Monday, March 17, 2008
HISTÓRIA DA CARICATURA EM PORTUGAL (parte 20)
Raphael Bordallo Pinheiro - 5
Por: Osvaldo Macedo de Sousa
1875 será um ano mágico, não que tivesse mudado muito a vida de Raphael, ou tivessem desaparecidos as dificuldades de sobrevivência dos caricaturistas, mas foi o ano em que Guerra Junqueiro e Guilherme d'Azevedo resolveram lançar um jornal, para o qual convidaram Raphael como ilustrador. Aqueles insignes escritores surgem sob o pseudónimo de Gil Vaz, e os ilustradores anunciados são Arthur Loureiro, Manuel de Macedo e Raphael, só que o primeiro não assina nenhum desenho. Quem dominará será Raphael Bordallo Pinheiro, aparecendo só de vez em quando um desenho de Manuel Macedo. O jornal semanário que publica o primeiro número a 15 de Maio, teve sucesso, por isso, e num gesto de 'ganância', a partir do n08 passa a diário (excepto 2as feiras) agora sob a direcção do próprio Raphael, com formato maior, e novo cabeçalho que abrange toda a página. Sai à noite, e a partir do 18° passa a sair de manhã, mas não sobrevirá além do 33°, por falta de viabilidade económica.
A 12 de Junho de 1875, no nº 5, Raphael Bordallo Pinheiro desenha uma personagem com aspecto saloio, a ser ludibriada pelos políticos (neste caso o Ministro da fazenda António de Serpa Pimentel) que pedem para o Santo António Fontes com o menino Jesus D. Luís I ao colo, e que tem na perna escrito: Seu Zé Povinho. No dia 26 reaparecerá esta figura com o São Pedro… Paio (Rodrigues Sampaio)….Desta forma nasce o principal herói da caricatura portuguesa, um ícone que marcará toda a nossa existência satírica.
O Professor Doutor João Medina, o historiador que melhor tem compreendido o papel da caricatura como testemunho documental histórico, no seu livro "Oh! A república!. . ." (pág. 203/4/5) apresenta-nos desta forma esta personagem: «Numa das suas crónicas n' O Primeiro de Janeiro, João Chagas observava em 1906 que, da palavra povo, em Portugal se fizera um diminutivo: povinho. E acrescenta: «O povo, em toda a parte, é o Povo.»
«Em Portugal é o – Zé».
«De facto, entre nós, a menoridade do povo forçava-o a ser apenas um diminutivo e uma abreviatura de um nome próprio, portanto, duplamente diminuído: um Povo que se faz «Povinho» e um nome de baptismo que se faz abreviatura, um José que se transforma em «Zé». Esta forma de diminuir, pese embora o seu lado carinhoso ou familiar, não deixa de constituir uma forma de degradação social ou ideológica: o conceito de povo (quer seja entendido como Terceiro, quer como Quarto estado) reduz-se a uma alcunha, a uma caricatura um tanto terna, e o nome de Todo-o-Mundo singulariza-se na abreviatura igualmente incaracteristica de um protótipo banal. Desta junção nasce, no plano puramente verbal, o nome da figura estereotipada que o lápis de Bordalo Pinheiro havia de criar em 1875, essa figura simbólica cuja existência, mitologia e coriácea permanência ao longo do tempo lhe garantiram lugar de destaque na nossa tradição político-cultural.»
«/…/ O Zé Povinho, arquétipo nascido todo vestido e calçado, de uma ponta a outra, em Junho de 1875,/…/ cabelos crespos, tipo físico de extracção rústica, barbas cerdosas, face rugosa, que se adivinha tostada, compleição sanguínea, chapéu popular, de abas recurvas, jaqueta e camisa de camponês, um desses que ainda hoje vemos pelo País fora, calças coçadas, sujas, muitas vezes remendadas, sapatos cambados, de sola grossa, rudemente talhados, expressão um tanto alvar, hílare quando ri, ar espesso, ingénuo e mazorro; em suma, um labrego e um pelintra, um rústico, um campónio, um saloio, um Zé-Ninguém. O Zézinho. O Zé Povinho. /.../ Parece não representar um grupo específico ou exprimir uma ideologia unitária, antes concretiza uma sensibilidade, uma certa tara nacional, uma forma de «Dasein» especificamente lusitano, ainda que, logicamente, a sua inserção social se encontre na pequena e média burguesias urbanas /.../ E aqui está a emblemática aparição primitiva do Zé: vítima inerme das instituições, dos políticos, dos ministros, de todas as arbitrariedades; súbdito do constitucionalismo, reduzido assim à sua realidade profunda, uma vez despidos os ouropeis das suas ficções jurídicas (eleições, votos, parlamento): o chicote. Como lhe lembrava Ramalho no texto da litografia do Álbum das Glórias de Setembro de 1882 - jocosamente, por antífrase intitulada «O Soberano»: «para continuares a gozar o sumo bem da liberdade que te outorgamos, tu não tens que ter senão o pequeno incómodo de pagar tudo o que isto custa, e de dar os vivas do estilo, sempre que a ocasião se ofereça, ao príncipe, à real família e às instituições que vivem à tua custa». No pagar tudo estava o essencial dos «direitos e deveres» do Zé Povinho: por isso a albarda simbolizaria a sua submissão aos poderes constituídos, essa mesma albarda que, para melhor efeito do daguerreótipo fictício, a litografia de 1882 discretamente depunha no chão, atrás do «Soberano» que, entre humilde e incrédulo, ouvia chamarem-lhe «Povo Soberano»...
A tradição de representação de um país por um ícone caricatural era algo que já existia, como o John Bull em Inglaterra, a Mariana em França, o Urso para a Rússia, depois virá o Tio Sam para os E.UA, mas pela primeira vez, e quase única no mundo, Portugal não criou um símbolo iconográfico do país, mas sim do seu povo. Os outros símbolos são ícones de orgulho nacional, enquanto que este será mais um de vergonha. É a velha anedota de que o território de Portugal é o paraíso onde Deus concentrou mais tempo a criar e embelezar, mas como contra-balanço pôs aqui este povo.
Este rústico, que era maltratado, espezinhado, possui uma educação liberal de 'brandos costumes'. É verdade que houve Marias da Fonte, de forma bem caceteira nos tempos das guerras liberais contra absolutistas, mas eram Marias e não Zés. Este Zé era o símbolo do povo que os intelectuais, e senhores da oposição governamental detestavam e menosprezavam. Eles desejavam a mudança, vão desejar depois a República, mas estão de mãos e pés atados com este povo que, apesar de 'espezinhado' e maltratado por este sistema político. não se revolta e lhes dava o seu apoio.
Muitas vezes Raphael sonhará, em desenho, com o levantamento do povo, com o derrube das albardas, com um grito de revolta. Contudo, quando o criou, ainda não tinha consciência da utilização ideológica e caricatural que
viria a ter na sua obra, na caricatura e na política nacional. O Zé será o primeiro herói da caricatura nacional, já que os outros são anti-heróis...É o 'Mono' do triste fado lusíada.
Aparecerá também em ''A Lanterna Mágica" um Zé Povinho Júnior, só que este não tinha grandes potenciais de sátira política (o contrário de hoje, onde a 'ingenuidade' infantil é um extraordinário meio de crítica), não tinha lugar na luta social de então e desaparecerá de imediato. Em contrapartida, apesar da evolução dos trajes, da forma de estar na sociedade, o Zé Povinho mantém ainda hoje o seu lugar na caricatura portuguesa.
Tal como Júlio Dantas escreveria, o «Zé Povinho esse tipo supremo que deixara apenas apontado numa página imortal da "Lanterna Mágica". Criação do grande artista, como o débardeur é criação de Gavarni, como a Tête de Poire é criação de Philipon, como o Robert Macaire é criação do Daumier, símbolo eterno do português sofredor, humilde e pé-de-boi, herdeiro directo do bom senso de Sancho Pança e da filosofia secular dos franciscanos pedintes, o Zé Povinho foi, daí por diante, desde a fúria sans-culotte do "António Maria" até ao pessimismo amável dos últimos tempos, o comentador predilecto da obra de Raphael Bordallo. Aparece em toda ela, com a sua face larga e risonha, o seu chapéu braguês, o seu jaquetão de saragoça, a sua bonomia e a sua albarda...»
Nesse ano de 75 lançará também o ''Almanach de Caricaturas", assim como ilustrou o livro "Os Theatros de Lisboa" de Júlio César Machado. Na verdade o teatro manterá sempre um lugar especial no amor e obra de Raphael. Mas, a desilusão mantém-se. Não aceitou o convite para Londres, mas não recusará ir tentar apanhar a galinha dos ovos de ouro ao Brasil. Para nós é estranha esta opção, mas naqueles tempos o Brasil mítico, onde nasciam fortunas do nada, e onde se falava a mesma língua (o que é muito importante para um humorista) foi o destino de diversos caricaturistas portugueses, entre eles Raphael Bordallo Pinheiro. Assim passadas três semanas da falência de ''A Lanterna Mágica", Raphael e família partem rumo ao Rio de Janeiro.
Aí terá sucesso, será proprietário de jornais, assim como terá desgostos, complicações com caceteiros... e voltará. A sua presença no Brasil foi importante para aquele país, na evolução da arte da caricatura, como foi importante para Raphael na aprendizagem de técnicas, e na maturidade do seu humor, como falaremos mais tarde. Em relação a este período Brasileiro, não nos interessa aqui na História da Caricatura em Portugal.
Aínda em 1875, surgiu, e desapareceu no Porto ''A Parvónia Ilustrada", mantendo a mediocridade geral.
Por: Osvaldo Macedo de Sousa
1875 será um ano mágico, não que tivesse mudado muito a vida de Raphael, ou tivessem desaparecidos as dificuldades de sobrevivência dos caricaturistas, mas foi o ano em que Guerra Junqueiro e Guilherme d'Azevedo resolveram lançar um jornal, para o qual convidaram Raphael como ilustrador. Aqueles insignes escritores surgem sob o pseudónimo de Gil Vaz, e os ilustradores anunciados são Arthur Loureiro, Manuel de Macedo e Raphael, só que o primeiro não assina nenhum desenho. Quem dominará será Raphael Bordallo Pinheiro, aparecendo só de vez em quando um desenho de Manuel Macedo. O jornal semanário que publica o primeiro número a 15 de Maio, teve sucesso, por isso, e num gesto de 'ganância', a partir do n08 passa a diário (excepto 2as feiras) agora sob a direcção do próprio Raphael, com formato maior, e novo cabeçalho que abrange toda a página. Sai à noite, e a partir do 18° passa a sair de manhã, mas não sobrevirá além do 33°, por falta de viabilidade económica.
A 12 de Junho de 1875, no nº 5, Raphael Bordallo Pinheiro desenha uma personagem com aspecto saloio, a ser ludibriada pelos políticos (neste caso o Ministro da fazenda António de Serpa Pimentel) que pedem para o Santo António Fontes com o menino Jesus D. Luís I ao colo, e que tem na perna escrito: Seu Zé Povinho. No dia 26 reaparecerá esta figura com o São Pedro… Paio (Rodrigues Sampaio)….Desta forma nasce o principal herói da caricatura portuguesa, um ícone que marcará toda a nossa existência satírica.
O Professor Doutor João Medina, o historiador que melhor tem compreendido o papel da caricatura como testemunho documental histórico, no seu livro "Oh! A república!. . ." (pág. 203/4/5) apresenta-nos desta forma esta personagem: «Numa das suas crónicas n' O Primeiro de Janeiro, João Chagas observava em 1906 que, da palavra povo, em Portugal se fizera um diminutivo: povinho. E acrescenta: «O povo, em toda a parte, é o Povo.»
«Em Portugal é o – Zé».
«De facto, entre nós, a menoridade do povo forçava-o a ser apenas um diminutivo e uma abreviatura de um nome próprio, portanto, duplamente diminuído: um Povo que se faz «Povinho» e um nome de baptismo que se faz abreviatura, um José que se transforma em «Zé». Esta forma de diminuir, pese embora o seu lado carinhoso ou familiar, não deixa de constituir uma forma de degradação social ou ideológica: o conceito de povo (quer seja entendido como Terceiro, quer como Quarto estado) reduz-se a uma alcunha, a uma caricatura um tanto terna, e o nome de Todo-o-Mundo singulariza-se na abreviatura igualmente incaracteristica de um protótipo banal. Desta junção nasce, no plano puramente verbal, o nome da figura estereotipada que o lápis de Bordalo Pinheiro havia de criar em 1875, essa figura simbólica cuja existência, mitologia e coriácea permanência ao longo do tempo lhe garantiram lugar de destaque na nossa tradição político-cultural.»
«/…/ O Zé Povinho, arquétipo nascido todo vestido e calçado, de uma ponta a outra, em Junho de 1875,/…/ cabelos crespos, tipo físico de extracção rústica, barbas cerdosas, face rugosa, que se adivinha tostada, compleição sanguínea, chapéu popular, de abas recurvas, jaqueta e camisa de camponês, um desses que ainda hoje vemos pelo País fora, calças coçadas, sujas, muitas vezes remendadas, sapatos cambados, de sola grossa, rudemente talhados, expressão um tanto alvar, hílare quando ri, ar espesso, ingénuo e mazorro; em suma, um labrego e um pelintra, um rústico, um campónio, um saloio, um Zé-Ninguém. O Zézinho. O Zé Povinho. /.../ Parece não representar um grupo específico ou exprimir uma ideologia unitária, antes concretiza uma sensibilidade, uma certa tara nacional, uma forma de «Dasein» especificamente lusitano, ainda que, logicamente, a sua inserção social se encontre na pequena e média burguesias urbanas /.../ E aqui está a emblemática aparição primitiva do Zé: vítima inerme das instituições, dos políticos, dos ministros, de todas as arbitrariedades; súbdito do constitucionalismo, reduzido assim à sua realidade profunda, uma vez despidos os ouropeis das suas ficções jurídicas (eleições, votos, parlamento): o chicote. Como lhe lembrava Ramalho no texto da litografia do Álbum das Glórias de Setembro de 1882 - jocosamente, por antífrase intitulada «O Soberano»: «para continuares a gozar o sumo bem da liberdade que te outorgamos, tu não tens que ter senão o pequeno incómodo de pagar tudo o que isto custa, e de dar os vivas do estilo, sempre que a ocasião se ofereça, ao príncipe, à real família e às instituições que vivem à tua custa». No pagar tudo estava o essencial dos «direitos e deveres» do Zé Povinho: por isso a albarda simbolizaria a sua submissão aos poderes constituídos, essa mesma albarda que, para melhor efeito do daguerreótipo fictício, a litografia de 1882 discretamente depunha no chão, atrás do «Soberano» que, entre humilde e incrédulo, ouvia chamarem-lhe «Povo Soberano»...
A tradição de representação de um país por um ícone caricatural era algo que já existia, como o John Bull em Inglaterra, a Mariana em França, o Urso para a Rússia, depois virá o Tio Sam para os E.UA, mas pela primeira vez, e quase única no mundo, Portugal não criou um símbolo iconográfico do país, mas sim do seu povo. Os outros símbolos são ícones de orgulho nacional, enquanto que este será mais um de vergonha. É a velha anedota de que o território de Portugal é o paraíso onde Deus concentrou mais tempo a criar e embelezar, mas como contra-balanço pôs aqui este povo.
Este rústico, que era maltratado, espezinhado, possui uma educação liberal de 'brandos costumes'. É verdade que houve Marias da Fonte, de forma bem caceteira nos tempos das guerras liberais contra absolutistas, mas eram Marias e não Zés. Este Zé era o símbolo do povo que os intelectuais, e senhores da oposição governamental detestavam e menosprezavam. Eles desejavam a mudança, vão desejar depois a República, mas estão de mãos e pés atados com este povo que, apesar de 'espezinhado' e maltratado por este sistema político. não se revolta e lhes dava o seu apoio.
Muitas vezes Raphael sonhará, em desenho, com o levantamento do povo, com o derrube das albardas, com um grito de revolta. Contudo, quando o criou, ainda não tinha consciência da utilização ideológica e caricatural que
viria a ter na sua obra, na caricatura e na política nacional. O Zé será o primeiro herói da caricatura nacional, já que os outros são anti-heróis...É o 'Mono' do triste fado lusíada.
Aparecerá também em ''A Lanterna Mágica" um Zé Povinho Júnior, só que este não tinha grandes potenciais de sátira política (o contrário de hoje, onde a 'ingenuidade' infantil é um extraordinário meio de crítica), não tinha lugar na luta social de então e desaparecerá de imediato. Em contrapartida, apesar da evolução dos trajes, da forma de estar na sociedade, o Zé Povinho mantém ainda hoje o seu lugar na caricatura portuguesa.
Tal como Júlio Dantas escreveria, o «Zé Povinho esse tipo supremo que deixara apenas apontado numa página imortal da "Lanterna Mágica". Criação do grande artista, como o débardeur é criação de Gavarni, como a Tête de Poire é criação de Philipon, como o Robert Macaire é criação do Daumier, símbolo eterno do português sofredor, humilde e pé-de-boi, herdeiro directo do bom senso de Sancho Pança e da filosofia secular dos franciscanos pedintes, o Zé Povinho foi, daí por diante, desde a fúria sans-culotte do "António Maria" até ao pessimismo amável dos últimos tempos, o comentador predilecto da obra de Raphael Bordallo. Aparece em toda ela, com a sua face larga e risonha, o seu chapéu braguês, o seu jaquetão de saragoça, a sua bonomia e a sua albarda...»
Nesse ano de 75 lançará também o ''Almanach de Caricaturas", assim como ilustrou o livro "Os Theatros de Lisboa" de Júlio César Machado. Na verdade o teatro manterá sempre um lugar especial no amor e obra de Raphael. Mas, a desilusão mantém-se. Não aceitou o convite para Londres, mas não recusará ir tentar apanhar a galinha dos ovos de ouro ao Brasil. Para nós é estranha esta opção, mas naqueles tempos o Brasil mítico, onde nasciam fortunas do nada, e onde se falava a mesma língua (o que é muito importante para um humorista) foi o destino de diversos caricaturistas portugueses, entre eles Raphael Bordallo Pinheiro. Assim passadas três semanas da falência de ''A Lanterna Mágica", Raphael e família partem rumo ao Rio de Janeiro.
Aí terá sucesso, será proprietário de jornais, assim como terá desgostos, complicações com caceteiros... e voltará. A sua presença no Brasil foi importante para aquele país, na evolução da arte da caricatura, como foi importante para Raphael na aprendizagem de técnicas, e na maturidade do seu humor, como falaremos mais tarde. Em relação a este período Brasileiro, não nos interessa aqui na História da Caricatura em Portugal.
Aínda em 1875, surgiu, e desapareceu no Porto ''A Parvónia Ilustrada", mantendo a mediocridade geral.