Friday, June 09, 2006
XX Salão Nacional Humor de Imprensa - Oeiras 2005
Inaugura no dia 17 de Junho, pelas 17h no Palácio Ribamar em Algés o XX Salão Nacional Humor de Imprensa 2006.
O ANO DE MAOMÉ
Quem ama não teme. Quem acredita não treme. Quem conhece não duvida. Por muito escárnio que uma gargalhada possa transportar, nada abala uns alicerces bem construídos, nada incomoda quem tem fé. O problema é dos que fingem, e não passam de casulos vazios, de máscaras sociais.
Do ano de Cervantes / Bordallo, parece que passamos para o ano Maomé, mantendo a espiritualidade, perdendo a seriedade.
Neste ano de 2006, graças a diversas manobras de diversão bem manipuladas, o Cartoon, a liberdade de pensamento e de expressão ocidental foram postas em causa. Uma conquista de séculos de luta é posta em causa por meia dúzia de bandeiras queimadas, por manifestações de pedintes contra o ocidente, ao mesmo tempo que estão desejosos de vir viver nesse ocidente herético. Mas, o mais grave, não é essas manifestações de arruaceiros, nem as ameaças de terroristas islâmicos, mas sim o oportunismo de políticos de ideias duvidosas que se aproveitam da confusão para pôr em causa direitos inalienáveis.
A tolerância é a chave de todo e qualquer filosofia religiosa, e quem crê está acima de qualquer dúvida socrática. Matar é que é heresia, não rir.
Pelo riso, pela dúvida metódica é que nos conhecemos, é que nos descobrimos da alma ao corpo, do materialismo à espiritualidade. Com o humor despertamos para a realidade dos céus e da terra, dos paraísos e dos infernos. Quando todos soubermos rir uns com os outros, a começar de nós próprios, das nossas crenças e descrenças; das nossas dúvidas e certezas; das verdades e mentiras dos guias espirituais (que são tão humanos e frágeis como nós)… então poderemos que temos na verdade Fé no céu e na terra, que nos amamos como somos, que atingimos o Nirvana do conhecimento religioso. Só quem sabe rir poderá acreditar em Deus e nos Homens.
O Cartoonista / Humorista não é um guia espiritual. Não tem a certeza divina, nem a verdade demoníaca. Não é nenhum sacerdote de qualquer religião, apenas um instrumento da inteligência humana, com um prisma sobre-humano de desmascarar a farsa quotidiana. Ele é um instrumento, não ao serviço de heresias, apenas uma consciência ao serviço dos Homens descrentes.
O Cartoonista / Humorista tem a ingrata missão de estar sempre desperto para a realidade; sempre de sobreaviso contra demagogias / hipocrisias; de ser o crítico Sério nesta paródia trágico-cómica da sociedade contemporânea.
Pretender calar o humor é pretender calar a consciência; cegar o rei zarolho na terra de cegos… Que Maomé, Jesus, Jeová, Ala… iluminem a inteligência destas pobres caricaturas que rastejam na terra, e que lhe ensinem que o sorriso é a redenção de qualquer alma, de qualquer depressão… façam o favor de sorrir, s.f.f.
Com tudo isto acabamos por nos esquecer de muitas outras heresias políticas, essas sim pecados que nos infernizam a vida, mas que os cartoonistas vigilantes acabam por nos atirar à cara com suas tartes de natas. Desfrutem pois esta antologia do melhor que foi publicado durante o ano de Cervantes / Bordallo - 2005, que para o ano talvez possamos mostrar as do ano de Maomé.
Talvez, porque hoje em dia nada é seguro, pois neste vinte anos de antologias, de distribuição dos Prémios Nacionais de Jornalismo Gráfico-humoristico já vimos e vivemos de tudo. Temos procurado dar sempre o melhor de nós próprios, se esse melhor não é o suficiente para manter a qualidade exigida pelos artistas e pelo público, nada mais podemos fazer que ir embora. Em relação à autarquia de Oeiras só temos de agradecer o seu total apoio ao longos dos últimos 16 anos, porque sem ela, este evento à muito que tinha morrido.
ACTA DA REÚNIÃO DO JÚRI DO
XX SALÃO NACIONAL HUMOR DE IMPRENSA / 2006
O Júri do XX S.N.H.I.- Oeiras / 2006 reuniu-se no dia 17 de Maio, pelas 10h00 no Salão Nobre da Fundição de Oeiras – Sector de Acção Cultural.
Este seria constituído pelo Director do Salão Osvaldo Macedo de Sousa; Paula Migalhada como representantes do Sector de Acção Cultural da C.M.O.(Licenciada em Pintura pela ESBAL); Rosa Duarte representante do Núcleo Criativo do Gabinete de Comunicação da C.M.O.(Licenciada em Design Gráfico); Fátima Granadeiro como representante da Fundação Marquês de Pombal (Licenciada em Design Gráfico), e Jorge Mateus como galardoado com o Grande Prémio em 2006.
O Júri deliberou por maioria, os seguintes prémios:
· GRANDE PRÉMIO DO XX S.N.H.I./06 – “Mourinho” de Ricardo Galvão in “A Bola”
· PRÉMIO NACIONAL CARICATURA DE IMPRENSA/06 – “Cesarini” de António dos Santos in “Repórter de Amarante”
· PRÉMIO NACIONAL HUMOR DE IMPRENSA/06 – “Código” de Luís Veloso in “Interior”
· PRÉMIO NACIONAL ILUSTRAÇÃO DE IMPRENSA / 06 – “1755” de Manuel Diogo in DNA
· PRÉMIO NACIONAL CARTOON DE IMPRENSA/06 – “Ota” de Nuno Saraiva in “Inimigo Público”
A reunião do júri terminou pelas 12h00, sendo lavrada então esta acta.
O Júri
O ANO DE MAOMÉ
Quem ama não teme. Quem acredita não treme. Quem conhece não duvida. Por muito escárnio que uma gargalhada possa transportar, nada abala uns alicerces bem construídos, nada incomoda quem tem fé. O problema é dos que fingem, e não passam de casulos vazios, de máscaras sociais.
Do ano de Cervantes / Bordallo, parece que passamos para o ano Maomé, mantendo a espiritualidade, perdendo a seriedade.
Neste ano de 2006, graças a diversas manobras de diversão bem manipuladas, o Cartoon, a liberdade de pensamento e de expressão ocidental foram postas em causa. Uma conquista de séculos de luta é posta em causa por meia dúzia de bandeiras queimadas, por manifestações de pedintes contra o ocidente, ao mesmo tempo que estão desejosos de vir viver nesse ocidente herético. Mas, o mais grave, não é essas manifestações de arruaceiros, nem as ameaças de terroristas islâmicos, mas sim o oportunismo de políticos de ideias duvidosas que se aproveitam da confusão para pôr em causa direitos inalienáveis.
A tolerância é a chave de todo e qualquer filosofia religiosa, e quem crê está acima de qualquer dúvida socrática. Matar é que é heresia, não rir.
Pelo riso, pela dúvida metódica é que nos conhecemos, é que nos descobrimos da alma ao corpo, do materialismo à espiritualidade. Com o humor despertamos para a realidade dos céus e da terra, dos paraísos e dos infernos. Quando todos soubermos rir uns com os outros, a começar de nós próprios, das nossas crenças e descrenças; das nossas dúvidas e certezas; das verdades e mentiras dos guias espirituais (que são tão humanos e frágeis como nós)… então poderemos que temos na verdade Fé no céu e na terra, que nos amamos como somos, que atingimos o Nirvana do conhecimento religioso. Só quem sabe rir poderá acreditar em Deus e nos Homens.
O Cartoonista / Humorista não é um guia espiritual. Não tem a certeza divina, nem a verdade demoníaca. Não é nenhum sacerdote de qualquer religião, apenas um instrumento da inteligência humana, com um prisma sobre-humano de desmascarar a farsa quotidiana. Ele é um instrumento, não ao serviço de heresias, apenas uma consciência ao serviço dos Homens descrentes.
O Cartoonista / Humorista tem a ingrata missão de estar sempre desperto para a realidade; sempre de sobreaviso contra demagogias / hipocrisias; de ser o crítico Sério nesta paródia trágico-cómica da sociedade contemporânea.
Pretender calar o humor é pretender calar a consciência; cegar o rei zarolho na terra de cegos… Que Maomé, Jesus, Jeová, Ala… iluminem a inteligência destas pobres caricaturas que rastejam na terra, e que lhe ensinem que o sorriso é a redenção de qualquer alma, de qualquer depressão… façam o favor de sorrir, s.f.f.
Com tudo isto acabamos por nos esquecer de muitas outras heresias políticas, essas sim pecados que nos infernizam a vida, mas que os cartoonistas vigilantes acabam por nos atirar à cara com suas tartes de natas. Desfrutem pois esta antologia do melhor que foi publicado durante o ano de Cervantes / Bordallo - 2005, que para o ano talvez possamos mostrar as do ano de Maomé.
Talvez, porque hoje em dia nada é seguro, pois neste vinte anos de antologias, de distribuição dos Prémios Nacionais de Jornalismo Gráfico-humoristico já vimos e vivemos de tudo. Temos procurado dar sempre o melhor de nós próprios, se esse melhor não é o suficiente para manter a qualidade exigida pelos artistas e pelo público, nada mais podemos fazer que ir embora. Em relação à autarquia de Oeiras só temos de agradecer o seu total apoio ao longos dos últimos 16 anos, porque sem ela, este evento à muito que tinha morrido.
ACTA DA REÚNIÃO DO JÚRI DO
XX SALÃO NACIONAL HUMOR DE IMPRENSA / 2006
O Júri do XX S.N.H.I.- Oeiras / 2006 reuniu-se no dia 17 de Maio, pelas 10h00 no Salão Nobre da Fundição de Oeiras – Sector de Acção Cultural.
Este seria constituído pelo Director do Salão Osvaldo Macedo de Sousa; Paula Migalhada como representantes do Sector de Acção Cultural da C.M.O.(Licenciada em Pintura pela ESBAL); Rosa Duarte representante do Núcleo Criativo do Gabinete de Comunicação da C.M.O.(Licenciada em Design Gráfico); Fátima Granadeiro como representante da Fundação Marquês de Pombal (Licenciada em Design Gráfico), e Jorge Mateus como galardoado com o Grande Prémio em 2006.
O Júri deliberou por maioria, os seguintes prémios:
· GRANDE PRÉMIO DO XX S.N.H.I./06 – “Mourinho” de Ricardo Galvão in “A Bola”
· PRÉMIO NACIONAL CARICATURA DE IMPRENSA/06 – “Cesarini” de António dos Santos in “Repórter de Amarante”
· PRÉMIO NACIONAL HUMOR DE IMPRENSA/06 – “Código” de Luís Veloso in “Interior”
· PRÉMIO NACIONAL ILUSTRAÇÃO DE IMPRENSA / 06 – “1755” de Manuel Diogo in DNA
· PRÉMIO NACIONAL CARTOON DE IMPRENSA/06 – “Ota” de Nuno Saraiva in “Inimigo Público”
A reunião do júri terminou pelas 12h00, sendo lavrada então esta acta.
O Júri