Monday, March 26, 2007

A Caricatura e o “Livro de Curso”

A tradição de fechar o ciclo académico com a edição de um livro, onde se guarda a memória dos colegas de curso, nasceu em Coimbra. Nos finais do séc. XIX, a fotografia fazia furor como uma arte pioneira do retrato, o que levou a alguns irreverentes estudantes de Coimbra a aproveitarem essa inovação e registaram para a posteridade o grupo que compunha a sua classe.
No início do séc. XXI, com a reforma do ensino, a que se foi dado o nome do “Enterro do Grau” (deixou de haver o grau de Bacharéis), os humoristas foram chamados para animar as hostes com desenhos, edição de um livro e poemas humorísticos, postais. Dai surgiu a ideia de em vez de usar as fotografias (caras na altura), usarem uma arte mais irreverente, e mais em consonância com o espírito estudantil, a caricatura. Assim surge em 1904 um dos primeiros álbuns de Curso. Aos poucos esse gosto foi-se desenvolvendo e na década de 20 já todos os Cursos em Coimbra editavam o seu Livro de Curso. Lisboa e o Porto em breve seguiriam esta tradição, e depois do 25 de Abril essa arte ainda teve uma divulgação ainda maior.
Através dos livros de Curso, se pode ver a obra dos grandes mestres da caricatura, desde o João Amaral, passando pelo Correia Dias, Christiano Cruz, José Valério, Amarelhe, Zamith, Teixeira Cabral, Hélder, Santana, Tossam, pedro Homero, Baltazar, Francisco Zambujal… Zé Oliveira…
Hoje a caricatura de rua desenvolveu-se como uma atracão turística, mas infelizmente a maioria dos artistas que por ai andam são de péssima qualidade, e temos de lutar por uma memórua digna de registo num Livro de Curso. Heis alguns dos exemplo da boa caricatura, a caricatura repentista dos Livros de Curso desenhadas por Zé Oliveira (o-oliveiradaserra@sapo.pt ), um veterano destas andanças.

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