Rocha Martins” in Voz do Operário (há manuscrito)
6/4/1953 – “Aquilino Ribeiro – Escritor Beirão” na Casa das Beiras – Lisboa
30/11/1954 – “Homenagem a Garrett” in Sociedade de Escritores e Compositores Portugueses
30/3/1955 – “Homenagem a Matos Sequeira” in Casa da Imprensa (há manuscrito)
14/7/1956 – “O Conde de Arnoso” no Paço Ducal de Vila Viçosa (editado em livro)
1958 – “Cândido Guerreiro” in Casa do Algarve
10/7/1959 – “José Rodrigues Miguéis” in Casa da Imprensa (há manuscrito)
23/7/1959 – “António Pedro” na inauguração da estátua em Lisboa
18/5/1960 – “Schvalbach” na Casa onde viveu Schvalbach (há manuscrito)
12/6/1963 - “Junqueiro Diplomata” na Casa-Museu Guerra Junqueiro – Porto
30/7/1964 – “Joracy Camargo” in Sociedade de Escritores e Compositores
10/11/1964 – “Homenagem a Brunilde Júdice” in Teatro da Trindade
9/12/1966 – “Augusto de Castro e o Teatro” in Sociedade Escritores e Compositores em Lisboa (há manuscrito)
18/11/1967 – “A Estreia de Amélia Rey-Colaço” na Homenagem à actriz no Teatro S.Luíz (há manuscrito)
19/1/1968 – “Guerra Junqueiro e Lisboa” (na inauguração da estátua em Lisboa (há manuscrito e foto)
15/1/1969 – “Ivo Cruz” in Homenagem a Ivo Cruz pela Tabua Rasa (há manuscrito)
6/7/1973 - “Os Cem anos de Augusto Gil” no Ateneu Comercial do Porto
25/1/1975 – “Homenagem a Ferreira de Castro” in Casa Museu em Sintra
1945 – Já conhecido na sociedade Portuguesa pela sai ironia, e pelo seu apoio ao Humorismo, neste ano organiza a mais irreverente das homenagens culturais realizadas nesses anos de Estado Novo – A homenagem ao Conselheiro Acácio, na Sociedade Nacional de Belas Artes
“Na Sociedade Nacional de Belas-Artes, de Lisboa efectuou-se, recentemente, por iniciativa do ‘Grupo Rafael Bordalo’, uma sessão de homenagem ao ‘conselheiro Acácio’, - figura ao mesmo tempo de símbolo e de realidade que Eça de Queiroz fixou nas páginas do Primo Basílio. Poucas vezes uma sessão deste género terá tido concorrência igual. Uma verdadeira multidão comprimia-se nas salas; havia pessoas empoleiradas nas portas; e, a certa altura, a gente era tanta, que teve de ser demolido um tabique - o que fez dizer a alguém que esta sessão construtiva acabara por se transformar em demolidora. Houve discursos excelentes. Mas o momento emocionante da noite foi aquele em que se descerrou o busto de Acácio - obra admirável do escultor Júlio da Rocha - Deniz - e toda a assistência se ergueu, entre palmas fervorosas, saudando a gloriosa e fiel aparição. Soleníssimo momento! Dizia um grande filósofo que nada como o barro para traduzir e definir o Homem. Diante daquele barro, que as mãos firmes do escultor modelaram, era, na verdade, Acácio que nós víamos, nítido, exacto, não apenas nos seus traços fisionómicos, mas na sua expressão moral, intelectual e psicológica. Se Eça de Queiroz ressuscitasse e olhasse aquele retrato em vulto não deixaria de exclamar, fitando-o através do seu monóculo faiscante: ‘É ele!’ Mas – dir-se-á – o barro não será matéria demasiadamente frágil para nele se fixar um homem como o conselheiro Acácio? Não sei. Sei apenas que é de barro que eles se fazem. (Notas Trocadas em Miúdos 24/7/1945)
1937-1979 - O Escritor (2ª parte) - Continuação da Lista de livros Escritos e publicados de L.O.G. (de 1923 a 1932 já tinha publicado 15 livros):
1937 – “A Arte de Julgar” (Comentários judiciais)
1938 – “Entre nós que ninguém nos ouve” (Ensaios – Conferências)
“Gil Vicente, Revisteiro” (Separata do vol. III dos “Trabalhos da associação dos
Arqueólogos Portugueses”)
1939 – “A Feira das Mercês e o Muro do Derrête” (Ilustrações de Leal da Câmara)
1940 – “Teatro de Revista” (conferência)
1941 – “O Sofá côr de rosa” (contos) (capa de Júlio de Sousa)
1942 – “Junqueiro e o Bric-à-Brac” (Estudo) (Capa de Leal da Câmara)
“Dize Tu Direi Eu” (Crónicas) (ilustrações de vários caricaturistas)
1943 – “As Mulheres na Obra de Eça de Queiroz” (monografia)
“Rosa Araújo e a vida Lisboeta” (capa de Espinho) (conferência)
“Auto do Boticário” (c/ Silva Bastos) (Teatro) (capa de Zeco)
1944 – “Memórias dos Outros” (c/ José Ribeiro dos Santos) (fait-divers)
“Eça de Queiroz e os Políticos” (capa de Leal da Câmara)
1945 – “Senhoras Conhecidas” (c/ José Ribeiro dos Santos) (fait-divers)
“O Espírito e a Graça de Eça de Queiroz” (Estudo) (Capa de Manuel Santana)
“O Conselheiro Acácio” (capa de Manuel Santana) (conferências)
1946 – “Camões Humoristas” (conferência)
1948 – “Da Criação de um Teatro Municipal” (conferência)
1950 – “Junqueiro na Berlinda” (Estudo) (Confidências e Inconfidências)
“Lisboa e Eça de Queiroz” (monografia)
1951 – “A Marinha Mercante e os Livros” (conferência)
1952 – “O Espírito e a Graça de Camilo” (Capa RBP) (Estudo)
“Espinhal Vila Beirã” (Memórias)
1953 – “Aquilino Ribeiro Através do seu ex-libris” (monografia)
1954 – “Homenagem a Garrett” (vários autores – conferências da Homenagem na SECTP)
1956 – “O Conde de Arnoso” (monografia) (conferência)
1957 – “O Espírito e a Graça de Fialho” (Estudo) (Capa de Celso Hermínio)
1958 – “Cândido Guerreiro” (vários autores – texto das conferencias)
1960 – “Princesa Lisboa” (Teatro)
1963 – “Júlio Dantas” (Monografia)
“Junqueiro Diplomata” (conferência)
1966 – “Presidentes do Conselho Beirões” (estudo)
1968 – “O Espírito e a Graça de Guerra Junqueiro”
“Monumento a Guerra Junqueiro em Lisboa” (de vários autores)
1973 – “Os Cem anos de Augusto Gil” (conferência)
1979 – “O Espírito e a Graça de Camões “ (Capa de RBP)
No total 51 livros. Não tantos como L.O.G teria desejado publicar, porque muitos outros ficaram na intenção, ficaram como ideia falada em café, projecto projectado… como um trabalho sobre o Carnaval, As Pernas das Mulheres por Stuart Carvalhais, a “História Anedótica do Meu Tempo”…
1918 – 1984 - O Cronista da Sociedade (Jornalismo) – Jornais para onde L.O.G escreveu como jornalista: Vida-Moça, Capital, Manhã, Primeiro de Janeiro, Mundo, Diário da Tarde, Vida Mundial, Século Ilustrado, República, Sol, O Diabo, Notícia, Comércio do Porto, Diário de Notícias… Estes foram aqueles que beneficiaram da sua colaboração mais assídua e por períodos de tempo mais significativos. Outros houve, onde a sua colaboração foi esporádica, ou mínima.
Houve quatro em que foi director-fundador: A primeira aventura deu-se em parceria com João Ameal – “O Chiado”; “Babel” (selecção da artigos da imprensa internacional); “Dominó”, um Semanário de Actualidades e Espectáculos; “Autores” foi um projecto da Sociedade Portuguesa de Autores, lançado em 1958, de cuja primeira série Luís d’Oliveira Guimarães foi director.
Títulos das suas rubricas: “Pó de Arroz”, “Fumo no ar”, “Bolas de Sabão”, “Arco Iris”, “Sorriso”, “Sorriso da História”, “Momentos de Espírito”, “Chiado à 6-1/2”, “O Diabo à Solta”, “Momento”, “Ao Domingo”, “Fim de Semana”, “O Caso da Semana”, “Os Livros do mês”, “Ribalta”, “Enquanto o Pano não Sobe”, “Cortina de Seda”, “Teatro Português”, “Da Nossa Cadeira”, “Talvez te Escreva”, “Tem a palavra V.Exª”, “Figuras que se recordam”, “Notas Trocadas”, “Segredos a Toda a Gente”…
“Nunca tive na minha vida a pretensão de bater qualquer ‘record’. Há, porém, um que, pelo menos entre nós, suponho ter batido: o de entrevistador. Creio que em Portugal nunca ninguém entrevistou mais gente. Se a entrevista pode considerar-se uma forma literária de tiro ao alvo, tenho sido um atirador obscuro, mas infatigável. Os alvejados contam-se por centenas; nunca a minha audácia tremeu ao persegui-los literariamente; e o certo é que um belo dia me encontrei senhor duma riqueza espiritual que as minhas vítimas gloriosas me entregaram - para eu as deixar em paz.
/…/ - Permita-me uma vaidade. Retratando uma série de figuras portuguesas do nosso tempo, julgo que estas páginas formarão um subsídio para o estudo e compreensão dessas figuras. Podendo constituir para muitos uma série de depoimentos históricos, não lhes falta mesmo, para os autenticar, a indispensável documentação gráfica. Na verdade, não nos limitamos, folheando este volume, a saber o que os entrevistados disseram: vemo-los, em carne e lápis, surpreendidos por alguns dos nossos melhores caricaturistas. A iconografia completa assim a história.” (Dize tu Direi eu, pág. 307)
1998/6/5 - Luís de Oliveira Guimarães viria a falecer na sua casa em Lisboa.
“Recordar não é mais do que acordar o esquecimento” (As Blages do Dr. Bonifrates pág. 87)
“Não é a vida que cria a imortalidade: é a morte.” (As Blagues do Dr. Bonifrates pág. 94)
19 de Abril de 1900 - Nasce na Quinta do Castelo em Espinhal (Penela) Luíz de Abreu Alarcão de Oliveira Guimarães, filho de António Alves de Oliveira Guimarães e Maria da Glória Alarcão Vellasques Sarmento A 16 de Julho de 1900 - Baptizado na Igreja Matriz do Espinhal pelo vigário Manuel Parada d’Eça.
Os primeiros passos e as primeiras letras aprendeu-as no Espinhal, onde o seu primeiro mestre escola lhe ensinou que “a instrução serve, principalmente, para avaliar, não o que sabemos, mas o que ignoramos!”. E toda a sua vida será uma eterna pesquisa sobre o que ele ignora, e mais ainda o que todos nós ignoramos.
Ainda criança foi viver para Lisboa, onde acabou seus estudos primários. O primeiro ano Liceal fê-lo no Liceu da Lapa (1910-11), passando depois para o Pedro Nunes (1911-1915) acabando no Liceu Camões.
1917 - Está na Universidade de em Coimbra a cursar Direito, tranferindo-se em 1918 para Lisboa onde terminaria o curso a 4 de Dezembro de 1922. A tradição familiar, ligada à Jurisprudência levou-o ao curso de direito, mais não seja por uma questão civilizacional: “/…/ uma civilização só merecerá o nome de civilização quando a luta pela vida se travar no campo do direito. O ideal seria que todas as manifestações da actividade humana coubessem dentro duma fórmula jurídica. Mas se ainda não foi possível atingir esse ideal, se essa possibilidade pode muito bem-estar até, cada vez menos, ao alcance da nossa mão, nada nos aconselha a renunciar á glória suprema de procurar atingi-lo: pelo contrário o nosso esforço deverá redobrar dia a dia, no convívio desse misterioso capricho humano que nos faz desejar mais ardentemente os frutos que não podemos colher. A mais nobre missão do homem e, sobretudo, do homem de leis é a de concorrer, de algum modo, para efectivação desse ideal.” (O Direito ao Riso pág. 11).
1918 - Jornalismo - Inicia-se no jornalismo como corresponde do jornal portuense “Vida-Moça”, um periódico cultural que como ele próprio se definia semanário de teatros, arte, literatura, sport e nas páginas de “A Capital”. Depois nos inícios da década de vinte colaborará com “A Manhã”, “O Mundo”… abrindo assim um caminho de experiências e contactos.
“Ninguém ignora que o verdadeiro escritor, como o verdadeiro artista, não se faz: nasce. O estudo e a prática podem dar, e dão sem dúvida, a cultura e a experiência, - mas não dão a vocação, que constitui uma bênção dos Deuses. O que sucede, frequentemente, é a vocação do escritor e do artista conservar-se adormecida até que uma causa a desperte, em regra uma causa literária ou artística” (O Espírito e a Graça de Fialho pág. 21)
“Há quem se queixe da impertinente curiosidade dos jornalistas. Não é justo. O dever do jornalista é informar. Para informar necessita, previamente, de se informar. A curiosidade constitui parte do seu ofício.
- O que fazia Deus Nosso Senhor antes de criar o Mundo? - Perguntava, uma vez, na catequese, um garoto de dez anos ao padre-mestre.
O padre ficou uns momentos, perplexo e, depois, explicou:
- Preparava o Inferno para os curiosos.
Se assim foi, enganou-se, salvo o devido respeito. Os curiosos não estão no Inferno: estão no jornalismo ou, como agora se diz, na Comunicação Social. A menos que a Comunicação Social não seja o tal Inferno preparado por Deus Nosso Senhor para os curiosos.” (Segredos a Toda a Gente – 7/3/1982).
1923/1932 - O Escritor– Data das suas primeiras publicações bibliográficas:
“Bonecas que amam” (Poesia)
“Arte de conhecer mulheres” (crónicas)
“O Direito ao Riso” (Monografia)
“As Blagues do Dr. Bonifrates” (blagues)
1924 – “O Chiado” (c/ João Ameal) (fait-divers)
“Loló, Biri, Záza” (Novela) (Capa de Fernando Santos)
1925 – “As Criminosas do Chiado” (c/ João Ameal) (novela)
“Saias Curtas” (capa de Cunha Barros) (crónicas)
1926 – “Caixa de Amêndoas” (Poesia) (capa de Ramalho Pedro)
1927 – “Cabelos Cortados” Diálogos)
1928 – “O Diabo , mestre de Dança” (crónicas)
1929 – “O Rei Maganão” (Subsídios para a História)
1931 – “Os Santos Populares” (Monografia)
“O Direito no Teatro de Gil Vicente” (Estudo)
1932 - “O Problema Jurídico do Transito” (comentários juridícos)
…..
1923 - CARREIRA JURÍDICA – Inicia-se a sua carreira profissional no universo do Direito a 8 de Agosto, primeiro como Ajudante da 2ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e a partir 8 de Dezembro como Subdelegado do 3º Juízo das Transgressões de Lisboa.
A sua carreira profissional desenvolver-se-á sempre no Ministério Público ao longo de década e meia:
27/4/1925 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Resende
30/6/1925 - Nomeado Delegado Auxiliar do Procurador da República na Comarca de Lisboa (Boa-Hora)
10/12/1925 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Lisboa 4ª Vara Cível
17/12/1925 – Nomeado Secretário do Ministro da Justiça
23/12/1925 – Nomeado Delegado em Comissão da 5ª Vara de Lisboa
26/3/1926 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Grândola
31/5/1929 – Nomeado Delegado do Procurador da República de 3º Classe na Comarca de Alcácer do Sal
9/8/1930 – Promovido a Delegado do Procurador da República de 2ª Classe e Nomeado para a Comarca da Sertã
13/10/1930 - Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Sintra
29/10/ 1933 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Vila Verde
5/5/1934 - Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca Beja
14/12/1934 – Nomeado Delegado do Procurador da República na Comarca de Tomar
9/12/1936 - Promovido a Delegado do Procurador da República de 1ª Classe e colocado na 6ª Vara da Comarca de Lisboa.
“O número de folhas de um processo ultrapassa sempre o número de ideias que esse processo contém. Um processo impressiona, em regra, pelo seu volume. O seu peso constitui, com frequência, o índice do seu valor. Mais do que uma nobre luta de direito, uma acção é, geralmente, uma discutível luta de papel.”( Arte de Julgar pág. 16)
1925 – É criada a Sociedade de Escritores e Compositores Teatrais Portugueses, a cuja Associação L.O.G. está ligado como um dos fundadores e como colaborador na redacção dos seus estatutos. Esta sociedade é hoje designada como SPA – Sociedade Portuguesa de Autores.
1927 - O Dramaturgo - A sua ligação ao teatro é fruto da sua participação em tertúlias literárias e “dramáticas”, com um cheirinho de boémia e jornalismo. Assim surge o crítico, e só depois o dramaturgo. Esta a lista de Peças escritas por L.O.G que conseguimos referenciar através dos manuscritos, ou através de registos de peças representadas:
“Sete e Meio” (Revista em 2 Actos e 13 Quadros) (Assinado por dois Velhos e dois Novos que eram para além de Luís d’Oliveira Guimarães, eram Pereira Coelho, Gustavo e Vasco de Matos Sequeira ) (música de Calderon Dinis Raul Ferrão e Isidro Aranha) (1927)
“Charleston” (Sátira em 3 Actos) (c/ parceria de João Correia d’Oliveira e Carlos Selvagem) (Foi representada no teatro Politeama de Lisboa) (1929)
“Balancé” (c/ parceria de Aníbal Nazaré) (Revista-Fantasia) (manuscrito) (apresentado no Teatro do Ginásio) (música de Correia Leite, Armando Rodrigues, e João Nobre) (1937)
“Salão Cor-de-Rosa” (Fantasia em 1 Acto) (c/ parceria de Ramada Curto) (Manuscrito) (1939)
“Dá Cá o Pé” (c/ parceria de Mário Marques e Santos Braga” (1938) (Revista) (manuscrito) (apresentada a público no Teatro Avenida em Fevereiro de 1940)
“Auto da Tentação” (c/ parceria de Augusto Santa Rita) (1940) (teatro Infantil) (manuscrito)
“Arte de Reconquistar Maridos” (1941) (manuscrito)
“O Retiro dos Pacatos” (Revista) (c/ parceria de Aníbal Nazaré e Amadeu do Vale) (música de M.de R. Portela, J. Mendes, e F. De Carvalho) (apresentada no Teatro Maria Vitória 1941) (não tem manuscrito nem texto publicado)
“Minha Mulher é Um Homem” (adaptação do romance de Mary Love de colaboração com José Ribeiro dos Santos no Teatro Politeama) (1942) (manuscrito)
“Campo de Flores” (Evocação em 1 Acto) (c/ parceria de Silva Bastos) (manuscrito) (1942)
“Romaria” (Episódio Musical) (c/ parceria de Silva Bastos) (Música de Manuela Bonito) (manuscrito) (1943)
“Auto do Boticário” (c/ Silva Bastos) (1943)
“O Jogo do Diabo” (c/ parceria de Ramada Curto, Amadeu do Vale e Lourenço Rodrigues) (música de Raul Ferrão, F. Valério e J. Mendes ) (estreou no Teatro Avenida) (1944) (n/ tem manuscrito)
“Farsa da Velha Ferrunfunfelha” (assinada com o Pseudónimo Uma mais um – dois) (1945)
“O Enganador Enganado” (c/ parceria de José da Silva Bastos) (1947) (apresentada pelo Teatro do Povo, encenação de Paiva Raposo e Cenários e figurinos de Eduardo Anahory)
“Princesa Lisboa” (manuscrito) (teve encenação de Carlos Sousa)(1947) (Peça Infantil)
“Arcanjo Negro”, adaptação do romance de Aquilino Ribeiro que se representou no Trindade (1948)
“A Feira Nova” (c/ parceria de Rui Correia Leite) (1948) (apresentada pelo Teatro do Povo, encenação de Paiva Raposo e Cenários e figurinos de Eduardo Anahory)
“Três num Automóvel” (Um Prólogo) (manuscrito) (1952)
“Sangue na Guelra” (c/ parceria de Rodrigues Melo) (Revista-Fantasia) (manuscrito) (s/d)
“Corridinho” (c/ parceria de Aníbal Nazaré) (revista) (Manuscrito) (música de D. Georgina Ribas, D. Maria Irene Pereira, Camilo Rebocho e Reis Saraiva Filho) (s/d)
“Cartas na Mesa” (Revista em 1 Prologo e 4 Actos) (c/ parceria de Schiappa Roby) (Música de Camilo Rebocho) (manuscrito) (s/d)
“O Enganador Enganado” (Farsa em 1 Acto) (c/ parceria de Silva Bastos) (manuscrito) (s/d)
“Siga a Roda” (Revista) (manuscrito) (com música de Aquiles Lima)(s/d)
“Mulheres Novas, Maridos Velhos” de Vicente Gil (Pseudónimo) (Manuscrito)
“Letras e Tretas” (manuscrito) (s/d)
“Farsa do Juíz Direito” (manuscrito) (s/d)
“A noite de uma primeira representação é sempre uma coisa séria, não apenas para os autores, mas, mais ainda, para os artistas. Os autores ainda estão recolhidos nos bastidores: os artistas, esses porém, enfrentam o público. Se a peça constitui um êxito ou, pelo menos, conquista agrado, tudo corre pelo melhor. Mas, se assim não acontece? Se a peça não agrada, quer pela peça em si, quer pela interpretação que lhe é dada? Eduardo Garrido confidenciara, uma vez, aos seus íntimos que, em noite de estreia de peça sua, sentia um desejo de fugir para a Lua. E Eduardo Brasão não hesitava em contar que nunca, na sua longa vida de artista, ouvira o contra-regra dizer, em noite de premier, ‘Senhores artistas, vamos começar!’, que não lhe tremessem as pernas e não lhe corresse um arrepio pela espinha abaixo. Na verdade, uma estreia é uma coisa séria, - evidentemente para os autores e para os actores cônscios das suas responsabilidades. Hoje especialmente, entre nós, o público, quando não gosta, já não se manifesta como se manifestava dantes, pateando, barafustando, quase ameaçando autores e interpretes. Mas, nem por isso, o ambiente de uma premiere, quer para quem escreve, quer para quem representa, deixa de ser motivo de alvoroço e de preocupação – conforme os temperamentos. Uns não sossegam um momento, fumando cigarros sobre cigarros; outros passam o dia a água de flor de laranjeira.” (Enquanto o Pano não sobe – Noites de Estreia, in República de 17/3/1955)
1932/8/17 - Casa-se com Maria Adelaide Matos Seuqeira na 7ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa e a 21 do mesmo mês na capela da família Matos Sequeira
1935/12/21 – Nasce o seu filho único, António Luís de Sequeira Oliveira Guimarães. Este também seguirá a tradição familiar ao cursar Direito, seguindo a Magistratura até ao posto mais alto da hierarquia, ou seja Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. António Luís desposará a também jurista Maria Leonor Loureiro Gonçalves, de cujo matrimónio nascerá uma filha que será registada como Paula. A mesma cursará Direito e desposará Renato Amorim Damas Barroso, hoje Juiz na Boa Hora.
1937/40 - Fim da Carreira Jurídica – Resolve abandonar a Magistratura, para se dedicar a tempo inteira às letras
“A carreira do Ministério Público exige requisitos especiais: iniciativa, desassombro e golpe de vista. Sem estes três requisitos, além dos outros necessários a todos os magistrados, o representante do Ministério Público não passará de uma sombra que, escondendo-o a ele próprio, poderá esconder ainda quem afinal devia ser descoberto”. (Arte de Julgar pág. 55).
Durante algum tempo dedicou-se à advocacia, mas também esta será abandonada.
“O advogado é antigo como a sociedade, ou mais ainda, como o homem. Todo o homem é, no fundo, um advogado - pelo menos quando fala. A vida é uma tribuna. Em cada momento há sempre uma causa a defender - e uma opinião contrária a contestar. E quando alguém diz ‘Vou consultar o meu advogado’ já antes se consultou a si próprio: só lhe faltou encontrar o texto legal em que fundamente a sua razão.” (Arte de Julgar pág. 67).
1938 - O Conferencista – Apesar das suas primeiras conferências datarem de 1924, é a partir de 1938 que L.O.G. se torna verdadeiramente um conferencista reconhecido e requesitado.
“Há uma coisa ainda mais grave do que representar para o público - dizia um ilustre actor - é representar sem público. O mesmo se poderia afirmar em relação ao advogado. De facto, na maioria das vezes quando ele ergue a sua voz em plena audiência, fá-lo mais para o público do que para os juízes. Na verdade se o tribunal julga o réu, o público julga - o advogado.” (Arte de Julgar pág. 67).
Conferências Referenciadas:
26/1/1924 – “A Vida nos Castelos” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
26/6/1926 – “Os Leques” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
13/6/1931 – “Santo António e o Povo” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
Julho 1933 – “As Mulheres na Política” na Assembleia de Sintra.
15/1/1938 – “O Humorismo e o Direito” na Associação Comercial dos Lojistas de Lisboa (há texto)
5/2/1938 – “Serão Humorístico” no Grémio Alentejano – Lisboa
24/2/1938 – “Gil Vicente Revisteiro” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa
25/11/1939 – “A Feira das Mercês e o Muro do Derrete” in Casa Entre Douro e Minho (foi editado em livro)
10/5/1940 – “O Teatro de Revista” in Sociedade Propaganda de Portugal – Lisboa (há manuscrito) (editado em livro)
25/8/1945 – “Eça de Queiroz na Intimidade” na Estação Emissora “Voz de Lisboa” (publicado in A Republica a 17/9/1940)
2/5/1941 – “André Brun – Perfil dum Humorista” in Casa de Alentejo e Ateneu Comercial de Lisboa (creio ter sido publicado na revista “Ver e Crer” pois temos provas de impressão)
28/1/1943 – “Rosa Araújo e a Vida Lisboeta” na Associação dos Arqueólogos em Lisboa (Editado em livro)
25/11/1944 – “Eça de Queiroz e o Conselheiro Acácio” in Casa de Entre-Douro e Minho (há manuscrito e foi publicada em livro)
Janeiro 1945 – “O Humorismo de Eça de Queiroz” in Casa de Entre-Douro e Minho (Editado em Livro)
10/6/1945 – “Camões Humorista” na SNBA (Sessão inaugural do Grupo Rafael Bordalo Pinheiro)
30/5/1946 – “Palavras de Apresentação de Dulce de Oliveira” na Sociedade Nacional de Belas Artes (há manuscrito)
28/6/1947 – “4 Originais Portugueses” no Teatro-Estúdio do Salitre – Lisboa
7/11/1947 – “Henrique Botelho de Andrade” in Casa do Alentejo (há manuscrito)
3/12/1947 – “Zeco e Domingos Saraiva” (na inauguração da exposição no Grupo de Amigos de Lisboa)
24/3/1948 – “Rafael Bordalo e o seu tempo” in Grupo dos Amigos de Lisboa (texto foi publicado em livro)
17/5/1949 – “O Filme ‘Quimera do Oiro’” in Cinema Tivoli (há manuscrito)
Nov. 1951 – “A Marinha Mercante e os Livros” – I Congresso Nac. Marinha Mercante de Lisboa
23/1/1953 – “Homenagem a Rocha Martins” in Voz do Operário (há manuscrito)
6/4/1953 – “Aquilino Ribeiro – Escritor Beirão” na Casa das Beiras – Lisboa
30/11/1954 – “Homenagem a Garrett” in Sociedade de Escritores e Compositores Portugueses
30/3/1955 – “Homenagem a Matos Sequeira” in Casa da Imprensa (há manuscrito)
14/7/1956 – “O Conde de Arnoso” no Paço Ducal de Vila Viçosa (editado em livro)
1958 – “Cândido Guerreiro” in Casa do Algarve
10/7/1959 – “José Rodrigues Miguéis” in Casa da Imprensa (há manuscrito)
23/7/1959 – “António Pedro” na inauguração da estátua em Lisboa
18/5/1960 – “Schvalbach” na Casa onde viveu Schvalbach (há manuscrito)
12/6/1963 - “Junqueiro Diplomata” na Casa-Museu Guerra Junqueiro – Porto
30/7/1964 – “Joracy Camargo” in Sociedade de Escritores e Compositores
10/11/1964 – “Homenagem a Brunilde Júdice” in Teatro da Trindade
9/12/1966 – “Augusto de Castro e o Teatro” in Sociedade Escritores e Compositores em Lisboa (há manuscrito)
18/11/1967 – “A Estreia de Amélia Rey-Colaço” na Homenagem à actriz no Teatro S.Luíz (há manuscrito)
19/1/1968 – “Guerra Junqueiro e Lisboa” (na inauguração da estátua em Lisboa (há manuscrito e foto)
15/1/1969 – “Ivo Cruz” in Homenagem a Ivo Cruz pela Tabua Rasa (há manuscrito)
6/7/1973 - “Os Cem anos de Augusto Gil” no Ateneu Comercial do Porto
25/1/1975 – “Homenagem a Ferreira de Castro” in Casa Museu em Sintra
1945 – Já conhecido na sociedade Portuguesa pela sai ironia, e pelo seu apoio ao Humorismo, neste ano organiza a mais irreverente das homenagens culturais realizadas nesses anos de Estado Novo – A homenagem ao Conselheiro Acácio, na Sociedade Nacional de Belas Artes
“Na Sociedade Nacional de Belas-Artes, de Lisboa efectuou-se, recentemente, por iniciativa do ‘Grupo Rafael Bordalo’, uma sessão de homenagem ao ‘conselheiro Acácio’, - figura ao mesmo tempo de símbolo e de realidade que Eça de Queiroz fixou nas páginas do Primo Basílio. Poucas vezes uma sessão deste género terá tido concorrência igual. Uma verdadeira multidão comprimia-se nas salas; havia pessoas empoleiradas nas portas; e, a certa altura, a gente era tanta, que teve de ser demolido um tabique - o que fez dizer a alguém que esta sessão construtiva acabara por se transformar em demolidora. Houve discursos excelentes. Mas o momento emocionante da noite foi aquele em que se descerrou o busto de Acácio - obra admirável do escultor Júlio da Rocha - Deniz - e toda a assistência se ergueu, entre palmas fervorosas, saudando a gloriosa e fiel aparição. Soleníssimo momento! Dizia um grande filósofo que nada como o barro para traduzir e definir o Homem. Diante daquele barro, que as mãos firmes do escultor modelaram, era, na verdade, Acácio que nós víamos, nítido, exacto, não apenas nos seus traços fisionómicos, mas na sua expressão moral, intelectual e psicológica. Se Eça de Queiroz ressuscitasse e olhasse aquele retrato em vulto não deixaria de exclamar, fitando-o através do seu monóculo faiscante: ‘É ele!’ Mas – dir-se-á – o barro não será matéria demasiadamente frágil para nele se fixar um homem como o conselheiro Acácio? Não sei. Sei apenas que é de barro que eles se fazem. (Notas Trocadas em Miúdos 24/7/1945)
1937-1979 - O Escritor (2ª parte) - Continuação da Lista de livros Escritos e publicados de L.O.G. (de 1923 a 1932 já tinha publicado 15 livros):
1937 – “A Arte de Julgar” (Comentários judiciais)
1938 – “Entre nós que ninguém nos ouve” (Ensaios – Conferências)
“Gil Vicente, Revisteiro” (Separata do vol. III dos “Trabalhos da associação dos
Arqueólogos Portugueses”)
1939 – “A Feira das Mercês e o Muro do Derrête” (Ilustrações de Leal da Câmara)
1940 – “Teatro de Revista” (conferência)
1941 – “O Sofá côr de rosa” (contos) (capa de Júlio de Sousa)
1942 – “Junqueiro e o Bric-à-Brac” (Estudo) (Capa de Leal da Câmara)
“Dize Tu Direi Eu” (Crónicas) (ilustrações de vários caricaturistas)
1943 – “As Mulheres na Obra de Eça de Queiroz” (monografia)
“Rosa Araújo e a vida Lisboeta” (capa de Espinho) (conferência)
“Auto do Boticário” (c/ Silva Bastos) (Teatro) (capa de Zeco)
1944 – “Memórias dos Outros” (c/ José Ribeiro dos Santos) (fait-divers)
“Eça de Queiroz e os Políticos” (capa de Leal da Câmara)
1945 – “Senhoras Conhecidas” (c/ José Ribeiro dos Santos) (fait-divers)
“O Espírito e a Graça de Eça de Queiroz” (Estudo) (Capa de Manuel Santana)
“O Conselheiro Acácio” (capa de Manuel Santana) (conferências)
1946 – “Camões Humoristas” (conferência)
1948 – “Da Criação de um Teatro Municipal” (conferência)
1950 – “Junqueiro na Berlinda” (Estudo) (Confidências e Inconfidências)
“Lisboa e Eça de Queiroz” (monografia)
1951 – “A Marinha Mercante e os Livros” (conferência)
1952 – “O Espírito e a Graça de Camilo” (Capa RBP) (Estudo)
“Espinhal Vila Beirã” (Memórias)
1953 – “Aquilino Ribeiro Através do seu ex-libris” (monografia)
1954 – “Homenagem a Garrett” (vários autores – conferências da Homenagem na SECTP)
1956 – “O Conde de Arnoso” (monografia) (conferência)
1957 – “O Espírito e a Graça de Fialho” (Estudo) (Capa de Celso Hermínio)
1958 – “Cândido Guerreiro” (vários autores – texto das conferencias)
1960 – “Princesa Lisboa” (Teatro)
1963 – “Júlio Dantas” (Monografia)
“Junqueiro Diplomata” (conferência)
1966 – “Presidentes do Conselho Beirões” (estudo)
1968 – “O Espírito e a Graça de Guerra Junqueiro”
“Monumento a Guerra Junqueiro em Lisboa” (de vários autores)
1973 – “Os Cem anos de Augusto Gil” (conferência)
1979 – “O Espírito e a Graça de Camões “ (Capa de RBP)
No total 51 livros. Não tantos como L.O.G teria desejado publicar, porque muitos outros ficaram na intenção, ficaram como ideia falada em café, projecto projectado… como um trabalho sobre o Carnaval, As Pernas das Mulheres por Stuart Carvalhais, a “História Anedótica do Meu Tempo”…
1918 – 1984 - O Cronista da Sociedade (Jornalismo) – Jornais para onde L.O.G escreveu como jornalista: Vida-Moça, Capital, Manhã, Primeiro de Janeiro, Mundo, Diário da Tarde, Vida Mundial, Século Ilustrado, República, Sol, O Diabo, Notícia, Comércio do Porto, Diário de Notícias… Estes foram aqueles que beneficiaram da sua colaboração mais assídua e por períodos de tempo mais significativos. Outros houve, onde a sua colaboração foi esporádica, ou mínima.
Houve quatro em que foi director-fundador: A primeira aventura deu-se em parceria com João Ameal – “O Chiado”; “Babel” (selecção da artigos da imprensa internacional); “Dominó”, um Semanário de Actualidades e Espectáculos; “Autores” foi um projecto da Sociedade Portuguesa de Autores, lançado em 1958, de cuja primeira série Luís d’Oliveira Guimarães foi director.
Títulos das suas rubricas: “Pó de Arroz”, “Fumo no ar”, “Bolas de Sabão”, “Arco Iris”, “Sorriso”, “Sorriso da História”, “Momentos de Espírito”, “Chiado à 6-1/2”, “O Diabo à Solta”, “Momento”, “Ao Domingo”, “Fim de Semana”, “O Caso da Semana”, “Os Livros do mês”, “Ribalta”, “Enquanto o Pano não Sobe”, “Cortina de Seda”, “Teatro Português”, “Da Nossa Cadeira”, “Talvez te Escreva”, “Tem a palavra V.Exª”, “Figuras que se recordam”, “Notas Trocadas”, “Segredos a Toda a Gente”…
“Nunca tive na minha vida a pretensão de bater qualquer ‘record’. Há, porém, um que, pelo menos entre nós, suponho ter batido: o de entrevistador. Creio que em Portugal nunca ninguém entrevistou mais gente. Se a entrevista pode considerar-se uma forma literária de tiro ao alvo, tenho sido um atirador obscuro, mas infatigável. Os alvejados contam-se por centenas; nunca a minha audácia tremeu ao persegui-los literariamente; e o certo é que um belo dia me encontrei senhor duma riqueza espiritual que as minhas vítimas gloriosas me entregaram - para eu as deixar em paz.
/…/ - Permita-me uma vaidade. Retratando uma série de figuras portuguesas do nosso tempo, julgo que estas páginas formarão um subsídio para o estudo e compreensão dessas figuras. Podendo constituir para muitos uma série de depoimentos históricos, não lhes falta mesmo, para os autenticar, a indispensável documentação gráfica. Na verdade, não nos limitamos, folheando este volume, a saber o que os entrevistados disseram: vemo-los, em carne e lápis, surpreendidos por alguns dos nossos melhores caricaturistas. A iconografia completa assim a história.” (Dize tu Direi eu, pág. 307)
1998/6/5 - Luís de Oliveira Guimarães viria a falecer na sua casa em Lisboa.
“Recordar não é mais do que acordar o esquecimento” (As Blages do Dr. Bonifrates pág. 87)
“Não é a vida que cria a imortalidade: é a morte.” (As Blagues do Dr. Bonifrates pág. 94)